Knights Gods - Prisoners of Blood escrita por Luana Cajui


Capítulo 3
O retorno [Betado]




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Sete anos depois, Ilha de Themyscira

Aquela amanhã, em específico, acabou sendo despertada com um som não muito comum em Themyscira. Suas irmãs gritavam, e ela podia ouvir os sons de espadas se chocando com escudos, mas não parecia uma batalha, as vozes estavam estridentes e gritavam em alegria.

 

Ela se colocou em pé logo, ajeitou os longos fios negros e vestiu sua túnica e um vestido azul., Ela correu para fora da residência curiosa com aqueles sons. Conforme passava pelas ruas, poucas de suas irmãs acordadas àquela hora a cumprimentavam: "Bom dia, Manna!", "Como vai, Manna?", "Acordada tão cedo, Manna?".A menor respondia a todas como podia antes de se colocar a correr até uma praça onde algumas amazonas estavam reunidas.

 

—O que houve? Por que tanto barulho logo cedo? - Perguntou a uma das amazonas ali presentes, virando-se e sorrindo.

 

—Diana conseguiu fazer contato, ela vai vir para cá a tarde e adivinha?

 

—O quê?

 

—Ela vem buscar você!

 

Okay por essa não esperava, Diana Iria buscá-la de tarde, depois de sete anos que a deixou em Themyscira. Na época não sabia o que estava acontecendo direito e do porquê de ser deixada ali, tudo parecia assustador, mas agora a ideia de sair lhe assustava.

O que existiria fora da ilha que ela não tinha visto? Provavelmente muita coisa.

 

—Não está animada?

 

Ao erguer o olhar, a menor colocou um pequeno sorriso no rosto para não preocupar a irmã.

 

—Estou, Mal posso esperar por isso.

 

Ela pareceu acreditar pois só deu um tapinha no ombro e seguiu seu caminho para a área dos templos, continuando seu caminho até onde estava Hipólita, que se encontrava ainda com os trajes de dormir. Manna a viu e a mesma sorriu e sinalizou para que se aproximasse, enquanto ela conversava com outra amazona, Nix, general atual do exército das amazonas.

 

—Manna -Hipólita a abraçou rapidamente. - Creio que já sabe da notícia, não?

 

—Sim, Diana virá hoje à tarde, fiquei sabendo...Para me levar de volta?

 

—Sim exatamente! -Nix cortará Hipólita- Por algum motivo ela crê que já é hora de voltar ao caótico mundo dos homens, nós vamos sentir sua falta, depois de Diana, você foi a única criança a pisar na ilha, mal conseguia falar ou se quer andar.Você deu trabalho!

 

—É...

 

Um dos defeitos de Nix era falar muito e rápido demais., O bom era que no Campo de batalha ela era melhor. 

Após uma longa conversa sobre como foi difícil para ela se adaptar àa ilha, Manna conseguiu escapar das duas que a deixaram um pouco de lado., a mesma caminhou até o pavilhão, onde algumas de suas irmãs preparavam a primeira refeição do dia:, pão com alguns tipos variados de carne, frutas, grãos, leite e alguns sucos, como adorava Themyscira. Não queria ir embora, mas essa decisão não era dela. Após um café da manhã reforçado, ela se dirigiu à biblioteca, onde estudaria com Flora pelo resto da manhã.

 

Flora era a feiticeira entre as amazonas. Ela começou a dar aulas de magia para Manna a pouco tempo para desagrado da mesma que preferiria ter começado há muito tempo atrás, porém Hipólita não autorizou, até alguns dias atrás. Flora era atenciosa e tinha muita paciência, pois tudo que a Manna conseguia fazer era desencadear o caos até com os feitiços mais simples se a ideia da aula era transformar um galho numa flor, coisa simples que não conseguia realizar, e foi no dilema da flor que elas ficaram presas boa parte da manhã.

 

—Ai, galho maldito! - resmungou a menor suspirando de frustração, fazendo a maior rir.

