Coração de Lata escrita por Lady Padackles


Capítulo 9
Pior que uma dor de cabeça


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores, eu sei que essa história parece fofa, mas queria avisá-los para terem cuidado daqui por diante. Essa não é uma história para crianças. Terá cenas de violência. As coisas começam a piorar a partir desse capítulo. Se você for uma pessoa sensível demais, melhor não continuar a leitura!!!



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— Dean... Eu... Me desculpe...

— Sammy! - Dean ficou aliviado. Tentara ligar para Sam a madrugada toda, mas o telefone do marido estava desligado ou fora de área.

— Me desculpa você! Eu estava desnorteado, não queria te atrapalhar. Muito menos queria falar do jeito que falei com você...

— Eu que fui um grosso, amor. Os japoneses estavam me tirando do sério...

O louro sorriu. Que bom que Sam estava tranquilo e disposto a ficar de bem...

— Está tudo bem com você? - perguntou por fim. - Eu tentei te ligar antes, mas o telefone estava desligado...

Sam fez uma pequena pausa e por fim contou a novidade.

— Eu estou voltando pra casa, Dean. Estava no avião. Agora cheguei na Inglaterra pra pegar a conexão.

— Mas já? - Dean ficou surpreso, mas não sabia se comemorava a notícia ou não. Sentia saudades de Sam. Ao mesmo tempo, estava confuso com os novos sentimentos que invadiam seu peito. Ele também gostava de Castiel, e não sabia exatamente o que fazer a respeito.

— E Castiel? - Winchester lembrou-se então de perguntar. - Conseguiu consertá-lo?

Ao ouvir o nome do robozinho, o louro estremeceu. - Sim. - respondeu fracamente – Era falta de bateria.

— Que bom! - Sam falou sincero. A verdade é que estava pensando agora em realmente cortar gastos. Consertar um robô como Castiel seria caro, mas ele não poderia negar isso a Dean caso o androide estivesse mesmo quebrado, e o louro insistisse.

O casal por fim se despediu, pois já estava próxima a hora de Sam embarcar. Em Austin, era ainda muito cedo pela manhã. Sam chagaria por volta das oito da noite, após fazer uma segunda conexão, dessa vez em Nova York.

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Castiel fez uma careta quando Dean contou que o marido chagaria aquela noite, porém não reclamou. Resolveram, ele e Dean, passar o dia estudando o casarão, o movimento dos empregados, e um jeito de escapulir daquele lugar. Não seria naquele dia, mas pretendiam fugir sem serem vistos na primeira oportunidade que tivessem.

Os seguranças estranharam o patrão tão recluso passeando pelos jardins juntamente com o já famoso robô de estimação. O tal robozinho que fora banhado por Sebastian. Aquele história já tinha ficado famosa, pois Tina, a cozinheira, achando graça dos lamentos do mordomo, espalhara por todos os cantos da mansão.

— Hahahaha. Ele parece mesmo um homem de verdade. Imagina a cara do Sebastian, todo sério e indignado por ter que lavar o seu pau de borracha! - Ria um dos seguranças. Mas assim que Dean e Castiel se aproximavam todos ficavam sérios e cumprimentavam respeitosamente.

Na hora do almoço, Dean parecia ter toda certeza. Jamais conseguiria escapulir daquele lugar novamente. Era totalmente impossível. Seguranças estavam espalhados por toda parte...

— Mas se a gente conseguiu uma vez, não pode ser impossível! - Racionalizou Castiel. Estavam sentados na beirada da piscina, com os pés na água, enquanto Dean devorava um enorme sanduiche de bisteca.

— Mas acho que é impossível premeditar... Naquele dia algum desses seguranças devia estar com dor de barriga e largou o posto bem na hora que a gente apareceu correndo... - ponderou Dean. Só podia ter sido isso. - Acho que o jeito é sair com os seguranças mesmo... - Dean suspirou.

— Não! - arregalou-se Castiel. - Eu quero sair só com você! - Disse o androide, pousando lentamente uma das mãos na coxa de Dean. Em seguida olhou para o louro de forma sensual e mordiscou o lábio inferior.

Dean sentiu suas bochechas queimando. Seu coração disparou quando o robozinho chegou para mais perto dele, juntando ombro com ombro.

— Castiel... É... - gaguejou o rapaz. - Tudo bem... Então é melhor voltarmos a observar o movimento da casa! - Disse o louro se levantando depressa e se safando do contato com o androide.

