Knights Gods - Prisoners of Blood escrita por Luana Cajui


Capítulo 4
Raven




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Agatha estava naquele galpão abandonado a algum tempo esperando ele, já tinha arrumado a bagunça da noite anterior quando algumas plantas saíram do controle a bagunçaram todo o lugar.

Ela se atirou no Puff exausta enquanto os gatos se acomodavam ao seu redor, fazia tempo que ele saiu e normalmente ele sempre dava notícias quando saia por muito tempo. Após uma hora o local ficou escuro e os pelos dos gatos se arrepiaram e quanto corriam para se esconder, entre os pufes e os armários e foi do lado de um que ele apareceu, mas estava diferente, estava mancando e com uma mão segurando um dos lados do corpo.

—O que aconteceu Albafica?

Agatha se levantou derrubando alguns gatos e correu até o loiro que retirou o capuz e se jogou num dos Puff rosa.

—Encontrei alguém que sabe lutar...por sorte consegui atingir ela com minha adaga.

—Ela? Foi uma garota que fez isso com você?

Sem exitar ela abriu o sobretudo e ergueu a camisa dele, o abdômen estava repleto de marcas roxas e estava inchado e ao tocar um gemido de dor pode ser ouvido vindo dele.

—Desconfio que você lutou com algum monstro disfarçado, Albafica, vou pegar a caixa de primeiros socorros...

Quando a garota fez menção de se levantar, seu braço foi segurado e a mesma foi puxada para baixo indo de encontro com os lábios de Albafica.

—Você tem treino...precisa ir embora, eu me viro.

—Tem certeza?

—Absoluta, qualquer coisa eu tenho os gatos e o Marco no andar de baixo.

—Ela ta dormindo pesado desde a outra luta com a polícia, não acho que ele vai ajudar muito Alba.

O garoto apenas e deu um rápido beijo na morena enquanto passava os dedos pelos curtos cabelos pintados de azul.

—Vou ficar bem...Gata

Aghata sabia que discutir com o loiro não levaria a nada, então apenas se separou dele lhe dando um selinho e se levantando indo para a saída do local carregando uma mochila.

Agatha passou a caminhar pelas ruas do subúrbio da cidade com cuidado para não chamar muita atenção, por onde passava as crianças de rua a olhavam sorridentes e os adultos torto, acontecia afinal o trio de adolescentes não era muito querido por ali.

Pegou um ônibus para chegar ao ginásio em outro bairro de Gotham, ela praticava ginástica rítmica e artística como a sua mãe fez um dia e era muito boa, igual a mãe que na maior parte do tempo não sabia onde a mesma andava já que nunca parava em casa e estava sempre discutindo com seu pai pela guarda, ela odiava isso, ter que ser dividida como se fosse um brinquedo para duas crianças.

O dia seguiu com Aghata treinando nas barras, trave e solo com fitas e bambolês, ali o tempo passava devagar e isso era ótimo, podia entrar no seu mundo sem ter hora para sair dele, ali era feliz assim também com amigos superpoderosos.

Já era tarde da noite quando resolveu ir embora, ela caminhava pela rua com os fones nos ouvidos no máximo, observando as vitrines apagadas pelas ruas vazias, quando alguns vultos passaram a sua frente, era um filhote de corvo fugindo de três cachorros grandes. Aghata não gostava muito de animais, mas a ideia daquele filhote sendo estraçalhado não lhe agradou e como um impulso ela correu atrás do quarteto até um beco, o corvo tinha caído numas latas de lixo tentando escapar dos cães, Agatha ao entrar naquele beco escuro e fedorento pegou a primeira coisa que poderia usar para afastar o cães, um pedaço de madeira, se aproximou sem fazer muito barulho até que bateu com a madeira com tudo numa lixeira, os cães se viraram assustados e a menina começou a espanta-los com pauladas fortes no chão e nem tão fortes nos cães que logo saíram correndo, a garota se aproximou do filhote e o pegou pelas pernas e o colocou dentro da blusa de zíper para que ficasse aquecido. Voltou a rua, logo voltando para o apartamento da mãe após meia hora, subiu as escadas de emergência e entrou pela janela em seu quarto, após trancar a janela ela foi até a cozinha pegando leite e mingau na geladeira e aquecendo ele numa tigela no micro-ondas enquanto dava comida ao filhote auxílio de uma seringa na bancada e retirava o moletom. Alimentou o filhote que parecia desesperado por comida, logo após ela foi para o quarto tomar banho e se trocar, após isso ela pegou o pequeno e foi para o quarto jogando a si e ao filhote na cama, fez um ninho improvisado perto da cabeceira e o deixou dormindo antes de finalmente apagar.

