À Meia-Noite escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

AEEEEEEEE! Então é natal, Simoni! Roberto Carlos, cante mais alto para nós, porque se tem alguém que é sinônimo de natal no BR é tu, cara! *tindo, roubando o brigadeiro da mesa* Espero aue vocês gostem, pessoal! Gostei muito de escrever este capítulo, mesmo que esteja triste por ter falado tão pouco da guerra nele, mas sinto que no final acabará sendo um bom trabalho, porque meu nome é exagero, e eu escrevi este com menos de seis mil palavras! *todo mundo batendo palmas, surpresos e felizes por mim, enquanto eu agradeço* kkkkkkkkk desculpa, foi só pra quebrar o clima, porque eu não gosto de natal, mas espero mesmo que gostem, pessoal! Nos vemos lá embaixo! Beijooooooosssss e rabanadasssssss



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Você está, você está
Vindo para a árvore forca?
Usar um colar de corda, lado a lado comigo
Coisas estranhas aconteceram aqui
— The Hanging Tree, Jennifer Lawrence

 

Somente três dias após o parto, Coin mandou uma chave de um outro compartimento para eu ficar sozinha com a bebê, e eu fui, mesmo relutante, mas dada minhas condições físicas, não é como se eu pudesse ficar muito por aí. Peguei um forte resfriado, pelo clima estar mudando aos arredores do Distrito, afetando em dobro o complexo que eles fizeram para viver, então eu não saí durante três dias, e nem pretendia, pois meu corpo ainda está inchado, mesmo que com metade do que estava antes que ela nascesse.

Por mim eu ficaria aqui por mais três meses sem ver o rosto de ninguém além do de Prim e minha mãe, mas no quarto dia, minha presença foi solicitada.

— O quê? Não acho que Coin vá gostar de ver você levando Sky — Gale disse, saindo de sua capa de raiva e rancor enquanto eu tirava Sky, que é a semelhança de Peeta, com exceção dos cabelos castanho escuros e o formato do rosto, do berço branco e pequeno ao lado da cama.

— Então você me substitui, o que acha? — perguntei, simplesmente passando pela porta, depois de pegar uma manta azul para cobri-la. Não quero que ninguém veja o rosto dela até que eu ache que isso deva acontecer. Não confio em deixá-la com ninguém, ainda mais tão, tão pequena e frágil.

— Você procura problemas, Catnip — mesmo andando na frente dele, sei que dava o menor de seus sorrisos, aprovando minha atitude.

— Eu sou um problema. Se quisessem a solução, que tivessem resgatado Peeta — falei, ficando quieta.
Para chegar até a sala de reuniões, em um nível abaixo, foi um sofrimento. Deixei Sky sob os cuidados da minha mãe, que tem total aval para parar tudo por mim, deixando-a radiante por isso, mas pedi para Prim ficar perto dela, mesmo que Sky só durma, pelo menos vinte e duas horas, chorando apenas para mamar, de modo que até chega a ser engraçado.

Mas até chegar à enfermaria, muitas pessoas olhavam para mim com os mesmo olhares que lançavam quando eu estava grávida, tomando mais corpo por conta da gestação a cada dia que passava. Metade olhava-me com acusação e curiosidade, enquanto outra metade já agia como se me devesse alguma coisa. Isso me deixou com as bochechas ainda mais rosadas do que estão por causa de Sky, amamentação e falta de sono por sempre ver se a algo iria afetar minha filha.

Gale não tocou em mim, mas passou a andar bem ao meu lado. Estou aqui, era o que ele dizia em silêncio, e eu somente o agradeci com o olhar.

Durante a reunião, todos só tinham olhos para mim, meu corpo, e pareciam fazer a mesma pergunta: onde está o bebê? Mas somente respondi para Finnick, que estava ao lado de Haymitch. Falei que o bebê estava bem, com minha mãe e Prim, porém não revelei o nome de Sky, somente disse que é uma menina muito saudável.

Finn sorriu, maravilhado. Viu que eu queria privacidade quanto ao assunto, mas sem que ele nem o mentor perguntassem nada, disse que logo eu os convidaria para conhecê-la. Não há razão para não permitir que eles dois venham saber como ela é. Mesmo com todos os problemas e defeitos, principalmente com Haymitch, são neles dois e em Gale que eu mais confio depois da minha mãe e Prim, porém não deixarei que vejam Sky logo agora.

Coin e Plutarch pareciam que iam acabar se matando, entre discórdias, mas faziam a mesma coisa: jogavam-me para o centro de tudo, sem interesse do meu estado clínico de saúde física ou psicológica.

— Como vocês querem que eu vá para o Um com um bebê recém-nascido? – perguntei sem acreditar. Não que eu seja muito de esboçar alguma reação, mas o que queriam que eu fizesse é loucura.