 

—Você não vai conseguir de uma hora para outra, precisa se concentrar.Faça novamente, junte as mãos...

 

Confere.

 

—...feche os olhos...

 

Confere.

 

—Concentre sua magia nas mãos...

 

Confere.

 

—Visualize a Margarida e balance as mãos na direção do galho.

 

E porra nenhuma, Manna balançou as mãos na direção do galho, mas ele continuou sendo um galho. Flora suspirou, enquanto passava as mãos no rosto, já exausta., Manna não progredia desde que começaram as aulas, a garota foi dispensada por aquele dia com palavras positivas da outra. Manna sabia que ela estava apenas tentando reconfortá-la, mas ficar pensando nisso era inútil.

 

 Após sair da biblioteca, a garota caminhou até a área dos templos um pouco distraída. Diana chegaria de tarde, provavelmente no final dela, então, ainda teria tempo para aproveitar Themyscira uma última vez. Aquela hora as ruas dos templos estariam vazias, já que muitas das amazonas só vinham rezar e fazer orações durante o pôr do Sol ou no amanhecer. 

Conforme caminhava, ela pôde sentir um calafrio ao passar por um dos templos; não lembrava a que deus ele pertencia, mas ele se encontrava a uma distância maior dos outros e era feito de mármore e ônix negros. Manna subiu as escadas rapidamente, adentrando o salão repleto de tochas. O clima estava tenso lá dentro, o vento estava frio, a garota pegou uma das tochas e caminhou até a estátua do deus ao qual pertencia o templo, na base da estátua se encontrava os escritos: Hades.

 

Não era atoa a energia era pesada daquele lugar, era o templo do deus do Submundo, e o templo deveria fazer jus ao lugar. Manna voltou a caminhar para fora do templo, deixando a tocha no mesmo pedestal, quando as sombras se tornaram sólidas à sua frente e, num piscar de olhos, a garota foi jogada para trás aos pés da estátua.

 

A cabeça dela latejar de dor ao bater com tudo no mármore, levando uma das mãos à cabeça. Ela pode ver as sombras tomarem a forma de uma figura encapuzada, aparentando ser um dos assassinos de algum dos seus livros de História, ele encarou Manna e ela pode ver um brilho vindo de olhos aparentemente azuis.

 

A figura levou uma das mãos a cintura, Manna conseguiu rolar para o lado antes de ser atingida por duas facas. Agarrou a primeira coisa que vira perto da estátua que, para sua sorte, era um bastão e antes de ser atingida por outro golpe, este de uma espada, a garota conseguiu usar o bastão para bloquear o ataque inimigo que agora preferiu atacar de perto com algum tipo de espada. Com um chute perto das costelas, ela afastou o outro e se colocou em pé. Pegando um pouco de impulso, Manna avançou no intruso tentando acerta-lo com o bastão, mas ele era igualmente rápido. Ele desviou de boa parte da ofensiva da garota usando os braços e a espada, no entanto, a sorte dele não durou muito. Num golpe com uma cotovelada, o capuz dele caiu para trás, revelando um rosto de pele pálida ,cabelos loiros e por fim uma Cicatriz perto de um dos olhos.

Uma sensação de nostalgia atingiu a mente dela assim como uma facada no estômago, que a pegou de surpresa, e com um empurrão ela foi jogada novamente ao chão sangrando com uma adaga presa no estômago. Aquela figura se aproximou desta vez para matar, foi quando um clarão iluminou o templo o garoto estava do outro lado do salão, quando alguém a ergueu do chão.

 

As sombras voltaram a tomar conta do templo e aquele garoto sumira. E a escuridão tomou conta da visão dela.

 

ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ

 

Diana chegou a Themyscira quase a uma da tarde, no seu jato invisível. Ela pousou na praia perto de penhascos, onde outras amazonas se reuniam. De lá pode ver sua mãe a cavalo, era bom estar em casa mesmo que por pouco tempo, Themyscira lhe causava nostalgia.

