Amem escrita por Liz Setório


Capítulo 31
Sagrado & Profano


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu gostaria de pedir desculpas pela demora na atualização. Isso ocorreu devido a faculdade, mas também a um pequeno bloqueio criativo que eu tive. De acordo com o meu planejamento, esse seria o último capítulo, porém acabou ficando muita coisa pra esse capítulo (tanto que esse capítulo saiu imenso) e eu fiquei meio sem saber como fechar as coisas. Então esse não será o último.

Gostaria de avisar que em um determinado momento irá aparecer a música "O que Será (À Flor da Pele)" cantada por Milton Nascimento e Chico Buarque, então acho que será muito interessante vocês ouvirem a música neste momento.

Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=yIERqgKooiU

Esse capítulo foi feito com muito amor e carinho para vocês. Espero que todos gostem.

Boa leitura!



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— Se é assim, me diga ao menos para onde iremos.

— Não deveria, mas vou dizer. Afinal você vai acabar reconhecendo o caminho mesmo... Vamos pra cidade do padre Flávio, quero ir agradecer a ele pessoalmente.

A ideia de ir agradecer ao Flávio era boa, pois graças a ele Miguel e eu pudemos nos reencontrar, todavia eu não gostaria de ficar por muito tempo naquela cidade. As pessoas de lá eram imensamente preconceituosas e o fato de ser uma cidade pequena, tornava tudo ainda mais incômodo. Foi um milagre eu ter conseguido ficar lá por um tempo considerável, ouvindo burburinhos sobre a minha sexualidade e a minha relação com Miguel.

— E depois? — indaguei.

— Depois pretendo te levar pro litoral, passar uma semana ou duas por lá.

Ah, o litoral… Como era bonito… Eu ainda me lembrava da viagem que fiz para lá quando menino. Apesar das desavenças familiares, aquela foi sem dúvidas uma viagem memorável.

—  Então a surpresa é isso? É a viagem pro litoral não é?

—  Quem te disse isso? — questionou Miguel de forma enigmática.

— Você. Você revelou a surpresa, meu amor.

— Não revelei nada. Essa viagem pro litoral não chega nem aos pés da sua surpresa.

Olhei para ele desconfiado. Se a surpresa não era a viagem, o que poderia ser?

[...]

A  longa viagem que já havia sido feita por mim antes, porém de forma solitária, junto com Miguel parecia passar mais rápido. Principalmente levando em conta, que no trajeto realizado de avião eu dormi durante quase toda a viagem.

Ah, como foi gostoso poder dormir no ombro do meu amor e foi ainda melhor,  ao acordar, dar de cara com a bela face de Miguel.

— Você dormia como um anjo — falou com uma voz extremamente doce e suave.

— A sua presença me faz sentir no céu, anjo Miguel.

— Pois desse céu nunca iremos aterrisar, meu amor — garantiu.

— Assim espero.

Miguel deu um leve sorriso e em seguida, em tom apaixonado, declarou:

— Paulo, você não sabe o quanto estou feliz de estar contigo. Enquanto você dormia, eu não conseguia parar de te olhar… De admirar esse teu rosto tão bonito… Nem acredito que agora estamos juntos de novo.

As palavras de Miguel eram tão belas... Elas me tocavam de forma profunda, fazendo o meu coração bater acelerado e uma vontade de beijar Miguel foi tomando conta de mim.

Olhei rapidamente e notei que os outros passageiros do avião pareciam distraídos, ninguém parecia estar prestando atenção na gente. Então, num gesto rápido, roubei um breve e apaixonado beijo de Miguel.

— Eu te amo e nunca mais vou te abandonar — disse, ao terminar o beijo.

— Também te amo e, por favor, me dê mais beijos assim de supetão, esses são os melhores...

[...]

Quando chegamos ao nosso destino, me senti muito estranho. Havia vivido tanta coisa naquela cidade e estava ali de volta para nunca mais voltar. Aquele lugar me trazia memórias ruins, lembranças de um tempo de confusão mental, um tempo que deveria ser esquecido.

