Fiat Ignis escrita por SophieRyder


Capítulo 8
Capítulo 7 ou “O leão de março chega rugindo...”


Notas iniciais do capítulo

Para a felicidade de vocês e o azar da minha saúde, eu escrevi esse capítulo rápido porque tive algumas noite de insônia. Aproveitem!



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O cotidiano do castelo sempre começava muito cedo, dado que havia muito trabalho e toda a luz do dia deveria ser aproveitada. Porém, era particularmente cedo até para os padrões do castelo quando duas pequenas figuras atravessaram furtivamente os corredores de pedra. O sol apenas começava a apontar o horizonte quando ambos adentraram o jardim, ainda tomado pela penumbra do fim da madrugada. Os animais dormiam, e apenas um pio de Hoothoot que retornava de seu voo noturno podia ser ouvido.

Tratava-se de Christophe, acompanhado, como sempre, de Arken. Os motivos que levavam o menino a estar de pé naquele horário escapavam do conhecimento de seus irmãos e tutores, porque ele estava fazendo algo explicitamente proibido. Chris gostava de perambular no bosque atrás do castelo para observar e desenhar os animais que ali viviam, mas a atividade, por ser perigosa, era proibida para uma criança, especialmente uma frágil como Chris. Porém, a proibição não era um impedimento, tendo em vista a inteligência e perspicácia do menino.

Desde a chegada de Abigail duas semanas atrás, Chris havia estado bastante ocupado com quem ele supunha ser seu novo amigo – pois o segredo da garota ainda se mantinha -, e não havia feito nenhuma vez suas habituais escapadas do castelo. Por isso, naquela manhã fria do começo de março, ele  acordou ainda mais cedo do que o costume para realizar tal travessura – se é que sua atividade ilícita pudesse ser de fato considerada algo efetivamente danoso, em comparação com os hábitos de seu irmão mais novo.

Entretanto, a tarefa pareceria absurda para qualquer um que observasse a barreira entre ele e o bosque, um muro de pedra de sete metros de altura. O único acesso visível, o antigo e pesado portão de ferro, estava sempre trancado. Charlotte facilmente conseguiria escalar a parede, mas Christophe não era particularmente atlético, e era bem conhecido pelos membros de sua família que ele era propenso a adoecer com certa facilidade. Apesar disso, vida de um filho da nobreza o permitiu crescer com razoável saúde, visto que ele tinha acesso aos melhores médicos e alimentos do reino, assim como abrigo e vestimentas apropriadas para todas as estações do ano. Desse modo, Chris conseguia compensar sua inaptidão física com sua inteligência desde a mais tenra infância, como bem notava seu pai. Aos doze anos, ele sabia contornar boa parte de suas privações.

O menino furtivamente se aproximou de um dos pinheiros que contornavam o muro, e soltou um assobio baixo. Por entre as folhagens, três Aipoms apareceram e espiaram a criança que os chamava. Chris cumprimentou-os com um aceno de cabeça, e fez um gesto pedindo algo. Os macacos sumiram por entre as folhagens, e retornaram com uma corda grossa. Com habilidade, eles amarraram uma das pontas da corta em um galho grosso da árvore, que se encontrava acima do muro, e atiraram a outra ponta para o chão.

Chris conferiu se a bolsa que ele carregava estava bem fechada, se a corda estava bem presa no topo da árvore, e então acariciou a cabeça de Arken, que se encontrava sentado ao seu lado.

— Volto em pouco tempo. – Murmurou ele para o amigo canino.

Então, ele passou a ponta da corda em torno de seu quadril, prendeu-a firmemente em seu cinto, e começou a escalar a árvore.

 Era nesses momentos que a criatividade do menino se manifestava para solucionar situações desvantajosas. Em primeiro lugar, ele havia treinado dois Aipoms para esconder uma corda no topo das árvores, e também havia os ensinados a dar um nó seguro usando seus rabos. Em segundo lugar, ele havia observado todos os pinheiros do jardim, até encontrar um seguro o suficiente para sustentar seu peso, e que tivesse um tronco nodoso para ele poder escalar com suas mãos pequenas. Em terceiro lugar, ele tinha utilizado uma corda para prender seu corpo e garantir sua segurança caso, em algum momento, ele caísse. Desse modo, ele conseguia transpor a altura do muro, descer escorregando pela corda do outro lado e, usando o mesmo sistema no retorno, escalar outra árvore para voltar. A artimanha tinha uma única desvantagem: Arken não era capaz de acompanha-lo, já que sua estrutura quadrúpede não o permitia subir em árvores.

