about love and stuff. escrita por unalternagi


Capítulo 14
O gosto que fica


Notas iniciais do capítulo

Olá, como prometido, volto com um novo capítulo hoje.
Espero que gostem



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Capítulo 14 – O gosto que fica

PDV BELLA

Emmett estava roncando ao meu lado e eu despertei, quase chorando, ao ser acordada por ele de novo. Suspirei olhando para o relógio do avião que marcava quatro horas da manhã.

De Seattle para Nova Iorque eram cinco horas de viagem, com o fuso horário, nosso horário previsto de chegada era dez para as seis da manhã - já com o fuso horário considerado -, então eu ainda tinha um tempo dentro daquele avião com o trator que eu chamava de irmão.

Levantei e fui ao banheiro. Fiz xixi e fiquei olhando meu rosto que estava inchado numa mistura ridícula de sono e choro, mas não me importei ao todo. Peguei meu celular quando voltei à poltrona do avião e conectei o wi-fi do avião nele.

Minha mãe tinha achado um aplicativo de mensagens que funcionava através de internet, não com os dados da operadora, ou seja, Edward e eu o baixamos o quanto antes e eu sabia que era questão de tempo antes de Emm, Ali, Rose e Jazz também aderirem também, mas por enquanto, Edward era meu único contato ali.

Sorri para a foto e a mensagem que ele tinha me mandado.

Por que eu já estava com saudade dele? Não sei, mas já estava.

Mandei um áudio de Emmett roncando ao meu lado para ele.

Bella: Aceitaria mesmo sabendo que, pode ser de família, eu roncar assim?

Reparei que não fazia muito tempo que ele tinha mandado a mensagem, e logo as setas ficaram azuis e o áudio também, avisando que ele tinha lido e escutado as mensagens.

Edward: O Emmett é desesperador.

Edward: Você não ronca (ainda bem), mas sim, mesmo se roncasse eu aceitaria.

Sorri comigo mesma.

Bella: Boa resposta, Cullen.

Ficamos sem responder nada e eu suspirei. Era estranho.

Bella: Vá dormir, eu também vou tentar. Aviso quando chegar e sair de New York, mas não quero que fique esperando. Vai descansar. Eu amo você

A resposta não demorou a chegar.

Edward: Estarei esperando. Se cuida. Eu te amo.

Suspirei e cutuquei Emmett com vontade.

—Está parecendo que tem um porco entalado na sua garganta – reclamei quando ele se mexeu.

Ele soltou uma risadinha, mas se virou e voltou a dormir. Não roncou de novo, então aproveitei e tirei mais um cochilo antes que chegássemos à Nova Iorque.

.

A saída de Nova Iorque para Milão estava atrasada, eu conversava com Edward que ainda não tinha dormido, ele disse que estava adiantando algumas coisas da escola, mas eu meio sabia que o garoto era paranoico com preocupação.

—Gente, esse é o Tom— Emmett falou chegando com o tal amigo.

Mamãe o cumprimentou se lembrando dele instantaneamente, eu não fazia ideia de quem era. Emm disse que Tom morava na mesma rua que nossos avós e, quando éramos pequenos, brincávamos juntos, mas Emmett não me deu o nome da irmã de Tom e eu, sinceramente, não lembrava muito das visitas para a Itália, eu tinha uns nove anos a última vez em que estive lá.

Tom e Emmett tinham se encontrado na Itália nos primeiros meses que Emmett ficou lá, Tom estava visitando os pais, mas ele estudava em Nova Iorque. Agora, tinha se formado e voltava para a Itália e, como morava na frente dos meus avós, Emm o convidou para viajar conosco, foi por essa razão que mamãe quis fazer escala em Nova Iorque.

—... Minha irmã, Isabella – falou Emmett e Tom sorriu.

Levantei sorrindo de volta e abracei-o como quem se lembra da cara que, na verdade, eu não lembrava.

—Como vai? – perguntei educadamente.

—Não se lembra dele, né? – perguntou Emm debochado.

Fiquei vermelha na hora e olhei com ódio para Emmett.

