about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 12
Esquece tudo e passa comigo essa madrugada tão fria


Notas iniciais do capítulo

Ia voltar só amanhã, mas finalizei a fanfic hoje e estou ansiosa para ver o que acham.

Capítulo dedicado a RoCullen que sempre comenta, muito obrigada!

Espero que gostem.



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Capítulo 12 – Esquece tudo e passa comigo essa madrugada tão fria

|ROSALIE|

A semana pós-anúncio e pré-viagem não fora nada mais que “leve”.

Os relacionamentos eram leves, os intervalos eram leves, estar com eles, sentir a falta. Tudo era natural como tinha que ser. Passei a estudar menos para tê-los mais, só por uma semana.

Por uma semana eu não fui ex-namorada de Emmett. Estávamos no início de tudo, tudo era bom e engraçado e conjugado. Passávamos os dias e noites grudados, Emmett se demitiu de seu trabalho, então vivia nos buscando ou levando para a escola, ele queria entrar, mas logo desistia ao pensar em assistir uma aula que fosse, então, muitas vezes, dormia no carro, comprava almoços gostosos para nós... Era legal.

Tê-lo de volta era bom.

Na quinta-feira Jazz e eu encontramos com Bella e Edward no corredor, íamos para a lanchonete e Bella estava emburrada.

Achei que fosse pela viagem que fariam amanhã e porque hoje seria o último dia de aula dela em Forks, mas estava enganada.

—O que foi, Bebella? – Jazz pediu e ela bufou.

—Hoje tem pizza de brócolis Jazz, a última vez que vou comer isso, talvez, e meu namorado anda que nem uma mula, não vai sobrar para mim – ela reclamou.

Bella e Jasper matavam qualquer pessoa para comer essa pizza da escola que só serviam às quintas. Os dois amavam a pizza com toda a força, por isso não me surpreendi quando Jasper ficou chocado e parou encarando Bella.

—Hoje já é quinta-feira – ele falou – POR QUE AINDA ESTAMOS AQUI? – perguntou de repente.

Jasper, simplesmente, jogou Bella em seu ombro e começou a correr para a cafeteria. Revirei os olhos pegando as mochilas dos dois. Edward me ajudou e os seguimos rindo dos dois idiotas que corriam sem se importar em bater nas pessoas.

—VAMOS CHEGAR A TEMPO, CONFIA – Jasper dizia respondendo algo e Bella gargalhava sem parar.

Eles chegaram antes que nós e, assim que passamos pelas portas da cafeteria, reparamos que boa parte dos alunos os encarava como dois idiotas que eram, mas tenho que tirar meu chapéu, eles conseguiram uns dos últimos pedaços da pizza.

—Amém. Obrigada, amém – Bella dizia quando nos sentávamo-nos à mesa de piquenique do lado de fora.

Alice apareceu com um pote de salada, ela ria.

—Vocês são muito idiotas, eu tive que desviar de vocês para ir ao banheiro fazer xixi – ela reclamou e eu gargalhei dela.

Emmett apareceu com os pedidos que tínhamos feito a ele e ele tinha ido buscar em Port Angeles.

—Como entra nessa escola com essa naturalidade? – perguntei curiosa e ele riu.

—Eles não mudam as pessoas que trabalham aqui, todos sabemos que Peter me ama, né?!

Peter era o sindico do prédio e era verdade. Ele completamente adorava Emmett, mas, por outro lado, eu não sabia se existia uma pessoa nesse mundo que não o adorava.

—Justo – sorri pegando meu cookie.

Continuamos a conversar.

Algumas pessoas que considerávamos amigos vieram se despedir de Bella: Ângela, Ben, Tyler, Lauren, Jessica, Mike, Eric. Bella era muito simpática.

O resto do dia foi um peido - por falta de melhor metáfora. Bella ficou revoltada quando a ex-crush de Edward foi falar com ela: Tanya Denali.

Eu a odiava, simplesmente, por seu sobrenome - era a irmã mais nova de Kate Denali -, mas nunca tinha tirado tempo para falar com ela.

Para ser honesta. Edward falou uma vez que a achava bonita e ela disse que Edward também o era. Foi isso que aconteceu, Bella odiava a menina desde então. Atitude psicopata da minha amiga, mas Bella era tão sensata que quando ela dava essas endoidadas ocasionais, nós perdoávamos.