— Katniss, sabemos que seu filho nasceu há pouco, mas...

— Mas nada! — interrompi Plutach. — Acabei de dar à luz, e querem simplesmente me jogar em uma área de guerra?!

— Abaixe o seu tom, Soldado Everdeen — Coin cortou a todos, já que um burburinho já começava a ser escutado. — Você concordou em aceitar ir e fazer o que quisermos que faça e para onde vá em troca de suas exigências patéticas...

— ... onde a principal, que era a anistia de Peeta e todos os que foram pegos pela Capital, você não cumpriu, ao começar pelo fato de que não temos quaisquer notícias deles há mais de um mês, pois Peeta sequer aparece mais na televisão. Como espera que eu reaja com um bebê de três dias? Aceito morrer nesta causa, mas desde que tudo esteja da forma combinei que seja. Há muitas vidas em jogo. E antes viesse a morte para todos nós, mas há coisas bem piores do que a morte, e você sabe muito bem, não sabe, Coin? — Se ela queria agir com ignorância, eu sei fazer isso também. Ignorância é quase um sobrenome.

— Ela tem razão, temos colocado-a em risco, não podemos mandá-la para o Um agora — Plutarch falou, baixo, mas escutei porque minha cadeira é ao lado da principal.

— E o que podemos fazer agora, então? — a mulher perguntou, ficando vermelha de pura raiva.

— Não interessa o que você vai fazer, só saio do Distrito se tiver alguma notícia dos outros Tributos, que aliás contribuíram para que isso acontecesse. Agora, eu me libero. Tenho mais o que fazer além de mandar as pessoas fazerem o que não quero fazer, sem nenhum problema de saúde significativo.
Levantei, e sem olhar para ninguém.

*

— Oh, como você é linda! — eu disse, rindo, para Sky, em suas lindas duas semanas de vida. Ela ainda é muito pequena, então deixo-a entre meus dois únicos travesseiros, para poder trocar suas fraldas. Só tê-la no quarto é um alívio. Toda sua agitação era somente na minha barriga, pois é difícil ela realmente me dar algum "trabalho", mas nunca é algo demais. Nem sabe o próprio nome, mas é minha melhor amiga.

Beijei sua barriga minúscula, fazendo-a gritar, mexendo-se, divertida, e eu ri mais. É a única capaz de me fazer feliz, mesmo nessa situação. Peeta está distante, mas sua alma se enlaça a minha todas as vezes que eu admiro Sky, que realmente é o meu céu.
Não sou nem um pouco carinhosa, nunca fui, e nem sou tanto assim agora, mesmo com um bebê, mas ela absolutamente transforma toda a minha dor em alegria, minha tristeza em orgulho, porém, uma pergunta não sai da minha cabeça: o que será depois de tudo isso?

Sky também me traz os pensamentos de que ela é inocente, não tem culpa de nada, é tão merecedora da vida quanto qualquer outra criança. Ninguém merece morrer lutando por algo que é necessário para viver.

— Você terá um futuro tão brilhante quanto seus olhos, Sky — prometi com meus olhos marejados, e a voz quase engasgando, enquanto ela tocava em meu indicador com uma das suas mãozinhas. Seu toque me faz arrepiar, de tão confortante. — Eu vou precisar ficar longe, mas vai ser por pouco tempo, eu prometo.
Passei uma mão em seus cabelos lisos, mas se puxou tanto de mim, eles farão ondas nas pontinhas quando crescer um pouco mais. — Eu prometo fazer isso. Você vai sorrir mais do que chorar, enquanto eu puder fazer algo por você.
Segurei minhas lágrimas, esboçando um sorriso torto sincero, mesmo quando fez uma careta, e os olhos marejaram, mas eu sabia que só é fome.

Ajeitei-me na cama, abrindo o macacão comum do Treze, que voltou a caber em mim, e a amamentei, fazendo carinho em seu braço, deixando-a tocar meu queixo, fazendo um leve movimento de carinho em mim.

Pequenos momentos assim enchem nossos dias, que se passam entre pesadelos, arrastando-se para fora, mas permanecemos juntas, com visita de Prim, minha mãe e Gale, que me traz informações sobre o que tem acontecido em outros lugares, e isso me deixa alegre por poder conversar sobre algo além de fraldas. Por sorte ele sabe disso, mantendo-me por dentro, assim como é a pessoa quem traz a minha comida, e o único além da minha família que sabe o nome de Sky e como ela é, arriscando-se até mesmo em pegá-la no colo, arrancando boas risadas e nos trazendo alguma real alegria nesse lugar tão cinza e sem vida que é o Treze.

*

Quando Sky completou um mês de vida, somente minha família e Gale realmente a viram, tocaram, porém, eu pensei que outra pessoa quem fosse ter que cuidar dela, pois durante a janta - e eu estava no refeitório, com ela, entre uma manta, pelo frio congelante que fazia -, tudo começou a tremer e fomos ordenados a ir para nove andares abaixo, instalando-se o pânico.