Não era uma tarefa fácil para seu corpo, mas lentamente e com paciência, ele conseguia avançar. De tempos em tempos, era necessário que Chris parasse em algum galho para descansar. Os três Aipoms se revezavam ajudando a puxar a corda com seus pequenos rabos, colocando bastante esforço para facilitar a subida do menino.

Ao chegar no topo do tronco, ele sentou-se por um instante para recuperar o fôlego. A subida sempre era longa e vagarosa, mas aos poucos ele estava se acostumando. Os Aipoms estavam pendurados pelo rabo ao seu lado fazendo sons animados, e Chris tirou de dentro de sua bolsa três maçãs frescas para eles, agradecendo cada um pelos nomes que ele havia os dado.  Então, aproveitou a breve pausa para observar o sol surgindo no horizonte e sentir o vento frio que balançava seu cabelo. A primavera logo iria começar e a temperatura começava a subir, mas ainda era bastante frio, e com um leve tremor no corpo, ele se certificou de que sua capa estava bem presa e protegia seu pescoço. Recuperado o fôlego, ele conferiu novamente se a corda estava bem amarrada e desceu escorregando até o outro lado do muro.

O bosque atrás do castelo não era muito grande, mas também não era pequeno. Ele se estendia por oito quilômetros, e terminava no pé de um morro, onde a vegetação começava a mudar. Apesar de suas dimensões, sua fauna era bastante rica, abrigando muitas espécies do tipo grama, terra e voador, além dos roedores normais, e das bestas de fogo que eram típicas da região. Havia poucos insetos, por causa do clima frio da região, que dificultava sua sobrevivência. A flora era composta principalmente por árvores coníferas, cujas folhas estavam começando a brotar após um longo inverno, e alguns poucos arbustos rasteiros que sobreviviam à pouca luminosidade.

Chris conhecia bem o bosque por causa de suas diversas explorações, e sabia, com alguma precisão, quais áreas continham tais e tais espécies, e quais eram mais perigosas e deveriam ser evitadas. Seus pontos favoritos eram uma pequena clareira onde os animais de grama iam tomar sol, e o único lago do bosque, onde ele podia observar praticamente todas as espécies dali. Sentindo o vento gelado entrar por entre suas vestes grossas, ele decidiu se dirigir à clareira, onde poderia aproveitar um pouco mais o sol da manhã.

O bosque aos poucos ganhava vida conforme os pássaros iam acordando e piando. Os roedores espiavam para fora de suas tocas e os animais do tipo grama se espreguiçavam alegremente com a chegada da luz matinal chacoalhando o orvalho fresco de suas folhas. Chris venceu a distância entre o muro e a clareira em pouco tempo, caminhando sem muita pressa. Como era de se esperar, ela ainda estava vazia quando ele chegou, já que era demasiadamente cedo. O menino colocou algumas frutas no chão no centro da clareira para atrair os animais, e sentou-se apoiado em uma árvore, tirando seu caderno e um pedaço de carvão da bolsa. Ele pretendia permanecer ali por algum tempo desenhando, e retornar antes que percebessem sua ausência.

Subitamente, um barulho fora do comum chamou sua atenção e ele procurou sua origem. Sons de rosnados e guinchos agudos surgiram não muito distantes da clareira, e o menino levantou-se rápido, percebendo que havia algo de errado. Ele colocou seu caderno e carvão dentro da bolsa enquanto corria para o outro lado da clareira, de onde vinham os sons. Chris sabia que as únicas criaturas daquela região capazes de rosnar daquela forma eram as matilhas de Poochyenas, mas eles não deveriam estar tão próximos da região do bosque, já que seu território era na área das montanhas, mais de três quilômetros adiante. Os Poochyenas eram bastante agressivos, mas não costumavam sair de seu território.

