CAPÍTULO VII – O JANTAR PARTE II

ARIA

TUDO BEM!

Tudo estava indo tão bem! Porque meu Deus você tinha que manda essas duas pestes antes do previsto? Eu mal aguento ficar uma semana na casa da tia Margo sem enlouquecer e você nos manda ela? E pior manda também a rival dela da época da escola?!

Deus, você tem realmente um senso de humor muito sádico...

Bem vamos aos fatos... O jantar esta indo pra lã de bem! Estava tudo ótimo, papai e Miwa estavam tão felizes que até me dava vontade de chorar de alegria, subir ao terraço do hotel e gritar para o Japão e o mundo que eles eram o casal mais feliz e apaixonado que esse mundo já viu! Eu provavelmente seria mandada para um hospital psiquiátrico, mas tudo bem...

Voltando...

Tudo indo às mil maravilhas quando as duas crias do diabo aparecem para estragar a alegria da festa e bota o terror em todo mundo. Foi exatamente assim que aconteceu, jamais duvide destas palavras! Depois de eu me intrometer no clima de romance do Subaru e da Mitsuki e praticamente arrasta-la para a pista de dança – porque eu não podia deixar minha irmãzinha linda ficar parecendo um floreiro do século XIX! Ela é linda e maravilhosa, e o cara que não perceber isso não há merece e vai ter que lindar com um pai protetor e doze irmãs mais velhas e mais novas que provavelmente vão garantir que ele nunca mais tenha filhos ou chegue perto de outra garota novamente! – e então de repente uma confusão começa no hall do hotel.

Podíamos ouvir a gritaria daquelas duas histerias (e olha que eu só conheço uma delas!) e sem saber o que é que estava acontecendo ali, todos nós nos reunimos na porta do salão, estupefatos pela surpresa, de ver aquelas duas quase se estapeando bem ali, na frente de quem quisesse ver.

— Margo/Anna!! – papai e Miwa disseram surpresos de mais para tentar separar essas duas. Se eles não iriam fazer nada, os seguranças com toda certeza iram e fizeram. Dois gigantes apareceram e separaram as duas mulheres.

Ahh... eu acho que essa era a hora de gritar “FERROU GALERA! CORRAM PARA AS COLINAS QUE A COISA NÃO VAI PRESTAR!”

ARIA OFF

AYAME

A coisa não é tão seria assim... as vezes Aria exagera, ela pode ser tão dramática como a tia Margo. Tenho absoluta certeza que é só um pequeno desentendimento entre as duas, só isso.

Bem depois das duas mulheres levarem uma bronca do gerente do hotel – quase chamaram a policia, mas papai não deixou que isso acontecesse - foram liberadas e apresentadas.

Tia Margo é irmã do papai, ela é bem bonita por sinal. Alta, morena e esbelta pra lá de elegante (ahh como eu queria ser assim!), possuidora de uma personalidade forte e vive viajando para todos os cantos do mundo que nem o pai.

E Anna é prima de Miwa em um grau ai que não tem tanta importância. Ela também é bonita se querem saber minha opinião. Tem os cabelos loiros escuros, um pouco baixinha e muito graciosa. Eu ainda não sei o que ela faz da vida, mas acho que podia muito bem ser uma modelo se não fosse pequena.

Err... por algum motivo os rapazes estão tensos e evitam olhar para ela.

— Algum problema? – cochichei para Fuuto, que negou quase que imperceptivelmente com a cabeça. Olhei para o Natsume que estava ao meu lado, ele crispava os lábios e mantinha os olhos longe da mulher. Qual é o problema deles?

— Estamos ferrados... – Ouvi Tsubaki sussurrar para o Azusa.

— A tia Margo não deveria chegar só um dia antes do casamento? – Aoi me sussurrou, ela estava com os olhos arregalados de espanto.

— Alguém resolveu abrir as portas do inferno isso sim – Yusuke disse num sussurro gritante enquanto bagunçava ainda mais seus cabelos se é que isso era possível.

— Ah que isso gente – falei sorrindo amarelo – Vocês estão exagerando, elas não podem ser tão ruins assim... eu até gosto da tia Margo.

— Você diz isso por que ela te dava materiais para desenho – Mado disse entre dentes.

— Isso não é verdade – Falei – Haruka ganha telas dela.

— Tia Margo gosta de artes – Madoka apontou — e vocês duas mostraram talento para o desenho, por isso ela gosta mais de vocês duas.

— Ela também gosta da Asuka! – falei, Madoka abriu a boca para retrucar, mas Fuuto nos interrompeu com um sussurro exasperado.

— Elas vão ouvir você – Fuuto reclamou num sussurro— Anna tem ouvidos biônicos!

— Até parece! – Aoi revirou os olhos – ninguém pode nos ouvir dessa distancia.

— Você se surpreenderia – Fuuto murmurou se afastando.

Os adultos conversavam num canto, enquanto nós os comportados filhos nós mantínhamos quietos, um silencio que já esta me deixando meio inquieta admito.

— Aposto que essas duas já se conheciam antes – Kaname murmurou para Ukyo e Masaomi – Daí coisas boas não vão vir...

— Eu não vou apostar – Masaomi cruzou os braços – Pelo jeito que as duas discutiam está claro que se conheciam antes.

— Eu também passo essa, Kaname – Ukyo acenou com as mãos – Pelo jeito os dias vão ficar bem agitados – suspirou cansado se afastando na direção de Asuka e Haruka que também conversavam aos sussurros.

— O QUÊ! – Margo e Anna gritaram a plenos pulmões – VOCÊ VAI SE CASAR COM A PRIMA/IRMÃO DELA!?

