Castelobruxo: Anos Dourados escrita por Carolina J Martins


Capítulo 6
Capítulo 6 - Varinhas Variadas


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Voltei! Bom, eu estou em época de provas na escola, me desculpem! Eu achei que iria conseguir terminar esse capítulo mais cedo, mas acabei demorando muito... Juro que vou tentar postar o próximo logo!



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            A aula prática de Voo e a teórica de História da Magia haviam sido empolgantes; a rígida professora Lídia e o engraçado professor Queiroz provaram ser hábeis em atrair a atenção dos alunos, cada um ao seu modo. Porém, era só agora, na aula de Duelos e Varinhas, que os alunos prendiam o fôlego.

            Carmen Lúcia mal piscava enquanto ouvia o pequeno professor Sergio falando sobre a história das varinhas e como elas vieram da Europa para a América. A garota não queria perder nada.

            – Alguém pode me dizer por que é importante que cada bruxo faça sua varinha? – ele perguntou.

            A classe estava em silêncio enquanto ele falava, e continuou em silêncio mesmo depois.

            Apenas uma mão se ergueu.

            – Sim, Vicente.

            – Cada combinação de varinha corresponde a um tipo de personalidade diferente. Apenas uma varinha em total harmonia com seu bruxo funcionaria bem.

            – Excelente, Vicente! – o professor Sérgio elogiou. Então acrescentou: – Seria muito difícil combinar núcleo, madeira e pedra sem conhecer o bruxo que irá portar a varinha. E quem melhor do que o próprio bruxo portador da varinha para saber qual a escolha correta?

            O único nome que o professor conhecia era o de Vicente. Ao contrário da professora Lídia, ele não fizera chamada, mas Vicente já levantara a mão tantas vezes para responder suas perguntas ou questionar alguma coisa, que o professor decorara seu nome.

            Na verdade, aquela era a primeira aula que Carmen Lúcia tinha com Vicente e logo descobriu que ele, de alguma forma misteriosa, sabia de tudo sobre tudo.

            Carmen Lúcia não entendia bem como os horários dos alunos funcionavam ainda, porém sabia que ela, Arlete e Fantasma tinham os horários iguais. Os outros alunos haviam variado dependendo da aula, então ela supunha que os horários eram divididos com base nos dormitórios. O que queria dizer que Douglas estava lá também, sentado no fundo da sala com seu charme displicente.

            – As bainhas surgiram em 1809, quando um grande incêndio começou por acidente no Senado Bruxo brasileiro. Vocês vão estudar melhor em História da Magia, porém, para os que não sabem, isso aconteceu um ano depois da formação de um Estado Bruxo aqui no Brasil. Nunca ficou provado o que realmente aconteceu e até hoje se levanta dúvida se os fatos contados são os corretos, porém o que se diz é que o primeiro presidente bruxo, Joaquim Leite, deixou sua varinha cair por acidente em uma das sessões, o que fez com que ela emitisse faíscas que não demoraram para consumir o prédio inteiro. A sede do governo bruxo, que mal havia sido fundado direito, teve que ser transferida e mudanças tiveram que ser adotadas para que o incidente não se repetisse.

            No começo todos estivam interessados no professor Sérgio, porém, enquanto mais ele falava, mais Carmen Lúcia percebia o quanto os alunos ficavam inquietos. Estavam ansiosos. Alguns haviam esperado a vida inteira para saber de qual material seria suas varinhas e, agora que finalmente chegara o momento, eles não queriam esperar mais.

            – Contudo, sem maiores delongas, vamos colocar a mão na massa – o professor sorriu, percebendo que estava perdendo a atenção da turma. – Alguma pergunta?

            Não foi exatamente uma surpresa quando Vicente levantou a mão.

              – Como funciona a interação entre a constituição da varinha e a da bainha?

            Carmen Lúcia não foi a única que suspirou com a pergunta. Alguns chegaram mesmo a reclamar baixo e um “Quem se importa?” mais alto foi ouvido.

            O professor Sergio, por outro lado, estava radiante.

            – Excelente pergunta! Dou aula aqui em Castelobruxo há nove anos e nunca um primeiranista havia feito uma pergunta assim! – Ele soltou uma risada satisfeita que fez os últimos murmurinhos se calarem. – Bom, nenhuma varinha é mais poderosa do que a outra, porém logo vocês vão perceber que vocês têm uma afinidade maior com transfigurações ou biomagia ou conjurações ou qualquer coisa. Seguindo suas facilidades, suas varinhas também conseguiram fazer melhor uma coisa ou outra. E, assim, cada bainha é melhor para conter um tipo de magia. Suas varinhas escolheram qual a melhor bainha… É melhor mostrar na prática, você vai entender melhor. – Ele então se dirigiu para o resto da classe: – Todos de pé, viste? Formem uma fila em frente à minha mesa, está na hora de construir suas varinhas.

            Os vinte alunos na classe se acotovelaram e empurravam as carteiras para pegar os primeiros lugares na fila. Fantasma, sentada na primeira fileira, ficou em terceiro lugar, com Arlete logo atrás dela. Carmen Lúcia, porém, teve que se contentar com a metade da fila, perto de Vicente e Douglas.

            – Dá quase pra dizer que você ganhou um fã, Cente – Carmen Lúcia ouviu Douglas falar. – Aposto que isso vai te ajudar com as notas. Que bom que sou seu amigo.

