about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 13
Mais uma vez, você teve que me cumprimentar com um “adeus”


Notas iniciais do capítulo

A despedida que menos queríamos chegou, pelo ponto de vista que de quem mais dói, espero que gostem.



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Capítulo 13 – Mais uma vez, você teve que me cumprimentar com um “adeus”

|EDWARD|

Terminei de organizar as pastas em ordem alfabética de uma forma muito mais esperta que aperfeiçoaria o meu trabalho e também o de quem fosse mexer ali. Olhei o relógio que já marcava três da tarde. Respirei fundo controlando tudo o que fosse sentir só para quando eu não tivesse opção.

Com essa vontade eu trabalhei e fiz coisas que sempre deixava para depois. O doutor Gerard passou por onde eu estava.

—Cullen, pensei que fosse sair às quatro e meia – ele disse distraído assinando alguns prontuários.

Eu quase vomitei quando ele disse aquilo. Olhei o relógio que marcava quinze para as cinco e levantei apressado.

—Eu tenho que ir – falei para ele.

Corri sem esperar resposta nenhuma. Ninguém nem ia reparar que eu não estava lá, xinguei mentalmente meu pai que nem avisou-me quando foi embora. Era o meu marcador, como ele ia às quatro, eu ia finalizar e depois ia, que egoísta.

Cheguei no carro, apressado, coloquei o cinto e, antes de dar partida, o meu celular tocou e uma foto de Bella apareceu na tela, atendi rapidamente.

... Acredita que ela vai agradecer— escutei Alice ao fundo.

—Amor? – chamei.

Oi, vida, já está vindo?— perguntou ansiosa.

—Meu amor, desculpa, perdi o horário e estou saindo do hospital agora – avisei ligando o carro.

Não dirija e atenda o celular, Edward — ela brigou e eu ri.

—Por que ligou? – perguntei conectando o celular no Bluetooth do carro, assim era mais fácil.

Ah, Ed. Precisamos que passe em casa e traga Rosalie pelos cabelos. Alice está chutando que a esse ponto ela já se arrependeu por não ter vindo.

E EU CONCORDO— Jazz gritou de algum lugar.

—Rosalie não foi com vocês? – perguntei confuso – O que aconteceu?

Bella explicou-me o apanhado geral, como ela e Emmett discutiram depois de Rosalie ir falar com Bella e tudo o mais. Respirei fundo, bravo por ter que resolver embates de gente doida quando minha namorada estava quase saindo do país.

—Cheguei, nós vamos nos falando – avisei e ela concordou.

Desligamos e eu corri para os Hale, batendo na porta como um doido porque ela estava trancada. Bufei com a demora e comecei a usar a campainha e a porta, incessantemente, eu não tinha tempo a perder ali.

Rosalie apareceu ainda chorando, mas ficou confusa olhando para mim.

—O que?

—Preciso que entre no carro e eu explico tudo – falei.

Ela negou.

—Ed, eu...

—Rosalie – falei sem paciência – Isabella está indo para a Itália e eu preciso que você vá comigo para o aeroporto. Eu te juro que se não começar a mexer essas pernas flácidas agora mesmo eu a arrasto pelos cabelos – falei o que Alice tinha dito quando perguntei como convencê-la a ir sem perder tempo.

Rose bufou alto, calçou uma galocha, vestiu um casaco quente e enrolou um cachecol de qualquer jeito no pescoço. Foi rápido porque tudo estava ali no hall de entrada da casa dela e, depois de trancar a porta, correu para o meu carro comigo.

Cinco horas da tarde e dez minutos, meu medo não era não encontra-los no aeroporto, era tia Renée obriga-los a embarcar antes de chegarmos, porque ela conseguia ser bem desesperada em viagens de avião. Eu sabia disso por conta de nossas viagens de verão, e olha que eram anuais, a ansiedade dela nunca passava.

—Não vou sair do carro, vim só para você não se atrasar e...

—O que caralhos aconteceu com você e Emmett? – perguntei direto, já irritado com aquela ladainha.

Todos evitavam o assunto, mas eu já não aguentava mais esse mistério todo.