 

"Destino, estou aqui..." -falou pelo comunicador ao companheiro, enquanto voava até o topo do penhasco, abraçando e cumprimentando suas irmãs.

 

—Diana, como é bom vê-la. Você cresceu, está mais alta e magra. Anda comendo direito?

 

Diana riu junto a algumas amazonas, sua mãe sempre ficava preocupada com ela, mesmo ela sendo a melhor amazona que esteve em Themyscira. 

—Estou como sempre mamãe...E sim, ando comendo direito, mas nenhuma comida é como a de Themisera.

 

Hipólita sorriu, gostava quando a filha voltava para casa, mesmo que demorasse para acontecer. O grupo que se reunia ali começou a se dirigir ao pavilhão, onde todas as amazonas estavam se reunindo para almoçar., Entre o grupo estava Flora, que notou a falta de Manna em seu lugar, foi quando um portal dourado se abriu na frente da mesa onde Hipólita estava com as amazonas., Nix, que nunca deixava sua espada longe de si, retirou-a da bainha e saltou sobre a mesa, ficando em frente ao portal.Outras amazonas também pegaram suas armas e ficaram a postos, foi quando Diana se ergueu e pediu calma.

—Eu sei que portal é esse...

Logo Manna saiu do portal carregada nos braços de Destino. Nix abaixou a espada ao ver a figura pálida e sangrando de Manna, ela deixou a espada cair e foi até a garota a pegando nos braços. Oportal sumira e Destino permanecia ali flutuando, Hipólita se ergueu alarmada.

 

—O que aconteceu? Responda, homem!

 

A voz de Hipólita soou alto e autoritária com o feiticeiro, Destino, ainda mantendo a calma, respondeu:

—Rainha Hipólita, minhas sinceras desculpas por chegar desse jeito sem vossa permissão., Eu deveria encontrar Diana perto do jato dela na praia quando ela fosse partir, mas Nabu...

 

Flora que estava perto da rainha prendeu a respiração e sussurrou algo no ouvido da mesma., A expressão no rosto da rainha se suavizou no mínimo.

 

—...me alertou de que algo não estava certo e me teleportou para um dos templos da ilha., Lá vi a jovem que trouxe lutando com uma figura encapuzada que, infelizmente, num leve descuido, golpeou-a. Antes que eu pudesse prender o intruso, ele fugiu nas sombras.

 

Hipólita encarou Destino com um olhar inabalável, porém com uma pitada de preocupação.

 

—Em qual templo isso aconteceu?

 

—No Templo de Hades...

 

As amazonas ficaram em alerta total, nenhuma amazona ia naquele templo sozinha., 

O que Manna fazia ali? 

—Infelizmente não pude curá-la, aquele ferimento não foi feito por algo comum.

 

—Deve ser ferro, Estígio.Não se cura ferimentos com esse ferro com magia...

 

Nix retirou a faca da barriga da menor com cuidado para a mesma não morder a carne., Flora apareceu ao lado da mesma com uma tigela repleta de damas da noite, as mesmas estavam fechadas quando foram colocadas em cima do ferimento. A feiticeira das amazonas começou a pronunciar palavras em grego antigo e, conforme isso ocorria, as flores foram se desabrochando até estarem completamente abertas, Ao serem colocadas novamente na tigela o local do golpe que antes estava roxo e inchado, voltou a ter a cor habitual e o inchaço sumira. 

Desta vez foi Destino que agiu e a distância fez um feitiço para que as feridas da menor fechassem e se cicatrizarem , Manna puxou o ar desesperada por oxigênio. Quando seus pulmões não mais queimavam por dentro, ela olhou para os lados vendo todas as irmãs a encarando preocupadas, incluído Diana e Hipólita, Manna abaixou a cabeça calada.

 

—O que estava fazendo no templo de Hades, Manna? -Hipólita tinha a voz calma agora, enquanto encarava a neta. A outra mordeu o lábio inferior nervosa.

 

—Estava indo para o templo de Hécate, quando senti algo estranho no templo...Fui ver o que era e, como estava tudo em ordem, fui sair quando as sombras se solidificaram e me lançaram aos pés da estátua.