—Desculpa, Tom...

—Não, que isso. Não tem problema algum – ele riu – Você deve se lembrar melhor da minha irmã, Lisa – falou e eu assenti.

Lembrava. Ela era muito legal, era uma menina italiana que falava muito bem inglês, um dos pais deles eram americanos, não lembro se a mãe ou o pai, então os criaram falando inglês e italiano. Mamãe meio que fez isso com Emmett e eu, Emm aprimorou o italiano dele por causa da viagem. Eu, bom, eu tinha um sotaque pesado, mas eu entendia perfeitamente.

—Lisa Hawking. Sim – sorri contente.

O voo previsto para as sete da manhã saiu sete e quarenta. Avisei Edward quando entrei no avião, daí eram sete horas de viagem até Milão. Edward não respondeu e eu agradeci pensando que ele deveria ter dormido, já que eram umas quatro da manhã em casa.

Dormi assim que o avião decolou. Emmett e mamãe ficaram conversando com Tom.

Quando minha mãe me acordou, o céu já estava escuro e franzi o cenho, confusa. Emmett ficou rindo de mim um tempo, até minha mãe explicar o fuso horário para mim. Estávamos nove horas à frente de Forks e eu suspirei pensando no que isso viraria, mas resolvi deixar para me preocupar depois.

—Que horas são? – perguntei com fome.

—Oito da noite no fuso da Itália, meu bem – mamãe falou e eu assenti.

Demorei mais que o necessário para saber que era onze da manhã em casa. O jantar começou a passar e agradeci aos céus. Comi a massa de abóbora e senti que estava pronta para passar a noite toda acordada, o que era péssimo, mas logo meu organismo se acostumava.

Comecei a conversar com Emm e Tom. Perguntei como Emmett estava vivo e ele deu de ombros dizendo que era mais esperto que eu e esperaria o horário correto de dormir para não se perder no fuso horário.

Escolhi ignorar a provocação de Emmett em respeito a minha mãe e também porque não conhecia Tom, ainda estava tímida com ele.

Peguei meu celular um pouco antes de anunciarem o pouso.

Edward: Amor? Dormiu?

Edward: Que bom, você precisava descansar,

Edward: Vou dormir também, você me avisa quando chegar, de qualquer jeito? Por favor.

Todas as mensagens foram mandadas as seis e pouco da manhã em Forks. Eu ri do exagerado. Quando comecei a digitar, reparei que apareceu online embaixo da foto dele.

Bella: Está aí?

Será que era possível?

Ed: Aqui.

Achei graça dessa preocupação descabida dele, mas ao mesmo tempo, senti-me amada, então não demorei para responder a ele.

Bella: O amigo de Emm é bem simpático. Minha mãe me acordou para que eu pudesse jantar. Estou nove horas a frente de você.

Enviei com um emoticon com o rosto triste.

Um momento mais tarde, recebi um print da tela do celular dele. O papel de parede era uma foto minha, falando com alguém com uma cara de sofrimento, achei graça da foto e então reparei no horário, que era o da Itália.

Ed: Vou viver no seu horário

Eu ri.

Bella: Adorei a escolha da foto, tonto.

Bella: Vamos aterrissar, terei que desligar a internet logo. Só responde: prefere que eu avise quando eu chegar a Pizzighettone só, ou você vai ficar preocupado e eu deveria mandar mensagem assim que conseguir conectar a internet do aeroporto?

Emmett começou a contar uma história boba do verão que passou com Tom há dois anos e eu ria do idiota do meu irmão. Senti meu celular vibrar e olhei para a mensagem de Edward.

Ed: Preocupado, com certeza, manda mensagem assim que conseguir conectar a internet do aeroporto. Sem dúvidas. Estou até chateado que teve que perguntar, não sou desesperado o bastante?

Gargalhei e enviei muitas risadas para ele saber que eu estava rindo de verdade.

Bella: Eu quem fui inocente por ter que perguntar. Falo com você logo.