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Sam estava mais tranquilo depois de conversar com Dean ao telefone, mas não custou a voltar seus pensamentos aos problemas da empresa. Quando chegou à Nova York, ligou para o escritório em Austin, o que deixou-o ainda mais nervoso.

— Vou ter que mandar gente embora, Oliver! Não vai ter jeito! - Sam levou às mãos a cabeça. Já sabia que isso seria inevitável, mas o momento de colocar em prática a demissão de pessoal deixava o moreno realmente chateado. Não era só a ele que sua incompetência iria prejudicar, mas o destino de várias famílias estava em jogo.

— Ei, Sam... A culpa não é sua... O país inteiro está em crise...

Oliver estava com pena do patrão agora. Sentou-se com ele para beber alguma coisa. Quem sabe assim o pobre não esquecia os problemas por alumas horas.

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Quando Sam chegou em casa, estava um pouco embriagado. Tinha bebido bastante, antes e depois do vôo. Não o suficiente para trocar as pernas e falar atrapalhado, mas o suficiente para estar alterado.

— Dean, meu amor! Que saudade! - Exclamou o rapaz quando encontrou finalmente o marido, dando-lhe um longo beijo de língua.

Dean retribuiu o beijo, sentindo o gosto inconfundível do álcool. Abraçou Sam com carinho, e sorriu para ele.

— Fez boa viagem? Está muito cansado?

O louro estava vestido muito simplesmente, com uma camiseta de algodão branca e macia, e uma calça de moletom cinza. Winchester achou que estava especialmente bonito. O moreno sentia-se mais fogoso que de costume, talvez por conta da leve embriaguez. Só de olhar o marido, teve vontade de se atracar com ele na cama.

— Não... Nem um pouco... - Respondeu o moreno, enfiando as mãos por dentro da camisa do outro de maneira sensual.

Dean estremeceu. Imaginou que Winchester fosse chegar arrasado, doido para dormir. Não pretendia ir para a cama com ele aquela noite. Não estava com clima para sexo. Não quando um turbilhão de sentimentos invadiam seu peito deixando-o tão confuso. O louro não tinha certeza se era Sam ou Castiel o dono do seu coração.

— Sammy... Eu... Espera. - Disse o rapaz se afastando um pouco. Ficou mais desconcertado ainda quando viu que Castiel havia entrado no quarto, e estava de frente para os dois, presenciando toda a cena. - Desculpa, mas eu estou com dor de cabeça. Estou tão cansado... - Detestava mentir, mas o louro não sabia mais o que dizer.

Sam suspirou decepcionado. O que faria com todo aquele tesão? Precisava se aliviar...

— Poxa, Dean. Nem uma rapidinha...?

— Desculpa, amor... Minha cabeça está explodindo. Acho que estou ficando gripado... Eu realmente só preciso deitar e dormir... - ele respondeu deitando na cama e se enfiando debaixo das cobertas.

Foi só nesse momento que Winchester notou a presença do robozinho, e de repente teve uma ideia brilhante.

— Dean, você e o Castiel já transaram alguma vez? - ele perguntou displicente.

Castiel olhou para Dean com curiosidade, e o louro corou envergonhado. Que ideia de Sam fazer uma pergunta como aquela bem na frente do androide... Mas Dean sabia que para seu marido, Castiel era apenas uma máquina, e nada mais.

— Não, Sammy. Claro que não! - Ele respondeu sem graça.

Por que não? - Antes que Dean pudesse responder a pergunta, o moreno prosseguiu. - Bem, eu vou experimentar então, já que você não está bem...

Dean olhou para o marido arregalado e desesperado. Como assim experimentar? Será que o moreno iria seduzir o seu robozinho ali, na sua frente? Castiel gostava dele, só dele... Não iria aceitar Winchester. De jeito nenhum...

Mas o que Sam fez, foi muito pior. Ele simplesmente se aproximou do androide sem dizer nada, e arriou suas calças. Estava prestes a enfiar seu membro no robô, que imóvel, aceitava a tudo sem se pronunciar.

— Sam! O que está fazendo!? - Dean gritou horrorizado, se levantando de um pulo.

— Dean, volta pra cama. Eu vou dar uma rapidinha, depois vou...

Mas Campbell não o deixou completar.

— Você ficou maluco! Não pode fazer assim com ele!

