Livros e Cigarros escrita por Martíou Literário


Capítulo 16
Capítulo 15 - Calar sua boca




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O mini auditório do campus Santana estava agradável na tarde de segunda feira em que ocorreria a palestra para a turma de filosofia. Jânio convidou Ítalo e Clara e as outras amigas de Ítalo para lá, que apenas Emília compareceu visto que Jasmim tinha seu trabalho e Clara também estava ocupada.

O letrado gostava de brincar sobre todos os estudantes de Letras serem certinhos, os padres e as Madres Teresas de Calcutás. Claro, dos que queriam explicar quem descobriu o Brasil até as que se perguntavam qual seria a necessidade de aprender filosofia em Letras. E vivia zoando os de filosofia, como se todos fossem becks. Óbvio, sabia que não, mas mesmo assim, surpreendia-se como aquela sala, à medida que se enchia, parecia ser uma pintura surrealista viva. Havia estudantes de filosofia de todas as cores e estilos. Embora essa clara diferença, havia uma coisa da qual ninguém podia escapar.

Feministas.

Elas estavam em Letras e Filosofia. Mas pareciam ser uma matéria só, na qual também havia a própria matiz. Os dois cursos, assim como de pedagogia, se davam muito bem, se tinham problemas e desavenças, apenas nos outros campus, que eram uma zona de guerra. Ítalo já as viu entre professoras e alunas, mas não lhe deu nenhuma dor de cabeça. De longe pareciam extremas e políticas demais, mas quando teve que se comunicar, viu pessoas super inteligentes e com argumentos que ele mesmo concordou, além das pessoas gentis que eram. Mas naquele tarde, encontrou as que eram aquilo que imaginava.

Havia trazido sua garrafa de café bem cheia, que estava entre suas pernas. Olhou para o lado e Emília tinha uma perna sobre a outra, a que estava por cima balançando graciosamente.

A pesquisa apresentada ali era de um doutorando que visava apresentar sobre a democracia na questão da organização social. Como Ítalo já havia aceitado que teria que se envolver mais nessas questões políticas, achava bom assistir aquela palestra.

Como de costume, sem nada para fazer enquanto a palestra não começava, virava o rosto para trás. Entre aos alunos que chegavam, estava Nicolai. O auditório passou a ser desagradável e tenso, a ponto de Ítalo suar de raiva pelas axilas e sentir sua cara dilatando. Virou-se para frente antes que seu olhar batesse com o de seu rival.

Ele decidiu abrir o celular. Havia uma publicação engraçada. Era de um zíper travado na pele de um escroto. A legenda dizia “Dor de parto chega nem perto disso”. Ele riu e compartilhou.

O que é democracia?

— Livre expressão. – respondeu um.

— Governo do povo. – respondeu outra pessoa.

O professor listou nos dedos.

— Livre expressão, governo do povo. Que mais, pessoal?

Depois que ninguém mais respondeu, continuou.

— Olha só pessoal, tú percebes que nesse âmbito da democracia que o que menos importa ou o que está sendo mais prejudicado é o povo? Nessa sociedade civil, mesmo com direitos e deveres, nós temos algumas problemáticas, democracia vai remeter o governo do povo e a lógica dessa percepção é a remoção das ações a partir das demanda populares. O que nós percebemos ai? – perguntou, obtendo em resposta um breve silencio do povo antes de continuar. - Vamos falar sobre empregabilidade. Vocês sabem que mais de 50 mil pessoas aqui estão desempregados? Mas aqui dentro dessa sala, não tem. Por quê? Estando na condição de estudantes, desconsideram-se desempregados nessa proporção ai. Ai olha só, o que fazer para sanar, 50 mil postos de emprego?

— Concurso público?

— Iniciativa privada?

— Matar alguns?

Ítalo revirou os olhos para o idiota que teve a ousadia de falar isso. Era uma das antas discípulas de Nicolai, Julian. Mas ele foi ignorado de qualquer forma. 

