Fiat Ignis escrita por SophieRyder


Capítulo 10
Capítulo 9 ou "Eu avisei"


Notas iniciais do capítulo

Meu beta me deu uma bronca por demorar para escrever. Desculpa, pessoal.

Se encontrarem erros de digitação, por favor me avisem. Boa leitura!



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— O que você está esperando? Pode ir embora.

Era noite, e a temperatura havia caído bastante. Um vento frio soprava no jardim, balançando o cabelo castanho escuro de Abigail, e dando-lhe calafrios. Ela queria voltar logo para dentro do castelo após aquele dia exaustivo, mas o plebeu chamado Leon estava parado diante dela, balançando idiotamente os braços ao lado de seu corpo, e tentando verbalizar algo. Abby pensou que provavelmente sua cabeça demandava um enorme esforço para que ele conseguisse falar alguma coisa minimamente articulada.

Ela estava começando a ficar brava.

— O que você quer? Mais comida?

Leon cerrou os punhos. Pendurada em seu ombro, estava uma bolsa contendo o que havia sobrado da comida que Abigail conseguira mais cedo na cozinha. Seu Rockruff corria animado do lado de fora do castelo, balançando o rabo, e parando de tempos em tempos para observar seu treinador que, para sua infelicidade, continuava prostrado diante do portão, com um Pidgey pousado em seu ombro.

— Não. – Respondeu o menino, parecendo aborrecido.

— O que então? – O tom de voz de Abby se tornava cada vez mais ríspido.

— Eu... – Leon parecia constrangido. - Você sabe me dizer se ele vai ficar bem?

— Chris?

— É.

Ele estava preocupado. Ao constatar isso, Abby sentiu seu mau humor diminuir. Mas apenas um pouco. Ainda estava frio, e Leon continuava sendo inconveniente.

— Vai, claro que vai. Agora vá embora, antes que alguém te veja.

— ... Tá. Eu volto amanhã. – Resmungou Leon, e atravessando o portão, desapareceu nas sombras do bosque, seguido por seu Rocktuff animado.

— Não volte. – Sussurrou Abby, fechando o cadeado.

A menina deslizou silenciosamente para dentro do castelo, acompanhada por Charles, cujos olhos brilhavam no escuro. Já era tarde, e havia pouco movimento. Os corredores principais eram iluminados por algumas tochas, mas as vezes Abby virava em alguma passagem mais escura, e precisava tatear com as mãos para achar o caminho. O quarto de Chris, para onde ela retornava, ficava bastante longe do jardim.

Ela bufou enquanto subia uma escada em caracol. Leon a havia irritado até os ossos durante as longas horas do dia em que os três permaneceram trancados dentro do quarto. Primeiro, ele havia passado o final da manhã irrequieto, andando e resmungando, e lançando olhares desconfiados para ela de tempos em tempos.  Após algumas horas, ele convencera Chris a tomar três grandes goles da garrafa de vinho que eles haviam surrupiado da cozinha, para ajudar com as dores que o menino estava sentindo, algo que Abigail considerou péssima ideia – mas, pelo menos, o álcool causou letargia, e ele acabou pegando no sono. Depois, Leon bebeu o que restava do vinho, e dormiu a tarde toda em cima da cama de Chris, roncando alto. Para completar o cenário, seu Rockruff era extremamente hiperativo, e não parava de correr, babar, pular nas coisas e provocar Arken e Charles. Abby não conseguira ler uma única página de seu livro por causa da poluição sonora.

Você não vai voltar para o seu quarto?”, perguntou Charles.

Não, prefiro passar a noite de olho nele.

Que gentil. Pelo menos avise seu pai.

Ele provavelmente está ocupado demais com seus livros para perceber que eu não voltei.

“Ótimo progenitor.”

Quando Abby abriu a porta do quarto de Chris, ela tentou fazer o mínimo de barulho possível, mas as dobradiças ainda assim rangeram. Apreensiva, ela olhou para dentro, mas Chris permanecia dormindo em sua cama, abraçando o pequeno Emolga que ela havia resgatado, e com Arken deitado em seus pés. Ela respirou aliviada, acendeu uma vela e sentou-se numa poltrona ao lado da cama, abrindo um pesado livro sobre suas pernas cruzadas.

Finalmente silêncio.

 

—---

Ei.

Abby grunhiu. Alguém estava atrapalhando seu merecido sono.

Ei. Acorde. Agora.

— Não enche, Charles. – Reclamou ela, se virando na poltrona.

Algo macio e peludo começou a cutucar seu rosto insistentemente.

Acorde logo. Você tem um problema.

— Por Arceus, Charles, pare de me cutucar!