Nos dirigimos diretamente para a igreja, primeiro procuraríamos Flávio lá e caso não o encontrassemos, iríamos até sua casa.

Quando chegamos demos de cara com a porta da frente da igreja fechada, todavia Miguel observou que a porta lateral estava aberta.

— Vamos dar uma olhada, talvez ele esteja na sacristia — sugeriu Miguel.

Entramos na igreja e notamos que estava tudo muito arrumado, era uma arrumação simples, mas muito bonita, provavelmente mais tarde ocorreria um casamento. O caminho até o altar estava cheio de pétalas de rosas vermelhas e próximo ao altar havia dois vasos com rosas brancas e vermelhas.

— Você quer esperar aqui enquanto eu procuro? — indagou Miguel.

— Sim, pode ser.

Enquanto ele procurava pelo Flávio, dirigi-me até a porta principal da igreja, depois fui andando lentamente até o altar, por alguns instantes me imaginei no lugar da noiva que mais tarde entraria ali. Fui caminhando de forma suave, imaginando que a cada passo estava mais próximo de casar-me com o meu Miguel. Entretanto, quando cheguei até o altar, voltei para a realidade. De forma triste aceitei que a minha fantasia nunca seria possível, a Igreja jamais permitiria um casamento homossexual. Todavia, isso não me impedia de agradecer a Deus por ter Miguel novamente em minha vida. Então, me ajoelhei e comecei a rezar baixinho:

— Deus, muito obrigado! Muito obrigado por tudo. Peço perdão por ter sido tão burro, por ter lhe compreendido de forma tão equivocada… Porém hoje estou feliz e muito grato pelo Senhor ter colocado novamente o Miguel em minha vida… Eu não deveria ter abandonado ele daquela forma, mas o Senhor sabe o quão confuso e perturbado eu estava. Me sentia tão pecador, mas mal sabia que não havia nada de mal em amar o Miguel, nada do que fizemos foi pecado, porém só hoje tenho condições de pensar nisso. Novamente agradeço, meu Deus e peço ao Senhor a graça de ficar com Miguel até o último dia de minha vida.

— Com certeza Ele lhe concederá essa graça.

Virei-me rapidamente e vi que quem proferia aquelas palavras era Flávio.

— Padre Flávio… — sussurrei enquanto me levantava.

— Desculpe por interromper o seu momento de reflexão e oração…

— Não precisa se desculpar, padre. Como você está?

— Estou bem. E você?

— Estou ótimo. Acho que nunca estive tão bem, é maravilhoso estar com o meu Miguel de novo. Inclusive, eu devo isso primeiramente a Deus e depois a você, obrigado Flávio, você fez muito pela gente.

— Não, eu fiz pouco. Ainda vou fazer muito mais.

— Como assim? — questionei sem entender o que Flávio queria dizer.

— Miguel, pode vir — declarou num tom de voz mais alto.

O meu amado prontamente atendeu ao pedido e veio, juntamente com Ângelo, Lucas e Michele até nós.

Miguel estava deslumbrante, ele vestia um terno branco, acompanhado de gravata borboleta e uma flor vermelha na lapela. Enquanto andava lentamente em nossa direção, cantava e tocava no violão:

O que será que me dá

Que me bole por dentro, será que me dá

Que brota à flor da pele, será que me dá

E que me sobe às faces e me faz corar

E que me salta aos olhos a me atraiçoar

E que me aperta o peito e me faz confessar

O que não tem mais jeito de dissimular

E que nem é direito ninguém recusar

E que me faz mendigo, me faz suplicar

O que não tem medida, nem nunca terá

O que não tem remédio, nem nunca terá

O que não tem receita

 

Desde quando eu o vi, lágrimas começaram a surgir em meus olhos, porém nesse ponto da música eu já chorava como um bebê. Eu já ousava imaginar o que estava prestes a acontecer, mas a minha mente não conseguia processar aquilo. Tudo parecia tão perfeito… Era como se fosse uma grande mentira, uma pegadinha…

Não demorou muito e Miguel já estava parado frente a mim, pude então perceber que ele também chorava. Em alguns momentos ele até chegou a desafinar, contudo manteve-se firme e apesar da emoção, conseguiu terminar a música lindamente.