OK.

Talvez a Aria não tenha exagerando tanto assim...

[...]

— Se acalmem vocês duas! – Eiiji pediu com uma paciência fria que nenhuma de suas filhas sabia de onde vinha que fez as duas mulheres se calarem – Agora podem explicar que confusão foi aquela? Por favor?

— A culpa é dela! – disseram Anna e Margo juntas apontando como duas crianças.

— O que aconteceu? – Miwa pergunta cuidadosa, conhecia a prima. As duas mulheres começaram a falar ao mesmo tempo – se acalmem e falem uma de cada vez...

Então uma de cada vez explicou sua versão da história. Ambas muito exageradas e melodramáticas de mais, incluindo interrupções desaforadas e xingamentos nada sutis.

— Olha só como fala comigo sua loira oxigenada! – Margo gritou com o dedo e riste, o rosto vermelho de raiva.

— Meu loiro é natural – Anna riu arrogante, sem perceber a plateia que as assistia – diferente desse seu bronzeado Paraguai.

— Ah, mas você não disse isso! – Furiosa Margo avançou para Anna arregrando as mangas da delicada blusa – Agora você vai aprender a não mexer mais comigo!

— Oh vai vir me bater? – Anna riu descrente – é por causa dessa sua personalidade barraqueira que o Tenya ficou comigo

— ah mais você não fez isso! – Margo ficou ainda mais vermelha, avançando ainda mais na direção de Anna sendo barrada pelo irmão – Sai da minha frente Eiiji! – Exigiu agitando os braços em punhos – Eu vou matar essa vagabunda!

— Opa! – Haruka exclamou ao ouvir o palavrão – Acho que já tá na hora de darmos licença, não é crianças – disse sorrindo amarelo.

— Ahhh – Yukino fez biquinho – Agora que a coisa tá ficando boa!

— Só falta a pipoca – Aria tinha os olhos vidrados nas duas mulheres que cuspiam insultos uma para a outro – Ai quem é que venceria um embate? Eu aposto na tia Margo ela é mais alta e provavelmente sabe bater...

— Ah, eu não apostaria muito nisso – Kaname disse logo atrás das meninas – Anna pratica kong fu.

— Ow serio? – Os olhos azuis de Yukino brilharam de entusiasmo – ela me ensinaria alguns golpes? – pergunta quase dando pulinhos no lugar e não só recebeu um olhar de reprovação da irmã, mas também recebeu um de Masaomi

— Estou falando serio – Haruka olhou impaciente para as mais novas – vamos deixar que papai e Miwa, resolvam o problema, vamos para fora – pediu.

— Mas mãe deixa a gente ver! – Aria e Yukino juntaram as mãos em suplica para a mais velha.

— Não. – Haruka estava irredutível, pegou Maiko. Ao seu lado estava Hikaru com Wataru no colo. O rapaz tinha um brilho divertido no olhar, podia ver Haruka como uma mãe – Hikaru-san – ela chamou – pode me ajudar?

— É claro – Hikaru sorriu para ela antes de se virar para os outros – Muito bem, quem não tem estomago para ver briga de puxão de cabelo – neste exato momento um sonoro tapa soou pelo salão – e tapas pode ir seguindo a Haru

— Holly você esta gravando isso não esta? – Aoi se virou para a mais velha com a câmera.

— O que você acha? – Holly sorriu marota para a mais nova – Vá com Haru antes que ela venha e arraste você daqui.

— Eu quero ver depois – Aoi gritou correndo para fora do salão

— Você não vai gravar essa coisa desprezível, não é? – Madoka disse com um desgosto perceptível na voz.

— Eu posso deletar o vídeo depois – Holly responde solidaria a irmão – Sei que odeia esse tipo de coisa.

— Eu odeio – Madoka resmunga evitando olhar as duas brigonas – É...

— Ok! – Holly fechou a câmera e se voltou para Madoka – Vamos dar o fora daqui, apenas pense nas parte boas do jantar – aconselhou passando o braço pelo ombro de Madoka e a conduziu para fora do salão.

Voltando a briga, Margo havia conseguido se livrar de Eiiji e desferido um belo de um tapa em Anna, que furiosa, fez aquela jogada fatal de cabelo pra trás e avançou pra cima de Margo agarrando os cabelos negros da inimiga. As duas gritavam e se estapeavam sem dar ouvidos a Miwa ou a Eiiji.

Quando finalmente haviam conseguido separa-las – com a ajuda de um segurança – o estrago já havia sido feito. O jantar estava terminado com um show de luta livre. Anna estava com os lábios sagrando e Margo sentia seu rosto e couro cabeludo arder. Margo vendo o estado da rival riu de forma estridente.

— Agora que quero ver você beija o Tenya-kun com esse lábio ai – Margo gargalhou – Amanha vai estar tão inchado que você vai parecer um peixe!

— Ora sua!

— Já chega! – Miwa interpôs – vamos nós acalmar, vejam só o que fizeram! Estragaram uma noite linda – disse magoada e nervosa – e terão sorte se o hotel não nós processar!

— Venha Margo – Eiiji tomou o braço da irmã – Vou leva-la para casa - disse cansado, antes de sair deu um leve sorriso de desculpas para a noiva e foi-se.

[...]

A viajem de volta para casa foi tediosa. Ninguém ousava falar no escândalo que as duas mulheres haviam feito. Bom aquela era uma prova bem concreta – segundo Holly – que as próximas reuniões de família seriam bem animadas. Ao chegarem na Sunrise Residence, a maioria dos moradores se recolheram em seus próprios quartos para ter um merecido descanso.

Eu disse a maioria...

