As cartas de nossa história escrita por O Par Perfeito


Capítulo 4
Carta 4: “Posso ligar?”


Notas iniciais do capítulo

Para: Pedra.
Baltimore, Maryland.
Estados Unidos.



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“O silêncio do outro lado da linha era a resposta, tudo havia acabado.” - A. Ribeiro. 

2011

Alô Pedra, 

Tudo bem? Espero que esteja sim, que bobagem a minha, claro que vai bem. Tenho certeza que nesse momento você deve estar em alguma biblioteca estudando para alguma prova, ou talvez não, as pessoas mudam, pode ser que esteja em uma festa fazendo novos amigos.

Queria dizer que por aqui vai tudo bem, mas duvido muito que realmente possa dizer isso, na verdade, agora estou escrevendo essa carta do meu quarto e meu coração está acelerado, porque sinto que a qualquer momento vou começar a chorar, e você sabe como odeio chorar, é tão inútil as lágrimas, elas mancham as folhas do caderno e fazem meu rosto ficar parecendo uma bolacha. 

Meu celular está meia hora em minha mão, e estou com essa ideia estúpida, que sei que vou me arrepender, mas algo aqui dentro do meu peito me pede para fazer. Os meus dedos tocam em chamada e em poucos segundos escuto sua voz. 

“Alô? Quem está falando? Hey, alguém na linha? Droga, será que meu celular estragou? Pedro, você não está fazendo nenhuma pegadinha não né?”

E então o silêncio. O silêncio era a resposta. Tudo havia acabado. 

Ouvir a sua voz tinha sido o estopim, o exato momento que percebi como seria a minha vida a partir daquele momento. Ligar anonimamente era uma ideia boba, mas queria saber como seria a sensação de ouvir sua voz e não poder falar com você, de te ter perto e saber que estava tão longe, de te querer e nunca mais poder ter. 

Você ainda nem partiu e já quero ligar para você todos os minutos, apenas para ouvir sua voz e a maneira que fica sexy quando está rouco, a forma que sua risada me causa arrepios mesmo estando quilômetros de distância e como poderia passar horas conversando que iriam parecer apenas poucos minutos, porque ao seu lado qualquer tempo é insuficiente. 

Você ainda nem partiu, mas já sinto sua falta. Todo maldito tempo, em cada segundo. 

Alô? Você ainda está aí? Gostaria de saber se durante esse tempo, em algum momento, nem que seja por um segundo você pensou em me ligar. E mesmo que seja egoísmo pensar assim, torço para que esteja sentindo um pouco da falta que sinto de você, porque não sei se aguento sentir sozinha todo esse sentimento, ele é maior do que eu e as vezes parece que vai me sufocar. 

O tempo acabou. 

Com amor, Rio. 


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Notas finais do capítulo

Com amor, Rio.



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