 

O que será que será

Que dá dentro da gente e que não devia

Que desacata a gente, que é revelia

Que é feito uma aguardente que não sacia

Que é feito estar doente de uma folia

Que nem dez mandamentos vão conciliar

Nem todos os unguentos vão aliviar

Nem todos os quebrantos, toda alquimia

E nem todos os santos, será que será

O que não tem descanso, nem nunca terá

O que não tem cansaço, nem nunca terá

O que não tem limite

 

A música que já era bonita tornava-se ainda mais especial, pois foi essa a canção que Miguel tocou e cantou quando me pediu em casamento e eu covardemente não consegui aceitar a sua proposta.

Ouvir ele cantar aquela música novamente me fazia voltar no tempo, voltar completamente preparado para aceitar Miguel como meu marido.

 

O que será que me dá

Que me queima por dentro, será que me dá

Que me perturba o sono, será que me dá

Que todos os tremores me vêm agitar

Que todos os ardores me vêm atiçar

Que todos os suores me vêm encharcar

Que todos os meus nervos estão a rogar

Que todos os meus órgãos estão a clamar

E uma aflição medonha me faz implorar

O que não tem vergonha, nem nunca terá

O que não tem governo, nem nunca terá

O que não tem juízo.

 

Ao terminar a canção ele aproximou-se de mim e me deu um beijo na testa. Eu que estava muito emocionado, lhe dei um forte abraço.

— Eu te amo… Eu te amo… Eu te amo… — sussurrei em seu ouvido.

Miguel não conseguiu responder. Ele foi tomado por uma crise de choro. Continuei abraçado com ele por alguns momentos e quando finalmente o nosso abraço findou-se, Michele veio até mim e entregou-me o embrulho de presente que tinha em suas mãos. Recebi o presente e aproveitei para dar um abraço em minha sobrinha. Ela também tinha sido parte importante da minha relação com Miguel. Além do mais, as nossas conversas por telefone, no tempo que eu passei no mosteiro, foram muito boas para mim.

Ao abrir o embrulho e ver que tratava-se de um terno igual ao do Miguel, pude ter a certeza do que aconteceria dentro de instantes.

— Meu.... Am... Amor... vá se trocar, por favor — pediu Miguel ainda tomado pela emoção.

Fui até a sacristia em passos rápidos e estar ali colocando um terno ao invés de estar me preparando para a missa me causou uma certa estranheza. Naquele instante, o padre Paulo novamente recebia um golpe e se ele ainda não estava morto, havia acabado de ser assassinado.

Quando voltei me juntei a Miguel no altar. Então Flávio proferiu as seguintes palavras:

— Em Nome do Pai,do Filho e do Espírito Santo.

Eu e os outros presentes respondemos juntos:

— Amém.

— A graça do Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo,estejam convosco — continuou Flávio.

— Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo — respondemos em coro.

— Hoje estamos aqui para realizar algo, até onde sei, inédito na história da Igreja Católica. Eu, padre Flávio de Assis, irei dar a minha benção a esse casal composto pelos dois homens aqui presentes. Isso não é um casamento, a Igreja não me concede poderes para tal, porém, apesar de tudo que poderia me impedir, tomei a liberdade de abençoar essa união. Devo admitir que a homossexualidade sempre foi vista por mim enquanto pecado, mas eu busquei com afinco não julgar os irmãos nessa condição. Eu sempre deixei claro a Paulo e Miguel que os respeitava, mas não compactuava com a relação deles.