Masaomi, Ukyo, Kaname, Hikaru, Louis, Subaru, Tsubaki, Azusa, Iori, Yusuke e Fuuto, por acaso se reuniram na sala. Uma espécie de reunião entre irmãos.

— Ahhh! – Kaname bocejou – Estou cansado, essa foi uma noite e tanto não é mesmo?

— Com certeza foi – Iori murmurou se sentando ao lado de Hikaru, que bebia uma generosa dose de Uísque.

— Mas não é só por isso que estou cansado – Kaname retruca jogando a cabeça para trás – De alguma forma sempre imaginei como seria ter irmãs ao invés de só irmãos...

— Você não era o único – Tsubaki estava atravessado no canto do sofá

— Mas de qualquer forma – continuou Kaname como se não houvesse sido interrompido – é interessante - diz pensativo

— No que é que esta pensando, seu pervertido? – Yusuke alfinetou olhando-o desconfiado

— Não estou pensando em nada – Kaname bufou – eu disse que é interessante, não que eu vou enamorar garotinhas.

— Não há somente garotinhas entre elas – Hikaru apontou com um sorriso que possuía mil e um significados

— O que eu estou querendo dizer é... – Kaname elevou a voz – que ter irmãs é cansativo e que se um de nós enxerga alguma delas com outros olhos e melhor dizer agora.

— O que quer dizer que você está interessado em um delas – Ukyo acusou.

— Eu não disse isso – Kaname olhou para o mais velho serio – só disse que ainda não vejo algumas delas como irmãs

— Mas terá que começar a ver – Masaomi se manifestou serio como nunca – Eiiji e nossa mãe vão se casar e moramos juntos, se houver algo há mais que sentimentos fraternais será um problema.

— Ahh, sim o “tabu” – Azusa revirou os olhos – em outras palavras seria um escândalo.

— Exatamente – Masaomi suspira

— Vocês não estão se esquecendo – Subaru se levantou irritado – que as coisas não são tão fáceis assim.

— Essa aquilo, Subaru – Fuuto resmunga – é passado, quantos anos já fazem?

— Calado! – Subaru ordena irritado

— Já chega! – Ukyo elevou a voz para por fim naquela discussão – falem mais baixo ou vão acordar as meninas.

Ouve um momento de silencio tenso entre eles. Mas de um jeito ou de outro eles sabiam que Subaru tinha razão, sua história com Natsume era a prova de que precisavam para concordar com isso. Não se mandava nos sentimentos á questão era saber interpreta-los e não confundi-los, o mesmo valia para as meninas. E se uma delas por acaso confundisse um sentimento fraternal com outra coisa?

Nenhum deles queria magoar ninguém, principalmente por que isso abalaria a família e tornaria o clima até então agradável entre eles em algo tenso e estranho.

— De qualquer forma – Fuuto se levantou cortando o silencio – Eu não me sinto inclinado a me apaixonar por nenhuma delas – disse se dirigindo para o elevador – isso seria totalmente impossível.

— Você diz isso, mas não se importaria se uma delas se apaixonar por você – Tsubaki torceu o nariz para declaração de Fuuto.

— Sim, você tem razão, eu não me importaria – Fuuto simplesmente deu de ombros – Seria até compreensível se isso acontecesse.

— Fuuto você só consegue ver seu próprio umbigo, por acaso? – Tsubaki pergunta visivelmente irritado, mas o mais novo apenas lhe dirige um sorriso esnobe e entra no elevador – Argh! Como eu o odeio! Não tem o mínimo de respeito aos mais velhos!

— Por você não age como um irmão mais velho – Azusa pontua

— Você esta contra mim é isso? – Tsubaki virou-se para o gêmeo indignado

— Estou apenas dizendo a verdade – Azusa deu de ombros e também se afastou murmurando um, boa noite teria o que pensar quando fosse se deitar.

— Mas alguém vai declarar que vai fechar se coração com um cadeado de titânio e jogar a chave fora? – Kaname exibia um sorriso irônico e olhava para os irmãos – Ninguém?

— Eu não vou me apaixonar – Iori murmurou sombrio

— Nós sabemos Iori – Ukyo suspirou cansado daquilo – você pode ser o único que realmente esteja falando a verdade...

— Não vou me apaixonar – Iori se moveu para fora da sala – porque não tenho motivos para me apaixonar, já tenho uma pessoa – declarou categórico ante de deixar a sala e os irmãos um pouco tensos em silêncio glacial.

— Quando é que ele vai superar? – Yusuke quebrou o silencio – Já faz um ano desde o acidente...

— Apenas deixe-o – Masaomi aconselhou – Ele tem seu próprio tempo.

— No que tanto pensa Louis? – Hikaru se virou para o loiro que se manteve calado e pensativo até o momento. Louis olhou para Hikaru um momento e suspirou.

— Já pararam para pensar – começou – que pode ser impossível não começar a se apaixonar por alguma delas? – a pergunta de Louis deixou-os silenciosos – Essas garotas são nas palavras do Eiiji-san, as mais especiais que esse mundo um dia ira ver – Louis proferiu cansado – e eu meio que concordo com o que ele disse – contou – pelo que vimos delas dá para dizer que elas são realmente especiais, gentis, amorosas, geniosas... únicas.

Os rapazes permaneceram em silencio durante um bom tempo e pouco a pouco foram se retirando, mas as palavras de Louis faziam muito sentido o que também não deixa de ser incomodo. Seriam tolos por não gostarem dessas meninas que mal entraram em suas vidas e de alguma forma já os deixavam cativados com suas personalidade e curiosos para souber mais a respeito delas. Mas o fato dos pais de ambos irem se casar complicava tudo, o melhor mesmo era evitar que sentimentos fossem confundidos.