Entrei na picape com Emmett quando os casais foram no volvo. Eu já não tinha sanidade para ser vela.

—Olha, eu sei que sou bonito, mas até eu queria ir no volvo. Fiquei surpreso quando pediu para eu vir te buscar – Emmett disse e eu ri.

—Não aguento mais ficar naquele monte de “amor” “linda” “príncipe” – falei revoltada e ele riu.

—Não tema, voltei de Port Angeles por você, e voltaria de onde quer que fosse...

—Emm – falei surpresa – Por que não me falou que já estava em casa? Eu...

—Tudo bem, menina, não pira, fui comprar umas coisas para minha mãe na loja dos Newton de qualquer jeito, não foi esforço algum – falou e eu sorri aliviada.

—Mesmo assim...

—Ai, não me irrita, Rosie – Emmett zoou aumentando o volume do rádio.

Fomos conversando besteiras até em casa e o ajudei a descarregar o carro percebendo que ele comprou algumas coisas para o nosso acampamento fajuto de hoje.

—Menino - falei debochada com a forma que ele vinha me chamando -, estamos no começo de outubro, não há nessa cidade pernilongos – eu zoava do aparelho anti-mosquitos que ele comprou.

—Não mesmo, agora que tenho isso – falou debochado e eu ri da cara dele.

Bella e Edward estavam na varanda. Edward veio nos ajudar a descarregar a picape já que Bella estava impossibilitada por conta do pé.

Entramos nos Swan e depois fomos para os Cullen para aproveitar nossa tarde juntos. Assistimos filme, os meninos tocaram um pouco e ficamos brincando de “qual é a música” antes de tia Esme avisar que tinha chego, então cada um foi para a sua casa e combinamos de nos encontrar do lado de fora dentro de poucos minutos.

—Está bem? – Jazz perguntou e eu assenti sorrindo.

—Sim, eu amo acampar, você sabe e-

—Sabe que não é a isso que me refiro – cortou.

Respirei fundo e dei de ombros.

—Não vai ser o primeiro “adeus” e talvez não seja o último – falei e ele assentiu devagar.

—Estou aqui. Sabe disso, certo?

Assenti de pronto e ele sorriu beijando minha cabeça. Foi para o quarto dele tomar banho e eu entrei no meu. Vesti roupas quentes e seguimos para nosso jardim conjugado.

Tia Esme estava lá com os filhos dela e Emm. Tia Renée apareceu com Bella e elas avisaram que tinham matado o fim do expediente para chegarem antes.

—E minha mãe? – perguntei.

—Ela chegou agora mesmo, querida, já deve vir – tia Esme disse e eu assenti contente.

Começamos a assar batatas e milho. Tia Renée fez a mágica dela para conseguirmos comer pipoca e logo mamãe saiu com umas salsichas. Tio Charlie chegou junto com papai e foi quase uma hora depois que tio Carlisle se sentou conosco, sem se importar em se trocar.

—Vai lavar essa calça – tia Esme avisou quando ele sentou no chão roubando a pipoca do meu pote.

—A máquina fará por nós dois – ele brincou e ela atacou um sabugo de milho no peito dele.

Rimos dos dois. Tia Esme tinha trinta e quatro anos e tio Carlisle trinta e sete. Eram muito novos, mas se davam bem e eram os que tinham mais facilidades com os filhos.

Às vezes eu me perguntava como seria ter pais novos assim. Minha mãe estava para completar cinquenta e meu pai já tinha cinquenta e quatro.

Brincamos de mímica. Três famílias, três times. Ficamos rindo porque Emmett era muito absurdo, ele era péssimo fazendo mímica, e tio Charlie era muito competitivo então ficava mais irritado que todo mundo. Eu tinha quase certeza que Emmett fazia propositalmente, mas nunca perguntei para tirar a dúvida.

—Seu bostinha! – tio Charlie reclamou quando o tempo acabou.

—A noviça rebelde, pai! Você quem colocava para assistirmos quando éramos crianças – ele zoou e eu comecei a rir muito porque a mímica não tinha nada a ver.

—Tinham dez formas de fazer certo, você fez na uma que daria errado, não é possível – tio Charlie dizia desacreditado.