 

Silêncio., Nenhuma amazona passou por aquilo antes, em nenhum templo., Quebrando o gelo, Flora sorriu e se levantou ajudando Nix e Manna.

 

—Bom, você está bem agora. Vou averiguar o templo mais tarde, depois do almoço. Essa tensão toda não faz bem e abre o apetite de qualquer um. Certo, Lady Hipólita? E acredito que Manna esteja faminta.

 

A quebra da tensão foi desfeita aos poucos, Hipólita convidou Destino a se juntar a elas que, por educação, aceitou, mas a tensão não sumiu totalmente do local.

 

Manna estava ao lado esquerdo de Destino, e Flora do direito. Ele aproveitava para perguntar sobre algumas táticas e métodos diferentes sobre magia e, claro, perguntar do desempenho de Manna com magia. O que Flora disse pareceu não agradar a Destino, que encarava a menor disfarçadamente, percebendo que a mesma mau tocara na comida e tinha o olhar distante.

 

Após o almoço, Manna foi acompanhada de Diana para sua "casa" que dividia o lugar com Flora e outra amazona. Diana tentava puxar assunto com a menor, mas não tinha muito sucesso, então apenas caminhou ao lado dela.

 

Ela era muito parecida com Diana, os mesmos cabelos negros e pele pálida. mesmo sendo muito nova, a garota tinha tatuagens nos braços e pernas, deixando a mesma mais bonita.

 

—Por que me quis longe? -Manna perguntou de repente, enquanto adentrava a casa com Diana que foi pega de surpresa pela pergunta.

 

O local tinha três camas devidamente arrumadas, Manna caminhou até a cama onde viu algumas roupas diferentes das que usava em Themisera.

 

—Eu não quis você longe...-Diana olhou as roupas e, logo em seguida, Manna, avaliando se as mesmas serviriam -Apenas...não estava preparada.

 

—Desculpe...- pediu a menor enquanto retirava suas roupas., Diana olhou o brilho em seus olhos azuis percebendo tristeza neles.

 

—Não é culpa sua -Manna pegou a blusa e a vestiu com um pouco da ajuda de Diana, e logo a menor estava pronta para ir;, vestia uma calça jeans preta de cintura alta, botas com cadarços azuis e um casaco de pelinhos negros.

 

—É inverno para onde vamos...-esclareceu Diana, sorrindo melancólica- Você teve sorte. Quando eu fui para o continente com a minha armadura, me tacharam de prostituta.

 

—Isso é ruim? -Manna encarou Diana, mas logo um sorriso pendeu em seu rosto-Não precisa me responder, eu sei que para os de fora isso é ruim, vamos a que horas?

 

—Daqui a pouco, quer levar algo?

 

Diana passou as mãos pelos cabelos cheios de contas de Manna que rapidamente pegou um coelho azul de baixo do travesseiro. Ela ganhara ele há sete anos, quando Diana a deixara ali. Agora ele estava surrado e desbotado.

 

As duas saíram da casa e caminharam até o penhasco onde Hipólita se reunia com as outras amazonas e Destino.

 

O homem encarou o coelho nas mãos de Manna até voltar o olhar para a mesma, nem parecia que aquela criança era uma experiência de laboratório.

 

A garota se despediu demoradamente das irmãs e da avó, que desceu do cavalo para abraçar a menor.

 

—Tome cuidado no mundo dos homens Manna... -A rainha das amazonas segurou o rosto da menor entre as mãos e pronunciou algo em Búlgaro.

 

—É mais fácil eles tomarem cuidado comigo, minha rainha.

 

Hipólita soltou a garota que caminhou até Destino, enquanto Diana se despedia da mãe.Era claro que sua presença o incomodava, mesmo ela sendo parte dele.

 

Não demorou muito e Manna já estava dentro do jato com Diana e Destino, o clima ali dentro era pesado e como não tinha nada de legal a fazer, ela caiu no sono abraçando o coelho.


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