Acompanhei as pessoas, com certa calma, afinal, Sky estava comigo, enjoada, por causa das mudanças climáticas, mas não chorava. Fui uma das primeiras a chegar, acatando ao procedimento, indo para um canto, que dava para eu, Sky, minha mãe e Prim.

Ficamos juntas, porque não sabíamos mais quanto tempo tínhamos, pois mesmo nove andares abaixo, as paredes tremeram, e as luzes se acabaram, só que felizmente durou somente quatro horas, Sky relaxou quando a dei leite, e depois de quase uma semana todos enfurnados aqui, pudemos voltar a nossas rotinas.

— Deixe a bebê com sua mãe, precisa ver isso — Boggs disse enquanto eu ia para o meu alojamento.

— Mas... — tentei negociar.

— Katniss — minha mãe logo interrompeu-me, pegando Sky com maestria para não acordá-la. Segui o comandante, sem muitos problemas.

— Precisam de mim? — assentiu.

— Você sabe que sua ausência tem sido um verdadeiro problema, não sabe? — não esbocei nenhuma reação. — Você é capaz de fazer essa revolução dar certo ou errado, Everdeen. Por favor, só coopere. Todos só queremos um pouco de paz pelo pequeno resto das nossas vidas, só não torne isto pior.

Senti-me muito envergonhada.

— Quero ajudar, mas... — Não consegui completar, porque Finnick logo veio, me envolver em um abraço tão carinhoso quanto o que ele deu em Johanna durante a arena, mexendo ainda mais com o meu emocional. Tantas coisas das quais eu devo sentir, outras que sinto, tudo dentro de mim fica ainda mais bagunçado.

O louro me perguntou como eu e minha filha estávamos, e disse que ficou preocupado, já que não me via desde o sexto dia no "esconderijo", tinha medo de que algo pudesse acontecer. Nossos laços de amizade estreitaram-se de forma absurda. Eu não queria saber, mas perguntei sobre seu treinamento, implementando em algo que eu verdadeiramente tinha interesse, como ele estava reagindo a tudo isso.

— Arrasto-me todos os dias dos pesadelos, e percebo que não há alívio algum em estar acordado, e é dez vezes mais fácil entrar em uma crise do que sair de uma, mas a gente pode tentar e ganhar um pouco mais de experiência, não é mesmo?

Balancei a cabeça concordando.

Passamos por lugares bem estreitos, deixando-me com receio se passaria ou não, mas Boggs passou na frente, sendo bons quarenta centímetros mais altos, os segui, engatinhando, guardando para mim as fortíssimas cólicas que sinto todas as vezes que fico nervosa por lugares tão estreitos, sem contar no peso que meus peitos tem agora, de leite.

Mas logo estávamos saindo, e o Sol das três golpeou meu rosto, junto com uma brisa forte de rosas brancas.

Comecei a tremer, como se meus ouvidos fossem trancados para o que Cressida - uma cinegrafista da Capital adepta à Revolução - pedia que eu falasse. Acho que ela pedia para eu dizer que estou bem, assim como o bebê e todo o Treze.

— Snow vai matar o Peeta — murmurei, já começando a chorar, sem preocupar-me com mais nada, sentindo minhas pernas bambas.

— Katniss, você só precisa dizer que está bem e vi...

— Não posso fazer isso, não posso — repeti, sentindo Haymitch abraçar-me. — Desculpa, não vou conseguir.

— Shhhh, tudo bem, sei como se sente — ele disse em meu ouvido, levando-me de volta pelo trajeto que viemos, até a porta. Snow fez questão de jogar milhares de rosas brancas em uma cratera que se abriu no chão por causa de suas bombas, sabendo que eu ia entender o recado.

— Mas ela não fez nada! — Ouvi Cressida. — É só um pequeno Prontopop!
— Ela não vai fazer isso! — Defendeu-me Haymitch. — Sua família está em segurança, e foi criada na abundância da Capital. Nem todos tivemos mesma sorte.

O vento chicoteou o ambiente, fazendo meu cabelo voar. Ninguém ousou dizer nada.
Quando chegamos no corredor principal, de volta aos interiores do Treze, abracei meu mentor, e o agradeci, chorando.

Peeta é importante para ele, tanto quanto é para mim, e por isso eu fui salva. A relação entre os dois é tão forte como de pai e filho, mas por pedido de Peeta eu fui salva, porém só consegui entender isso há poucas semanas, entre o sono de Sky. Sempre vejo Haymitch se mexer, conversar, e tudo isso para fazer alguém ir buscar Peeta de volta.

Pedi até desculpas nesse abraço, ele pediu também.