Não esperava que ela fosse responder, mas Rosalie deveria estar segurando aquilo por muito tempo, porque ela começou a contar tudo o que tinha acontecido, em riqueza de detalhes que faziam-me pensar por quanto tempo ela ficou remoendo tudo aquilo.

Fui completamente imparcial e, daquela forma, nossa viagem foi até que bem rápida se pensar que era Forks-Seattle.

Pouco antes de chegar ao aeroporto, decidi que seria team Rosalie quando dei a minha opinião para ela.

—Ele decidiu deliberadamente fazer tudo aquilo e, decidiu também estar longe de você antes dessa nova viagem acontecer. Sei que tem percebido isso tanto quanto eu – falei e ela assentiu – Ele não quer acabar com isso, Rose, mas você merece fechar esse ciclo. Você não pode ficar adiando o adeus. Não é justo com você. Você merece o fechamento.

Ela ficou quieta, pensativa.

Eu era louco por Emmett, mesmo. Desde pequeno eu o adorava, seguia o que ele fazia e sempre fomos melhores amigos. Eu pedia conselhos a ele e tudo o mais, como verdadeiros irmãos, mas o moleque que lidava com Rosalie era apenas isso, um moleque. E ela era tão minha irmã quanto ele, então não achei justo o deixar segurar esse poder contra ela. Rose merecia ser feliz.

Estacionei no aeroporto já eram dez para às oito da noite, como tinha visto no relógio do painel do volvo. Encontrei no meu celular, que eu tinha deixado no silencioso, quatro ligações perdidas de Bella, e meu coração comprimiu.

—Ela não faria isso – sussurrei antes de ligar.

—O que foi? – Rose perguntou preocupada.

—Tia Renée, ela não pode ter os obrigado embarcar antes de eu chegar, não é justo – falei desesperado.

A ligação caiu e comecei a desesperar-me. Saí do carro com pressa, a sacola em mãos com as coisas que eu queria que ela levasse. Liguei para Alice e ela atendeu no segundo toque.

Oi, idiota— ela atendeu sem emoção alguma.

—Ali, pelo amor de toda a sua fé religiosa, diga-me que tia Renée não os fez embarcar antes de eu chegar – falei desesperado.

Entrava no aeroporto com Rosalie em meu enlaço. Para uma coisa foi boa esse medo serviu, Rose não teve tempo de fazer cu doce para não sair do carro. Eu tinha o trancado? Fiquei pensativo, mas o suspiro de Alice me tirou de toda a preocupação que eu poderia ter.

Sinto muito, Ed— ela murmurou.

Parei. Respirei fundo e desliguei o celular. Olhei para Rose, senti as lágrimas embaçarem a minha visão.

—Eles foram – falei, simplesmente.

Rosalie parecia tão chateada quanto eu. Fiquei sem rumo, não sabia para onde ir, até reparar que o meu celular brilhava a foto de Bella, atendi o mais rápido que poderia.

—Vida, eu...

Amor— ela chamou rapidamente e escutei risadas – Estamos na Starbucks aqui perto do nosso portão de embarque, minha mãe confundiu, o voo sai quinze para às nove, não nove — ela disse rindo – Falei para sua irmã não brincar com isso— ela disse parecendo brava e escutei risadas mais intensas.

—Só avisa a ela que eu vou torcer esse pescoço gordo quando chegar aí – falei e escutei Bella rir antes de desligar.

Alice tinha criado um complexo recente sobre: o pescoço dela era muito gordo. Meu pai explicou que não existia nem como mudar o tamanho do pescoço das pessoas, mas ela estava nessa neura há uns meses.

Peguei a mão de Rosalie e comecei a nos levar para o portão deles. Chegamos à Starbucks antes de chegar no portão e eles ocupavam três mesas. Olhei para Alice com os olhos em fenda.

—Você vai passar a vida no inferno e eu vou passar a vida na cadeia, porque eu vou te matar, sua doente – falei soltando Rosalie e indo para o lado de Alice.

Ela arregalou os olhos e, pulou Jasper e Emmett para se sentar perto de minha mãe.

—Edward – meu pai repreendeu.

—Vocês escutaram a piada idiota que ela fez comigo? – briguei sentindo-me traído por eles.