Eu comecei a achar que tio Carlisle ia passar mal de tanto que ele ria de Emmett. Vi, pelo canto do olho, Emm e tio Carlisle batendo o punho e percebi que eu estava certa, Emm era ruim de forma proposital.

—Aproveitarei a deixa para me retirar – mamãe avisou.

Pedimos para ela ficar, mas ela negou afirmando que estava com muita dor nas costas, então assim, papai a acompanhou para casa. Fiquei feliz por ver os dois juntos.

—Já volto – tia Renée disse como uma garota levada e rimos dela.

Ela voltou com o choconhaque e um vinho. Tio Carlisle riu dela.

—Renée – tio Charlie desaprovou.

Não era a atitude que ele não aprovava, e sim o fato da minha mãe não aprovar que meu irmão e eu bebêssemos.

—Charlie, Rosalie e Jasper são um pouco meus também – tia Renée disse – Não seja chato, nós estamos aqui e vamos cuidar deles – ela disse e ele negou rindo.

—Eu deveria te prender – ele murmurou e ela o olhou com uma cara engraçada.

—Ugh! Agora eu preciso do vinho – Emmett disse pegando a garrafa da mãe dele.

Tia Renée passou uma xícara com choconhaque para cada um e continuamos a conversar e rir. Edward pegou um violão e Jazz começou a batucar num daqueles bancos que eles usavam para fazer música, eu gostava bastante.

Ficamos cantando ao redor da fogueira por um tempo. Lice e eu começamos a dançar e puxamos Bella para nos acompanhar, logo todos dançávamos ao redor da fogueira enquanto os meninos cantavam músicas animadas, mais folk e rock antigo que tio Charlie adorava e ele estava ensinando-me a dançar quando Emmett deu o violão para Edward.

—Posso, pai? – perguntou chegando perto de nós.

—Cuida dela, hein – tio Charlie ordenou – Vou tentar ensinar sua irmã, de novo— falou debochado indo até Bella que dançava engraçado com a mãe dela.

—Madame – Emmett disse fazendo uma reverência.

Sorri pegando a mão dele e começamos a nos movimentar ao som de Harvest Moon do Neil Young e eu sabia aquilo porque tia Renée sempre pedia para os meninos tocarem aquela. Vi Bella sentada comendo um s’mores enquanto Edward cantava para ela e Alice cantava com Edward, sentada perto de Jasper.

Emmett dançava comigo, sem realmente me olhar e sussurrava a música. Aquilo fez algo comigo, mas resolvi não fugir, só sentir um pouco, prestando atenção na letra.

—Chegue um pouco mais perto, escute o que tenho a falar. Como crianças dormindo, nós poderíamos sonhar por essa noite, mas está se levantando uma lua cheia, vamos dançar na luz, pois sabemos onde a música está sendo tocada, vamos sair e sentir a noite. Porque ainda estou apaixonado por você, quero te ver dançando novamente, porque ainda estou apaixonado por você, nessa lua cheia. Quando éramos estranhos, te assisti ao longe. Quando éramos amantes, eu te amei com todo meu coração. Mas agora está ficando tarde, e a lua está subindo no céu. Quero celebrar, vê-la brilhar em seus olhos.

Bella começou a tocar uma gaita e tio Charlie beijou tia Renée, e tia Esme e tio Carlisle pareciam presos entre eles, como sempre pareciam. Então sorri para Emm, girando em suas mãos e fui até onde Bella estava.

—Sinto fome – brinquei.

Porque eu não sentia fome, sentia a falta.

Emm sentou perto de mim e começamos a assar marshmallows para comermos s’mores. Meus tios se despediram de nós e cada casal foi para sua casa. Continuamos a cantar por um bom tempo. Eu queria bater em Alice toda vez que ela pedia alguma música de rachar o cu do palhaço por tanto romance, mas eu consegui conter meus instintos assassinos.

Depois de um tempo Edward disse que os dedos dele doíam e paramos de cantar.

—Vamos ver o nascer do sol? – Edward pediu animado e Bella aceitou de pronto.

—Estou morta de sono – Alice reclamou recostando em Jazz.

—Vamos cochilar e, mais perto do horário, vocês nos acordam? – pediu Jasper e concordamos.

Eu não queria perder um momento que fosse com Bella e Emm, então lutei contra todo o meu sono. Eu teria tempo para dormir uma vez que eles já não estivessem aqui.