Abby abriu os olhos e sentou-se, irritada. Charles, que estava sentado sobre seu corpo dando petelecos em seu nariz, desceu da poltrona com o refinamento que apenas um felino sabe ter.

Tomando consciência de que não estava em seu próprio quarto, aos poucos Abby começou a afastar a letargia do sono e recuperar as memórias do dia anterior. Seus ombros doíam por ter dormido em uma posição desconfortável, encolhida em cima da poltrona.

Eu estava tentando esperar você acordar sozinha, mas a situação me forçou a tomar medidas mais enérgicas.

O que houve?”, perguntou Abby, levantando-se.

E então ela viu.

Chris ainda estava deitado na cama, dormindo, mas sua aparência não era boa. Seu rosto estava ainda mais branco do que o normal – o que era bastante inacreditável -, molhado de suor, e havia algo aflitivo em sua expressão. Quando Abby tocou sua testa, percebeu que ele estava ardendo em febre, e suas mãos tremiam.

Eu não quis interromper o delírio de vocês ontem, mas me sinto na obrigação de ser enfático agora: se você não chamar um adulto, perder uma perna vai ser a mais branda das consequências.

A menina engoliu em seco, sentindo sua nuca arrepiar. Concordou, balançando a cabeça lentamente. Depois, tocou o ombro do menino.

— Chris... Chris. Acorde, por favor.

Você faz ideia do quão suja é a boca de um Poochyena? Achou mesmo que um curativo improvisado ia resolver o problema?”

— Chris. – Repetiu Abby, levantando o tom de voz e parecendo assustada.

Christophe gemeu antes de abrir os olhos. Ele encarou Abby por alguns instantes, o olhar vazio de quem não sabe muito bem onde está ou o que está acontecendo. A menina pegou um copo d’agua na cabeceira da cama e deu para ele beber.

— Chris, você está com febre. Eu preciso chamar alguém.

Chris acenou concordando, ainda com uma aparência deplorável.

— Lo...tte. – Ele conseguiu pronunciar, com a voz fraca.

 

—---

Abigail sabia onde era o quarto de Charlotte, por causa de seu furto do dia anterior. Ficava no mesmo andar de Chris, não muito longe. Ela deixou Charles no quarto observando-o, e caminhou com pressa em direção a seu destino. Muitos pensamentos ecoavam em sequência dentro de sua cabeça: “E se ela não estiver no quarto? E se estiver no pátio treinando com os outros? E se tiver saído cavalgar? Quem eu vou chamar? E se algum criado entrar no quarto de Chris enquanto eu estou fora?”

Havia muitos fatores que poderiam atrapalhar a tentativa deles de solucionar a situação sem chamar a atenção dos adultos.

 “Pensando de forma racional, as nossas chances de continuar escondendo isso são bem pequenas. Mas Chris precisa de um médico de verdade. Acho que ainda não houve tempo suficiente para haver danos irreversíveis. Não, certamente, não. Aquela perna vai ficar boa. Será que Charlotte está no quarto?” A voz que soava com certeza teimosa em sua cabeça não encontrava respaldo nas batidas descompassadas de seu coração.

Mas, ao chegar na porta, ela ouviu duas vozes femininas dentro do quarto, e respirou aliviada. Não era possível entender com clareza o que elas estavam dizendo, mas as duas estavam rindo. Consciente de que interromperia alguma coisa, Abby respirou fundo antes de bater na porta três vezes.

As vozes cessaram por um instante, seguido pela resposta de Charlotte.

— Quem é?

— Albert. – Respondeu Abby, insegura.

— Ah. Entre.

Ao abrir a porta, Abby se deparou com Charlotte e mais uma garota, ambas sentadas na cama, olhando na direção dela com curiosidade. Abigail já havia visto Charlotte com aquela garota pelo castelo algumas vezes, mas nunca lhe dera muita atenção, a não ser pelo do fato de que ela era extraordinariamente bonita. Charlotte era certamente bela, com seu corpo atlético, seus longos cabelos pretos e lisos, e seus olhos azuis gentis, mas determinados; mas a beleza daquela outra jovem era tão estonteante que roubava para si a atenção de todos, por onde quer que ela passasse.

Como Abigail observou, pelas suas vestimentas e comportamento, ela certamente era filha de algum nobre. Tudo em sua aparência gritava aristocracia. Seu rosto era redondo e delicado, ela tinha cílios longos e curvos, uma boca pequena e rosada, cabelos loiros muito longos e ondulados, e proporções perfeitas por todo seu corpo. Mas eram seus olhos, de um verde claro límpido e austero, que atraiam todas a sua volta, como uma pedra preciosa inebriante e magnética.

Abby piscou duas vezes, desviando o olhar e tentando se concentrar no que havia vindo fazer.