Estavam decididos! Haveria apenas laços fraternais entre eles e nada mais... ou esse era o objetivo.

Sozinho na sala, Hikaru não resistiu em dar gargalhadas. Pobres e ingênuos irmãos que ele possuía, não viam que uma relação amorosa era o que Eiiji e Miwa pretendiam entre eles? O que importava o que os outros iriam pensar? Um escândalo isso era o de menos.

Mentalmente Hikaru registrou todos as possibilidade, por enquanto baseado no que tinha visto até o presente momento, nenhuma delas parecia impossível.

Ahhh pobre Fuuto... pensou ele... mal posso esperar para ver você correndo atrás dela...

Por enquanto seria apenas mais um observador passivo.

Seus pensamentos o levaram a rir novamente.

— Você vai acabar matando alguém do coração se continuar a rir desse jeito sozinho.

— Haru! – Hikaru inclinou a cabeça para ver Haruka parada atrás de si, não tinha ouvido ela chegar – Está acordada?

— Humm, sim – Haruka murmurou – vim pegar um pouco de água – disse erguendo o copo – O que está fazendo aqui, sozinho?

— Pensando.

— Posso perguntar em que? – Haruka se debruçou sobre o sofá curiosa, Hikaru teve que rir. Se ela soubesse no que estava pensando – Qual é a graça?

— Nenhuma – Mentiu ele – Apenas me lembrei de algo engraçado

— Vai me contar?

— Se você não contar a ninguém...

[...]

Mais um fim de semana passa e é segunda novamente. O final de semana não foi tranquilo como gostariam por causa de Anna e Margo que apareceram para minar a tranquilidade e paz da casa. Foram dois dias cheios de alfinetadas aqui e acolá. Os preparativos para o casamento não poderiam ter sido piores – no sentindo figurado claro, as flores eram lindas e a igreja onde ocorreria a cerimonia era fofa, Maiko entraria com Wataru carregando as alianças, tudo perfeito – o problema foi que Anna e Margo pareciam duas tias velhas que não gostavam de absolutamente nada!

As duas por mais que se odiassem, sabe-se lá por que, simplesmente formavam uma dupla que acabava com a paciência de qualquer pessoa, incrivelmente menos a de Louis. Madoka chegava a achar que ele era um santo, e não era somente ela para falar verdade...

Segunda feira não era o dia favorito de quase ninguém. Acordar cedo ir para escola ou para o trabalho depois de um fim de semana cansativo era horrível, principalmente quando a segunda-feira em questão estava ótima para permanecer em casa. Sabe aquele dia nublado delicioso onde tudo que você mais quer é permanecer na cama?

Na sala de jantar, Ukyo, Asuka e Haruka arrumavam a mesa para um tradicional café da manhã japonês. Serio o melhor, todos ali estavam precisando de um reforço, menos Natsume e Hikaru que deram um jeito de escapulir das garras das duas mulheres dragão que insistiam em atazanar a vida de todo mundo, inclusive a delas mesmas.
Masaomi estava na sala tomando uma grande xicara de café, ao seu lado estava Tsubaki que cochilava em cima de um roteiro que deveria estar ensaiando.

— Tsubaki – o mais velho olhou para o gêmeo albino de sorriso fácil

— Só mais um minuto mãe...

— Tsubaki – Masaomi o cutucou – você esta babando nesse roteiro – avisou com um quê de humor na voz – Vá cozinha e passa um café para Ukyo.

— Eu não estava babando – Tsubaki resmunga se espreguiçando – E aquelas duas vão acabar enlouquecendo a todos nós.

— Bom dia – Yousei desejou saindo do elevador, a loira estava um pouco pálida.

— Bom dia – Masaomi sorveu um gole da bebida amarga.

— Esta tudo bem com você? – Tsubaki andou em direção a loira – Está pálida...

— Vou ficar bem depois de tomar café – Yousei sorriu minimamente – Tia Margo anda impossível estes dias...

— Elas vão nos matar se o casamento não chegar logo – Tsubaki resmungou contrariado acompanhando Yousei para a cozinha – Não sei mais quanto tempo vou aguentar a Anna...

— Graças a Deus o casamento é daqui a quatro dias, quando elas se forem quando a cerimonia terminar vamos poder respirar aliviados.

— Sortudos são Natsume e Hikaru – Tsubaki suspirou, seu tri-gêmeo era um cara legal.

— Eles não vão conseguir escapar delas durante o casamento.

— Isso é verdade – Tsubaki concedeu – Mas eles são sortudos por não terem que aguenta-las o fim de semana todo, mal pude revisar o roteiro...

— Tenho certeza que você ira bem – Yousei fitou os olhos de Tsubaki lhe dando um sorriso encorajador – É só ir lá e conseguir o papel

— Não é tão simples assim

— Ouça se você quiser eu posso ajuda-lo – Yousei propôs – A que horas você tem que estar no estúdio?

— As três da tarde – respondeu ele franzindo as sobrancelhas.

— Hummm... – Yousei levou o indicador aos lábios atraindo a atenção do “irmão” para aquela região, mas imediatamente desviou o olhar – Eu tenho tempo livre, você vai querer minha ajuda? - Tsubaki suspirou derrotado acenando positivamente – ótimo vamos tomar café.