—Ei, nada de safadezas na barraca conjunta – Emmett disse antes de Jasper entrar e Edward fez careta.

—Que nojo, Emmett – reclamou tampando os ouvidos.

—Só façam barulhos altos ao se aproximarem daqui – Alice ordenou e eu gargalhei enquanto Edward fingia chorar.

—Bate na minha cabeça com essa pedra – Edward pediu a Bella que riu alto abraçando-o.

Ficamos zoando Edward por um tempo, até ele ameaçar de fazer uma piada sobre a vida sexual dele com Bella e Emmett ameaçar cortar o pênis dele fora, então, mais que rápido, mudei de assunto.

Não tivemos tempo para conversarmos completamente sozinhas. Só Bella, Alice e eu, mas pela forma que eles se tocavam e estavam se tratando, Lice e eu não tínhamos dúvidas que eles tinham feito e, apesar de ser sem detalhes, Bella assumiu que sim, tinham feito.

—O que podemos fazer até que o sol nasça? – perguntei animada.

Eles ficaram quietos comigo, Bella abriu a boca, mas Edward foi mais rápido.

—Guerra d’água – ele disse rapidamente.

—Não temos mangueira nem bexigas, bocó – Emmett rebateu rapidamente.

Como se o problema fosse aquele e não o frio absurdo que fazia na cidade em que morávamos.

Edward olhou para o rio de forma sugestiva e Emmett sorriu diabolicamente para o meu lado.

—Mas você nem pense— tarde de mais, eu estava nas costas de Emmett antes que terminasse o pensamento.

—Celular, carteira...

—Rose nem anda com eles – Edward riu pegando Bella no colo.

—Emmett, NÃO – repeti.

—Amor, o meu pé-

Não escutei o que Bella disse porque Emm jogou o celular na grama e correu para o rio com uma rapidez ridícula, nos jogando naquela água morna no momento seguinte.

Era uma coisa pouco comum, mas a água normalmente ficava mais gelada só por cima, mas quando entrávamos ela costumava ser mais quentinha. Claro que não era uma jacuzzi, mas não era um gelo também.

Fui para a superfície e chutei Emmett, socando seu ombro simultaneamente.

—Que ideia de merda – falei irritada.

—Ei, a ideia foi do Edward.

Olhamos para fora do rio e Bella e Edward estavam rindo de nós dois.

—Eu vou matar você – falei séria pulando nele e o afogando.

Óbvio que usei toda a minha força e Emmett só afundou por conta do susto. Logo ele voltou à superfície comigo em seu ombro e voltou a jogar-me na água.

—Para, doente – reclamei e ele riu.

—Quer sair já, meu anjo? – falou sarcasticamente e eu joguei uma onda de água em seu rosto.

—Não, não preciso dos meus dedos do pé, vamos ficar aqui até eles caírem, depois brincamos de encontra-los – falei enquanto nadava para a beira.

Saí de lá e caminhei tremendo dos pés a cabeça até próximo a fogueira. Senti Emmett atrás de mim, mas não olhei para ele.

—E a-agor-a, id-iota? – perguntei à Edward com os dentes batendo.

—Eu sou idiota? Vocês quem pularam no rio esse horário – falou dando de ombros.

Fechei os olhos em fenda e Bella bateu em Edward o mandando ir pegar toalhas para nós. Ele entrou correndo e voltou para nós com duas toalhas e a chave do volvo.

—Podem se trocar em meu carro, nada de sexo no banco do motorista – ele disse brincalhão.

Corei e soquei a toalha nele que riu ainda mais.

—Tenho roupas no porta-malas, fiquem a vontade – Edward disse.

—E por que tem roupa no seu porta-malas? – Emm perguntou confuso.

—Ah, meu querido, de todas as pessoas você é a que menos irá querer saber isso – Ed disse debochado ainda.

Bella o encarou com o rosto torcido em choque e ele riu ainda mais. Emmett revirou os olhos e tirou o moletom e camiseta secando o tronco que, com certeza, estava muito mais malhado do que a última vez que eu lembrava.

—Vamos lá, branquela, senão eu vou matar o Cullen – Emm disse destravando o carro.

Fomos para o porta-malas e pegamos moletons quentes e um cobertor para cada. Edward e Bella conversavam próximo a fogueira, dividindo um cobertor.