— O que foi? – Perguntou Charlotte, incomodada com o silêncio de sua visitante.

Era difícil começar a falar.

— Ahn... – Abigail pigarreou. Sabia que não seria uma conversa agradável. – Eu preciso que você venha comigo ao quarto do Chris.

— Por quê? – Questionou Charlotte, erguendo uma sobrancelha. A menina a seu lado também encarava Abby, e isso estava deixando-a desconfortável.

Abby respirou fundo, pensando que era melhor resolver aquilo o mais rápido possível.

— Ele se machucou e eu preciso de sua ajuda.

As duas meninas se entreolharam.

— Lis, eu já volto. – Falou Charlotte, levantando-se da cama. – Vou descobrir o que eles aprontaram dessa vez.

— Claro. – Respondeu a menina, com uma voz melodiosa, sem tirar seus olhos inteligentes de Abigail.

Abby não gostou do tom de acusação da irmã mais velha de Chris, mas a verdade é que eles de fato haviam feito algo indevido. Resignada, acompanhou Charlotte para fora do quarto.

 

—---

Quando Charlotte ouviu que Chris havia se machucado, ela esperava um joelho ralado ou um pé torcido, mas não uma criança acamada com febre e com um a perna perfurada. Abigail pode perceber imediatamente a fúria tomando conta da irmã mais velha quando ela se deparou com a realidade, ao mesmo tempo em que ela tentava com pressa e aflição raciocinar sobre o que ela deveria fazer em uma situação como aquela.

Charlotte fez Chris sentar-se, tocou seu rosto para sentir a temperatura, tirou a atadura de sua perna e seu rosto torceu-se em um olhar assustado.

— O que foi que aconteceu?

Sua voz não era gentil. Abby viu Chris encolher-se diante da autoridade obstinada de sua irmã.

— Chris. Vocês vão me dizer o que aconteceu agora.

Mas Chris, que estava exausto e letárgico por causa da febre, não conseguia articular nenhuma desculpa, e, ainda naquela situação, não queria dizer a verdade.

Charlotte, por outro lado, estava furiosa.

— Foi Morgan de novo, não é? – Disse ela, levantando bruscamente da cama.

— N-não. – Chris respondeu engasgando.

— Não adianta dar cobertura para ele! Só o Houndour dele deixaria uma marca dessas.

— Não Lotte, Morgan não fez nada, eu não o vi ontem...

— Não acredito.

Christophe tremia, mas não conseguia argumentar contra a irmã, que já havia assentido com firmeza a sua própria teoria. Entretanto, se Morgan fosse culpado por algo que ele não havia feito, a sua ira certamente se voltaria contra Chris com ainda mais ferocidade do que o normal. Vendo a situação se desdobrar em algo irreparável, Abigail sentiu uma pontada de empatia ao ver o menino acuado, e fez algo inesperado até para ela mesma.

— Foi um Poochyena. – Disse a menina. Tanto Christophe quando Charlotte a olharam, confusos. Ela prosseguiu – E foi minha culpa.

Ah, isso é novo.”, ironizou Charles.

Charlotte estreitou os olhos, desconfiada, pressionando Abigail a continuar.

— Não tem Poochyenas no castelo.

— Bem... Nós não estávamos no castelo. – Abby tentava usar sua inteligência para escapar daquele impasse – Eu... Eu pedi para o Chris me levar ao bosque... Porque eu queria ver os Sawsbucks que vivem lá. – Ela parou, pensando que a ideia não era tão ruim. Então acrescentou, abrindo os ombros numa postura mais confiante: - Por motivos de pesquisa.

Quem te ensinou a mentir desse jeito? Não fui eu, nem seu pai. Ele não enganaria nem um Psyduck.

Não me distraia.

Por motivos de pesquisa. Inacreditável.

— Como foi que vocês saíram sem ser vistos? – Pressionou Charlotte, ainda desconfiada.

Essa pergunta era fácil.

— Charles abriu o cadeado. – Disse ela apontando para o Meowstic. Charles fuzilou-a com um olhar intenso que dizia com todas as letras: “Você não vai sair impune disso.” – Mas no meio do caminho nós demos de cara com um Poochyena que nos atacou, e Chris acabou sendo mordido para me proteger. Depois disso, Arken conseguiu espantá-lo.

Abigail percebeu imediatamente que havia calculado corretamente a reação de Charlotte, pois sua postura agressiva se amenizou ao ouvir que seu irmãozinho havia protegido alguém. Ela voltou-se para Chris, e havia um tantinho de orgulho escondido por trás de sua preocupação e rigidez.

— É verdade? – Perguntou ela para o irmão.