— Percebem que não é fácil. Mais de 50 mil, sendo que estudante não é considerado. Cabelo cortado, sapato novo, moda masculina, feminina? Uma festa. Agora imagina se tú, de estudante vai a desempregado em um dia. Porque remetemos a essa questão de empregabilidade? Porque na democracia esses índices apresentados pelo IBGE são no mínimo alvo de uma atenção nossa, ou deveriam ser. Essa proporção de 50 mil, se jogar no estado brasileiro, vão dizer que está em 13 à 14 milhões de brasileiros desempregados.

— Agora trabalha quem não quer. – disse Diego.

Ítalo não conteve um suspiro de exasperação. Diego podia não ser umas das antas discípulas de Nicolai, mas soltava uns comentários sem noção que só Caroline e Katerine na alma pra controlar esse amigo delas.

— E ai, ó, imagina, como manter, se nós temos uma família, não tradicional, como manter as crianças estudando sem manter um emprego? Complicado. Mas vai ter material escolar, ah, só caderno e lápis, ainda sim é custo. Por incrível que pareça, vinte reais é muito para algumas famílias. Não fazemos essa reflexão, pouco fazemos. Somos uma educação inclusiva? É por isso que a sociologia é importante nos cursos. Pouco mais de cem anos que é assim, porque não temos que fazer essa reflexão, política, contar a verdade, temos que ensinar o que é próprio de letras, o que é próprio de sociologia, pedagogia. Percebem a preocupação que temos voltadas para as questão educacionais, se voltarmos a questão de legislação.

Ítalo passou a ter um nojo irredutível da cara de Nicolai, que quando este ergueu a mão para proferir seu comentário, Ítalo revirou os olhos e bufou audivelmente.

Nicolai levantou a mão.

— Mas será que o problema não se encontraria na própria democracia? – perguntou com uma cara de espertinho que fez Ítalo virar a cabeça para o outro lado e soltar um bufo.

O pior de tudo era a elegância com que dizia, sem raiva, sem ferocidade. Podia, por pouco, persuadir. Isso era revoltante.

Esse foi o momento que ele encontrou para estrear seu café.

— Não. – disse uma menina. Isso fez com que Ítalo parasse com o copo no meio do caminho, esfriando e bebendo. Seu nome era Regina, uma feminista de verdade na cabeça de Ítalo. Interessou-se rapidamente por aquela garota que contrariou Nicolai. – Se fosse assim, seriam anos de conquista jogados fora. As mulheres, por exemplo, que demoraram tanto para conquistarem, conseguirem na verdade o que era de direito, imagina tudo perdido pela decisão de uma pessoa só? E mais, já vimos muito essa coisa de ditadura, sabemos que são poucos que realmente foram donos de “mentes brilhantes.”, então não seria boa idéia arriscar.

— Que nada, mano – disse Sanzia, feminista que Ítalo não concordava, putz, Ítalo lembrou, eram femistas o termo certo. E era uma delas que ergueu a mão. – Por cem anos foi homem querendo em mandar em tudo, se fosse mulher, tenho certeza que iam fazer do jeito certo.

— Não, não acho que esse deva ser o problema. – disse Jânio. – Você deve estar confundindo as coisas. Porque homem não pode participar da política?

— Porque eles sempre vão estar ali pensando do mesmo jeito, só uma mulher pode ir lá e pensar nelas mesmas.

Ítalo sacudiu a cabeça de olhos arregalados para aquilo.

— Ah, pronto. – exclamou ítalo. – virando-se para ela. - Aposto muito bem que você é aquele tipo de garota que acha que um homem não pode desejar o direito de ter o filho porque uma mulher acha que tem o direito de abortar.

— Você é mulher, é você que tem o corpo todo danificado, é você...?

— Não, é o bebe. – ele a cortou, se levantando em um ímpeto. Emilia o puxou pelo ombro pra ele se sentar de volta.

O professor olhava de um lado para o outro, querendo pedir calma, Mas sim hesitando, não querendo interromper seus alunos.