Ao chegar no local, Chris percebeu a origem dos guinchos. Um Emolga estava caído no chão, cercado por cinco Poochyenas, e soltava pequenos raios de eletricidade de suas bochechas, o que irritava os cães e os deixava agressivos. A tática de defesa do esquilo elétrico não era suficiente, já que seus raios não causavam danos efetivos, e irritavam ainda mais os agressores, que se revezavam avançando e dando mordidas nele. Além disso, era óbvio que se tratava de uma medida desesperada, já que Emolgas tinham uma natureza arisca e normalmente não enfrentariam tantos adversários de uma vez, preferindo fugir planando por entre as árvores.

Porém, Chris pôde ver que uma de suas membranas -  que possibilitam os Emolgas voarem - estava rasgada, o que explicava porque o esquilo estava acuado no chão. Naquela batalha desequilibrada, ele não tinha nenhuma chance de vitória ou sobrevivência. Percebendo isso, o menino sentiu-se impelido a reagir para tentar socorrê-lo. Mas Arken não estava com ele, e ele não tinha nenhuma arma para intimidar os cinco cães. Pensando rapidamente, imaginou que pudesse talvez os atrair para longe do Emolga, e assustá-los.

Poochyenas não são muito corajosos”, pensou ele. “Eles atacam em bandos, mas quando a presa reage, eles costumam fugir. Se eu conseguir assustá-los, eles devem sair correndo.”

Seu conhecimento sobre a espécie era bastante detalhado, e o plano parecia bom. Pensando nisso, ele gritou o mais alto que pôde, atirando uma pedra em um deles.

O efeito não foi o esperado, provavelmente porque Chris não era uma figura intimidante. A pequena criança não conseguiu sequer alarmar a matilha, apenas distraí-la. Poochyenas não são particularmente fortes, mas atacam de forma organizada exatamente para compensar isso, cercando suas presas até deixá-las exaustas. Diante de uma nova ameaça, ao invés de todos abandonarem o primeiro alvo, apenas três deles se voltaram para Chris, e começaram a cercá-lo, arrepiando os pelos de suas caudas e rosnando, enquanto os outros dois ainda vigiavam o esquilo caído.

Chris percebeu rapidamente que havia cometido um erro, pois não conseguiria escapar facilmente dos três ao mesmo tempo. Enquanto seu olhar assustado procurava brechas para escapar, mais um guincho ressoou no bosque – um dos Poochyenas havia avançado no Emolga e fechado a mandíbula com força em sua orelha. Vendo aquilo, o menino reagiu instintivamente, e, sem pensar muito no que estava fazendo, correu na direção dos dois.

Um dos Poochyenas mordeu seu calcanhar, e outro estalou os dentes a poucos centímetros de seu braço, mas ele conseguiu se desvencilhar de ambos e avançar no terceiro que balançava violentamente o Emolga preso entre seus dentes. Sem saber o nível de perigo que o adversário novo oferecia, o Poochyena soltou o Emolga e recuou alguns passos. Chris abaixou-se, e percebeu que o animal elétrico estava agora desacordado. Pegou-o entre os braços, pensando em encontrar alguma rota de fuga, mas agora ele estava cercado por cinco cães bastante irritados.

Não havia caminho para escapar. Os Poochyenas começaram a se revezar avançando e recuando, dando primeiro pequenas mordidas, e, ao perceberem que não havia reação, atacando com mais ferocidade. Enquanto Chris tentava fugir, um deles mordeu-o com força em sua panturrilha, rasgando sua bota de couro, sua calça, e afundando os caninos em sua carne. O menino caiu no chão, e mais dois avançaram sobre ele. Apavorado, mas ainda tentando proteger o Emolga, Chris cobriu-o com o seu corpo, curvando-se sobre o chão, e tentou defender seu próprio rosto com as mãos. Os cães começaram a morder e arranhar seus braços, pernas e tronco, e logo o menino, mesmo com roupas grossas, estava coberto de cortes e marcas de dentes.

Chris sabia que estava em uma situação provavelmente fatal, e não conseguia pensar em uma forma de fugir. Seu corpo doía, ele estava amedrontado e zonzo, e não conseguia mais se mover. Entrando em desespero, ele se assustou tanto quanto os seus agressores quando um berro ecoou pela floresta.

— Que merda é essa?! 

