Yan P.O.V

Bem, tem muito tempo que eu e a sereia cabeça de vento nos conhecemos. Sim, essa idiota que deixou ser vista por um humano.

Para quem não sabe, o que ela fez causará problemas para o idiota do mar e para os bruxos também. Afinal, o mar tem a magia do meu pai (que também é um bruxo). Meu pai e outros grandes bruxos têm feito uma barreira mágica no mar a tempos, ela fica bem no fundo para impedir humanos de ultrapassarem o lar de sereias, ou outras criaturas que nem faço ideia.

Apesar de ser muito poderosa, possui uma fraqueza: Se a pessoa sabe que ela está ali, ela pode ultrapassar. E como meu pai e aquele idiota do rei do mar tem vários tratos, (o qual eu nem me interesso em saber) iria sobrar para os dois.

Deve ser por isso que meu pai estava tão preocupado com isso também, pois se prejudicar o mar, irá prejudicá-lo também.

Haha, bom trabalho, sereia idiota. Sério, estou só ajudando a encontrar o humano por ela, porque eu não dou a mínima para os problemas do meu pai e muito menos para o mar.

Me lembro até hoje da minha primeira grande briga com meu pai e o momento icônico que eu e ela nos conhecemos...

                                   2 anos atrás

Estava na cidade dos bruxos, que também é protegida por uma barreira mágica e apenas bruxos podem passar.

Aqui tem alguns "restaurantes", que costumamos chamar de Recarga Mágica (Sério, quem deu esse nome horrível?). E temos aula de magia também. Mas puta que pariu, que merda é aquela? Só tem gente chata.

Então mais uma vez, eu estava cabulando a aula idiota e apenas dando uma volta.

Até que alguém resolveu atrapalhar meu sossego.

— Yan? - Chamou Lily, a bruxa mais irritante e idiota que eu conheço.

Lily veio correndo até mim e me abraçou. Como eu queria apenas mandar ela ir embora...

— Sentiu minha falta, Yanzinho? - Ela disse, fazendo uma cara fofa. Que de fofa não tem nada, já vou avisando.

Lily se veste de forma totalmente infantil. Essa retardada se apaixonou por mim apenas porque achei o laço dela no chão, e já está enchendo o saco.

— Não. Vai embora, Lily. - Falei, não dando a mínima e continuando a andar.

Ela correu até mim novamente, me impedindo de andar.

— Puxa, que malvado! - Ela fez bico. - Não gosto quando me trata assim, deveria me encher de comidinhas e carinhos.

— Olha, eu não quero conversar com você agora. Dá pra voltar pra toca de onde saiu, garota? - Falei, irônico e sério ao mesmo tempo.

Lily pegou meu braço sorrindo.

— Voltar? Não seja bobo, nós vamos passar um tempo juntos, não vamos?

— Me deixa em paz. - Respondi. Já estava me irritando.

Continuei andando e ela ainda estava agarrada no meu braço. Sério, como aturar isso?

Fui até a Recarga Mágica (restaurante), e me sentei em uma das mesas. É claro, Lily veio junto.

Aqui nós pagávamos com moedas mágicas, porém de uma forma totalmente diferente. É, quando fui para o mundo humano eu sabia algumas coisas, mas... ah, deixa pra lá.

— Lily, dá pra me deixar quieto? Que saco. - Falei, entediado naquela mesa.

— Você quer sorvete ou uns biscoitinhos? - Ela disse, ignorando minha pergunta.

— Nenhum dos dois. Sai daqui. - Respondi, já estressado.

Lily saiu da mesa e voltou segundos depois com dois sorvetes. Os sorvetes deram, o que eu odeio, nem queria mais.

— Disse que não queria. - Falei, recusando o sorvete.

— Vai recusar um presente da sua futura namorada, Yan? - Lily dizia, enquanto cantarolava com uma voz irritante.

Me levantei.

— Se foder você não quer, né? Eu já disse que não quero o sorvete. Nem a sua companhia. - Respondi, me retirando.

Já não aguentava mais aquele inferno. Esse era o chamado lar dos bruxos? Que entediante.

Está na hora de dar uma graça nessa merda.

Abri um sorriso e usei magia para me teletransportar para o castelo do meu pai. Posso cabular aula, mas sou filho de um dos bruxos mais poderosos. É claro que sou incrível.

Então, como eu ia dizer... no centro do castelo tem uma grande fonte de magia, que dá energia mágica para 70% dos bruxos da área. E meu plano era simples: eu iria pegar um pouco emprestado.

O lugar inteiro iria apagar e todos ficariam fracos. Mas não tanto, afinal eu não planejava pegar muito. Haha, isso seria muito engraçado.

Finalmente era hora de me divertir, não é mesmo?

— Eu sempre quis fazer isso, só me faltava coragem. O momento é agora. - Falei para mim mesmo.

Fui até o corredor onde ficava a grande porta. Eu sabia o feitiço para abrir, meu pai já fez isso milhares de vezes. Então, apenas me concentrei... e TA-DÃ! A porta abriu, mas é claro que sou um gênio.

Lá estava aquela grande fonte mágica... tinha uma luz absurda.

Me aproximei.

— Vou pegar só um pouco... - Continuei falando sozinho.

Comecei a sugar aquela magia, mas só de pegar um pouco o castelo apagou por completo. Uau, isso era realmente forte.

Achei que já era o suficiente, mas bem quando ia sair de forma discreta, uma idiota resolveu me atrapalhar de novo.

— Você fez isso mesmo, Yanzinho? - Lily disse, com as mãos cobrindo a boca. - Esse jeito mau seu é algo que me impressiona.

— Cala a boca. Como chegou aqui? - Gritei, indignado. Essa garota não me deixa quieto, mas que merda.

— Eu me teletransportei pra me desculpar... você não precisava ter sido tão duro comigo. - Ela dizia, fingindo chorar. Aquilo estava me irritando.

Percebi que não tinha tempo, havia gente se aproximando. Droga, eu tinha que ser rápido.

Com a quantidade grande de magia que eu peguei, iria me teletransportar pra bem longe. Mas não podia deixar a Lily ali, ou iria acabar dando ruim também...

Peguei o braço de Lily e nos teletransportei pra bem longe do castelo.

Mas já era tarde.