Desembarcamos. Emmett e Tom eram muito divertidos juntos, eles ficaram encarregados das malas enquanto eu e minha mãe fomos resolver as coisas sobre o carro alugado. Claro, minha mãe poderia ir sozinha, mas ela era muito distraída, então eu preferi ir com ela.

Meu pai deixou tudo muito fácil, então logo entrávamos no carro e paramos perto da saída da asa em que desembarcamos. Tom e Emm deveriam estar perto. Aproveitei o bom sinal de internet que o aeroporto disponibilizava e resolvi ligar para Edward pelo aplicativo.

—É seu pai? – mamãe perguntou e eu sorri negando.

Alô?— ele atendeu desconfiado.

—Amor! – falei aliviada só de ouvir sua voz – Desembarcamos, tudo bem, já até pegamos o carro que meu pai alugou, agora esperamos Tom e Emm trazerem as malas e vamos dirigir uma hora para Pizzighettone— falei.

Que canseira, hein, vida?— falou e eu sorri.

—Você não viu nada, fui burra o bastante para dormir a viagem toda até aqui – bufei.

Você não é burra, Isabella — ele disse e eu ri.

—Emmett chegou – eu avisei. Vendo Emmett e Tom ajeitarem as bagagens no porta-malas.

—Pede a ele para avisar seu pai que ligo assim que chegarmos na casa dos seus avós - mamãe pediu.

Escutei sua mãe, fala que estou indo avisá-lo agora mesmo.

—Ele está indo – falei um pouco longe do telefone – Edward, você dormiu? – perguntei.

Pior que dormi, acho que o mesmo tanto que você.

Ouvi ele batendo em uma porta.

—Já estava a caminho da minha casa? – perguntei e ele riu um pouco.

Eu e o sargento Swan combinamos que quem tivesse notícias primeiro, avisaria o outro...

É ela? — escutei meu pai perguntar.

Amor, alguém aqui quer falar com você— Edward avisou antes de eu escutar uma respiração pesada.

Filha?

—Oi pai, chegamos bem – avisei – Emmett encontrou o amigo dele, tudo como o combinado. A mamãe conseguiu pegar o carro, estaremos a caminho de Pizzighettone dentro de poucos minutos.

Excelente, filha. Peça a sua mãe para me ligar assim que pisar na casa dos seus avós, está bem?— ele pediu e eu ri.

—Sim, sargento – brinquei.

Tio, é o peixe do Harry? — Edward perguntou de algum lugar.

Vantagens das pessoas acharem que você queimará a casa se tentar cozinhar sozinho— escutei meu pai dizer para ele - Filha, deixarei você falar com Edward, quem sabe assim você o distrai para ele não se convidar para almoçar aqui— meu pai disse rindo.

Eu vou almoçar aqui— escutei Edward avisar e eu ri.

—Te amo, sargento. Conversamos logo.

—Tudo pronto pessoal – Emmett avisou entrando no banco traseiro com Tom.

Amo você, pequena — meu pai disse antes do meu namorado recuperar o celular.

Amor?

—Oi vida, tenho que desligar. Te ligo quando chegar na minha avó.

Combinado. Se cuida. Amo você.

—Amo você, meu amor – falei e finalizei a ligação.

Mamãe encarou-me pelo tempo todo em que fiquei com o telefone na orelha e eu resumi a conversa para ela que riu quando soube que Harry levou comida para papai.

—Seu pai vai chegar aqui com doze quilos a mais, aposto que Esme não o deixará descongelar nada do que eu preparei – ela disse bufando, mas no fundo eu sabia que ela sentia gratidão pelo zelo extremo da minha sogra.

—Ela vai sim, e o sargento é um chato – Emm disse e eu sorri concordando.

Fomos conversando amenidades até que, finalmente, às dez horas da noite, no fuso horário italiano, chegamos à casa bonita de minha avó que me remetia a infância de um modo bom.

Para mim, Pizzighettone era uma Forks ensolarada, simples assim. O cheiro era típico.

Deixamos Tom na porta da casa dos pais dele e ele nos agradeceu imensamente, então estacionamos na parada final. Apesar de todas as circunstâncias, percebi que era muito bom estar de volta.

