Burned escrita por Shalashaska


Capítulo 2
Nuances




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Apenas os criados receberam Hans Westgaard no cais. 

Não foi uma recepção calorosa, embora o príncipe não pudesse afirmar que sentira olhares rudes sobre si. Na realidade, ele notou a confusão dos velhos empregados que há tanto conhecia ao pegarem seus poucos pertences, pois não sabiam se encaravam o menino que havia crescido naquelas ilhas, vindo de uma punição por uma breve travessura; ou então se enxergavam o homem capaz de cometer um assassinato duplo em Arendelle, sendo perigosamente quase bem sucedido. Ainda que ele captasse muito bem as nuances nas expressões dos criados, não fez nada para negar ou reforçar suas opiniões. Eles seguiam os protocolos de etiqueta, Hans também. Em pouco tempo, estava em seu quarto dentro do palácio com uma pequena mala. 

Como se jamais tivesse partido.

Houve um tempo que ele duvidou que fosse voltar ali. Primeiro porque, em um sonho febril, fantasiou-se como o soberano de outro reino. Depois, porque a realidade era mais árdua e não faria diferença para a família real se Hans passasse o resto de seus dias arando o solo. Faria diferença apenas se ele tivesse, de fato, uma coroa pesada sobre os cabelos ruivos. Ele encarou a mala aberta sobre a cama, com o conteúdo pobre e gasto: suas vestes comuns de trabalho no campo, um casaco mais quente, um estojo com navalha e escova para higiene, um lampião inútil e, finalmente, as roupas belas e desgastadas que usou em sua viagem a Arendelle. Neste último item, o príncipe demorou sua atenção.

Era só uma roupa bonita e agora velha. No entanto, foi a única que teve por um bom tempo enquanto trabalhava sob o Sol. O rei não permitiu que levasse algo pessoal para cumprir sua pena e ele não recebia exatamente um salário, por mais que houvesse um prato de comida esperando-o ao menos duas vezes ao dia. Assim, ele trabalhou durante semanas com a camisa azul marinho e um lenço púrpura, calças de corte alto e botas que eram mais apropriadas para um salão de bailes. E é claro, isso era parte da punição: o príncipe regicida das Ilhas do Sul suando com suas vestes de festa.

Ele ouviu um toque na porta e autorizou a entrada de quem fosse, duvidando que seria qualquer um de sua família. Quem entrou foi uma senhora com toalhas em mãos e um molho de chaves pendurado na cintura: a governanta.

— Vossa Alteza… o jantar será servido em duas horas. A família real encontra-se na Ala Oeste, aproveitando a lareira. Poderá se encontrar com eles enquanto a criadagem prepara seu banho.

Havia um toque hesitante em sua voz firme e os ouvidos menos atentos confundiriam aquilo com a voz oscilante de uma pessoa idosa. Ela não era assim. Nunca foi. Hans virou-se para a governanta, estudando as linhas de expressão dela.

— Farei uma visita antes do jantar, Anette. Mas não quero que preparem nada para mim.

— A água…

— Sim, sim. Está fria, eu sei. — Ele suavizou o rosto, pensando com amargura sobre o que somente ele sabia. Em seguida, achou que nem o gelo seria útil para seu humor ao reencontrar sua família. Mesmo assim, respondeu: — Talvez me faça bem antes do jantar. 

— Como desejar, Vossa Alteza.

Anette. — Chamou-a antes de sair e o som do molho de chaves chacoalhando era inconfundível. — Você costumava me chamar apenas de Hans, de vez em quando.

Um nome qualquer; de um príncipe, de um menino plebeu.

— Não sei se parece mais apropriado, Alteza.

Ele estreitou seus olhos. Ah, Anette… Uma senhora de cabelos grisalhos sempre em um coque e roupas escuras desde quando ele se lembrava. Hans não tinha imagem dela jovem na memória, e sim daquele modo: madura, retida, ocasionalmente leniente. O que ela imaginava agora? Que iria cortar sua garganta para se tornar o chefe de todas as governantas naquele palácio? Ele quase riu. Era patético que ela servisse durante anos e anos àquela família venenosa e agora encarasse-o como a mais vil criatura. Se fosse de tão boa índole, teria feito algo para intervir na vida de um garotinho atormentado pelos próprios irmãos, mas Anette não iria arriscar sua pequena posição social para isso.