Na manhã seguinte, Agatha não encontrou o filhote em canto nenhum do apartamento e nem ousou perguntar a mãe que chegou mais tarde que ela e estava adormecida na outra cama pesadamente, tão pesado que ela nem se moveu quando ela bateu o mindinho na cômoda com tudo.

—Mano do céu- braguejou a garota morrendo de dor.

Após se recuperar da quase morte, Agatha se trocou, colocando um conjunto pesado de inverno e voltou a procurar o corvo pelo lugar e nada, até ela ouvir um croquitar vindo da sacada, a garota foi para a sacada atravessando a cozinha e a sala. A sacada estava vazia, mas o croquitar continuava, ao olhar para cima ela pode ver o filhote em cima do bagulho do ar condicionado longe pra poha.

—Como tu foi parar aí desgraçado?

O corvo não respondeu, apenas croquitou em resposta, ele tremia de frio e medo fazendo a garota sentir muita dó. O caminho entre ela e o ele era feito de tijolinhos e a saída do ar-condicionado do seu apartamento, até que dava pra conseguir tirá-lo dali.

Começou a escalar a parede cuidadosamente para tentar alcançar o gato, seus dedos ao agarrar a superfície gelada começaram a perder a sensibilidade enquanto tentava alcançar o filhote, foi quando um grito atingiu seus ouvidos, lentamente ela virou a cabeça e olhou para baixo vendo um Bruce Wayne extremamente irritado acompanhado por aquele garoto insuportável.

—Desça daí imediatamente! Não se jogue , Aghata!

A garota franziu a testa, por acaso seu pai era cego?

—Eu to tentando pegar um corvo!

Gritou a garota de volta do quarto andar.

—E cadê ele? -gritou o garoto irritado, Agatha voltou a olhar para cima e o corvo não estava mais lá.

Agatha com a pulga atrás da orelha desceu dali deixando o homem mais tranquilo, pulou de volta na sacada enquanto o homem entrava no prédio, ouviu barulhos vindo do quarto, provavelmente sua mãe acordou com o grito que o Sr.Wayne dera do lado de fora.

Sua mãe se aproximou vestindo um sobretudo pesado e com a cara amarrada de sono, parecia de bom humor mesmo após ser acordada.

—Bom Dia Agatha! -A mulher tinha os braços fortes, por que com um simples abraço ela poderia facilmente fraturar alguns ossos da Filha.

—Oi...

A campainha do apartamento tocou, Selina soltou a filha e foi até a porta, após destranca-la um Bruce Wayne entrou furioso no lugar acompanhado daquele moleque irritante.

—Agatha, Damian, vão para o quarto, tenho que conversar com a Selina.

—E lá vamos nós -resmungou a garota indo para o quarto acompanhado por Damian, quando fechou a porta pode ouvir claramente a discussão que começará na sala, era sempre assim todo final de semana.

—Sua mãe é uma irresponsável.

Agatha olhou para o maior com raiva, enquanto o mesmo decidiu olhar sua coleção de brindes de restaurantes na cômoda ao lado da sua cama.

—Engraçado, a sua deixou que te treinassem para ser um mini assassino, mas eu tento pegar um corvo nossaaaaaaaa que irresponsável a Selina é! -Agatha afinou a voz enquanto gesticulava tentando em vão imitar a voz do meio irmão. -Fala sério Damian, ambos sabemos que odiamos isso!

Apontou para a porta de onde as vozes de Bruce e Selina vinham, altas e irritadas discutindo sobre o assunto favorito das discussões, Agatha.

—Pode até ser -disse o garoto pegando um pequeno carimbo da Hello Kitty e jogando na irmã que o pegou ainda no ar. -Mas logo as discussões vão acabar para meu azar, a minha paz também.

—Por que diz isso? -Abrindo o carimbo, ela se aproximou de Damian e sem que ele percebesse carimbou a testa dele com um morango rosa neon-Vocês vão se mudar? Amém, minhas preses foram ouvidas!

O garoto deu uma risada, não uma de achar graça de algo uma risada maldosa característica dele.

—Nós não, você! Papai conseguiu sua guarda na justiça, diga adeus a sua mamaezinha.

Bruce e Selina ouviram um estrondo muito alto vindo do quarto onde os dois adolescentes estavam, ambos foram correndo até lá, mas a porta tinha sido trancada, demorou alguns minutos até Bruce conseguir arrombar a porta. Quando conseguiu, a primeira coisa que viu foi uma cômoda quebrada e Damian caído em cima da mesma gemendo de dor.

—Onde Agatha está? -Perguntou o milionário ao mais novo enquanto o tirava de cima da madeira do que outrora fora uma cômoda.