Só aí Winchester percebeu que a preocupação do marido era com o robô. Dean precisava, de uma vez por todas, parar com aquela palhaçada. Se ele não queria sexo, tudo bem. Mas que pelo menos o deixasse se aliviar em paz. O androide era feito pra isso.

— Dean. Ele é um robô! - Winchester riu. - Em seguida agarrou o marido nos braços e carregou-o, se debatendo, pra cama. - Agora fica aí quietinho. Dorme pra você melhorar...

Sam tinha um sorriso bobo nos lábios. Dean interpretou que era efeito do álcool.

— Dean... O Castiel é só um robô. Eu não preciso do consentimento dele, e nem preciso de lubrificante. Não vai doer, entendeu? - Winchester acrescentou.

O louro fez menção de se levantar novamente, mas dessa vez o moreno olhou para ele sério.

— Olha, se você não conseguir entender isso, eu vou ter que levar ele embora. Por que isso não é normal! É sério, Dean.

O rapaz estremeceu. Não queria ver Castiel sendo estuprado ali na sua frente. Mas não queria também que Sam o achasse maluco, e muito menos queria que se livrasse do androide.

— Sammy, por favor... - ele disse, com a voz baixinha e embargada. Winchester, que já estava novamente imprensando o robô na parede, ignorou o lamento do outro. Segurava seu membro, ereto, pronto para a ação.

Dean fechou os olhos com força enquanto ouvia a respiração ofegante do marido. Castiel permanecia calado, quieto, aceitando que seu corpo fosse invadido com pressa, e sem o menor cuidado.

O robô era bem apertadinho, e bem gostoso. Sam estocava seu traseiro com força e brutalidade. Até que era bom poder usar um brinquedo como aquele de vez em quando, já que com seu marido era necessário preparação e mais delicadeza.

Dean virou-se de lado. Não conseguia mais segurar as lágrimas. Sentia-se imensamente culpado por não voar em direção a Sam, e impedi-lo de ato tão violento e covarde. Pedia, mentalmente, um milhão de desculpas a Castiel, e torcia para que ele não saísse dali magoado demais. Pelo menos o louro acreditava que dor física, ele não podia sentir.

Mas é que se Sam achasse que Dean estava maluco, e que o androide fazia mal a ele, não pensaria duas vezes em afastá-lo daquela casa. O louro sentia um enorme aperto no coração. Estava triste, arrasado... Mas também com muito medo de perder seu robozinho.

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Dean manteve os olhos fechados. Chorava baixinho e ininterruptamente, acompanhando o que se passava pelos sons do ambiente. Sam gozou. Em seguida ouviu barulho do chuveiro.

— Deixa eu te lavar, Castiel. Vem cá... Senão o Dean vai reclamar que te deixei todo sujo. - o louro ouviu o marido dizer.

Mais tarde ouviu a porta se fechando. Campbell imaginou que Castiel tivesse saído do quarto, mas não tinha certeza.

Mais barulho vindo do chuveiro. Sam se secando, e então, finalmente, sentiu o corpo do moreno deitando próximo ao seu.

Dean estava deitado de costas para ele e não se mexeu. Fingiu que estava dormindo até perceber que a respiração do mais novo tornava-se lenta.

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— Castiel... - Dean havia saído do quarto pé ante pé. Tinha milhões de coisas a dizer, mas assim que fitou o androide nos olhos, sentiu sua garganta fechar e seus olhos se inundarem. O louro então aproximou-se do robô, envolveu-o em seus braços, e chorou sem parar.

— Me desculpe, Cas... Você... Ele te machucou? - o homem, por fim, conseguiu perguntar.

O androide olhava para o dono com uma expressão um tanto perplexa.

— Não... Foi só... Uma sensação esquisita. Por que ele fez isso comigo?

— Desculpa o Sam, Castiel, ele não fez por mal... - Dean pediu entre soluções.

Castiel passou as mãos pelo rosto molhado do dono. - Por favor, não chora... Não gosto de te ver desse jeito... Ele fez isso comigo por que sou um robô, não foi? - O humanoide disse por fim, abaixando a cabeça.

Dean apenas assentiu, pois não tinha condição de falar. Podia perceber o quanto Castiel parecia humilhado e entristecido. Na hora, pensou que teria sido pior. Agora, achava que deveria ter enfrentado Sam para defendê-lo.


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