E era esta a razão pela qual ela deveria compreender que Hans buscara melhorar a sua própria, independente dos meios. 

Mas é claro que era mais fácil enxergar a vilania no próximo e o príncipe se questionava se aquilo servia de alívio moral para Anette: que bom saber que ela não cumprira todos os seus caprichos, que ela não tivesse obedecido o coração quando o viu sofrer. Ele era um adorável monstrinho, esperando o momento certo para mostrar os dentes.

Hans sorriu. Seus devaneios não tinham durado mais do que alguns segundos e ele não iria contradizê-la. Não valia a pena confirmar os temores dela sendo rude e ele não iria clamar por compreensão. 

— A senhora está do jeito que eu me lembrava, Anette. Apenas oriente a criadagem a não mexer em meus aposentos a menos que eu peça. Deixem apenas as roupas limpas e passadas. — Houve uma pausa e ele adicionou: — Por favor.

 De maneira educada, ele se despediu da criada e partiu pelos corredores, caminhando em direção oposta à Ala Oeste. 

***

O trajeto até os estábulos foi entrecortado por fantasmas: quadros de sua família nos corredores do palácio, de parentes já há muito tempo mortos ou distantes. Ele repetiu o nome mentalmente de cada irmão seu, doze nomes que mais pareciam uma prece azeda: Caleb, Asger, Lars, Dan, Frederik, Bernt, Gerhard, Carsten, Søren, os gêmeos Rudi e Runo, Rejnar. Hans era o último e de nome mais comum. Foi bom encarar seus rostos pintados em tinta a óleo primeiro, pois poderia calcular o que iria dizer, como iria reagir. Antes, imaginava que veria o olhar de desprezo e triunfo de Caleb, o mais velho e mais valioso aos olhos do pai; depois, seria obrigado a ouvir os deboches de Rudi e Runo, que já estavam velhos demais para pregar peças maldosas como faziam quando mais novos — embora não pudessem segurar aquele impulso de serem desagradáveis. Lars era o único que Hans poderia considerar mais próximo de si, mas nem ele tinha ido ao seu encontro no cais.

Ele seguiu caminhando, sentindo-se mais quente de ódio e tentando controlar essa sensação. Tirou as luvas e colocou-as no bolso, dando uma última olhada no quadro de dos bisavós, próximo ao retrato oficial de seus pais. Ao contrário da postura sóbria e fria de seu pai e de sua mãe, Hans poderia dizer que seus bisavós pareciam até felizes ou, no mínimo, satisfeitos. Não era tão comum assim expressar muitas emoções em pinturas, tanto por mero costume da época e etiqueta quanto pelo cansaço de posar durante horas, mas havia uma nuance intrigante no olhar deles. O príncipe reparou no azul dos olhos da bisavó, os cabelos numa cor vermelha intensa que ele jamais viu igual. Ela era linda. Foi a partir daí que os Westgaard começaram a ter mais integrantes da família real com as madeixas ruivas e, mesmo que nem todos os treze daquela geração fossem todos assim — considerando o loiro e o castanho dos fios de alguns de seus irmãos — Hans era o mais próximo do tom vivo da bisavó.

O que tinha acontecido com aquela miserável e rica família para chegarem até aquele ponto? Quando havia se tornado aceitável serem daquele jeito?

O príncipe não queria que a bisavó fosse secretamente infeliz, por detrás de um sorriso que ele próprio muito bem conseguia fingir. No entanto, não saberia dizer muita coisa sobre ela; só que era uma mulher de fama respeitável e vinda de uma família de posses, embora não conhecida nas Ilhas do Sul — até que se casou com a realeza. Estava morta há muito tempo, de qualquer maneira. Não importava mais.