Entrei no banco traseiro e empurrei Emmett quando ele tentou fazer o mesmo.

—No banco da frente, idiota – falei fechando a porta.

Ele bufou quando sentou no carona.

—A bonita fica confortáv-

—Eu não joguei ninguém no rio – cortei rapidamente.

Ele ligou o aquecedor e tirou a calça sem cerimônia nenhuma, fiquei chocada com sua falta de senso, piorou quando ele começou a tirar a cueca.

—EMMETT.

—Nada que já não tenha visto – ele murmurou sem se abalar.

Fui para o banco atrás do dele e o chutei com força.

—Ai, Rose.

—Você é muito sem noção – briguei.

—Temos que nos secar e aquecer, de nada adianta ficar com as roupas molhadas – ele disse sério.

Bufei ignorando-o e tirei as minhas roupas encharcadas.

Edward com certeza estava transando, caso contrário nunca que nos deixaria entrar no volvo pingando água como estávamos, mesmo que os bancos fossem de couro.

Coloquei a camiseta de Edward rapidamente depois de secar meu tronco. Eu estava sem sutiã, e não queria correr o risco de Emmett me ver assim novamente. A primeira vez tinha sido o suficiente

—Está brava comigo? – perguntou depois que ficou um tempo calado.

Eu levei um susto porque estava torcendo minha calcinha no chão com a toalha protegendo minha cintura.

—Estava brava quando começou a correr para o rio – murmurei deixando claro que brava era uma intensidade fraca.

—Desculpa – ele disse.

Suspirei pesado. Eu poderia estar viajando, mas senti que era um pedido muito amplo aquele. Eram muitas situações pelas quais ele se desculpava.

—Tínhamos combinado esquecer, você não tira a roupa na frente de Alice – falei simplesmente, fingindo que era isso que me incomodava.

Ele suspirou. Vesti a minha calcinha e a calça de moletom de Edward, tive que a amarrar firme. Ficou grande em mim, de qualquer jeito.

Emmett olhou para trás quando eu já secava o cabelo e pulou ali de moletom e jaqueta. Pegou minha mão com carinho e eu soltei a toalha junto com as roupas molhadas.

—Eu estou indo embora – ele disse e eu ri em escárnio.

—De novo – murmurei e ele franziu o cenho – Você está indo embora, de novo— expliquei.

Ele assentiu devagar.

—Prometi que não ia falar sobre isso, mas já quebrei promessas antes, então que se dane... Eu não queria ter levado a Kate no baile, daria tudo para ter sido você. Ela levou-me para o estacionamento um momento para transarmos e eu broxei na hora porque tudo o que eu pensava era em você – ele disse e eu bufei soltando minhas mãos da dele – Só queria que você soubesse.

—Acha que sobrou marshmallows? – perguntei.

Eu suprimi todos os sentimentos e mágoas e tudo desde que combinamos que assim faríamos. Não os tiraria de lá agora que perderia ele novamente. Eu não era esperta, mas também não era assim tão burra.

—Com Bella ali... – ele deu de ombros.

Olhei para seu rosto lindo que agora encarava a irmã dele com Edward. Os dois ficavam tão bonitos juntos, seria tão estranho vê-los separados. Tão estranho quanto eu pensaria ver Emm e eu separados, na época em que estávamos juntos.

Encostei minha boca na mandíbula dele, tinha mirado na bochecha, mas servia. Fiquei lá por um tempinho antes de me separar. Ele me olhou surpreso. Não creio que tínhamos nos tocado muito desde que ele voltara. Sorri de canto para ele e abaixei pegando minhas roupas molhadas. Saí do carro de Edward só com as meias dele, depois eu jogaria fora. Fui até eles e coloquei a roupa no canto.

—Melhor colocar em uma secadora – Emm disse quando se juntou a nós.

Ele pegou minhas roupas com as dele e foi até para a casa dos Swan. Voltou depois de um tempo com mais choconhaque e eu ri.

Picamos uns marshmallows dentro e tomamos enquanto ríamos e lembrávamos histórias idiotas. Jasper apareceu um tempo depois dizendo que Alice tinha dormido, mas ele não conseguiu. Edward contou da nossa aventura no rio.

Perto das cinco, acordamos Alice.