— Sky vai gostar de conhecer você também, Haymitch. Deixo você conhecê-la, já que está tão sóbrio — convidei-o, ao separarmos, agi como se nunca houvesse chorado. Ele ficou ainda mais emocionado, dizendo não era um bom momento, pois choraria muito, mas disse que o quanto antes estaria lá.

Respondi que eu estou esperando ansiosamente, realmente estarei.

*

Na noite seguinte, ninguém me importunou. Passeei com Sky pelos corredores que eu sabia que estariam vazios, mas ainda sim ela poderia ver um pouco da luz, e não adoecer. Ela parece ter amado, e eu também, por vê-la tão maravilhada com a janela, inclinando-se para tocar, e eu ri, entre os corredores vazios, com ela em meu colo, somente com uma fralda, por hoje estar fazendo um pouco mais de calor, deixei seu corpo de pele parda exposto, tendo o total conhecimento que ali ninguém nos acharia.

— Quero que um dia você possa ficar tardes inteiras brincando ali fora — falei para ela, que repousava a cabeça pequena, como todo seu corpo, em meu peito, mas os grandes olhos azuis estavam só olhando o Sol grande lá fora, trazendo vida e esperança.

Voltei quando ela precisou trocar de fralda, e mais uma vez voltou a esfriar, mas ela estava bem feliz e demonstrava de seu jeitinho, olhando para mim com os lindos olhos.

Duas batidas na porta me chamaram atenção, e eu logo fui abrir, deixando um sorriso surgir em meu rosto, encontrando Haymitch ao lado da minha mãe e Prim (e essa entrou correndo para o berço, como sempre, mesmo depois de eu falar que Sky está dormindo).

Todos se acomodaram bem no meu quarto, e eu até acordei a bebê para meu mentor conhecê-la melhor, enquanto minha família saiu um pouco só para ele poder conhecer a "neta". Assim como com Gale, eu ri demais ao ver ele pegar Sky no colo, tentando ser o mais cuidadoso possível, com medo de ela começar a chorar, quando na verdade o que ela mais gosta é um balanço. Tudo deu certo no final, e eu me senti mais calma que agora ele sabe como ela é, e até mesmo o nome.

— Ela teve a sorte de ter tudo o que vocês dois tem de melhor nessas caras feias — antes eu poderia ficar aborrecida, hoje, valorizo a simples presença dele ao meu lado. — Brincadeira, vocês dois tem uma boa aparência, o que te estraga é o mal humor, Docinho. Quase não consigo te salvar lá.
Sorri, e nós conversamos um pouco, então coloquei Sky de volta ao berço, quando ele me contou o que veio fazer aqui também: contar-me sobre a missão que Beetee armou para irem buscar Peeta e todos os outros Tributos.

— Queriam só te dizer se eles sobrevivessem, mas eu acho que você deva saber. Sem você, isso não estaria acontecendo, e tudo está relativamente contra nós sem você aparecendo, Katniss. Doze voluntários embarcaram nesta missão.

— Obrigada — foi o que eu consegui dizer, com o choro novamente engasgado na garganta. — Haymitch, muito obrigada.

E o abracei, abracei bem forte, como eu abraçaria meu pai, escondendo o rosto em seu peito, passando os braços por sua cintura. E ele correspondeu.

*

Tudo o que aconteceu foi como um grande vulto para mim, só me lembro de ir com Haymitch para a sala de planejamento, onde Beetee estava, e tudo mais, acompanhando todos na missão, então eu desmaiando de nervosismo, Sky com Prim, daí a notícia que eles haviam chegado.
Corri com todas as minhas forças, durante uns dez minutos, para chegar até onde Peeta estava, depois de simplesmente agradecer Gale, sem entender porque toda sua relutância em não me deixar passar, na verdade, ninguém deixava. Todos pareciam querer me esconder alguma coisa, que eu não conseguia entender qual é.

Mas ao entrar na sala, ver Peeta todo ferido, e depois só a escuridão, por causa dele, eu entendi.

Posso ter saído da Arena, mas é agora que eu conheci a verdadeira maldade, através de Peeta, uma pessoa que é quase a representação de paz e amor em vida.

Explicaram-me sobre o estado clínico de Peeta, enquanto eu ainda estava internada, quase impossibilitada sequer de amamentar, mas mesmo com dores, fiz um esforço extra para não deixar Sky com fome, e isso também ajuda a aliviar o meu stress.

Disseram que ele pode ser curado, mas no momento, apresenta uma grande ameaça para mim, e talvez até para Sky, que nem sabe de nada, e ele também não.

— Mas há uma jovem da idade de vocês, Delly, e ela disponibilizou-se para conversar com ele. Os dois cresceram juntos — Plutarch disse, e eu apenas balancei a cabeça em concordância, fazendo um leve carinho com o polegar na bochecha da menina em meus braços, que mamava com os olhos todos fechados, um pouco mais quente por causa do frio e do calor do meu corpo, mas ainda sim eu não queria que olhassem-a, por mais lindíssima que ela seja, é a melhor parte de mim, e de Peeta também.