Descemos do carro e mamãe nos mandou entrar logo, depois cuidávamos da bagagem. Emmett entrou sem bater, muito mais confortável que eu por ter estado aqui há pouco tempo.

—Ô de casa! Viajei duzentas horas para chegar e não vem uma alma me recepcionar? É assim que fazemos agora, senhora Claire? – Emmett gritava entrando na casa.

Eu ri e minha mãe revirou os olhos, acompanhando-me na risada.

—Tudo o que você tem de reservada esse menino tem de espalhafatoso, desde crianças, lembra? – ela sussurrou e eu assenti rindo.

Minha avó apareceu da cozinha e meus primos da sala. Tio Eleazar também saiu da cozinha e assim todos foram saindo de cada canto.

—Finalmente, estava quase indo para os Estados Unidos buscar vocês – vovó brincou e eu ri.

Começamos os cumprimentos.

A família da minha mãe e do meu pai eram meio que uma só, então ali estava toda minha família de sangue.

Mamãe e tio Eleazar tinham uma irmã mais velha, tia Charlotte que se casou com tio Peter, professor de inglês que morava na Inglaterra. Então era assim, um monte de etnia misturada naquela sala. Minha avó, também inglesa, Claire, se casou com vovô, italiano, Lorenzo e, desde pequenos, meus tios souberam que o amor poderia não estar em seu país só porque, assim, pareceria mais fácil.

Tia Charlotte e tio Peter tinham tido quatro filhos: o mais velho era Demetri, ele já tinha vinte e três anos, morava em Milão e eu não o vi aquele dia. Logo depois tinha Jane e Caius, os gêmeos, com vinte e um anos, eles estavam na sala com o resto do pessoal, por último tinha Alec, o mais novo de todos os netos dos meus avós com dezesseis anos, também estava ali e estava mais alto que eu – não que fosse algo difícil.

Tia Carmen e tio Eleazar tinham três filhos. Tinham Benjamin que era uns meses apenas mais velho que Emmett, depois tiveram Chelsea que estava com dezenove, por último, Maggie era apenas alguns meses mais velha que Caius, o que a tornava, apenas alguns meses mais nova que eu. Apenas meus pais resolveram não ter mais filhos porque papai dizia que com dois, eles não ficariam excedidos em números.

Não tínhamos problemas entre nós, os primos, e era bom aquilo. Eu gostava que tivéssemos idades parecidas, isso nos tornava próximos.

—Não se esqueça de papai – eu disse e minha mãe concordou.

Depois dos devidos cumprimentos, e de minha mãe ligar para o meu pai – que falou com tia Carmen por um tempinho - soubemos que vovô já estava dormindo no segundo andar da casa de vovó e foi onde nos contaram tudo o que sabiam até o momento. Na terça-feira ele teria retorno no médico e teríamos mais informações sobre o quadro todo.

—Vamos descansar, amanhã teremos um bom dia por aqui e colocaremos todos os assuntos em dia – vovó disse e todos concordamos.

Ela estava muito feliz com todos aqui, aquilo era óbvio e eu sabia que tudo melhoraria quando vovô acordasse e Demetri chegasse.

Minha família toda vivia entre essas duas línguas: inglês e italiano. Meus tios e primos moravam na Itália, minha mãe foi a única que saiu do país com o meu pai, então eu e Emm éramos os mais burrinhos referente ao idioma.

Tia Carmen e tio Eleazar, foram com os filhos deles para o apartamento que eles tinham no centro de Pizzighettone. Tia Charlotte e tio Peter tinham alugado uma casa perto da de vovó, e minha mãe, Emm e eu ficamos na casa dela, cada um em um quarto. Eu no de tio Eleazar, Emm no de tia Charlotte e mamãe no dela de solteira.

Eu não sentia sono algum, mas tomei um banho que me relaxou de forma boa, então peguei o celular que já marcava quase uma da manhã. Contas depois, entendi que já eram quatro da tarde em Forks, arrumei meu celular para sempre me mostrar o horário de Forks, junto com o de Pizzighettone, e liguei para Edward pelo aplicativo.

