Hastryn: Despertar escrita por Dreamy Boy


Capítulo 15
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

"Respostas simples podem nos levar a excelentes soluções." - Katherine Wildshade



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Katherine

Ao receber uma carta vinda diretamente das Ilhas Grimwerdianas, Katherine Wildshade imediatamente ordenou que os seus seguranças aumentassem a segurança da cidade. Acreditava que poderia ser uma tentativa de invasão, que possibilitaria o início de uma nova guerra por posses de maiores territórios. As Ilhas Grimwerdianas tinham suas riquezas. Seus produtos eram únicos. Na região, havia minas jamais presenciadas por habitantes de outro continente, certamente abarrotada de metais preciosos e objetos que poderiam enriquecer qualquer ser humano. Entretanto, os territórios de Hastryn do Norte eram vastos e bastante atraentes para quem estivesse vivendo fora deles. Katherine duvidou das palavras de Carter Wayron, sabendo que havia nelas algo a mais. Algo que, se fosse mencionado, acabaria com todo um plano arquitetado. 

— Sua Majestade não pensa que pode estar tomando uma atitude radical demais?

— Preciso pensar em minha nação em primeiro lugar, Thomas, para depois pensar no próximo. — Estava nervosa, pois, quando uma decisão cabia a um monarca, nunca se imaginaria o que tinha a chance de acontecer. — Por mais que isso me torne uma pessoa egoísta, é esse egoísmo que fará com que amanhã estejamos vivos. Depois, me preocupo com os outros. Pode parecer cruel, mas não tenho como saber se os libertos são realmente inocentes ou cúmplices de um sujeito com planos maiores. 

O conselheiro assentiu, compreendendo o seu ponto de vista.

— Se for de seu desejo, posso pessoalmente verificar quando estes chegarem aos portões. Dessa forma, nossa rainha não correria o perigo de sofrer uma emboscada arquitetada por um possível inimigo.

— Não será necessário, mas agradeço a intenção. Tudo o que nos resta a fazer é aguardar até que o dia chegue. Apesar de não abrigá-los na cidade, não posso deixá-los longe de nosso encalço. Como consegue ser tão paciente diante de tantas complicações?

— É essa calma que permite colocar os nossos pensamentos em seus devidos lugares, para que possamos resolver os problemas de forma ideal. Ao perdermos o controle, perdemos também a condição de fazer o jogo funcionar a nosso favor. Katherine, não permitiremos que nada.

— Que esteja certo!

O amor dos filhos e a posse de seu reino eram os únicos pilares de sua vida. O que a mantinha de pé, motivando-a a despertar a cada dia e permanecer vivendo naquele mundo horrível, com a esperança de que, em algum momento, ele pudesse ser melhor. Para que isso viesse a ocorrer, qualquer obstáculo em seu caminho não deveria ser apenas ultrapassado. Deveria ser destruído, pisoteado e massacrado.

Dias se passaram desde que a notificação chegou às suas mãos.

Katherine, Thomas e toda a sociedade se preparavam para conhecer pessoalmente os novos membros e descobrir quais eram os seus reais objetivos. A monarca se encontrava em uma das largas varandas do palácio, situada no andar mais alto. Tinha vista tanto para o exterior, que era a cidade, quanto para o interior, que eram os pátios e os pequenos jardins. Assustou-se ao ouvir o grito de uma ave que vinha em sua direção, carregando um envelope.

Apanhou o mesmo, sabendo que deveria ser algo importante. Sentou-se sobre um banco de madeira tingido de branco e retirou o lacre. Leu atentamente ao texto redigido por Charlotte, sem que seu olhar deixasse de perceber nenhum detalhe.

Amedrontada, correu para o lado de dentro e desceu apressadamente as escadarias, chegando a quase tropeçar em alguns degraus. Segurou-se nos corrimãos. Precisava urgentemente se encontrar com Thomas Earn para, juntos, tomarem uma decisão. Chegou à entrada do aposento do rapaz e bateu à porta.

— Thomas, sou eu! Por favor, abra!

Ele a obedeceu de imediato e fez um gesto para que entrasse. O local estava um pouco desorganizado, mas Katherine não prestou atenção nisso. Sentou-se em uma das cadeiras vazias e ele, em outra, com um olhar que demonstrava preocupação.

— O que houve? Está ofegante!

— Leia isto.

Thomas arregalou os olhos e compreendeu a gravidade da situação. Os dois ficaram em um silêncio contínuo por vários minutos, pensando no que deveria ser feito.

— Sua Majestade tinha razão o tempo inteiro. A segurança do reino deve vir em primeiro lugar. Mas onde estas pessoas ficarão? Charlotte foi bastante clara ao dizer que não podemos enviá-las de volta.

Com firmeza, Kath respondeu:

— Em qualquer lugar que ficarem, transmitirão a doença aos que estiverem por perto. Devem ser isolados em locais afastados, até que seja descoberta uma maneira de curar a praga. Ordenarei que equipes de construção façam abrigos em regiões florestais distantes do contato humano, mas mande avisar para os libertos que estes não poderão ficar perto dos que não estão afetados, vivendo somente da caça aos animais. Forneceremos barracas de acampamento enquanto as moradias não estiverem prontas, para que fiquem abrigados em dias de chuva e noites frias.

As casas seriam construídas à base de madeira firme, com vários quartos. Residências largas e extensas, com cada cômodo reservado a uma família, como deveria estar sendo o esquema utilizado em Hastryn do Sul. Desse modo, Katherine faria com que a menor quantidade possível de árvores fosse destruída, sem criar espaços entre as moradias. As nações do Norte e do Sul, após a guerra, adotaram uma política um tanto utópica de preservar a natureza, para evitar que acontecesse o mesmo que outrora ocorreu com os continentes de Whyrio e Danthor.

Conforme o combinado, os acampamentos foram levantados em florestas situadas longes de áreas de viagem. Em alguns momentos, Katherine Wildshade pedia para homens levarem roupas e mantimentos aos novos habitantes, mas ninguém chegava perto, fazendo sempre com que o responsável pelo outro lado viesse até o local em que os objetos foram deixados. 

A equipe de Diana foi informada sobre tudo relacionado à praga e também iniciou um processo intenso de pesquisas para descobrir como acabar com a pandemia. Talvez fossem necessárias cobaias, portanto, Katherine instruiu Thomas sobre isso e o rapaz pediu para que trouxessem adoecidos com capuzes, luvas e máscaras. Através de experiências e estudos feitos sobre os sintomas e as reações à doença mostradas no corpo de cada indivíduo, a chefe das enfermarias via uma solução para salvar a vida dos hastrynianos.


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Notas finais do capítulo

Estão curtindo o plot da praga? A trama recebeu mais ação?

Explicando uma coisinha: geograficamente falando, as Ilhas Grimwerdianas ficam mais próximas do sul do que do norte. Por isso, Kath recebeu uma carta das Ilhas e outra carta da Charlotte antes dos escravos chegarem. Eles chegaram, primeiro, no sul, que era mais perto, enquanto os outros ainda estavam a caminho para o norte.



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