Pouco a pouco os 24 moradores foram aparecendo para o café da manhã, Maiko chegou com o cabelo meio desalinhado depois de pedalar pelo quarteirão, Aria e Yusuke chegaram a mesa sobressaltados achando estarem atrasados, mas Haruka como à boa irmã que era usou de um artificio infalível para faze-los levantarem na hora, adiantou os despertadores desses dois indivíduos preguiçosos, Holly apareceu para o café um tanto mal-humorada com Miranda a conversar aos sussurros, o mesmo valia para uma Madoka carrancuda. Hanabi chegou a mesa bocejando, com Aoi e Fuuto a tira colo.

— Esses dois aqui dormiram na sala – a loira disse.

— O que faziam na sala? – Tsubaki perguntou num tom muito sugestivo olhando para Fuuto de uma maneira que dizia coisas

— Essa viciada estava assistindo a nova temporada de Game of Thrones – Fuuto resmungou arrastando a cadeira e praticamente desmontando nela

— Coisa que você também não estava gostando – Aoi lhe deu uma bela de uma cotovelada no estomago – Pare de ficar de ‘mimi’ quando você gosta das coisas, fica parecendo um menino mimado.

— Ui! – Tanto Tsubaki como Yusuke caíram na gargalhada estendendo a mão para um hifive.

— Nee Louis-nii – Maiko olhou para o mais velho sentado ao seu lado

— Sim, Mai-chan?

— Você pode me ajudar com meu cabelo? Mado-nee-chan disse que foi você que fez aquela trança bonita nela.

— É claro – concordou Louis com seu sempre gentil sorriso.

— Legal!

Após o termino do café, cada um foi cuidar de seus afazeres. Os mais jovens foram para escola e para o cursinho, Masaomi saiu para o hospital, Azusa para o estúdio onde dublaria o personagem de um filme. Asuka saiu apresada carregando uma lancheira para o estranhamento de alguns. Louis sentou Maiko em um banquinho para pentear o cabelo da caçula, enquanto Louis o fazia, Maiko cantarolava Over The Rainbow.

— Mai-chan essa é uma canção muito bonita, onde aprendeu? – pergunta Louis.

— Humm... – Maiko inclinou a cabeça um pouco – É um segredo.

— Porque um segredo? – Maiko não respondeu apenas sorriu para Louis exibindo os dentes, Louis estranhou um pouco mais achou melhor deixar pra lá – Prontinho, Mai-chan – Louis estendeu um espelho para Maiko.

— Uau! – Maiko tocou os lados da cabeça extasiada, seu longo cabelo loiro estava preso em uma trança de raiz lateral que deixava parte do cabelo como uma única Chiquinha – Obrigada!!! – Maiko abraçou Louis depois correu em direção a Wataru que a esperava.

— Ficou bonito – Wataru disse sorridente.

— Não ficou?

— Pegaram tudo? – Yukino pergunta

— Sim, mas acho que o Masa-nii esqueceu o jaleco dele – Wataru apontou pra o jaleco branco pendurado no cabide.

— Ele esqueceu? – Ukyo que se preparava para sair suspirou virando-se para a sala – Alguém pode levar para ele? Tenho que correr para o escritório a senhora Tanaka está histérica porque o marido pulou a cerca novamente...

— Pobre mulher – Kaname passou por Ukyo – lamento Ukyo eu não posso...

— Eu tenho treino agora – Subaru murmurou apressado – Não posso chegar atrasado – Desculpe.

— Eu levo – Yukino ergueu a mão como uma voluntaria.

— Não vai chegar atrasada na escola?

— Nop – negou ela – Eu vou levar Mai e Wataru, por isso tenho tempo.

— Ok, pegue – Ukyo dobrou o jaleco e entregou a Yukino – Até mais tarde – Ukyo se despediu das crianças e saiu apressado.

— Bem vamos indo então? – Yuki olhou para os mais novos piscando.

[...]

— Vou deixa você aqui tudo bem? – Yukino pergunta depois de caminhar com os pequenos até a esquina da escola onde os dois estudavam.

— Tudo bem – disseram os dois

— Cuidado quando forem atravessar a rua ein?! – Yukino enfatizou como uma mãe.

— Pode deixa, Yuki-chan – Wataru segurou a mão de Maiko – Vamos andar de mãos dadas.

— Ahhh vocês dois são tão fofos – Yukino sorriu toda boba. Wataru e Maiko se entreolharam confusos e achando estranho – Ok, podem ir – Yuki riu nervosa coçando a nunca. Quando os dois caçulas viraram a esquinas em direção á escola ela suspirou fazendo beicinho – Eles são realmente fofos... Opa... tenho que ir rápido!

Yukino atravessou a rua na direção oposta na direção ao hospital que Masaomi trabalhava, teria que pegar um trem para chegar à escola, mas isso não importava, veria Masaomi em seu trabalho. Sabia que ele era medico, mas andava curiosa para ver como ele era em seu ambiente de trabalho.

[...]

Asuka não tinha motivos para estar ali, mas estava. Sairá tão apressada de casa que nem avisou para onde estava indo, provavelmente os outros tinha achando bem estranho, principalmente porque hoje não era dia de curso. Mas por outro lado, tinha 19 anos era uma adulta e não tinha que ficar dando satisfação para ninguém sobre aonde ia e o que ia fazer... não é mesmo?

Sim, sim... é claro que sim...

Mas porque é que estava tão nervosa? Era só um obento que prometeu trazer para ele não é mesmo?

Não tinha nada de mais!

Ahh!

Quem estava querendo enganar, tinha gostado de Natsume e queria se desculpar com ele pela pergunta inconveniente que fez dias atrás na loja de conveniência da esquina, além disso não queria que ele ficasse comendo aquela comida refrigerada todos os dias.

Inspirando e expirando para se acalmar, Asuka atravessou a rua indo em direção ao prédio quando o sinal do perdeste ficou verde. Assim que chegou perto o suficiente das portas automáticas elas se abriram. O vestíbulo ali era lindo – pensou ela impressionada.