— Gente, vocês tocaram em um ponto muito interessante. É precisa temer tanto se for homem ou mulher no cargo? Bom, lhes entrego a seguinte pergunta, você é livre pra fazer tudo que quiser na sala de aula? – disse, esquadrilhando toda o auditório e fixando o olhar por entre os protagonistas daquele dia. - Temos políticas de democracia, mas o sistema de recessão eletrônica, um ponto que queria chegar hoje, é, me preocupa o numero de estudantes clamando por intervenção militar, visto em rede social. Gente! Pergunta pra algum professor de historia, de esquerda ou direita, se houve algum beneficio de regime militar no brasil.
Mas vamos pensar numa ciência política que envolvem todos nós, direta ou indiretamente. Vamos lá, sindicato, associação de bairro de moradores? Conhece algum? Nós tivemos ao longo da historia essa percepção de organização social negativada. Sindicato, associação, já nos perdemos ai. Não tivemos uma organização própria. Esse viés se tornou individual. Como se a melhoria do bairro fosse somente pra ti. Associação de moradores. Tinha debates em casa, colocava lá as cadeiras e discutiam.

Ítalo pensou sobre isso. Seria demais chato se tivesse que ir nessas reuniões. Mas valia a pena, valores que estão se esvaindo.

— Pergunto agora a vocês, essa questão de organização social, como vêem? Julgam importante hoje? Ou no cenário que estamos é pouco encontrado? Hoje, é fundamental? Não estamos tratando como deveria?
Sim, pensou Ítalo. Porque mais pessoas com o caráter ausente e individualista como ele é como viver em um mundo feio e degradante com uma casa bonita por dentro. Afinal, não quer viver a vida isolada em uma, por isso os jovens estão depressivos.
Ele balançou a cabeça. Olha só quantos problemas de hoje são oriundos disso, dessa porra de individualismo mal explorado, as suas faces mal pesquisadas.

— É fundamental. – alguém disse, respondendo ao professor – exatamente o que se da é que um grupo a respeito do Brasil neutro. Implantações que, em pouco tempo, se desenvolveu bastante, porque a gente percebe que o circulo comunitário é fundamental.

— Que mais? Como é que vocês vêem essa questão hoje das organizações sociais? Alias, vocês votaram pra reitoria?

O pessoal riu, afirmando.

De repente, Sanzia ergueu o celular.

— Olha aqui a prova desse macho escroto q se acha o suportador de dor. – Era a publicação que Ítalo havia compartilhado. – Pra sua informação, a dor é medida em dels, unidade de medida, o corpo humano agüenta até 47, sendo que dor de parto vai até 57, ou seja, ultrapassa o normal. O seu saco chega nem perto.

Ítalo gargalhou. Ele se levantou.
— Claro que a dor de parto é maior, não é, pessoal?

Ficaram em silêncio, alguns assentindo. Janio quem se levantou dessa vez e o pegou pelos ombros, fazendo-o se sentar.

Mas ele se levantou em um ímpeto novamente.

— Senhorita, até o próprio cara da publicação sabe disso. Mas a dor é forte sim, tanto q ele "exagerou" em algo chamado hipérbole. Se você não tivesse assassinado suas aulas de português, saberia que essa é a interpretação do texto, que deveria ser figurativa não literal.

Dessa vez parece que os alunos não puderam segurar os impulsos, crescendo um "uoooooou" e a garota, soltando faíscas dos olhos.

Os palestrantes pediram para todos se acalmassem.

Jânio e Emilia se olharam, suspirando e ficando cada um de um lado do amigo impulsivo, e o puxaram de volta pra cadeira. Ele ia se erguer, mas suas mãos ainda estavam no ombro dele, assentando e a bunda do letrado, coando um baque pelo auditório.

— Você já é pobre, quer perder a vaga de uma federal? – sussurrou Emilia.

Ele se aquietou aos bufos enquanto a palestra dava continuação. E quando viram que parecia mais calmo, Janio e Emilia desgarraram-se dele.

Ítalo estava para tomar aquela garrafa de café descontroladamente. Jânio pediu para ele ir com calma, pegando em seu ombro.

— Tá me deixando nervoso a ponto de querer fumar. – sussurrou.

Ítalo parou de levar a caneca a boca, tomando um suspiro. Olhou para trás e assentiu antes de guardar a garrafa.

Jânio quer o quê? Que desistisse de se acalmar e de rebater os comentários manipuladores de Nicolai?