E a única criatura capaz de melhorar o ardor de seu temperamento naquele instante era Sitron, o seu cavalo. Hans temera que seu pai pudesse arranjar um destino doloroso para o animal durante a sua ausência, mas ao menos o capitão Pedersen havia conseguido remanejá-lo para o serviço do palácio como um último favor, de modo que Sitron era usado no transporte de bens. O príncipe estava ciente que aquilo era a comprovação de fraqueza perante o rei — depender de terceiros de baixa patente para garantir a segurança de um cavalo — e que ainda tratava-se uma bela ironia que o pobre Sitron tivesse sido condenado a trabalhos braçais, assim como seu dono.

Mas estava vivo. Ambos estavam. Não era sábio se tornar uma peça sem serventia aos olhos do rei e, enquanto a punição de Hans demonstrava que o soberano das Ilhas do Sul poderia ser justo e misericordioso aos súditos, os serviços de Sitron garantiam sua sobrevivência — o que era um toque de humilhação para Hans.

— Oi, amigão. — O príncipe se aproximou do cavalo na baia, sem se incomodar com o cheiro. Nenhum criado havia acendido um par de lampiões nos estábulos, então ele garantiu que houvesse luz com rapidez, pois mesmo que fosse o fim do verão, a chuva deixara o final da tarde melancólico e cinza. Sitron levou um tempo para reconhecê-lo, cheirando sua mão. — Sou eu. Senti sua falta.

Algo fisgou em seu peito ao observar o animal ainda confuso. Sua crina não estava tão sedosa quanto ele costumava deixar. Seu corpo, apesar de forte, parecia cansado. Se era pelo peso e pelo trabalho ou pelos anos, Hans não saberia dizer. Acariciou sua pelagem curta e castanha, até que Sitron bufou e relinchou baixo. Reconheceu-o.

Shhh, eu estou aqui. Estou aqui.

Mas por quanto tempo? Ele ainda não tinha visto o rei.

Não tinha muitas horas para usufruir da companhia de Sitron, mas aquele momento lhe deu a oportunidade de pensar ainda mais. Já era um hábito seu e Hans também tivera muito tempo para refletir no campo, entre a época de plantio e a colheita. No inverno, fazia outros serviços no vilarejo, como limpar dejetos. E pensava, pensava. Não tivera um castigo mais violento e público, sendo que seu pai não era conhecido por sua leniência. Hans conhecia muito de perto como ele tratava situações incômodas, pois ele próprio executou suas ordens nas terras de quem devia taxas. 

Concluiu que o rei não desejava reconhecê-lo  como uma ameaça verdadeira, embora não pudesse deixá-lo impune por retaliação diplomática de Arendelle. Hans seria tratado como um problema menor devidamente solucionado e encerrado, como geralmente foi a vida inteira. 

— Você acredita, Sitron? Nem mesmo os camponeses tinham exatamente ideia de quem eu era. Eu era um homem de roupas sofisticadas demais para o serviço na terra. Provavelmente um nobre que fez uma besteira qualquer e precisava de uma punição. Depois, eu era só o Hans. 

Sitron relinchou baixo de novo e encostou sua cabeça nele. O rapaz passou mais alguns minutos com o cavalo e por fim partiu, seguindo em direção aos seus aposentos. Mesmo que a criadagem não tivesse prosseguido com os preparativos do seu banho antes do jantar, Hans sentiu a água na banheira ferver com seu ressentimento. A última coisa que viu antes de ir para a sala de jantar foi o seu reflexo embaçado no espelho, o verde de seus olhos nublados. 

***

O jantar estava delicioso, é verdade. Fazia meses que ele não aproveitava uma refeição tão completa e sofisticada, mesmo que os camponeses dividissem alimentos em festivais sazonais e datas comemorativas. A bebida não era feita de álcool barato e os talheres eram de prata, devidamente ornados e apropriados para as mãos delicadas da realeza. Hans preferiu manter as luvas. 