—Foi só uma brincadeira, ela ia desmentir, mas você desligou – mamãe falou.

—Amor, desculpa, não vi você ligando – Bella disse e relaxei instantaneamente.

—Tudo bem – falei sentando perto dela e deixando o assassinato de Alice para depois.

—E meu pescoço não é gordo – Alice disse encostada a nossa mãe.

—Edward, por favor – Jazz reclamou – Eu tinha conseguido anular essa ideia – ele falou chateado.

—Já vi pescoços mais magros – eu disse dando de ombros.

Ela olhou-me com raiva e eu gargalhei abraçado à Isabella. Rose sentou do meu outro lado, perto do pai dela.

Tia Renée se mostrou ofendida por eu pensar tão mal dela, mas defendi-me com o mesmo argumento das férias de verão e a risada na mesa foi geral e a concordância também. Ela era muito desesperada, prova disso era ter errado o horário do voo para mais cedo.

Percebi Emmett encarando Rose, mas gostei de ver que ela nem ligou e Bella pareceu feliz em tê-la ali, então fiquei contente que eu tivesse perdido um tempinho ao desviar um pouco o caminho para busca-la.

—Já fizeram check-in e despacharam as malas? – perguntei só para a Bella que riu, concordando.

—O moço do check-in achou graça de mamãe – ela contou – Mas está tudo certo. Para o horário da minha mãe, temos até quinze para as nove para entrarmos no portão de embarque – ela disse e eu assenti.

Os relógios todos foram contra minha vontade e, antes que eu quis, marcaram oito e meia da noite. Pagamos a conta da Starbucks e fomos com eles para o portão de embarque até o máximo que pudemos.

Bella e Emmett tinham, cada um, uma mochila como bagagem de mão e tia Renée levava uma bolsa grande. Eles pegaram os passaportes e passagens e eu suspirei. Coloquei a mochila de Bella aos meus pés e segurei seus documentos para ela se despedir de todos.

Abracei tia Renée a desejando muita força. Pedi que ela cuidasse do meu coração que Bella carregava e ela prometeu que o faria, beijou meu cabelo como fazia desde que eu era pequeno e então foi abraçar Jazz. Emmett tinha prendido Rosalie em um abraço e eu quis ser uma mosca para saber o que falavam.

Eles finalmente se soltaram e Emm veio para o meu lado.

—Obrigado por convencê-la a vir – ele disse antes de abraçar-me.

—Amo você, irmão. Se cuida e cuida de Bella por mim. Sentirei sua falta, mas espero que cumpra a promessa sobre a faculdade – falei e ele assentiu rapidamente.

—Estarei aqui para irmos para New York— ele disse e eu sorri.

Tínhamos decidido que era onde todos queríamos fazer faculdade. Na cidade que nunca dorme. Não consegui falar mais muito para Emm ao perceber que faltava pouco para ter que me despedir de Bella. Emm soltou-me e foi abraçar Jazz e então, poucos minutos mais tarde, Bella parou na minha frente.

Sorri para ela sentindo todas as lágrimas voltarem aos meus olhos. Arrumei o cabelo dela dentro da touca que usava e mostrei a sacola.

—Para não se esquecer de mim – falei e ela riu, revirando os olhos.

Colocamos as coisas dentro da mochila dela e voltei a mochila ao chão para conseguirmos nos despedir da maneira correta. Pela visão periférica vi que todos nos encaravam, íamos atrasar um pouco tia Renée, mas ela que me perdoasse.

—Não achei que fosse ser ainda mais difícil do que para o que eu tinha me preparado – falei depois de olhar para ela por tempo de mais.

Ela chorou e eu beijei-a sem importar-me com quem estava nos assistindo. Ficamos chorando no beijo até que não conseguimos respirar. Limpei as lágrimas dela e a abracei forte. Fechei os olhos para não ser distraído por nada.

—Eu te amo tanto, tanto – sussurrei com a voz sofrida – Mais do que você vai conseguir entender um dia, mais do que o saudável até – falei e rimos um pouco – Eu vou morrer de saudades.