Demorei muito tempo para entender o que eles sentiam, demorei para entender que em seus olhares não havia desejo e pecado, mas sim um amor puro e verdadeiro. Amor esse cheio de encontros e desencontros… Num desses desencontros, Miguel implorou a mim, pela segunda vez, para que eu lhe revelasse o paradeiro de seu amado. Eu, diferente da primeira vez, atendi o seu pedido, isso trouxe a ele muita felicidade e gratidão. Foi aí que veio o pedido para essa benção. De imediato eu lhe dei uma resposta negativa, seu pedido soou como uma heresia. Na minha cabeça eu já tinha feito muito por eles, não poderia continuar apoiando essa relação pecaminosa. Miguel então me pediu para pensar. Pensei por dois dias inteiros, esse assunto simplesmente não saia da minha cabeça…

Eu costumo dizer que Deus é maravilhoso. Ele sempre nos mostra o caminho certo. Numa noite quase toda desperto, após finalmente conseguir dormir eu tive um sonho, sonhei com padre Luís, meu professor no seminário e uma grande inspiração pra mim, ele dizia: Flavinho, nós precisamos celebrar o amor, o amor, meu filho, pois essa é a única coisa que verdadeiramente importa. Esqueça qualquer preconceito que você tiver.

Quando acordei me dei conta do que ele falava, ele falava sobre Paulo e Miguel e o seu amor tão incompreendido por mim. Todavia, agradeço muito a Deus pela oportunidade de ter conhecido esses dois homens. Eles me deram uma grande lição sobre amor e tolerância... Enfim, depois de tanto me prolongar, chego ao ponto importante, hoje estamos aqui, diante desses dois homens que acreditaram um dia ter vocação para o sacerdócio, porém após algum tempo na função de sacerdotes, perceberam o seu equívoco. Creio eu que esse engano foi a forma encontrada por Deus para colocá-los face a face... Sendo assim, nesse momento de extrema importância para a vida deles, vamos acompanhá-los com nossa amizade e nossa oração fraterna, pois mesmo a igreja não estando cheia, sabemos que todos os presentes estão cheios de amor. E depois, juntos, através de Jesus Cristo Nosso Senhor, vamos pedir a Deus Pai para acolher, abençoar e manter sempre unidos estes dois homens cheios de amor.

— Amém — novamente respondemos em coro.

— Agora fiquem à vontade, caso desejem falar algo um para o outro.

Durante toda a fala de Flávio a emoção falou alto em meu coração. Eu não conseguia parar de chorar, tudo aquilo era muito inacreditável e bonito. Eu sequer conseguia raciocinar algo para dizer.

Miguel, estava tão emocionado quanto eu. Ele demorou um pouco para conseguir falar e em meio a lágrimas, disse:

— Paulo, meu amor… Não sei você, mas eu me sinto estranho de estar nesse lugar… De estar recebendo essa benção de alguém.  Depois de já termos celebrado alguns casamentos, agora sabemos como é estar do outro lado… Enfim, sei que isso não é um casamento de fato… É uma versão abreviada de tudo, menos da emoção. Eu quero te dizer que esse aqui é apenas um primeiro passo, depois nós vamos juntar os papéis e casar no civil. Só pedi ao Flávio pra fazer isso, porque tenho noção da importância disso para você e para mim também, pois tudo que é importante pra você é pra mim também. Lembro de uma vez, você falar pra mim que gostaria de ter a benção de Deus em tudo que fizesse na vida… Bom, então aqui estamos, e prometo, Paulo, nós ficaremos juntos até o final dos nossos dias. Eu te amo, amo como nunca pensei amar alguém.

As palavras de Miguel tocavam a minha alma. Estar ali com ele significava muito. Aquela era uma vitória, o amor estava enfim vencendo.