Tocou algumas vezes antes dele me atender.

Oi, minha vida— falou feliz.

—Amor – sorri deitando na cama – Cheguei aqui faz tempo, mas entre cumprimentos e conversas, só agora vim deitar e consegui um tempo para ligar para você, desculpa...

Bella, nem precisa falar nada né, por favor. Seu pai me avisou de qualquer jeito e eu imaginei que você deveria estar ocupada com tantos reencontros— ele disse docemente.

É A BELLA? VOCÊ DISSE QUE IA ME CHAMAR— Alice gritou ao fundo.

Calma, garota, ela acabou de ligar.

É ela? – Jazz perguntou.

Você é famosa de mais  - Edward reclamou e eu gargalhei.

—Ponha no viva-voz – sugeri e ele obedeceu.

Contei a eles sobre todos e o que eu tinha descoberto até agora. Falei sobre Tom e tudo o mais. Rosalie foi falar conosco também e fiquei naquela um tempo. Até pensei em chamar Emmett, mas ele deveria estar desfalecido àquela hora.

Depois de um bom tempo de conversas, Edward mandou todos irem embora para eu poder ir dormir.

—Quero continuar a falar com vocês – falei magoada.

Também queria que pudéssemos ficar, Bells, mas está tarde aí, amor. Você deve começar a se acostumar com o fuso, logo vai para a escola  - Edward disse e eu suspirei, sabendo que estava certo.

Despedi-me de todos, e então escutei Edward saindo de perto deles.

Nos falamos logo, sim? Eu te amo — ele falou e eu sorri.

—Amo você, mandão – falei brincalhona – Espero que nos falemos o quanto antes. Descansa também, sim?

Ele concordou e a ligação foi finalizada.

Depois dos dias em que o tive no meu quarto, dormindo comigo, era estranho estar sozinha. Eu estranhei tudo na verdade. O calor, a cama de solteiro, o fuso horário, a falta dele.

Então meu resumo da primeira noite foi: insônia, desconforto, sonhos estranhos.

Mas não ia reclamar. Levantei quando o relógio marcou dez da manhã e escutei vozes na casa. Fui para o banheiro que ficava no corredor, o quarto dos meus avós era a única suíte da casa. Escovei os dentes, prendi o cabelo em um coque frouxo e coloquei um vestido soltinho para passar o dia.

A casa já estava cheia e eu sorri dando um “bom dia” geral, sentei na mesa perto de Jane e conversava com todos na conversa única em que a mesa se mantinha. Emmett ainda não tinha descido, nem meus avós. Pelas conversas, Demetri estava chegando.

—E o namorado? – tia Charlotte perguntou para mim.

Dei uma corada violenta, com certeza, mas a atenção foi mudada quando minha mãe gargalhou alto.

—Lottie, não creio que virou a tia que pergunta sobre namorados – ela disse, rindo ainda mais quando minha tia fez careta.

—Justo as que mais odiávamos – tio Eleazar concordou, rindo com minha mãe.

—Se calem que a pergunta não foi para nenhum de vocês – ela disse com um bico engraçado.

—Ele está bem, tia – falei sem saber o que ela queria saber sobre Edward.

—Como ele é, querida? Qual é o nome...? Nos conte tudo – tia Carmen pediu.

Percebi os olhares debochados dos meus primos e eu suspirei, pensativa.

—Todos passamos por isso, Bellinha, estamos apenas aproveitando que agora o sofrimento é seu – Caius zoou e eu ri.

—Carmen, é o Edward – mamãe disse ignorando Caius.

—Edward, como em Edward Cullen? – perguntou tia Charlotte.

—O próprio.

Eles todos conheciam os Cullen e Hale, claro, de visitas que nos fizeram. Raras, mas presentes nos últimos anos.

—Não acredito nisso – tio Eleazar disse debochado.

—Era óbvio, mesmo quando eram crianças – mamãe bufou.