—Eu o mato se fizer isso. Quero você por completo quando eu voltar – ela disse fungando.

Nos separamos e continuamos a nos encarar.

—Eu te amo – ela sussurrou tão baixo que só entendi porque li seus lábios.

Sorri quando ela o disse, mas parece que a saudade veio como um soco forte contra meu peito, porque um soluço irrompeu por minha garganta sem eu ter certeza em como ele tinha se formado.

—Eu amo você – sussurrei novamente.

Amassei a boca dela com a minha, sem língua nem nada. Só um abraço onde todas as partes do meu corpo tocavam todas as partes do corpo dela. Apertei-a contra mim uma última vez antes de nos separar.

Peguei sua mochila, a posicionei em seu ombro. Ela respirava pesado para tentar engolir o choro. Percebi tia Renée e Emmett esperando ela, já no portão, e fui com ela até onde deu, as mãos grudadas, esperando que alguém dissesse que eu não precisava deixa-la ir. Arrumei seu cabelo de novo na touca, e beijei sua testa.

Ficamos com o olhar grudado um no outro. Acenei para os três e eles acenaram para nós até sumirem no portão de embarque. E foi quando escutei o choro atrás de mim.

Chegar em casa foi estranho porque tio Charlie entrou sozinho na residência Swan. E eu poderia ir pular a janela dela, mas minha única razão não estaria ali.

Suspirei e despedi-me dos meus pais e de Alice no corredor do segundo andar. Entrei fechando a porta e encostei a testa nela, chorando tudo o que segurei desde que ela tinha entrado no portão de embarque.

Era horrível, começava com uma saudade antecipada e depois passava para a saudade real e de nada me salvaria. Eu já não tinha salvação, sofreria mesmo que assim não quisesse.

Acendi a luz e achei que fosse desidratar ao encontrar, em cima da minha cama, o travesseiro dela, o cobertor favorito, um envelope e o que mais me surpreendeu: a cópia surrada de “O Morro dos Ventos Uivantes”, ela nunca se separava desse livro. Cheguei perto de tudo, o livro tinha um post-it escrito: eu volto por ele. Sorri por como era boba a garota dos olhos verdes.

Abri o envelope tirando algumas fotos nossas lá de dentro, só de nós dois. Desde criança até os dias atuais. Sorri pegando o pedaço de papel bem dobrado lá dentro.

Esse livro foi a representação que achei. Perfeita. Para deixar as duas coisas que mais amo para trás. O livro e a pessoa.

Sei que combinamos de não nomear essa relação a partir do momento que eu fosse embora. A ideia foi minha, mas sabe que nem sempre sou brilhante.

Provavelmente, não consegui te dizer tudo o que queria antes de ir. Mas vou resumir em uma coisa só: eu amo você, desde que me levou aos sete minutos no paraíso. Não, provavelmente antes mesmo disso.

Não queria que tivéssemos dificuldades de distância nesse relacionamento, na verdade, não queria que tivéssemos dificuldade alguma. Mas já que se apresentou, acho que vamos conseguir superar juntos, se quisermos.

Eu quero.

Não sei o que escrever. Não sei o que pedir.

Bom, Edward, terminamos nosso relacionamento para eu poder ir ficar com o meu avô e apoiar a minha mãe nisso, mas gostaria de te pedir uma coisa. A última:

Namora comigo?

Fiquei rindo como o idiota que eu era. Ela tinha poder completo sobre mim, eu faria qualquer coisa que ela quisesse, como poderia não saber disso? Respirei fundo.

Tomei um banho e troquei de roupa antes de deitar em minha cama, confortavelmente, com o travesseiro e o cobertor que deixavam o cheiro dela impregnado em minha mente e, de certa forma, a senti perto também.

Peguei o celular e tirei uma foto minha com a cabeça e a parte inferior do meu rosto cobertos pelo cobertor dela, quase como um ninja.

Enviei a foto para ela pelo aplicativo de mensagens.

    De: Livre, leve, solto

    Para: Desconhecida

Sorte sua que fiquei solteiro recentemente. Mas, já que é o caso, eu namoro.


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Notas finais do capítulo

Estou aguardando reviews!
Segunda eu volto ♥



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