Também me foi dito que não é adequado eu ir vê-lo agora, é perigoso para mim, pelo menos por hora. Quando todos saíram, e Prim levou Sky para dormir com ela no quarto, pus o aparelho no meu pescoço de novo, cobrindo-me até a barriga - que ainda está como se eu estivesse no quarto mês de gestação, por eu não ter perdido o peso todo ainda -, e não poupei nenhuma lágrima.

Solucei, aumentando todas as minhas dores, no pescoço, nos olhos, no meu coração.

Sentei na cama, cobrindo meu rosto com as mãos, tirando a proteção do pescoço, por mais que doesse demais, gritei, deixando meu cabelo ficar bagunçado. No meu peito há uma dor que não pode ser tirada, porque eu consigo fazer que nada dê certo. Se eu tivesse sido mais persuasiva na Arena! Ah se eu tivesse!

Annie e Finnick tiveram um encontro deslumbrante, quando ele pegou-a no colo, e ela cercou a cintura dele com suas pernas, chorando, com um largo sorriso. Peeta nem me olhou direito, só por ouvir que era eu, me lançou contra um armário de vidro, como se eu fosse nada, e me
enforcou, teria me matado se não fosse Haymitch acertando algo na cabeça dele.

— Você precisa dormir, senhorita Everdeen — disse uma enfermeira, com os olhos frios. — Está atrapalhando o sono dos outros pacientes.

Não, não, por favor — pedi, entre as lágrimas, erguendo as mãos em rendição, sentindo meu rosto totalmente vermelho, os olhos inchados por causa do choro, e minha voz rouca, pois Peeta também afetou temporariamente minhas cordas vocais. — Eu vou ficar quieta, desculpa, desculpa.

Ela somente balançou a cabeça, tirando uma agulha com uma injeção dolorosa, que tira a consciência por horas e horas. Mas eu não sabia como reagir, contra minha vontade, ela me prendia com muita força, machucando, e eu não podia reagir, por causa de tudo, e logo mais uma vez apaguei.

*

Uma semana passou, e eu já estava bem melhor, então simplesmente deixei Sky com Greasy Sue, que se ofereceu para ficar com ela, já que sua neta Hailee sente-se sozinha, por ter síndrome de Down, e as raras crianças no Treze sentem medo dela, mas a menina tem apenas seis anos. Expliquei para Sue que eu apenas não queria que Sky ficasse na mão de pessoas que não fossem minha mãe, Prim, Haymitch, Gale e Finnick com Annie, pelo menos enquanto eu ficasse longe, não queria que ficassem olhando-a.

Pode ser patético, mas eu simplesmente não consigo imaginar como estão olhando-a, com um objeto temporariamente útil, quero controlar o máximo que eu puder.

Arrumei os cabelos em uma trança, avisando que treinaria, sem avisar ninguém, simplesmente fui treinar para estar na patrulha dos soldados que iriam para a guerra.

Ninguém nem perguntou nada, simplesmente deixaram-me treinar minha pontaria e melhorar meu condicionamento físico, o único que veio me cumprimentar foi Finnick, com seu sorrisinho esperto e cínico, dizer que quem é vivo sempre aparece. Somente o mandei calar a boca, e ele riu à toa, afastando-se, indo lutar contra Gale, que estava mais sério do que nunca, mas olhou-me pelo menos cinco vezes enquanto eu corria em uma esteira ao lado de uma jovem que aparentava minha idade.

Boggs chamou-me, ao lado de Haymitch e Plutach, estava de braços cruzados, enquanto meu mentor tinha as mãos no bolso e um sorriso de "eu disse". Todos me congratularam por eu estar ali pela Revolução.

— E quem disse que é por vocês? É pela minha irmã e meu bebê — respondi, bem séria, sem a menor vontade de interagir, na verdade, nunca estou. Busquei Sky, que dormia bem calma, e agradeci Sue pelo imenso favor, ela somente me obrigou a deixar Sky com ela sempre que eu precisasse, e pude enxergar também a gratidão em seus olhos e nos olhos de Hailee, que me deu um abraço bem apertado e carinhoso.

A minha rotina havia realmente mudado, mas eu estava me agradando de manter-me ocupada com os treinos, mas sempre bem presente para Sky, assim como eu ainda consegui escapar para caçar sozinha depois de tanto tempo, e o que eu caçava era posto na comida, o que deixava a todos muito felizes.

Fui para o Distrito Um, depois de cinco semanas de treinamento, com Sky em seus lindos três meses e duas semanas, cada dia mais linda, encantadora e brilhante. Os olhos azuis cada vez expressavam mais coisas, recordando o próprio pai, que apresenta algumas melhoras significativas, mas impediram-me de vê-lo até o dia que eu iria para o Distrito Um, onde eu passarei uma semana.