— Anoo sumimasen – Asuka chegou ao balcão de atendimento, sentindo um frio no estomago.

— Hai? – A secretaria ergueu o olhar entediado para Asuka – Se deseja uma informação é naquele balcão ali – apontou com uma caneta.

— Ah não que quero falar com o Asahina Natsume-san – Asuka disse sorrindo sem graça

— Natsume-san? – de repente a secretaria ficou muito atenta medindo Asuka dos pés a cabeça – o que quer com ele?

—... – Asuka chegou a abrir aboca para dizer, mas antes que alguma palavra pudesse sair de seus lábios ouviu seu nome ser chamado por uma voz grave que lhe causava arrepios – Ah Natsume-san! Bom dia!

— Bom dia – Natsume cumprimentou curioso e percebendo isso Asuka logo se desculpou.

— Desculpe vir aqui de repente – disse olhando para os próprios pés, por algum motivo ainda não esclarecido se sentia bastante nervosa, mais um pouco iria corar – mas eu trouxe isso aqui para você – Asuka estendeu a lancheira – Eu te prometi um obento não foi?

— Ahh sim – Natsume recolheu a lancheira envolta em pano azul – mas não precisava.

— Precisava sim! – Asuka estufou o peito cruzando os braços – É um pedido de desculpas também, porque fui rude naquele outro dia.

Natsume analisou Asuka por um minuto. Asuka era centímetros mais baixa do que ele, ela também tinha um sorriso constante muito bonito. Se ele gostava dela? Sim, não passava muito tempo na Sunrise Residence com os irmãos e as novas irmãs, mas gostava delas e Asuka era uma delas e os poucos momentos que passaram juntos eram suficientes para ter uma boa opinião sobre ela.

Com um suspiro Natsume aceitou.

— Obrigado – disse fazendo o sorriso de Asuka aumentar.

— Nee, depois me diga se você gostou – Asuka pediu encabulada – As meninas dizem que eu cozinho maravilhosamente bem – explicou – mas a gente nunca sabe, não é?

[...]

Yukino chegou ao hospital um tanto quanto ofegante. Puxa não imaginava que era assim tão longe! A albina atravessou o estacionamento abraçando o jaleco contra o corpo, de alguma forma aquilo a reconfortava e tinha um cheirinho muito bom... não que ela vá fizer isso a alguém, vão achar que ela é uma espécie de pervertida... se bem que...

— Pois não? – a voz gentil da recepcionista a tirou de seus devaneios

— Oláa – Yuki hesitou um pouco – Anoo, o doutor Asahina está ocupado?

— Asahina? – A enfermeira pergunta – Masaomi-san?

— Hai, eu gostaria de vê-lo agora se possível.

— Só um momento – A jovem enfermeira pegou o telefone e murmurou alguma coisa depois de um minuto ela voltou seu olhar para Yukino – Ele está na pediatria.

— Ok, eu posso pegar o elevador?

— Sim, a doutora Miura vai acompanha-la – A enfermeira apontou para uma bonita mulher que estava apoiada no balcão – Miura-sensei, poderia acompanha essa senhorita para a pediatria? Ela que ver o Asahina-sensei.

— É claro, só me deixe pegar alguns prontuários – disse recolhendo uma serie de pranchetas – podemos ir

Yukino acompanhou a medica que disse se chamar Miura Asui. Asui era uma mulher falante e sorridente de olhos escuros e cabelos curtos channel, por todos por quem passaram tantos pacientes quanto médicos a cumprimentavam, enquanto a observava Yuki percebeu que Asui possuía covinhas que a deixavam fofa quando sorria.

— Então porque esta procurando o Masaomi-san? – pergunta ao entrarem no elevador, os olhos quase negros dela tinha um brilho inquisidor.

— Vim entregar algo que ele esqueceu em casa – Yukino respondeu seria.

— há sim o jaleco – Asui compreendeu – Espere vocês estão morando juntos? Pensei que Masaomi só tivesse irmãos homens

— E ele tem – Yukino respondeu novamente seria, estava ficando entediada com aquela bateria de perguntas, esse elevador era puxado por um bando de tartarugas era isso? – Ele não te contou?

— Me contou o que? – Yukino foi poupada de responder a pergunta quando as portas do elevador se abriram dando passagem para uma ala colorida com um tapete de quebra-cabeça colorido – Chegamos.

Yukino saiu do elevador e avistou Masaomi alguns passos na frente agachado na frente de um garotinho para quem sorria e entregava um pirulito. Involuntariamente um sorriso doce surgiu nos lábios de Yukino que estava encantada.

— Masa—

— Masaomi! – Asui saiu na frente.

— Asui-san – O Asahina mais velho ergueu os olhos para a colega – Algum problema?

— Não nenhum, apenas encontrei uma jovenzinha que procurava por você lá na recepção – Asui sorriu maliciosa – O que você anda fazendo ein?

— Jovenzinha? – Masaomi se inclinou um pouco para olhar atrás de Asui, Yukino sorriu e acenou para ele quando ele. Masaomi arregalou os olhos surpreso – Yukino? O que faz aqui? – Masaomi correu ate ela – não esta machucada está? – Masaomi tentava ver se havia algo de errado com Yukino.

— Se acalme Asahina-sensei – Yukino sorriu provocadora – eu só vim lhe trazer seu jaleco que você esqueceu.

— Ufa! Pensei que estivesse machucada – Masaomi suspirou de alivio se ajeitando – obrigado – sorriu encabulado para Yukino.