Comer e ouvir Lars falando serviu de desculpa para não dizer muita coisa, principalmente o que não deveria. Quando adentrou o salão, a ceia já havia começado e ninguém se levantou para cumprimentá-lo, embora seu nome tenha sido dito e houvesse recebido acenos discretos com a cabeça. Alguns de seus irmãos não estavam lá: Søren, Asger e Frederik estavam em viagem pelo continente e Dan e Bernt aproveitavam outras propriedades da família. Não fazia diferença, Hans não sentia saudades. Apenas queria que tivessem levado Rudi e Runo junto, pois eles terminariam logo a sobremesa e davam indícios que aproveitariam a chance de importuná-lo. Tentou ignorar. Lars continuava falando de uma refeição tradicional de duzentos anos de um país distante — pois seu lado curioso de  historiador adorava detalhes — e Hans tinha a plena consciência de que seu pobre irmão na realidade tentava se reconciliar pela falta de contato. Não o convencia, pois era como se Lars tentasse conquistar a atenção de um estranho; No entanto, era fácil se mostrar entretido quando no interior sentia-se o oposto.

Helga, a esposa de seu irmão, reclamou de algo ao lado dele. Estava grávida, detestava aquele lugar e provavelmente algum alimento a tinha deixado enjoada. Hans só queria que ela tivesse reclamado mais tarde porque Rudi aproveitou a pausa para chamar a atenção com a ponta do garfo, com pedaço de bolo ainda espetado nele:

— Sabe, — Colocou o bolo na boca e não mastigou muito bem. — Pensei que estaria mais queimado de sol, irmãozinho. 

Hans anuiu, tomando um gole de vinho antes. Um vislumbre dos meses mais quentes passou por sua memória, a lembrança do suor na nuca e as mãos calejadas.

— Não se preocupe, Rudi, eu não roubei o sol só para mim. Você e Runo poderiam pegar enxadas amanhã, eu ensino como se usa. — Seu tom era prestativo e atencioso. Puro teatro. — Faria bem para o braço de vocês.

Rudi fechou a expressão. Os irmãos Westgaard eram considerados belos, entretanto os gêmeos excediam a regra e nem mesmo compensavam com simpatia. Rudi era particularmente sensível a este tópico e, por mais que Hans não sentisse orgulho de implicar com a imagem de alguém, Rudi merecia a alfinetada sobre seus braços finos.

O outro gêmeo, Runo, achou graça.

— Olhe só esse seu sorriso. — Disse ele, erguendo o queixo na direção do mais novo do outro lado da mesa. — Soberbo. Não aprendeu nada nesses últimos anos na lavoura?

Hans sentiu seu sangue correr quente. Podia terminar tudo aquilo naquele instante, mas antes que sua imaginação passasse a realidade, ouviu-se um soco na madeira. Os talheres tilintaram, em seguida veio a quietude. 

E ele sentiu o estômago se revirar.

A tortura de estar no mesmo ambiente do que todas aquelas pessoas, sangue de seu sangue, já era suficiente. Ser obrigado a encarar seu pai, sua mãe e Caleb era uma dose adicional ainda mais dolorosa

O rei Harald estava mais velho e seu cabelo mais grisalho do que Hans se lembrava. Torcia para que ele tivesse tido problemas diplomáticos complicados de lidar nesses quatr anos, pois se não podia lhe dar orgulho, queria lhe dar problemas. Quando uma carruagem e um decreto oficial o fez voltar do campo, Hans não sabia muito bem o que esperar— chegou a pensar que retornar para o palácio seria sua verdadeira sentença — e finalmente ver o rei tão sisudo e calado não lhe trazia paz, mas sim desconfiança. No entanto, ele também parecia exausto. Velho. E aquilo provocou sentimentos mistos em Hans, o principal deles sendo um questionamento:

Valeu a pena ser um rei de punhos duros e um pai pior ainda? Os anos vinham e ele iria morrer. Seu maior feito foi ter uma família problemática e súditos temerosos, tudo por uma coroa na cabeça.

Mas Hans não podia criticá-lo por isso, poderia? Ele não fez coisas melhores para ter um trono que nem mesmo era de sua família. 

Ao fim, quem falava era o primogênito, próximo ao pai na ponta da mesa: a cópia exata mais jovem do rei e com perigoso vigor. 

Silêncio. — Ele franziu a expressão, severo. — Hans aprendeu o que tinha que aprender: Não se tenta buscar destinos maiores que nosso próprio lugar. Ele já cumpriu sua pena e fez o que lhe foi ordenado, e é o que esperamos de vocês. 

