As cartas de nossa história escrita por O Par Perfeito


Capítulo 6
Carta 6: “Amor Platônico”


Notas iniciais do capítulo

Para: Pedra.
Baltimore, Maryland.
Estados Unidos.



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“Observar o seu sorriso era meu passatempo preferido, até que foi tirado de mim e tudo que sobrou é a lembrança apaga de nós dois.” - A. Ribeiro.

2012

Carta ao garoto estudioso da biblioteca,

Faz dias que permaneço aqui sentada, sempre no mesmo horário, tentando organizar os meus pensamentos e decifrar meus sentimentos. Sinto o meu coração como se fosse feito por um nó bem apertado do qual não é possível desatar. Já conversei com minha mãe e com alguns amigos, mas nenhuma palavra que disseram, por mais que tenham sido ótimas, conseguiu fazer com que esse sentimento passasse. O meu nó parecia cada vez mais apertado e então, você me surpreendeu.

Eu precisava pegar aquele livro para o projeto de literatura que a professora solicitou e eu já estava muito atrasada para realizar. Algo estranho estava acontecendo comigo, há dias eu não conseguia me concentrar em nada, mas não sabia o motivo. Nunca fui de passar muito tempo dentro dessa biblioteca e geralmente eu fazia as minhas lições de forma rápida, então eu não entendia o porquê de estar me sentindo tão travada. Aquele projeto… aquele livro… fez a ficha cair. A lampadazinha em meu cérebro finalmente de acendeu e como um passe de mágica, eu conseguia ver claramente o que acontecia.

Tinha apenas um livro na prateleira e por obra do destino, duas mãos diferentes o tocaram ao mesmo tempo. Lembro até hoje como eu me assustei e larguei o objeto antes mesmo de puxar da prateleira. Virei-me para olhar com quem eu disputava aquele último exemplar e encontrei os seus olhos esverdeados fitando os meus.

O meu coração imediatamente acelerou e tenho certeza que o meu rosto já estava corado. Pela primeira vez entendi a expressão “o mundo parou”. Você sorriu, um sorriso discreto e tímido, entregou o livro que estava em sua mão e disse que poderia usá-lo depois. Eu não consegui nem agradecer, as minhas palavras simplesmente não saíram.

Eu queria dizer que você poderia ficar com o livro;

Que eu não esqueço do seu cheiro;

Que vejo os seus olhos quando fecho os meus;

Gostaria de dizer que o mundo gira mais lentamente quando você passa.

Que meus olhos assistiram você sentar naquela cadeira, próxima à janela;

Que decorei a ordem os livros que você abre e a forma como você estuda;

E que adoro essa mania que você tem de fechar os olhos e mantê-los fechados por minutos como forma de se concentrar.

Eu gostaria de estar sentada ao seu lado, mesmo não sendo tão inteligente como você e aprender mais sobre seus pensamentos, planos e interesses.

Quero desvendar o que passa na sua mente tão aguçada todas às vezes que você morde a tampa da caneta e para que tanto você estuda?

Aqueles dois segundos de contato só me fizeram planejar em como devo me aproximar de você, mesmo que eu duvide da possibilidade de você me olhar. 

Antes de dormir ou enquanto tomo banho e até quando lavo a louça, fico imaginando mil situações para iniciar uma conversa com você, mas todas elas me parecem bobas demais.

Eu já esbarrei sem querer, já te emprestei uma caneta, pedi ajuda com a matéria e até conversamos sobre livros juvenis de aventura, mas nunca cheguei nem perto de te conhecer de verdade.

Esta carta é uma tentativa de expressar todos os sentimentos escondidos, de uma garota adolescente que está desesperada para te conhecer, que gostaria de poder te abraçar e fico imaginando como seria o seu beijo.

Agora que eu entendo que o que sinto é um sentimento que chega sorrateiro, sem anunciar. Ninguém sabe definir quando a paixão começa ou quanto tempo vai durar. Só gostaria de ter a chance de um dia, poder te contar que é você que me faz viajar e pensar coisas sem sentido, que é a causa do meu sorriso bobo e repentino, que é você que faz meu coração acelerar.

Da garota que fica a te observar.

Com amor, Rio. 

 


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Notas finais do capítulo

Com amor, Rio.



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