— Eii vai me dizer quem é? – Asui interrompe deixando Yukino incomodada e Masaomi corado.

— Essa é Yukino – Masaomi apresentou – Ela é filha do noivo da minha mãe.

— Ahhh sim, você comentou que sua mãe se casaria novamente – Asui assentiu finalmente compreendendo – Quase achei que você era uma espécie de papa anjo.

— Asui-san! – Masaomi ficou extremamente vermelho, e Yukino ficou realmente sem palavras.

— Ai se acalme, eu só estava brincado!

— Não teve graça – Masaomi olhou de soslaio para Yukino – Não ligue para ela falta-lhe parafusos – Masaomi piscou divertindo Yukino – Vou leva-la de volta, você ainda tem que ir para escola.

— Masa-chan, você é um medico muito legal! – Yukino elogiou animada – Eu vi você e aquele menininho.

— Eu só estava fazendo meu trabalho – Masaomi ficava muito fofo quando encabulado deixando Yukino com vontade de aperta-lo.

[...]

Maiko gostava de ir à escola, gostava de aprender e dos novos amigos, havia apenas uma pessoa de quem não gostava muito. Erika. Uma coleguinha de classe que agia como se fosse dona de tudo, nada mais que irritante. Erika também não gostava de Maiko. Erika era uma menininha chata e mimada, que obviamente gostava de Wataru, Mai não via problemas nisso eram crianças e crianças gostavam de crianças tanto quanto gostavam de doces, mas a inconveniência de Erika estava começando a irritar.

Hoje Erika encarou Maiko durante a aula inteirinha com uma expressão descontente nas faces infantis. Tudo por que Mai tinha um lindo irmão mais velho que penteara seu cabelo hoje deixando ele fabuloso com aquela trança. Mas Maiko havia aprendido uma coisa e era sempre sorrir para quem tentava deixa-la triste, assim o ser que tentava fazer mal para ela apenas perceberia que era inútil e era isso que Mai fazia toda vez que Erika vinha tentar parecer melhor.

A hora do recreio era sempre uma algazarra de crianças correndo e gritando. Maiko gostava de participar do jogo de vôlei, mas hoje havia decidido brincar de algo mais calma. Ela e Wataru brincavam na caixa de areia tentando criar um grande castelo de areia.

— Ele ficaria mais bonito se tivesse algumas coisas para enfeita-lo – Mai comentou inclinado a cabeça ligeiramente – Não acha?

— Como umas flores? – pergunta Wataru erguendo mais uma torre de areia

— Sim! Será que podemos pegar algumas?

— Acho que sim – Wataru encolheu os ombros incertos – Pergunte a sensei.

— Ok, já volto – Maiko se levantou bateu as mãos no avental que usava e se afastou na direção da professora. Depois de pedir com jeitinho a professora deixou que pegasse algumas flores.

Maiko escolheu com cuidado algumas flores com cores vibrantes que floresceram tardiamente, juntou-as num pequenino buque e voltou para junto de Wataru ou era o que pretendia. No caminho Mai encontrou uma menina sentada sozinha observando os outros brincarem.

— Oi.

—... olá... – a menina sussurrou

— O que está fazendo ai sozinha? – Mai pergunta curiosa, a menina apenas da de ombros – Humm... meu nome é Maiko e o seu?

— Yuzuru...

— Esta se sentindo bem Yuzuru-chan?

— Humhum... – responde acenando.

— venha brincar comigo e com o Wataru – Maiko agarra a mão de Yuzuru forçando ela a se levantar – Não fique aqui sozinha.

— Mas...

— Vem! – Maiko praticamente arrasta a nova colega para junto de Wataru, depois das apresentações as três crianças começaram a esculpir o castelo e a decora-lo se divertindo no processo.

— Nee Yuzuru-chan, o que estava fazendo sozinha? – Wataru olhava para a nova amiga curioso. Yuzuru era uma garotinha bonita de cabelos castanhos claros, sorriso tímido e olhos grandes cor chocolate.

— Ahh... – Yuzuru corou e abaixou os olhos – Eu ainda não consegui fazer amigos...

— Mas agora você tem a mim e a Mai-chan – Wataru disse confiante – Somos seus amigos, né? – Yuzuru corou, mas exibiu um sorriso radiante e feliz.

Mais tarde naquele dia, quando Maiko e Wataru voltavam para casa de mãos dadas, Wataru se desviou do caminho apenas um instante para ir a um carrinho de algodão doce. As duas crianças compraram o doce e foram o caminho todo comendo satisfeitos á nuvem cor de rosa. Rindo das desculpas que inventavam para justificar ás mãos lambuzadas de açúcar.

Quando Erika apareceu em seu caminho e viu os dois de mãos dadas, correu e empurrou Maiko.

— Porque fez isso? – Wataru pergunta bravo

— Você não pode gosta dela! – Erika gritou vermelha – Não pode!

— Por que não? – Mai estava bastante chateada, por culpa de Erika tinha perdido seu doce.

— Por que eu não gosto de você sua feiosa! Eu sou a namorada do Wataru!

Tanto Maiko quanto o próprio Wataru piscaram surpresos com a declaração.

— Você não é minha namorada – Wataru diz chateado – é minha amiga e a Maiko-chan é minha irmã.

— Irmãos não andam de mãos dadas!

— Peça desculpas para a Mai-chan ou vou deixar de ser seu amigo – Wataru exigiu torcendo o nariz.

— Não quero pedir desculpas! – Erika grita enfática – Ela quer roubar você de mim.

— Peça desculpas – Wataru tornou a repetir.

— Não!