Ficamos os seis em silêncio quando os raios de sol apareceram. Era lindo de mais. Edward colocou um temporizador no celular e tiramos uma foto de nós seis em nosso último acampamento do ano.

—O Halloween será uma bosta – Alice anunciou e eu gargalhei.

—Ei, o criativo aqui sou eu – Edward disse e rimos da cara dele.

Eram os Swan, e todos sabíamos. Eles sempre usaram as fantasias mais criativas. Tia Renée e tio Charlie as confeccionavam quando eles eram crianças e, quando cresceram, Bella e Emm começaram a fazer o mesmo.

Normalmente usávamos fantasia combinando num conjunto. Ano passado eu fui a sininho, Alice a Wendy e Jazz o Peter Pan, Bella e Edward, com uma animação extrema, se vestiram de meninos perdidos e sempre era assim. Esse combozão de fantasias criativas.

—Eu já tinha pensado em tudo – Emm murmurou.

—O que? – Alice perguntou curiosa.

Desde que se interessou por moda, Alice era a responsável por costurar nossas fantasias.

—Bom, a Bella me ajudou a achar personagem para todo mundo, não tomarei a ideia só para mim, mas tinha pensado: Ali seria Rose, Jazz seria o Jack, eu e Rose os violinistas, Edward o Titanic e Bella o iceberg – Emm disse e começamos a rir sem parar.

—Sua mente funciona de uma forma diferente – Jazz comentou.

—Me processa, querido – Emm disse numa entonação engraçada.

Ficamos conversando sobre aquilo um tempo. Bella e Emm nos encorajaram a seguirmos o plano, mas eu seria o iceberg e cancelávamos os violinistas que nem eram muito importantes.

Por fim, Jazz e Ed apagaram a fogueira e fomos dormir porque o dia hoje seria mais longo do que o costume.

.

—EU TINHA CÓRNEAS – acordei com Bella dizendo isso.

Comecei a rir sem nem abrir os olhos e escutei que não era a única. Dormi entre Bella e Emm e acordei amassando Emmett no canto da barraca.

—Por Deus, para alguém menor que eu, você comanda minha vida muito facilmente – ele reclamou percebendo no pequeno espaço em que dormiu.

—Sou espaçosa – murmurei e ele riu.

Percebi tia Esme na porta da barraca, foi ela quem acordou Bella. Saímos da barraca e fomos almoçar na minha casa, como tia Esme tinha nos instruído antes de sair.

—Que sonho, tia – Bella comemorou ao ver minha mãe tirando as panquecas de queijo do forno.

—Fiz para você mesmo – ela sorriu beijando a cabeça de Bella – Agora, todos indo lavar as mãos.

Seguimos e depois tivemos um almoço gostoso. Mamãe fez as panquecas para Bella e estrogonofe de frango para Emmett.

Tínhamos faltado à aula hoje e nossas mães não tinham aberto a empresa, mas os patriarcas das famílias todos tinham ido trabalhar. Alice e Jasper tiraram folga, mas Edward tinha faltado esses dias, então quando deu 12h ele saiu da barraca e estava trabalhando para conseguir sair às 16h30.

—Edward vai direto do trabalho para o aeroporto – Bella explicou.

Como eles iriam embarcar em Seattle, tinham que sair de casa umas 16h para não se atrasarem e não terem nenhum imprevisto. Como o voo era doméstico – dentro do país – por conta da conexão em New York, eles poderiam chegar uma hora antes da partida, mas tia Renée era desesperada e queria chegar, ao menos, duas horas antes.

—É uma boa, assim não temos que espera-lo – tia Esme disse e concordaram.

Todos iam leva-los ao aeroporto, mas desde ontem eu estava achando que seria demais para mim. Eu tinha prometido a mim mesma que já não poderia chorar pelo mesmo motivo de novo e de novo, então tomei uma decisão quando terminei de lavar a louça do almoço.

O pessoal já tinha dissipado cada um para a sua casa, já eram duas da tarde, então deveriam estar finalizando as coisas para irem embora. Tomei um banho e coloquei roupa de ficar em casa, pela janela do quarto vi Emmett fechando uma mala e a colocando no chão. Fechei a cortina rapidamente, coloquei os óculos de leitura no rosto e segui para a residência Swan.