— Miguel… Eu estou simplesmente sem palavras. Tudo isso me parece tão irreal… Tenho medo de a qualquer momento acordar desse sonho… Quando você me disse que a minha surpresa seria melhor do que uma viagem pro litoral, eu não acreditei… Sinceramente nunca pensei que o Flávio fosse ser tão bondoso conosco a esse ponto... Mas assim como você, também sinto uma estranheza de estar nesse lugar. Afinal, nunca me imaginei nessa posição. Novamente, gostaria de agradecer ao Flávio… Ele fez muito pela gente. Agradeço também a você, meu amor. Realmente pra mim, isso aqui é muito importante. Sabe, o nosso amor foi uma coisa muito louca e se não fosse ele, eu nunca poderia entender de fato o amor, o amor romântico e o amor de Deus também... Nunca poderia entender a poesia de Camões sobre o amor. Incrivelmente, os versos dele se encaixam tão bem na nossa história… Amor é um fogo que arde sem se ver;  É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; [...] É um não querer mais que bem querer;  É um andar solitário entre a gente; [...] É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor;  É ter com quem nos mata, lealdade... — Quando terminei os versos da poesia, estava muito choroso e precisei fazer uma pausa — Infelizmente eu não lembro do poema na íntegra, porém mesmo assim, acho que ele define muito bem tudo que passamos — completei.

Terminei a minha fala e caí novamente em lágrimas. Quando olhei para os os outros, percebi que os presentes ali também choravam. Afinal, todos eles nos ajudaram de alguma forma a estarmos ali.

— E após essas palavras tão lindas, peço a vocês que coloquem as alianças sobre a minha mão — pediu Flávio, enquanto secava as recentes lágrimas, que insistiam em rolar por sua face.

Tiramos as alianças de nossos dedos e colocamos na mão de Flávio.

— Abençoai e santificai, Senhor, o amor dos vossos servos Paulo e Miguel, para que, entregando um ao outro estas alianças em sinal de fidelidade, recordem o seu compromisso de amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Ao findar suas palavras, Flávio aspergiu um pouco de água benta sobre nossas alianças.

— Amém — falamos todos juntos.

Fui o primeiro a pegar a aliança na mão de Flávio e enquanto a colocava de volta no dedo do meu amado, falei:

— Miguel, receba esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Eu prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe.

Após isso Miguel fez o mesmo.

— O que Deus uniu, o homem não separa. Agora, vocês já podem se beijar — finalizou Flávio.

Antes de nos beijarmos nos olhamos por um instante e como se tivéssemos combinado, proferimos, em uníssono:

— Eu te amo.

Após essa singela declaração de amor, levei delicadamente a minha mão até a face de Miguel, fiz um leve carinho, em seguida num gesto rápido e apaixonado o beijei, aquele beijo foi, assim como os outros que trocamos e ainda trocaríamos, recheado de amor.  

[...]

Depois da benção recebida ainda tivémos uma pequena comemoração com direito a salgados, refrigerantes, champanhe e bolo com noivinhos no topo.

Eu estava adorando tudo aquilo, porém sentia falta de uma pessoa muito importante, Mafê.

— Michele, cadê sua mãe? — indaguei após tirar minha sobrinha de perto dos outros.

— Tio… Tio… É… Ela...

— Ela não aceita de jeito nenhum né?

A garota limitou-se a fazer um sinal afirmativo com a cabeça.

— Por favor, tio não fique triste, se o padre Flávio, que é padre conseguiu entender isso, a mamãe vai entender também, é só uma questão de tempo.

[....]

Findada a pequena festinha fomos para uma pensão da cidade. Afinal, não tínhamos condição de ir para o litoral naquele mesmo dia, a nossa viagem havia nos cansado muito. Nós então resolvemos descansar para seguir viagem no dia seguinte.

— Agora somos só eu e você — disse com tom sedutor.

— E o que você pretende fazer comigo, meu marido? — indagou Miguel.

Aproximei-me dele e sussurrei pausadamente em tom sedutor, no seu ouvido:

— Sa-fa-de-zas… 


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Notas finais do capítulo

Bom, gostaria de avisar que o próximo capítulo deve demorar mais ou menos o mesmo tempo que esse (cerca de um mês), mas prometo que de forma alguma vou deixar a história sem final.

Muito obrigada por ter lido até aqui ♥



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