Chris concordou, sem ousar acrescentar nada na história inventada por Abigail.

— Por que vocês não pediram ajuda quando voltaram?

— Nós achamos que íamos levar uma bronca enorme por sair do castelo. – Emendou Abby, o que que era em partes verdade.

— Claro que vão! Vocês fazem ideia do quão perigoso isso foi?

Apesar de ter elevado o tom de voz novamente, Charlotte não estava mais tão furiosa quanto antes. Pela primeira vez, ela estava vendo seu irmão criar coragem para enfrentar algum perigo, mesmo que o resultado tenha sido desastroso. Chris tinha ignorado suas fraquezas para proteger um amigo. E aquilo, lá no fundo, deixava-a orgulhosa.

— Eu vou dar o sermão que vocês merecem mais tarde, mas antes, eu preciso chamar um médico. – E então, ela suspirou, diante das duas crianças que pareciam suplicar por alguma clemência. – Eu vou dar cobertura para vocês, ok? Só fiquem quietos por um instante para eu encontrar alguém que cuide dessa perna.

 

—---

Quando o médico chamado por Charlotte finalmente terminou de colocar uma atadura nova e limpa na perna de Christophe, Abigail sentiu como se um peso enorme tivesse saído de suas costas. O homem, que havia passado um longo sermão nas duas crianças, agora trocava palavras com Charlotte. A menina concordou com as instruções dadas e, antes dele se retirar do quarto, Abby viu-a entregando três moedas de ouro nas mãos do homem, enquanto sussurrava: “nem uma palavra sobre isso, entendeu?”

E novamente estavam apenas os três sozinhos.

— Ok, a história é a seguinte. – Charlotte se postou diante dos dois, com os braços cruzados e uma expressão muito séria. – Vocês dois estavam brincando com os Growlithes do papai, e Albert irritou um deles. Chris levou uma mordida tentando te proteger.

As duas crianças concordaram, acenando com a cabeça.

— Se vocês mudarem uma única palavra dessa história, vão se ver comigo. Vou avisar o papai e os tutores do Chris, e vocês estão proibidos de ir em qualquer lugar até a febre abaixar. Não é incomum o Chris ficar doente, então ninguém deve desconfiar muito disso.

Abigail olhou de soslaio para o menino, calculando mentalmente com que frequência ele deveria ficar doente para que os outros habitantes do castelo achassem aquilo tudo normal.

— E uma última coisa.

O tom de voz de Charlotte ficou ainda mais severo.

— Albert, você nunca mais vai colocar meu irmão em perigo de novo, entendeu?

A frase soava ameaçadora. Os olhos de Charlotte também. Abby concordou, sem pensar duas vezes.

— Ótimo. Não quero mais incursões escondidas para fora do castelo. Mais tarde o médico irá voltar checar a febre e trocar as ataduras.

Dito isso, ela saiu do quarto com os ombros empertigados, e bateu a porta.

Que jovem determinada. Agora me diga, o que você ganhou com tudo isso, minha cara protegida que odeia conviver com seres humanos?

—---

Já era final da tarde quando Abigail, ainda prostrada estoicamente no quarto de Christophe, ouviu um barulho na janela. Ela estava sentada no pé da cama do menino, cuja febre havia finalmente diminuído um pouco, e que agora dormia com uma expressão mais suave.

Havia um Pidgey gordo sentado no parapeito.

É o Pidgey do plebeu.”, disse Charles.

É só ignorar.

“Ele quer alguma coisa.”

O Pidgey começou a fazer barulhos estridentes com seu bico, para chamar a atenção das crianças.

— Aquele idiota disse que ia voltar, mas eu não esperava que fosse mesmo. – Resmungou Abigail, levantando-se da cama. Ela não queria que Chris acordasse, e não parecia que o pássaro pretendia se calar. Por isso, ela gesticulou para ele, que imediatamente voou para seu ombro, e saiu do quarto acompanhada por Charles.

Você acha que ele está no portão do jardim?”, perguntou a menina.

Provavelmente.

O que o Pidgey disse?

Não sei, não falo com pássaros estúpidos.

Charles.

Descubra por conta própria.


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Notas finais do capítulo

A essa altura vocês já devem ter percebido que a história será longa. Pelos meus cálculos, nós chegamos na metade do primeiro arco. Meu ritmo é lento, mas aos poucos vou construindo os cenários e os personagens que eu imaginei.


Resolvi começar a postar curiosidades sobre a história no final dos capítulos:

Curiosidade 1 - Meu personagem favorito é o Charles, as falas dele são as que aparecem para mim com mais facilidade. A personalidade dele é baseada na minha gata de estimação e nos diálogos mentais que eu imagino ter com ela.



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