Sou Isabella Marie Swan e agora sou feliz.

Sim, agora. Depois que passei a me aceitar como sou, as coisas melhoraram bastante. Não que antes eu não me aceitava e preferia a morte, mas a opinião alheia pesava muito. Desde criança nunca fui modelo de magreza e os quilinhos a mais sempre me acompanharam e naquela época, os bichinhos que atendem pelo nome de criança deixavam bem claro onde era meu lugar.

Todos os dias eu chorava porque ninguém queria me chamar pra brincar. Sempre diziam que se eu caísse, provocaria um terremoto ou racharia o chão. Os xingamentos eram muitos, o cardápio era variado... Gorda, baleia, rolha de poço, filhote de elefante... E mais tantos que me perco nas lembranças. Naquela época esses apelidos carinhosos eram definidos como brincadeira de criança. Hoje em dia dão o nome de Bullying. Pra mim, era humilhação, preconceito, maldade.

A adolescência foi terrível... A fase das descobertas, das experiências, dos bailes na escola... Descobri uma coisa nessa fase: Adolescentes são mais cruéis do que as crianças! Eles te ferem sabendo o que estão fazendo e o pior de tudo é que assistem ao seu sofrimento de camarote, rindo e batendo palmas... Se você for uma pessoa esperta, vai dar a volta por cima, superar tudo e mandar os que te humilharam para o inferno, mas se for fraco e se deixar humilhar, só irá sofrer mais. Eu escolhi superar e mandar meio mundo arder no quinto dos infernos.

Não pense que fiz uma dieta radical, lipoaspiração ou comecei a viver de brisa... Não levo jeito pra modelo... Minha resposta para os que me humilharam foi me aceitar, usar os atributos que eu tinha e que eram muitos e fui viver minha vida, fui ser feliz!

TENHO CURVAS SINUOSAS E... QUEM SE IMPORTA COM ISSO?

Eu pensei que sabia tudo da vida, que já havia passado por experiências o suficiente, mas me enganei. Muito.

Quando aqueles lindos olhos esmeraldas apareceram na minha vida, não pensei que causariam tanto estrago... Como pode uma pessoa fazer com que você perca a certeza de tudo?

Eu tinha certeza de três coisas:

Primeira: Meu nome era Edward Cullen.

Segunda: Eu trabalhava mais do que um fdp.

Terceira, mas não menos importante: Eu estava muito ferrado.

Nunca pensei que me apaixonar me causaria tantos problemas... Ainda mais quando ele era ela e ela era ele. Entenderam? Nem eu! Só posso dizer que nem tudo que parece, é.

As pessoas sempre dizem que o tempo é o senhor de tudo e que ele pode curar qualquer ferida.

Mas eu nunca concordei com isso. Nunca acreditei nisso. E se você é uma das que acredita nessa piada de mau gosto, desacreditaria ao saber da minha história.

Por que o tempo bem, o tempo não apagou a minha dor. Ele só me deu a oportunidade de aprender a suportá-la e guardá-la no canto mais obscuro de meu peito. Trancada a sete chaves, dentro do meu coração que um dia pertenceu a ele. Ele, o causador de tanta dor, de tanta amargura de tanta solidão.

Ele e suas cruéis mentiras.

Quando Isabella Swan conheceu Edward Cullen, jamais imaginou que ele pudesse sequer notá-la, quanto mais se apaixonar por ela. Mas foi o que aconteceu pouco tempo depois, quando o rapaz se declarou pra então adolescente Bella.

Um amor intenso que parecia tão verdadeiro, mas que acabou ficando apenas na memória da jovem. Pois Edward, o mesmo Edward que se mostrara tão preocupado e apaixonado por ela simplesmente se foi.

Palavras duras que marcam a fogo na alma. Mentiras que sufocam mais aqueles que contam do que aqueles que as ouvem. Uma despedida regada a lágrimas uma data que não pode ser esquecida. Mesmo tendo se passado tanto tempo, a lembrança ainda estava lá.

E iria reviver quando Edward, o famoso piloto de F1 e o amor perdido da adolescência de Bella, voltasse à cidade de Forks. E o sentimento estaria morto como ela jurava a si mesma constantemente?

Afinal, até onde o amor pode sobreviver sob o peso de uma mentira?