O Grande Inverno da Rússia escrita por BadWolf


Capítulo 51
Um Caloroso Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Boa noite,


Cap saindo beeem tarde, eu sei, mas antes tarde do que nunca.

Espero que gostem de mais uma sessão "Reencontro" em nossa fanfic.
E preparem-se para mais barracos!

Boa leitura!



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            -Pronto, pode sair.

            Holmes sentiu-se aliviado. Finalmente, o perigo tinha passado. Mal ele tinha lançado a pedra com o recado na sala de aula de Thomas (a escolha não fora aleatória, admita internamente o detetive), ele correu para se esconder na pequena charrete de Esther. Aproveitou uma lacuna entre um dos bancos e, com dificuldade, esgueirou seu corpo magrelo e comprido no banco. Chegou a ouvir, inclusive, Esther cumprimentar um dos guardas, e percebeu que estava saindo da Fazenda de Lev Sokolov. Mas ainda assim, não se sentiu a salvo, até que ela o chamasse.

            Na paisagem bucólica, repleta de neve, Holmes pôde ver que, finalmente, estavam sozinhos. Sentou-se ao lado de Esther, que estava na condução.

            -Disse que iria fazer algumas compras e que voltaria amanhã.

            -Duvido que isto aconteça. – sentenciou Holmes. – Mas eu pensei que seriam mais rigorosos.

            -E foram. Inspecionaram a charrete. Mas no fim das contas, eles esperam que forasteiros tentem entrar, não sair. Provavelmente não contavam que havia um homem escondido debaixo de mim.

            Holmes riu de Esther. Esfregando as mãos, e sentindo flocos de gelo se formando na ponta de seu nariz, ele deu uma vigorosa baforada.

            -Preciso de um cigarro.

            -Pensei que tivesse parado de fumar.

            -Tentei, mas não consegui. É mais fácil reconhecer que sou viciado e conviver com esse vício. Aliás, eu notei que seu pai também fuma.

            -Meu pai... – disse Esther, parecendo degustar a palavra. Holmes virou seu olhar para as mãos de Esther segurando as rédeas e percebeu que suas mãos estavam tremendo. Ele duvidava que fosse pelo frio.

            -Você está pronta?

            -Sinceramente? Não. Mas pouco me importa. Eu quero vê-lo.

            Sem pensar duas vezes, Holmes envolveu seu braço pelos ombros de Esther e deu-lhe um beijo na testa. Ela encolheu-se ao seu gesto, mas o detetive ignorou, fazendo-o mesmo assim.

            -Eu tenho certeza de que o velho Abe ficará muito feliz em revê-la.

            -O problema não sou eu, Sherlock. – disse Esther, quase inaudivelmente. – O problema é o resto da minha família. Ele irá perguntar por minha mãe, por David... O que eu vou dizer?

            -Evite o assunto por hora.

            -Será que vou conseguir? É natural que ele pergunte.

            -Minta, então. Não é momento de o velho Abe saber. Quando esse pesadelo acabar, então conte tudo que aconteceu em sua ausência. Tenho certeza de que ele te entenderá. Veja, estamos chegando. Seu pai mora naquela casa ali.

            A charrete se aproximou do pequeno casebre, que deixava um rastro de fumaça no céu, saído pela chaminé. Era uma casa pequena e humilde, e que naquele frio deveria ser aconchegante.

            -Que bom que Abe conseguiu voltar em segurança. Estava preocupado por ele. – disse Holmes, aliviado em ver que ele estava em casa, depois que bateu a porta. Logo, o próprio Abe estava diante de si.

            -Mr. Holmes! O senhor está vivo! – disse o idoso, muito contente. – E quem é esta bela moça?

            Holmes e Esther se entreolharam, inseguros. O que eles eram, afinal? Ou melhor, aos olhos de Abraham, o que eles “deveriam” ser? Casados? Ou amigos? Por fim, Holmes decidiu optar pela opção mais prudente.

            -Podemos entrar, Mr. Katz? Este frio está nos castigando...

            O velho estranhou o silêncio de Holmes, mas procurou ignorar.

            -Claro que sim. Por favor, entrem.

            Logo, o calor da residência de Abe aqueceu os ossos tanto de Esther quanto de Holmes. A sala era pequena, mas aquecida pela lareira. Havia duas poltronas postadas ali, tal como era em Baker Street, mas Abraham Katz, educadamente, puxou para si um banco, deixando as poltronas reservadas às visitas.

            Esther o olhava sem parar. Era ele mesmo. Seu pai, vivo e em carne e osso. Estava, sem dúvida, mais envelhecido e maltratado pelo tempo e pela dura vida que levara naquele país, mas naquele olhar acolhedor e bondoso, e ao mesmo tempo determinado e corajoso, era de seu pai, Abe. O olhar que ela tinha certeza que herdara dele.