— Você esta sendo irritante – Maiko olhava para Erika da forma que aprendeu com Miranda quando esta olhava para estranhos que se aproximavam com segundas intenções, coisa que fez a outra recuar um passo – Eu também não gosto de você – Afirma Maiko fazendo careta – Wataru-kun vamos para casa?

Wataru novamente pegou na mão de Maiko e ambos saíram deixando Erika sozinha. Durante todo caminho para casa, Wataru estava pensativo. Gostava de Erika, mas o que ela fez podia ter machucado sua Mai-chan e não era nada legal machucar os outros, principalmente os amigos.

— Desculpa... – Wataru pediu cabisbaixo

— Por quê?

— A Erika-chan poderia ter machucado você...

— Eu estou bem – Mai sorriu tentando animar seu amigo – Eu já conheci uma menina como ela, e sabe o que eu aprendi?

— O que?

— Jamais deixe de sorrir – Respondeu Maiko olhando para longe – Por que o sorriso vai deixa-los com raiva.

— Mas ficar com raiva não piora? – Wataru argumentou confuso

— Não – Maiko sorriu travessa movimentando o indicador – Vão ficar com raiva, mas vão desistir por assim eles não podem magoar ninguém, entendeu?

— Entendi – Wataru acena pensativo.

[...]

YUSUKE ON

Ter irmãs não é nem um pouco fácil, principalmente que você tem uma casa cheia delas ou quando elas perseguem você até mesmo na escola e a partir dai sua vida tranquila dá um giro de 360° e então você passa á ser ovacionado todos os dias por ter meninas tão bonitas morando na mesma casa que você.

Sim, você é o novo sortudo da escola! Parabéns!

Só que não!

Isso é um saco! Tudo que eu queria era ter uma vida tranquila, me declarar para a garota que eu gosto e então ter uma vida no ensino médio como qualquer adolescente.

— Yusuke! – Aria veio correndo até mim acenado – finalmente te encontrei, a sensei pediu que você fosse à sala dos professores.

— Porque?

— Acho que tem haver com o formulário da próxima viagem escolar... – Aria inclinou a ligeiramente a cabeça... ela até que fica fofa... Espera o que?! – Que foi?

— Nada – resmungo desviando o olhar, droga – Eu vou ver a professora.

Eu praticamente me arrastei para sala dos professores e se eu soubesse que uma delas estava lá teria demorado mais... porque Yukino estava lá junto com ela...

Yusuke off

Yusuke entrou na sala pedindo licença de cabeça baixa, mas quando ergueu teve uma enorme surpresa. Emma e Yukino estavam conversando com o professor, ele até tentou fugir, mas Emma o viu.

— Yusuke-kun!

— O-oi – murmura o garoto ficando vermelho, Yukino estava muito bem atenta a isso deu um ligeiro sorriso malicioso – O-o que temos que fazer?

— Nada de mais – Emma responde – Apenas levar esses formulários para nossa sala.

— Tudo bem – Yusuke responde mais calmo pegando uma pilha dos formulários

— Eu vou avisar ao sensei que já estamos indo – Emma se afastou deles.

— Ela é bonita – Yukino comenta como quem não quer nada, Yusuke quase que deixa sua pinha cair – hehehe~

— Eu não a acho bonita... – Yusuke resmunga

— Tem certeza? – Yusuke acena – Então porque está corado desse jeito? – Yukino tinha plena consciência do que estava fazendo com o pobre irmão – Ela parece ser uma boa garota... Qual o nome dela? Hinata Emma, certo?

— você me chamou Tsubaki-chan? – Emma retornou bem no momento que Yukino daria sua cartada final.

— Não estava apenas confirmando seu nome – Yukino sorria de uma forma assustadoramente inocente – Me chame de Yuki ou Yukino, Emma-chan.

Yusuke sentia que aquilo não podia ser pior.

O trio foi andando pelos corredores distribuindo os formulários pelas salas de aulas e a conversa entre as garotas era totalmente desestimulante.

— Não vou contar a ninguém – Yukino lhe dirigiu uma piscadela quando Emma se afastou deles – Mas se você gosta dela deveria dizer logo...

— Falar é fácil – Yusuke suspirou

— Você é que é complicado – Yuki revira os olhos torcendo o nariz – Só diga pra ela que gosta dela, se não fizer isso logo outro vai toma-la de você.

— Não preciso que você me diga isso, mas como vou saber que não serei rejeitado?

— Por acaso você é idiota? – Yukino estava perplexa – Não percebeu até agora?

— Não percebei o que? Que ela gosta de mim?

— Você acabou de dizer o obvio! Apenas a chame para sair depois da aula!

— Esta bem, esta bem – Yusuke se deu por vencido – mas não vá contar a ninguém!

— Tem minha palavra de honra!

[...]

Mais tarde na volta para casa, Yukino não conseguia tirar do rosto o sorriso satisfeito que chagava a ser suspeito.

— Diga logo quem foi o infeliz que você assassinou – Madoka foi direto à questão de mil dólares do dia.

— Não matei ninguém – Yukino teve vontade de rir, mas se manteve tão seria o quanto possível.

— Hahan, então qual é desse seu sorriso de gato que acabou de comer um rato? Está quase parecendo o Kuro quando está estufado de tanto comer salmão – Madoka proferiu recebendo acenos de concordância de Ayame.

— Eu não vou dizer o que aconteceu, dei minha palavra de honra— Yukino explicou enfatizando a palavra honra – Mas posso dizer que sei de quem o Yusuke gosta.

— E esta bancando a cupido? – Madoka suspirou descrente.

— Não, Yusuke é perfeitamente capaz de se amarrar sozinho – Yukino replicou sorrindo.