Depois de alguns minutos, os professores finalizaram a palestra e os alunos, sem demora, começaram a se levantar dos bancos e se retirarem.

Ítalo, Janio e Emília de um lado do corredor, Nicolai, Sanzia e Regina de outro.

Como Sanzia estava na parte mais próxima da porta, meteu-se na frente de Jânio somente para deixar um aviso.

— Sobre aquela sua pergunta, não é que os homens não devem, mas acredito que devem deixar mais lugares para as mulheres.

Janio ouviu placidamente aquele comentário. E seria somente aquilo se não fosse Ítalo surgindo logo do seu lado. Emilia também ia se aproximar quando parou no caminho para ver Nicolai abordando Regina.

— E claro, para pensar somente em si próprias, não é garota?

— Precisa questionar pra saber que é evidente?

— Sim, é preciso sim, até porque, senhorita, não sei se percebeste – chegou mais perto para sussurrar. –, estamos em uma democracia. – após declarar isso, afastou o rosto, sustentando um olhar maldoso e abrindo de canto um sorriso lascivo. – Se quiser continuar nessa sua tirania femista disfarçada de democracia de Taubaté assim como o pênis de borracha nessa bolsa, sugiro que vá pra marte construir essa nova civilização sem noção.

Primeiro ela ficou paralisada no lugar. Em seguida, o brilho em seus olhos como um manto de água, parecia borbulhar e atingir cem graus Celsius. Emilia, pouco distante, apesar de não ir com a cara da garota, achou um tanto ridículo o comentário do amigo.

Assim como Jânio, Regina também havia sido abordada. Nicolai abordou a feminista, como se quisesse dar em cima dela. Ela lhe deu um fora e ele não gostou, respondendo, Emília se meteu.

— Você se acha mesmo? Você tem certeza que é isso tudo que você diz?

Ela continuou com a mesma emoção nos olhos, cansados e olhando com um sutil vinco entre as sobrancelhas como a seriedade de uma mãe.

Ele sorriu de canto, se achando superior.

— Aposto que é uma rodada.
Depois de ouvir isso, Emília soltou fúria pelas narinas e aproximou-se com vigor nos passos. Coerência não estava em seus planos.

— Sabe um fato sobre ser rodada, Nicolai? É que o pau do homem é o mesmo, mas a mulher rodada fica buracada, ai o pau deles não cabem porque é pequeno em comparação, se sentem usados demais, e por isso reclamam e chamam de rodada, os que comem não reclamaram.

Nicolai surpreendeu-se tanto com esse comentário de Emilia que abriu os lábios e não soube contra-argumentar. Ao passo que a raiva de Sanzia atingia os cem graus.

Ela levantou a mão para Ítalo, mas o Letrado conseguiu segurar antes dela chegar a sua face. Sua mão sobre o punho dela, seus olhos indignados contra os raivosos daquela senhorita. Um franzir em seu nariz formou-se quando começou a fechar sua mão, esmagando a dela.

Então, a boca da garota abriu-se num gemido, seu corpo curvando-se com a dor. Ítalo soltou sua mão nesse momento, se tocando que a raiva subindo-lhe a cabeça estava em um estado de alerta.

— Ah, meu deus. – gemeu ela, se agachando.

— Sem drama, que nem quebrei. – disse ítalo, franzindo o nariz com aquele fingimento.

Ela jogou a cabeça para trás, se aprumando.

— Seu covarde. – berrou.
Ele deu dois passos em sua direção, ela com receio.

— Se levantar de novo a mão pra minha cara, eu quebro. – ameaçou, meio que cochichando que pareceu mais amedrontador. – Nem minha mãe ousou bater na minha cara, não será uma escrota como você que se atrevera a ser a primeira.

Quando Nicolai segurou Regina pelo braço, Emilia investiu o cotovelo na cara dele e começou a briga.
Sanzia apontou o dedo para ítalo e berrou uns belos de uns palavrões, assim como Nicolai disparou uns belos impropérios de indignação para Emília e Regina.