Ele não conseguia ver de quem era a voz pois seu rosto estava escondido pelas mãos, mas ela era alta e incisiva, e fez com que os Poochyenas ficassem em alerta e se afastassem brevemente de suas investidas para avaliar o novo perigo. Chris tentou espiar por entre seus dedos no entorno, procurando a voz que havia o livrado do ataque, mas quem a pronunciara estava fora de seu campo de visão. Ele ouviu novamente, vindo de sua esquerda, a voz proferir palavras obscenas.

— Que porra, é uma criança! Ei! Saiam daí!

Um dos Poochyenas avançou na nova ameaça, mas logo Chris ouviu-o recuar ganindo. Percebendo que havia aparecido alguém em condições de feri-los, os outros quatro deixaram o menino de lado e se reorganizaram para cercar o dono da voz. Chris pode finalmente levantar os rosto para ver o que estava acontecendo.

Por entre sua visão embaçada, Chris viu que havia um garoto em pé, não muito longe dele, com uma postura altiva, e acompanhado de um pequeno, porém de aparência feroz, Rockruff. Ele segurava em uma das mãos um galho grosso, e não parecia intimidado pelos cinco cães.

Um dos Poochyenas avançou novamente, e o garoto,  sem hesitar e com muita força, acertou o focinho dele com o pedaço madeira que segurava, arrebentando-o em duas partes e fazendo o cão recuar ferido e gemendo. Seu Rockruff uivou alto, acumulando poder de ataque para a batalha.

— Tufão, jogue areia neles! - Gritou o garoto.

Do alto de uma árvore, um Pidgey alçou voo e usou suas asas para levantar areia e confundir os adversários. Com o campo de visão parcialmente obstruído, a sincronia dos cinco foi reduzida, e o treinador comandou seus dois companheiros para atacar, o Pidgey com seu bico, e o Rockruff arremessando pedras de seu pescoço. Confusos com a agressão, os Poochyenas uivaram e recuaram, fugindo por entre as árvores e desaparecendo de vista.

O garoto correu na direção de Chris, e ele pôde finalmente ver com um pouco mais de clareza quem o havia salvado. Era um jovem um pouco mais velho que ele, não muito alto, mas de estrutura forte, ombros largos e braços com músculos visíveis. Usava roupas de camponês surradas e sujas, com pequenos furos em alguns pontos, e havia fuligem em seu rosto e braços, assim como arranhões e marcas de escoriações. Seu cabelo era muito curto, marrom escuro, arrepiado e sem brilho, mas seus olhos eram cor de âmbar e pareciam ouro derretido na luz da manhã. Sua expressão feroz durante a batalha tinha sido substituída por um olhar desajeitado e receoso, quando ele se aproximou para ajudar Chris a se sentar.

— Ei, você tá bem? - Disse ele, vendo os ferimentos da criança pequena e ensanguentada diante dele. - O que diabos uma garotinha nobre está fazendo sozinha no meio do mato?

Ele xingou baixo quando o levantou e viu que Chris estava na verdade protegendo o pequeno Emolga com o seu corpo. De seu ponto de vista, a situação acabara de ficar ainda mais absurda.

— O que você estava pensando? Acho que ia conseguir proteger ele sozinha?

O garoto falava alto e em tom de censura, mas era para obscurecer o nervosismo que ele sentia ao ver a criança machucada diante dele, sem saber como proceder naquela situação. Mas Chris não estava respondendo. Agora que seus agressores haviam recuado, a adrenalina que tomara seu corpo estava diminuindo, e a dor dos ferimentos aumentava. Ele começou a tremer e sua visão estava parcialmente obscurecida pelo ardor de todos os cortes e mordidas, de modo que ele não entendia direito o que o outro garoto estava dizendo.

— Mas... Que... Merda. - Murmurou o garoto, enquanto via a profundidade das marcas dos dentes na panturrilha de Chris, que haviam rasgado até mesmo a sua grossa bota de couro. - Escuta. Eu vou te levar para o castelo, ok? Você veio de lá, não é?

Chris balançou a cabeça negativamente, tentando afastar a tontura que atrapalhava seus sentidos. Aos poucos sua consciência retornava em breves lampejos, indo e voltando, e ele começava a entender algumas partes do que o outro dizia.

— Não? De onde você veio?

— Do... Jardim...

Ele trocou um olhar aflito com seus dois companheiros.

— Ela tá biruta.