Tia Renée estava na cozinha. Ela tinha feito umas comidas para deixar congelada para tio Charlie enquanto ele não fosse. Claro que ele sempre poderia jantar na minha casa ou na dos Cullen, mas acho que isso dava uma forma dela cuidar dele um pouco.

—Oi tia – sorri aparecendo ali.

—Oi, meu amor – ela sorriu.

Reparei que ela tinha chorado há pouco tempo, mas não comentei nada. Perguntei de Bella e ela avisou que ela, Jazz e Alice estavam no quarto dela finalizando tudo e que Emmett tinha ido tomar banho. Avisei que ia subir e corri as escadas.

Fui direto para o quarto de Emmett, a porta estava encostada e, ao entrar, escutei o barulho do chuveiro. Entrei ali vendo algumas fotos na cama dele. Muitas minhas, algumas com ele, algumas sozinha, tinha foto dele com todo mundo. Sorri pegando uma que eu gostava de nós dois, fazia muito tempo que eu não via aquela.

Ele estava arrotando e eu estava rindo alto com uma cara de nojo. Dobrei e coloquei no meu bolso olhando as outras que tinham ali. Escutei o chuveiro desligar e apressei-me para o quarto de Bella.

Ela estava sentada na cama, o quarto vazio. Jazz colocou uma mala ao lado de outra grande e todos olharam quando cheguei.

—E ai, pessoal? – falei fingindo uma animação que não sentia.

—Nada de mais, vou só tomar banho e arrumar-me para sair – Bella contou.

Percebi Alice e Jasper já prontos para irem. Sorri para os dois. Alice encarava-me como se soubesse o porquê eu estava ali, por isso não devolveu o sorriso que lhe lancei.

—Posso falar com você? É rapidinho – falei e Bella assentiu confusa.

Olhei para Alice e Jasper, sugestivamente. Jasper pegou as malas e foi arrastando para fora do quarto, prometeu voltar para ajudar Bella a descer as escadas. Alice disse que voltava em dez minutos para auxiliá-la no banho e Bella continuou a encarar-me enquanto agradecia aos dois.

—Bella – falei tomando coragem.

—Rose – ela repetiu sem emoção.

—Eu não vou levar vocês para o aeroporto – falei de uma vez, ela me olhou por um tempo e eu fiquei nervosa ao ver a decepção – Eu tenho muitas coisas para ler e...

—É O QUE? COM-

—Bella, abaixa a voz – pedi séria, não queria lidar com Emmett.

Eu era mais velha que Bella e Alice e, inconscientemente, sempre agimos da maneira que era. Por isso Bella obedeceu-me, como uma irmã mais nova faria, e cruzou os braços no peito esperando explicações.

—Você sabe que eu estou estudando bastante – falei dando de ombros.

—Aceito que não vá me levar ao aeroporto, mas acho que mereço, pelo menos, a verdade. É o mínimo – ela disse séria.

Fiquei encarando Bella e percebi a falta que ela faria. Respirei fundo e sentei de frente a ela, já que até o momento eu estava parada de pé perto da porta.

—A primeira vez que ele foi, eu não tive chance de um adeus próprio. Ele deu tchau para mim na frente de todo mundo, sem carinho nenhum... Eu não sou idiota, Bella. Ele decidiu que não queria se despedir da primeira vez, que era o que ele precisava para ficar bem. E agora eu acho o mesmo, não preciso disso. Não quero – falei séria.

Ela ficou encarando-me por um tempo e assentiu devagar.

—Tudo bem.

Não queria que parecesse que minha mágoa contra Emmett era mais forte que minha amizade com Isabella, então a abracei explicando o porquê da minha decisão ter sido mais simples.

—Vou vê-la logo. Eu sei que sim – sorri apertando mais o abraço.

—Também sei, Rose – ela concordou – Está tudo bem, quero que faça o que precisar para ficar bem e em paz.

—Mesmo? – perguntei querendo ter certeza que ela não iria embora com raiva de mim.

—Sim, eu entendo o quão complexo seria para você dar adeus à Emmett – ela disse docemente.

Ela só queria sinceridade, então suspirei assentindo.

—Acho que é mais do que as pessoas podem sequer compreender – falei sincera.

Ela abriu a boca, mas a voz que saiu veio das minhas costas.

—E por quê? – Emmett perguntou.


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