Ítalo revirou os olhos, Emília deixou Nicolai falando sozinho e levou Regina consigo, Ítalo levou as mãos aos ombros de Janio, guiando-o até a porta em seguida. Essas vitrolas sem credibilidade não merecem meu estresse, pensou, antes de empurrar o beck para fora e fechar a porta, abafando o som da política nutela.

Lá fora, Ítalo recebe uma mensagem dizendo (11/06/19) Desconhecido: "Agora ta fazendo algazerra na universidade"

Ele franziu as sobrancelhas, mas ignorou.

Emilia conversava com ítalo sobre aborto, não como se concordasse que a escolha seria da mulher, mas dando bons motivos para isso.

— Mas eu me sentiria terrível se fosse saber que meu filho morr...

— Porque é um assunto forte. – atalhou ela. - Eu sei, mas nada além disso. Mas não é sobre uma vida, mas sim duas.

— Exato, Emilia, duas.

Ela tomou um suspiro. Ele continuou.

— Outra coisa, mesmo se eu fosse a favor do aborto, estamos em 2018, quantos contraceptivos modernos existem? Porque lesionar tanto o útero da mulher com sucção, salina, com vaco por um bel prazer? Ah, tem estupro e tal, até pelo que eu sei tem leis para esses casos, mas e o resto que poderia ser evitado? Porque não fazer uma campanha contraceptiva para sobrepor o índice de aborto? Além disse, se eu fosse apoiar, seria em 1960, que não tínhamos toda essa informação.

— Ainda sim, meu anjo, é uma escolha da mulher. E já está comprovado que em menos de 3 meses o feto não possui cérebro.

Veio as imagens do coração de um bebê batendo com semanas de vidas, e emoções dos pais ao presenciar isso. Decepcionante se tudo realmente não passasse de uma mentira.

— Uma escolha burra.

Ela suspirou.

— Mas uma vez, querido, é apenas mais uma informação forte que você não sabe lidar. Lide com a verdade, querido, tendo você essa visão entre uma feminista segregacionista e uma... “light”.

Ela suspirou. Ele também, mas seguiram juntos com seus braços entrelaçados.

Depois do tumulto daquela tarde, chegou a noite e hora de Emília e Ítalo irem para suas salas, encontrando Clara e Jasmim no caminho. Janio falou um instante com seus amigos e se juntou a eles, andando pelos corredores. Os corredores já estavam desertos, vistos as aulas terem começado, foi quando ouviram um barulho vindo do bloco de filosofia e pedagogia.

Ítalo começou a preocupar-se com a violência que aquele conjunto de vozes abafadas tomava.

Diego, que apareceu logo depois de vir de lá, visto que a biblioteca era desse lado, foi encarado com vários olhares de expectativa.

— Então, Diego, o que seria essa algazarra toda? Zumbis, aliens? Só pra gente se preparar se for o caso. – Perguntou Ítalo.

— Acho que era o pessoal de pedagogia. – respondeu ele.

Ítalo imaginou que ele estivesse enganado. Aquilo era a cara do povo de filosofia.

Os amigos de Janio aparecem alguns instantes depois para buscarem-no.

— Era vocês esse escândalo todo? – perguntou Ítalo.

— Por que todos pensavam que fossemos nós? – indagou Leandro.

As meninas se entreolharam, contendo-se em algum comentário. Mas ítalo estava com o olhar viajante em alguma imagem.

— Ah, se fossem zumbis, a gente daria conta. Eu e minha garrafa esmagaríamos suas cabeças, Jasmim comeria suas bocas antes que eles comessem nossos cérebros, Clara os cortaria numa diagonal plausível com suas katana e Jânio usaria suas dezenas de caixinhas de cigarros para improvisar uma bomba de gás.

E parou quando percebeu que andava só. Virou-se, encontrando seis pares de olhos semicerrados em sua direção.

— O que?

Reviraram os olhos e continuaram a conversar. Em seguida, uma nova mensagem do numero desconhecido.

(11/06/18) Desconhecido: Estou de volta, meu mordomo.

Os lábios de Ítalo partiram-se, olhando em volta, preocupado e alheio aos risos e conversas indistintas de seus amigos.


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