Apontava para os gêmeos, usando a mesma mão que segurava uma taça. Rudi e Runo não pareciam mais satisfeitos por implicar com Hans.

— Não desconte neles, Caleb. — Gerhard interviu. Ele, assim como Carsten, era mais parecido com a rainha e seus olhos cintilavam em gélido humor. — Graças ao exemplo de Hans, perdemos boas oportunidades de matrimônio e os gêmeos devem estar traumatizados.

A voz seguinte foi uma voz feminina, madura. Uma voz que Hans ouvia pouco e que não guardava as melhores memórias: Sua mãe, com sua usual postura desinteressada e reticente. Era como se ela nem mesmo estivesse ali e só não desejasse ouvir muita bobagem enquanto terminava a sobremesa.

— Eu não espero menos do que a perfeição nos próximos bailes. — Ela levantou o belo rosto. A rainha não reagia aos desafetos dos filhos, tampouco se envolvia em seus problemas. Sua prioridade jazia em cumprir os protocolos da realeza e garantir casamentos favoráveis. — Está claro?

Rudi encarou Hans diretamente, embora se dirigisse à mãe.

— E isso seria possível agora?

No horizonte atrás das janelas, uma sequência de clarões e depois, trovoadas. As nuvens brilharam em tons púrpuras enquanto o barulho intenso indicava que o céu se partiria em pedaços. Helga exclamou de susto e Lars tentou acalmá-la, mas logo sua curiosidade se lançou ao cenário atrás de sua cadeira.

— Senhor! Os relâmpagos estão fortes hoje. Veja o mar!

Runo piscou para Hans.

— Parece até um prenúncio de mau agouro.

— Está ventando muito lá fora. — Helga murmurou, passando a mão na barriga. — Ao menos está bem quente aqui dentro. Dá pra sentir o cheiro de queimado da lareira.

A despeito dessa sequência de comentários, Hans prestava atenção no irmão mais velho e em seu pai, que trocavam um olhar confidente e temeroso. Por que? Era só uma tempestade, mas a forma que seus rostos se encontravam dizia que ambos enxergavam um segredo entre o sal do mar e os relâmpagos.

Caleb arrastou sua cadeira para trás.

— Nosso pai está um tanto indisposto para essas conversas menores. — Ele acariciou a própria barba, pensativo. Em seguida,  auxiliou o rei a se levantar também. — O escritório real tem um clima mais propício para o intelecto. Se nos dão licença…

Os dois partiram sem maiores cerimônias e ninguém prestara atenção na arrogância deles, muito menos no olhar cheio de mistério que compartilharam. Só Hans. Sempre Hans notava nuances e tons nas pessoas, rachaduras de quem elas realmente eram por dentro; mesmo que raramente fizessem isso de volta.

Foi assim que ele viu a desesperada solidão em Anna. Foi assim que ele avaliou perfeitamente as palavras sob medida para ferir Elsa e entregá-la a dor de ter matado a irmã. 

Mas é óbvio que as duas continuavam bem vivas.

Ele sabia que não era um homem extraordinário. Errou, foi impulsivo e descuidado no passado. Não era sequer só um tolo, pois Hans não era um homem bom. Mas era perceptivo e inteligente, ah, isso ele sabia muito bem que era. Podia não calcular exatamente o que iria fazer a partir de agora, mas se a sua família insistia em seguir em frente como se nada tivesse acontecido e ele não fosse ninguém, Hans faria o contrário. 

O segredo de uma rainha congelara Arendelle há quatro anos e ele imaginava que tipos de revelações o rei das Ilhas do Sul poderia guardar naquele seu coração de pedra.

Não, é claro, que o seu próprio coração de gelo fosse desprovido de outros mistérios.


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Notas finais do capítulo

Oh-ho! O que será que o Hans está escondendo. Tá meio óbvio, mas a gente sabe o que o rei tá aprontando? Hm hm, veremos. Finalizo aqui convidando vocês a ouvirem a playlist! O link tá na descrição da fic, é só chegar lá!



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