Entrei sem proteção na sala em que ele fica, sempre sob observação. Estava pintando quando eu entrei, de costas para mim.

— Sei que é você, Katniss. Ninguém entra com passos tão silenciosos além de Gale, que acha que pode me ajudar em alguma coisa — disse, sem emoção. Contaram-me que ele não sabe que eu consegui levar a gravidez até o final e Sky transborda saúde e simpatia.

— Então por que você no mínimo não olha para mim? — perguntei, limpando a garganta. Me dói vê-lo e não poder abraçá-lo.

— Porque estou aqui há muito tempo e você nunca tirou nem um minuto do seu tempo para poder me ver. Sei que foi proibido, porque eu do nada poderia te matar etc, mas não justifica. Se você destruiu uma arena, passar pela segurança do Treze não é nada demais, não é mesmo? Imagino que você não siga muitas regras por aqui também — senti vontade de bater nele e chorar para mostrar que não faz o menor sentido, simplesmente, de continuar nesse tom, e nós sem querer aumentarmos o abismo entre nós.

— Peeta, olhe para mim — é arriscado, mas necessário para saber se ele está realmente melhorando. — Peeta!

Daí, ele olhou, virando-se, deixando os pincéis no cavaletes. Definitivamente, Sky tem os olhos dele.

— Estou olhando. Algo para me dizer antes de você simplesmente sumir ter algum caso com qualquer um por aí? — Senti meu sangue ferver. Todas as pessoas possuem duas faces, uma boa e outra ruim, e Snow tinha conseguido tirar a melhor parte de Peeta. Eu não conheço este lado.

— Talvez você deva saber que a sua filha tem os seus olhos, mas eu prefiro muito mais os dela, Peeta — respondi, com dor, mas demonstrando somente desprezo na voz. Não precisei ficar lá mais nenhum segundo, foi demais para mim, somente saí, gravando em minha mente a expressão de "...mas o quê?", quebrando com todos os meus remendos colados pelos momentos que Sky me proporciona.

*

As coisas mudaram drasticamente, eu não tinha mais controle de absolutamente nada. Pensei que ficaria por uma semana em algumas áreas do Um, e despedi-me segurando ao máximo minhas lágrimas quando enfim me despedi de Sky, com seus olhos azuis tão cheios de amor e expectativas, seus fios acariciaram meu pescoço por pelo menos dois minutos, onde fiquei em total silêncio, só com ela em meu colo, ninando-a, até ela dormir. Johanna parece que ficou um pouco magoada pela minha gravidez ter realmente sido verdade, mas logo ela estava em meu quarto, aos sorrisos para Sky, que a adorou de primeira, o que foi estranho, mas ela também ajudará Prim e Sue a olha-la. Meu coração veio descansado quanto a isto, mas há um mês que não as vejo, e agora Peeta também foi mandado para o nosso acampamento, mas tento fugir dele o máximo que posso, ficando perto de Gale e Finnick, em busca de algum apoio.

Peeta não oferece tanto perigo depois de tantas sessões para limpar seu sangue, porém já tentou me matar duas vezes nas três semanas que está aqui, sempre depois de algum momento clímax na disputa por nossas vidas e liberdade. Meu coração está aos estilhaços.

Meus seios não produzem mais leite, a pressão psicológica foi grande que não consigo produzir absolutamente nada, sequer ficar menstruada, o que me deixa ainda mais abalada. Até o direito de me sentir mulher e mãe me foi roubado, por Snow, e agora por Coin, que claramente me trata como sua fantoche favorita, e eu sei disso, o que tem feito meus pesadelos serem tão violentos, que paro de respirar, fazendo-me manter-me acordada por horas e horas, sem parar, nem pestanejar. Sinto medo da minha própria mente, além das pessoas ao meu redor, como se tudo fosse campos minados, prestes a explodir e desaparecer comigo pelos ares.

Enquanto avançávamos, inevitavelmente, eu e Peeta tivemos que ficar acordados. A conversa precisou vir, o que eu não esperava é que logo ele fosse nos aproximar tanto assim, com um abraço tão apertado, que quase pensei que era um ataque, mas sua respiração calma em meu pescoço dizia o contrário.

— Nós somos casados. Verdadeiro ou falso? — perguntou, escondido em meu pescoço, e eu no dele, fazendo carinho em suas costas, com meus olhos fechados. Verdadeiro ou falso é algo que Finnick o ensinou, para ajudá-lo a dizer o que é realidade e o que não é, dando como exemplo sua agora esposa Annie.

Verdadeiro — sussurrei, assentindo, de modo quase imperceptível.