            Holmes observava a interação entre Abe e Esther. Notou que o idoso também tinha reparado nela, e que estava perturbado. Estaria ele desconfiado quanto a sua identidade?

—Tens uma bela casa. – começou Esther. Holmes franziu o cenho. Isso eram maneiras de começar?

            -Sim... Er... Desejam um chá? – perguntou Abe, com educação, disfarçando sua curiosidade em Esther. Holmes decidiu que era hora de acabar com o estranho clima de hesitação instalado entre os dois e tomar a iniciativa.

            -Mr. Abe, creio que me equivoquei e não apresentei devidamente a moça em questão. Esta é a minha esposa, Esther Katz.

            A menção “Esther Katz” fez os olhos de Abraham se arregalarem. Ele ficou de queixo caído e boquiaberto. Esther caiu imediatamente em lágrimas, o que levou a reação imediata de Abe para correr e abraça-la.

            -Não posso acreditar... Você é a minha princesinha Esther?! Mas está uma mulher adulta e crescida!

            -Oh Aba! – disse Esther, balbuciando palavras em hebraico, também ditas por Abe, e incompreensíveis para Holmes.

            -Ahava Mada... – ele disse, traduzindo-se em seguida. – Meu amor...

—Aba...

—Oh, minha filha... Bem que estranhei... Você me parecia tão familiar...

            Os dois ficaram abraçados por um longo período. Holmes suspirou, sentindo uma leve satisfação e contentamento. Sabia que teria ali, uma longa noite de conversas, mas que nem todas as noites da eternidade poderiam substituir as décadas que passaram longe um do outro. Nenhuma conversa poderia tornar familiar outra vez aqueles dois estranhos, que tanto se amavam e que agora, tão pouco se conheciam.

            A primeira atitude de Abe, como era de se esperar de um pai mal informado como ele, foi felicitar Esther pelo seu casamento. Houve uma coisa, entretanto, que não pôde escapar da curiosidade do idoso.

            -O senhor... É judeu?

            Holmes temia pela reação de seu sogro com sua resposta. Será que ele desaprovaria sua união com Esther por não compartilharem da mesma religião?

            -Não.

            Para seu pasmo, Abe pouco importou-se.

            -Meus netos serão judeus de qualquer forma. – disse, dando de ombros.

Claro, pensou Holmes. Não foi uma aceitação por completa. Simplesmente pouco importava se ele era judeu ou não. Para os judeus, o verdadeiro judeu é aquele nascido de uma judia, o que era o caso. Mas isso ainda era melhor do que o comentário do rabino de Londres. “Ela poderia ter feito uma escolha melhor”. Aquela frase lhe lembrava que os judeus também tinham preconceito para com os gentios. Algo próximo de mútuo, talvez.

—Só espero que David tenha escolhido uma esposa de nosso povo, Esther. Aliás, como ele está? Mal posso esperar para ver o meu filho... Espero que a falta de juízo de sua adolescência tenha passado.

Holmes trocou um rápido e discreto olhar com Esther.

—Sim, mas infelizmente seu reencontro terá de esperar mais um pouco.

O velho Abe, naturalmente, não se deixou abater.

—Esperei décadas para vê-lo. Posso esperar mais um pouco. Mas conte-me, o que faz aqui, minha filha, tão distante de tudo? Pelo que sei, é necessária uma viagem de três horas de trem até São Petersburgo...

Foi a vez de Holmes falar.

—Mr. Katz, lembra-se do porquê de eu estar aqui?

—Você disse que estava atrás da esposa, que na verdade é a minha filha. Agora, quanto à minha Estrelinha, eu realmente não sei o que ela veio fazer aqui nesse fim de mundo. E isso é o que mais desejo saber. Os desígnios de D’us são misteriosos, mas nem por isso devemos esconder nossa curiosidade.

Esther suspirou.

—Eu estou aqui por causa... Por causa do meu filho. – explicou Esther.

—Na verdade, nosso filho. – disse Holmes, segurando a mão de Esther e trocando um olhar com ela, de encorajamento para que ela disfarçasse ali sua repulsa por ele. – Ou seja, seu neto.

—Neto?! – Abe se animou. – Mas que alegria, saber que já sou avô!

Agora, a parte mais difícil. Holmes suspirou.

—Pois infelizmente, seu neto está em perigo.

—Ele foi raptado quando bebê. – completou Esther.

O velho Abe ficou horrorizado. – Céus, mas que crueldade! Se eu pudesse saber quem foi...