Chris tentava se recompor, e, de algum modo, sua lógica infantil de autopreservação lhe dizia que se ele fosse levado aos portões do castelo, descobririam como ele andava escapando para o bosque e ele nunca mais conseguiria fazer aquilo de novo. Por outro lado, ele estava com muita dor, e não via como esconder aqueles ferimentos, muito menos como escalar de volta os sete metros de altura que o separavam da segurança de sua casa. Sua cabeça trabalhava freneticamente, tentando manter a consciência e encontrar um jeito de escapar daquilo. Aos poucos ele conseguiu balbuciar algumas palavras.

— No muro... Atrás do castelo. - Soltou um gemido baixo. - Tem um portão.

— Certo. - Uma voz tensa o respondeu.

— Me leve até lá.

— E depois o que?

Uma ideia ressoou em sua cabeça. “Abbe”

Só me leve.

O garoto assentiu, um pouco confuso, e se preparou para carregá-lo. Mas Chris o interrompeu, deixando-o levemente irritado, e pegou o pequeno Emolga com suas mãos arranhadas, colocando-o seguro em seus braços. Depois sinalizou para que o garoto o ajudasse. Ele encarou Chris com muita desconfiança, diversos pensamentos sobre a esquisitice daquela garota nobre passando por sua cabeça. Mas independente disso, estava decidido a ajudá-la. Assim, sem muita dificuldade, ele levantou Chris em seus braços.

— Como é seu nome? - Perguntou o garoto, enquanto caminhava na direção do castelo. Ele não gostava dos nobres, mas aquela criança era pequena demais, fraca demais, e despertava nele um pouco de empatia por mesmo assim ter tentado proteger o Emolga em perigo.

— Christophe. - Resmungou Chris, contendo outro gemido.

— Chris... O que? Isso é nome de mulher?

Nenhuma resposta. Chris havia fechado os olhos. “Por favor não desmaie, por favor não desmaie”, pensou ele. “Se você não explicar aos nobres o que aconteceu, eles vão me matar. Com certeza vão achar que foi culpa minha.

— E o seu nome? - Respondeu Chris, ainda de olhos fechados, depois um minuto que pareceu uma eternidade.

— ...Leon.

— Obrigado Leon.

Pela primeira vez ele sorriu, afastando brevemente a expressão de aflição de seu rosto. Mesmo com dor, mesmo sujo e arranhado, Chris ainda tinha o sorriso mais doce do mundo. Leon parou de andar por um instante, quase engasgando. Ninguém sorria para ele daquele jeito. Muito menos uma nobre. Ele corou por um breve instante, e, tomando fôlego, voltou a andar. Seus pensamentos se enchiam de perguntas sobre os motivos daquela criança estar perdida na floresta e sobre ela querer voltar para os fundos do castelo, mas percebeu que não conseguiria retirar mais muitas respostas por enquanto. Seus dois companheiros o seguiam de perto, enquanto ele apertava o passo para chegar logo ao destino.

A distância não era muito grande, e logo eles puderam ver o muro. Chris tentou se localizar por alguns instantes, e apontou o lado por onde ele deveria caminhar para chegar no portão. Leon prosseguiu, até encontrar as grades de ferro. Como esperado por Chris, deitado diante delas, do outro lado, estava Arken. Ao ouvir os dois se aproximando, ele se levantou, e ao perceber o cheiro de sangue, ficou imediatamente ansioso e alerta. Chris gesticulou para que Leon o colocasse diante do portão, para ter contato visual com seu companheiro que, ao entender a procedência do cheiro, já estava totalmente desesperado.

— Arken. - Disse ele devagar, tentando acalmá-lo. O cão cheirava sua mão por entre as barras de ferro, e Chris o acariciou por alguns segundos, até ele parar de arfar. - Vá buscar Abbe.


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Notas finais do capítulo

* A wild Leon appears *

Finalmente consegui apresentar o Leon. Espero que vocês gostem do novo garoto.

Dex Entries do Poochyena:

Emerald: Ele ameaça seus inimigos de forma selvagem, com dentes à mostra. Persegue com obstinação os advérsarios fugindo. Porém, dá meia volta e foge, se o adversário ataca de volta.
Platinum: Um Pokémon com natureza persistente, persegue suas presas até elas ficarem exaustas.



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