—Ugh, não sexualize crianças – Chelsea recriminou.

Meus tios riram. Ela estava fazendo psicologia e queria seguir carreira em pediatria nessa área. Então eu também ri do comentário dela, mas meus primos começaram a chamar ela de chata.

—Falo porque Edward sempre foi muito protetor com ela. Se lembra, Carmen, da primeira visita que nos fizeram pouco depois que os Cullen se mudaram? – mamãe disse.

Meus primos se mantinham em um embate, mas eu estava mais curiosa em o que tia Carmen teria para se lembrar disso.

—Ele era tão bonitinho – ela disse parecendo perdida em lembranças – Os meninos chamaram para ele jogar bola, mas ele não saia do parquinho enquanto você estava lá, fosse no fim do escorregador, ou segurando suas mãos no pneu que dava para pular... Era adorável – ela lembrou.

Eu não lembrava de nada, mas achei bonitinho escutar. A porta da frente foi aberta quando escutei passos no andar de cima.

—CHEGOU QUEM FALTAVA – Demetri gritou na porta.

Fomos cumprimentar ele e a bela moça que o acompanhava.

—Essa é Heidi, minha namorada – ele apresentou para mim e minha mãe.

Novamente a loucura de cumprimentos e foi quando Emmett apareceu no topo da escada com vovó e vovô.

—Pois olhem só quem o vento trouxe para mim – vovô disse sorrindo amplamente.

Sorri para ele logo de volta, esperei ele descer a escada e o abracei forte, percebendo que estava sentindo muita falta dele e seu cheiro forte de café.

—Estou tão feliz em vê-la, e você está ainda mais bela – ele sorriu.

Vovô falava inglês, mas sua língua nativa era italiano, então tudo o que ele disse foi em italiano. Eu respondia em inglês e, de nossa forma, nos entendíamos.

Foi a festa completa. Minha família era barulhenta como, eu acho, que uma boa família tinha que ser. Gostei de estar com eles ali. Cozinhamos todos juntos e, depois do almoço, peguei meu celular e passei o dia falando por mensagens com Edward e rindo das histórias e novidades que estavam rolando naquela sala.

—A CARA QUE ELA FEZ QUANDO ELE NÃO ESTAVA – Benjamin dizia rindo.

—Cala a boca, imbecil – ela disse nervosa.

Eu tinha acabado de descobrir que Jane tinha uma paixonite por Tom Hawkins, o amigo de Emm, desde que era adolescente. Eu ri olhando para Emmett.

—Eu conto ou você conta? – perguntei bem humorada.

—Permita-me - Emm disse debochado - Meu velho amigo, Tom, acabou de se mudar de volta para a casa dos pais depois de concluir todas as pendências que ele tinha no continente americano – Emmett falou e Jane ficou séria.

Começamos a falar todos juntos. Estávamos apenas os primos na sala, nossos pais estava em algum lugar para dentro da casa.

—Ela vai ter uma síncope – Maggie zoou.

Jane atacou uma almofada nela e se recompôs, ela estava mesmo com uma cara de choque muito engraçada antes.

—Emmett vai te ajudar nessa, Jane – falei rindo e Alec se jogou ao meu lado.

—Ela vai te bater – ele brincou e eu revirei os olhos.

Jane ficou me olhando com esperança, não o ódio que Alec previu.

—Não é vergonha nenhuma gostar de alguém, cunhadinha. Se for o caso... Eu aceitaria a ajuda de Emmett – Heidi disse e eu concordei.

Jane mordeu o lábio inferior e olhou para Emmett, incerta.

—Estou com você, prima – ele riu.

Foi um bom primeiro dia na Itália, mas o vazio de Forks não foi preenchido nem com todas aquelas pessoas que deixavam a casa de minha avó parecendo uma casa de eventos.


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Notas finais do capítulo

Pudemos começar a sentir a vibe do pessoal italiano.

A grande maioria dos personagens são os mesmo dos filmes, mudei só algumas coisinhas para se adequarem melhor a este universo paralelo. Espero que vocês tenham gostado ♥



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