— Você estava grávida na arena. Verdadeiro ou falso? — Parecia sentir dor, ao perguntar. Não deixei que se afastasse.

— Verdadeiro. E eu não perdi o bebê, ele nasceu no Distrito Treze.

— Ela tem os seus olhos. Verdadeiro ou falso? — Mesmo só com motivos para sofrer, eu sorri, emocionada, mas um sorriso bem pequeno, só que ainda é um sorriso bem sincero.

— Falso. Ela tem os seus olhos, e o seu sorriso — senti ele tremer um pouco, mas nem por isso o soltei. Só quis desmanchar-me e ficar ali naqueles braços, os únicos que podem realmente me envolver com todas as intenções e vontades do mundo, para animar verdadeiramente minha alma, mesmo que não seja suficiente para todos os dias infelizes.

Depois dessa noite, Peeta não usou mais nenhuma algema na hora de dormir, e sempre dividíamos juntos um turno, sempre o ajudei para ele descobrir mais sobre ele mesmo, mas não revelei em momento algum quantos meses Sky tem, tampouco o nome dela. Só um punhado conhece tais informações, e é exatamente assim que quero manter até ela um dia querer contar mais sobre quem é, e como Peeta infelizmente não é totalmente confiável, prefiro por não deixá-lo tomar conhecimento de nada muito mais intensamente, e também porque falar sobre ela triplica a minha saudade, e todos os dias 02 são um mártir. É quando ela completa mais um mês de vida. Hoje, ela faz quatro meses, e eu não estou lá com ela.

*

Agora, já se passaram dois meses desde que eu não vejo minha família; Peeta não precisa mais das algemas; Finnick está morto; Gale não fala mais comigo; a equipe está reduzida à metade; eu estou ficando completamente louca.

Quase todos eu vi morrer, e ainda não derramei nem uma lágrima sequer, não consigo, de tanta dor que eu sinto, mais parece que não é real nada o que estamos vivendo. Boggs, que eu tanto admirava, e recebia tantos bons conselhos, fazendo um grande amigo, morreu diante os meus olhos, assim como Finn, meu amigo, e tantos outros que mesmo que não tenham se tornado um amigo, foram pessoas muito importantes para mim, e ainda que tampouco fossem importantes, só pelo fato de serem pessoas que eu conhecia, serem seres humanos que só lutam um mundo melhor, é como se o espírito dessas pessoas comessem minha alma, esperança e forças, consumindo-me como as chamas consomem o papel.

Para invadir a Capital, o grupo de agora dez pessos, dividiu-se em duplas. Mesmo ainda tendo crises severas, Peeta não oferecia nenhum problema diretamente contra a vida, sendo a razão de eu querê-lo ao meu lado, mas ele se recusou, ir acompanhado a mim, iria estar me vendo para qualquer coisa. Ajudou-me a colocar o sobretudo, com toda atenção do mundo, aproveitando que os outros estavam distantes, olhou dentro dos meus olhos, com um polegar fazendo carinho em minha bochecha, enquanto o outro estava na minha cintura.

Fechei os olhos, sentindo nossa aproximação, daí, ele me beijou. Mas me beijou de maneira diferente, como se fosse a primeira vez que nos beijássemos, nos aproximando o máximo que podia. Senti vontade que a casa onde estivéssemos pegasse fogo, e nós morrêssemos. Iríamos juntos para o mesmo lugar, de tanto que eu podia jurar que nossas almas são uma só.

— Você acha que nós ainda podemos dar certo. Verdadeiro ou falso? — perguntou, em um tom baixo, com nossas testas coladas, e a respiração ainda cortada, olhos fechados, sua mão na minha nuca. Sabíamos que ninguém nos olhava, estávamos em uma pequena salinha escura para esse momento.

— Verdadeiro.

Não havia mais o que eu poderia falar, além de dizer a verdade.

— Precisamos sair agora e aproveitar que está nevando — Gale disse, sério, e debaixo de seu sobretudo, escondia uma arma que atira flechas, tanto explosivas como normais, mas que fazem tanto estrago quanto.

Fico me perguntando o que está passando por sua cabeça; mesmo sem ter passado pela Arena, deixei de julgar as pessoas. A vida durante a guerra é tumultuada para qualquer pessoa que tenha consciência do que esteja acontecendo.

Somente assenti. Quando saímos, logo ergui o capuz vermelho, e é altamente justificável, com a neve na metade das minhas canelas, quase, mas por sorte é só porque aqui ficou acumulado, mas as vias principais mal chegam ao tornozelo.

— Não sei como está conseguindo lidar com a distância da Sky, se eu fosse você, já teria desistido.

— Tudo é por ela e Prim, ou eu já teria me matado — confessei, em um tom bem baixo, na medida que nos camuflávamos com mais pessoas, que iam na direção da mansão do presidente Snow.