—Nós já sabemos. Um homem chamado Daniel Jenkins, um famoso agente da Okhrana. Ele seguiu ordens do Duque Ivanov de levar meu filho para ser criado por Natasha Ivanov, uma de suas filhas. Pai, eu temo só de pensar o que aquele monstro pretendia fazer com o meu menino...

Holmes sentiu o dever de acalmar Esther.

—Nada disso aconteceu, Esther. E é isto o que importa.

—Mas e a criança? Você conseguiu localiza-la, então?

—Com a morte do Duque, as filhas de Ivanov começaram a matar umas às outras por maiores fatias da herança. Meu filho Jonathan acabou no fogo cruzado dessa disputa. Natasha e o marido foram assassinados, mas Jonathan conseguiu sobreviver e foi mandado a um orfanato. Até que o orfanato em que ele estava pegou fogo em um incêndio criminoso...

—Por Adonai... – suspirou Abe, já vislumbrando uma notícia ruim.

—Não se preocupe, pai. Jonathan sobreviveu ao incêndio.

—Um sobrevivente por natureza, então. Sem dúvida, é um Katz legítimo. – disse Abe, com uma pontada de orgulho. – Menos mal, minha filha. Mas, se me permite observar... Eu notei que você chama esse menino o tempo todo de Jonathan. E eu duvido muito que os Ivanov tenham dado tal nome a alguém da família deles.

Holmes e Esther se entreolharam, hesitantes. Foi a vez de Holmes tomar a palavra.

—Esta é a história de um menino “oficialmente” chamado Georgi, com quem ela conviveu nos últimos meses. Este menino Georgi está na fazenda de Sokolov. Depois do atentado, ele foi levado a esta “Fazenda”, onde foi forçado por um cientista químico chamado Lev Sokolov a tomar uma espécie de superpílula...

—Mas não se preocupe, a saúde dele é perfeita. – tentou abrandar Esther.

Holmes discordava de Esther. Sabia que a superpílula de Sokolov tinha coca em sua composição. Por mais que doesse o seu coração, o detetive tinha certeza de o menino era viciado – talvez, tão viciado quanto ele, ou até mais. Mas este era um problema para mais tarde.

Holmes respirou fundo, ao entender que havia mais dor de cabeça pela frente e que seus problemas estavam longe de serem resolvidos quando tudo terminasse. Então, um lampejo veio à mente do detetive.

—Lembra-se de Grigori, Mr. Katz? – perguntou Holmes.

O velho sorriu. – Sim, é claro que me lembro. O menino que te acompanha. Aliás, achei estranho não encontra-lo aqui, em minha casa. Decerto está brincando lá fora, aquele garotinho arteiro.

Holmes e Esther se entreolharam mais uma vez.

—Não se preocupe quanto a isso, já sabemos onde ele está. – disse Esther, pesadamente.

—Mesmo? Mas vocês acabaram de chegar! Como podem saber?

—Sabemos o paradeiro de Grigori, Mr. Katz, porque ele também está em perigo. – disse Holmes, sem rodeios.

—Como é?! – exclamou Abe, exaltado. – O que aconteceu com ele?

—Ainda não sabemos ao certo. Tudo indica que ele está na Fazenda, preso juntamente com Georgi.

—Com o meu neto Georgi, você quis dizer. Agora entendo sua preocupação.

Holmes e Esther se entreolharam. Não era justo que ele se enganasse.

—Mr. Abe, o ponto é...

—Pai. – interrompeu Esther a Holmes, sentindo que era seu dever de filha contar-lhe a verdade. – Você está certo em estranhar o porquê de eu ainda chamar meu filho de Jonathan. Chamo-o assim porque não sei o nome dele. E isso porque... Porque eu não tenho certeza sobre quem ele é.

Antes que o velho Abe, cobrasse explicações, Esther tentou ser sucinta.

—Pai... Quando Daniel Jenkins entregou a criança à Natasha Ivanov, ele descobriu que ela tivera um filho recentemente. Gêmeos, para ser mais preciso, mas uma das crianças morreu. E ela... Ela decidiu colocar o meu filho no lugar do bebê natimorto.

—Logo, Mr. Katz, Esther te contou apenas uma possibilidade de quem pode ser o Jonathan. Grigori tem as mesmas chances que Georgi de ser o seu neto. No dia do ataque a Natasha Ivanov, ele foi encontrado em um buraco por um sujeito mal-intencionado, que o levou a uma fábrica de ferro para trabalhar como operário. Eventualmente, ele fugiu. Enfim, muita coisa aconteceu com ele desde então, até que o encontrei por acaso em Sussex, na Inglaterra, sem fazer idéia de sua conexão para comigo.

O semblante de Abe empalideceu. Ele parecia analisar a questão, apesar do susto. Esther temeu de imediato por seu pai e temeu que ele fosse passar mal, tamanho era seu desgosto. Ela sentou-se ao lado dele, afagando-lhe o ombro.