—A vad...ela saiu pela janela ao saber que você conseguiu a guarda dela.

—Ela não pode ter ido muito longe...- Bruce colocou o garoto sentado numa das camas.

—Ela pode sim - Selina apontou para um canto do cômodo, onde a filha costumava jogar as mochilas de treino -Não é a primeira vez que ela some, mas nem eu mesma sei onde acha-la.

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

Agatha estava no ônibus indo para o ginásio quando ele ligou, não era seu pai ou mãe, era seu fogaréu favorito, Marco.

"O que você quer bola de fogo?"

Houve um ruído do outro lado da linha antes da resposta.

"Por que eu tenho que querer algo para ligar pra você?"

"Porque você sempre quer algo, o que é?"

"Bom como você sabe, a florzinha esta ferida e eu vou precisar de alguns gases, eu precisei abrir algumas feridas e agora preciso mantê-las sob controle, se é que você me entende."

"Okay, eu compro e vou para ai..."

Mais ruídos na ligação até o outro responder.

"Não é para agora, a que temos aqui dão para o dia, mas quando você for vir para cá de noite, você compra?"

"Como você sabe que vou aí de noite?"

"Seu tom de voz, você está chateada, e você prefere ficar com a gente quando está assim, até mais Gata!"

Pi pi pi...

Jogou o celular dentro da mochila e desceu do Ônibus, como odiava que Marco fizesse isso.

(...)

Bruce deveria ter passado o dia inteiro procurando por ela, por sorte ninguém sabia que ela treinava com exceção da mãe e obviamente ela não contaria a ninguém sobre o refúgio "Secreto" da filha naquele ginásio, pela manhã treinou nos aparelhos e Solo e pela tarde ajudou a dar aulas as meninas mais novas até voltar a treinar pela noite, saiu tarde novamente aquele dia e por sorte encontrou uma farmácia 24 horas e por azar...presenciou algo que não deveria.

Ao pegar um atalho num beco, a garota ouviu alguns barulhos estranhos vindos de perto de um carro na saída do mesmo, foi quando um homem foi jogado para fora todo ensanguentado, Agatha ficou imóvel vendo a cena, um outro homem saiu de dentro do carro, ele usava um terno, tinha rosto oval, barba e cabelos negros e usava óculos, um dos mafiosos que chegou recentemente a cidade, ele sacou uma pistola e atirou oito vezes no homem que implorava a seus pés por piedade. Ela recuou lentamente tentando não ser notada até seu pé bater numa lixeira, o homem a encarou na hora e sorriu de maneira maliciosa, foi quando ela disparou a correr, voltando a rua.

Corria o mais rápido que podia, mas não era o suficiente para fugir do carro que a seguia um pouco mais longe, tentou ligar para Marco mas não tinha sinal, foi quando ela entrou em outro beco e subiu as escadas de emergência de um prédio aleatório, o carro entrou no beco também e dele desceram mais Quatro homens que logo também começaram a subir as escadas, Agatha chegou ao terraço mas o espaço entre um prédio e outro era grande até pra ela e foi ai que eles chegaram lá também, agora estava cercada por qua...cinco homens, o carinha de terno tinha subido também, Agatha estava na beira do prédio, mais alguns passos e ela viraria pudim amassado.

"Cadê o Batman quando se precisa dele?"

—Acho que a mocinha, viu algumas coisas que não deveria.

O homem acendeu um charuto enquanto encarava a garota a sua frente.

—Isso é realmente incômodo, uma mulher não deveria estar na rua a essa hora, é perigoso.

Ela arqueou as sobrancelhas levemente irritada, do contrário já teria mandado ele ir se fuder. O homem continuou.

—Eu queria acabar somente com um traste que trabalhava pra Polícia, mas nunca me passou que alguém estaria passando a essa hora.

—A vida é cheia de surpresas.

Deveria ter ficado calada, o homem soltou a fumaça do charuto e deu alguns passos na direção dela que recuou conforme ele avançava até que ficou bem na beira, o prédio tinha cinco andares.

—Odeio surpresas, para mim deveriam ser extintas...podem atirar!

E antes mesmo que algo acontecesse uma figura saiu das sombras, por um instante pensou que fosse Albafica, mas não, era sua mente a trollando antes de despencar do prédio, a queda foi rápida e por um único momento, imaginou como a mãe reagiria a morte dela e pah.

O corpo da jovem ginástica estava no chão com todos os ossos da coluna e o crânio quebrados, o sangue se espalhou rapidamente pelo asfalto, foi quando as luzes dos apartamentos se ligaram e logo todos os moradores estavam ligando para Policia ou a emergência, mas já era tarde demais.


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