— Sei como se sente. Rick, Vick e Posy... mas como está se sentindo agora? Quais seus planos se sobreviver ao dia de hoje? — perguntou, e como encaravam-nos, entrelaçamos nossos braços, aproximando-nos.

— Cavar um buraco e ficar lá por uma semana. Daí, reaprender a viver. Será o que você fará — e mesmo caminhando para um provável fim dolorido e talvez será o nosso melhor destino, nós dois sorrimos. Por diversos momentos eu jurava que tinha esquecido-me de como sorrir.

Seguimos em silêncio, voltando a ter expressões sérias, olhando para tudo e todos ao nosso redor, quando a onda de tiros começou, e uma menininha que nos olhava com um sorriso no colo de sua mãe, teve simplesmente a cabeça arrancada com um tiro que acertou-a em cheio, atravessando seu pescoço, e a bala assobiou em meu ouvido direito. Um grito de puro espanto saiu da minha garganta, enquanto Gale simplesmente me jogou para o chão, nos fazendo deitar na neve, agora manchada com o sangue da menina que não tinha mais de dois anos. Eu tremia, mas foi o suficiente para poder acompanhar o movimento, e eu me levantei, tirando o sobretudo, pegando meu arco e flecha.

Sem a menor piedade, peguei duas flechas explosivas, atirando-as na direção que eu sei que o tiro veio, fazendo o caos aumentar ainda mais, e Gale me ajudava, nós começamos a proteger um ao outro, evitando os civis, que nos davam caminho livre.

Tudo passou como um flash, explosões, tiros, até o momento em que o chão cedeu, e quase levou meu amigo junto, e teria levado-o assim como centenas de pessoas, mas para isso ele precisou abrir mão de sua arma, e eu das minhas, no meio do desespero, ele conseguiu sair, e por um segundo que me virei para justamente saber qual caminho ir agora, pacificadores o levaram, enquanto ele gritava para eu atirar nele, já que consegui roubar uma arma no meio da correria. Não consegui, e as lágrimas enfim despontaram meus olhos, mas não derramei alguma, mesmo com a arma apontada para a cabeça de Gale.

— Desculpa — pedi, dando passos lentos para trás, abalada, ele estava furioso, mas em seus olhos tinha outro sentimento: medo.

Vesti um casaco que haviam esquecido, e em meio há tantas pessoas, não fui notada, o que foi ótimo, então, consegui subir em uma escada na lateral de um prédio, para poder ter uma noção panorâmica melhor, olhei para o jardim do presidente Snow, onde tinha centenas de crianças da Capital, unidas, pelo frio extremo de hoje, então começaram a cair paraquedas, como os da arena, e elas foram com extremo desespero, com o pensamento de ser mantimentos, mas quando abriram, todos começaram a gritar, menos eu, que teria caído se não fosse a parede atrás de mim: os paraquedas começaram a explodir, e a neve foi pintada com pedaços dos corpos, as roupas e o sangue inocente.

Só que então meus olhos não podiam crer no que estava acontecendo, médicos do Treze apareceram, para socorrer as que estavam feridas, e é compreensível, exceto quando uma blusa fora da calça me chama a atenção, e no instante seguinte eu pulava da escada, caindo em cima de um carro, depois fui para outro, ninguém sequer me notava, com a confusão.

— PRIM! — berrei, com meu corpo latejando pela dor de todas as corridas e meu coração disparado por causa de toda a emoção. Foi o tempo dela se virar e dizer o meu nome que todos os outros paraquedas explodiram, levando-a embora de mim para sempre, assim como qualquer vestígio de seu corpo, que se desintegrou em milhares de pedaços bem diante os meus olhos, e como uma chuva de sangue e fogo, caí no chão, sentindo todo meu corpo ser pisoteado antes de eu apagar completamente, tendo como última visão um pedacinho do céu azulado atrás das nuvens densas, fazendo-me sorrir em meio a tudo isso, pois é a cor dos olhos de Prim, Peeta e... Sky.


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Notas finais do capítulo

Bem, foi isso pessoal! Espero que tenham gostado, escrevi com muito carinho, e o próximo infelizmente será o último... :/ mas eu gostaria de agradecer a todos os comentários, a todas as mensagens que recebo, e eu gostaria que vocês soubessem do quão especial isto é para mim! Obrigada mesmo, gente! Fiquem com Deus, tenham todos um feliz natal, ao lado das pessoas que vocês amam, e principalmente que o Senhor Jesus Cristo tenha espaço no seu coração, não somente hoje, mas todos os dias até a Sua volta! Um abraço a todos, e um LINDÍSSIMO final de semana e uma semana cheia de muita paz e amor a todos!
Ps.: eu adoraria saber o que acharam do capítulo, e no próximo teremos o Peeta tendo o primeiro contato com sus filha Sky ❤️❤️❤️❤️❤️



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