—Impressionante. – disse Abe, ainda embasbacado. – Mas, se essa Natasha realmente adotou o meu neto, decerto alguém sabe qual deles é o filho adotado, não?

Holmes trocou um olhar com Esther.

—Os pais da criança estão mortos. O problema é que a única pessoa que poderia dizer qual deles é o nosso filho está morta ou desaparecida, enfim, está sem dar notícias há anos. Portanto... Portanto, não há como saber. – disse Holmes, num tom derrotado.

As palavras amarguradas de Holmes levaram o velho Abraham a se exaltar.

—Mas você me assegurou de que aquele menino não era seu filho! – disse Abe, acusador para Holmes.

Holmes pareceu envergonhado.

—Eu... Eu não sabia que ele era... Que ele poderia ser o meu filho...

Abe não parecia convencido.

—Você jamais sentiu algo diferente? Amor paternal, nada? Aquele menino te venerava! Mesmo que não compartilhassem o mesmo sangue, o amor de um pai para um filho são laços que não precisam de sobrenomes ou linhagem. Pois bem que desconfiei nas primeiras horas que aquele menino era seu filho... Decerto ele o é, minha intuição diz que sim!

—Você e qualquer pessoa faziam lá suas especulações, Mr. Katz! – Holmes rebateu. – O problema é que todos os fatos apontavam que...

—Chega! – gritou Esther, interrompendo a discussão. – Acalme-se, Sherlock. Acalme-se você também, meu pai. Não importa mais se Holmes esteve ao lado de Grigori o tempo todo ou não. O fato é que, não importa quem ele seja, temos certeza de que as duas crianças estão nas mãos de Sokolov agora...

—Graças a este insensível do seu marido! – reclamou Abe.

—... E – continuou Esther, com firmeza, impedindo que a discussão voltasse. – Precisamos agir para reaver Grigori e Georgi. E discutir agora não irá nos ajudar. Precisamos ter calma e pensar.

—Eu marquei uma negociação com Sokolov. Tenho agora que ir até a cidade mais próxima e mandar um telegrama para os amigos de Koba avisando disto. Os bolcheviques poderão não chegar a tempo, por isso precisamos agir com cautela. Sokolov é um homem que já deu provas o bastante de ser perigoso e pode fazer algum mau às crianças se fizermos algo errado.

—Eu posso me esconder em uma árvore e dar cobertura com meu rifle de ar.

—Uma boa sugestão, Mr. Katz. Combinei o encontro na colina.

—Ótimo. É perto o bastante da floresta para vigiar. E se aparecer algum homem dele e se aproximar, eu o mato de maneira silenciosa. Não dá para ouvir disparos com meu rifle.

—Sim, eu sei como funciona um. – disse Holmes, lembrando-se do rifle de ar do finado Sebastian Moran. – Creio que será bom. Duvido muito que Sokolov irá aparecer sozinho.

Esther parecia temerosa.

—O que será que ele irá querer em troca das crianças?

—Eu não faço a menor idéia, Esther. – disse Holmes, analisando seu revólver. – O que eu sei é que vivi o bastante para aceitar meu destino de bom grado, ainda mais se eu souber que estarei salvando a vida de dois meninos. E principalmente sabendo que um deles é meu próprio filho.

—Não diga isso, Sherlock. Eu sou a mãe dele. Se alguém é capaz de dar a vida por meu filho, este alguém sou eu. – disse Esther, determinada, deixando Holmes irritado.

—Ora, eu não me sinto menor do que você. Você precisou de mim para tê-lo. Eu sou o pai, afinal.

—Eu fui a única a sentir dores de parto. Você jamais saberá o que é isso.

—Sim, mas isso não justifica que só você tem o direito de se sacrificar por...

—Ninguém irá se sacrificar, está bem? – retrucou Abe, interrompendo a discussão que começava a se formar entre os dois. – Demorei anos para ter você de volta, minha filha, e eu estou louco para travar mais discussões com esse gentio teimoso que você me deu como genro. Eu e meu rifle não deixaremos.


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Notas finais do capítulo

Isso mesmo, Abe! Taca água fria nesse pessoal, antes que Esther e Holmes matem uns aos outros. Porque tá quase nesse nível.
Pobre Abe, sendo enganado na cara dura de que os dois estão casadíssimos...
Mas entendam, ele é um homem religioso e algo como "divórcio" não desceria bem pra ele. Melhor um desgosto por vez.

Obrigada por acompanharem essa fic, já em reta final, e até o próximo cap!

E sim, finalmente teremos o acerto de contas. Sokolov que se cuide, porque a Esther vai chegar com sangue nos olhos, como uma leoa protegendo a ninhada!

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