            – Então eles te aceitaram em Castelobruxo apesar do atraso? – Carmen Lúcia provocou, olhando para os garotos.

            Douglas arregalou os olhos. Vicente pareceu surpreso.

            – Como você sabe? – Douglas se manifestou. Então olhou o amigo inteligente, esperando uma resposta inteligente: – Como ela sabe?

            Mas nem Vicente parecia capaz de responder. Carmen Lúcia riu.

            – Prestem atenção, por favor – o professor Sergio pediu agora que a fila estava organizada. – A madeira de suas varinhas pode ser de castanheiro-do-pará, aroeira, cajueiro, cedro, amieiro, pau-brasil, ipê, jacarandá, jatobá, mogno, nogueira, araucária, acácia, figueira, seringueira, ou salgueiro. – O professor falou enquanto colocava a parte de madeira de cada tipo em cima de sua mesa. – Quando for a vez de vocês, deixem a mão levantada e digam Ári Grapicica. Sua madeira ideal vai voar para sua mão. Vamos começar?

            O primeiro da fila, um garoto de traços orientais, avançou nervosamente para mais perto da mesa do professor. Todos os outros alunos seguravam a respiração enquanto ele esticava a mão esquerda e pronunciava as palavras mágicas:

            – Ári Grapicica.

            Todas as madeiras começaram a vibrar. Carmen Lúcia esticou o pescoço para ver melhor sem sair da fila.

            Um das madeiras voou em direção ao garoto, parando exatamente sobre sua mão enquanto as outras pararam de se mexer.

            O professor começou a aplaudir e o resto dos alunos o acompanhou.

            – Jacarandá, para bruxos leais. Ótimo! – O professor olhou para o resto da fila enquanto o garoto ia se sentar satisfeito. Ele repôs a madeira de jacarandá e perguntou: – Quem é o próximo?

            Foi a vez de uma garota ruiva de nariz longo. Ela parecia apreensiva, mas esticou a mão e falou com firmeza:

            – Ári Grapicica!

            As madeiras voltaram a tremer até que outra madeira voou para a mão da garota.

            – Excelente! Cedro para duelos! – o professor Sergio ria enquanto colocava outra madeira em cima da mesa. – Próximo!

            Foi a vez de Fantasma. Carmen Lúcia podia ver a amiga mexendo no cabelo comprido, porém ouviu a risada de Arlete e viu que ela empurrou a mais clara.

            Fantasma esticou a mão.

            Porém hesitou por vários momentos antes de dizer:

            – Ári… Ári Grapicica!

            As madeiras pareceram tremer por mais tempo desta vez. Carmen Lúcia transformou os olhos, querendo enxergar melhor.

            Fantasma respirava rapidamente.

            Por fim uma das madeiras mais escura voou para a mão da garota.

            – Mogno. Boa para transfigurações e feitiços verbais. Uma madeira que só escolhe aqueles com a capacidade de serem poderosos. Acho que podemos esperar grandes feitos de você, senhorita…

            – Blanca. Meu nome é Blanca Duarte.

            Era estranho ouvir Fantasma falando em português, porém Carmen Lúcia estava começando a se acostumar. O Feitiço Tradutor da Pirâmide Principal permitia que cada um entendesse os outros em sua própria língua. Algumas vezes Carmen Lúcia se perguntava como seria ouvir sua própria voz falando em espanhol.

            – Parente do Pacho Duarte? – o professor perguntou, olhando curioso para Fantasma.

            A garota balançou a cabeça rapidamente.

            – Ele é meu irmão.

            – A varinha dele era de jatobá, se não me engano… Mogno e jatobá para irmãos… Uma combinação curiosa. Bom, vá se sentar agora, Blanca. Próxima.

            Blanca fez como lhe foi dito, e Arlete deu um passo para frente, esticando a mão e pronunciando alto as palavras mágicas.

            – Amieiro! – o professor falou, enquanto a madeira voava para mão de Arlete. – Excelente para feitiços não-verbais e talentos ocultos.

            Arlete estava tão animada que Carmen Lúcia podia sentir suas emoções mesmo de tão longe. Ela parecia prestes a pular de alegria enquanto voltava para sua carteira e levantava a madeira no ar, mostrando-a para Carmen Lúcia.

            A lobisomem riu da amiga enquanto os outros alunos se aproximavam e a parte de madeira de cada uma de suas varinhas voava para suas mãos.

            O professor Sérgio parecia satisfeito enquanto anunciava os nomes das madeiras e suas funções e repunha as madeiras conforme cada aluno pegava a sua. Figueira para bruxos aventureiros, cajueiro para feitiços curativos, ipê era bom com plantas e animais pequenos, salgueiro para bruxos curiosos.

            – Castanheiro-do-pará! – o professor anunciou quando uma das madeiras voou para a mão de Carmen Lúcia. – Na teoria, é excelente para qualquer coisa relacionada a biomagia, porém uma curiosidade é que costuma escolher bruxos talentosos nos esportes. Espero encontrá-la no campo esportivo logo. – O professor piscou para a menina enquanto colocava outra madeira de castanheiro-do-pará em cima da mesa.

            Foi a vez de Vicente. Ele respirou fundo antes de falar as palavras mágicas.

            – Nogueira, para bruxos inteligentes – o professor disse, sorrindo. Carmen Lúcia pôde ouvir um grupo cochichando alguma coisa no fundo da sala sobre arrogância e conhecimento. Mas nem o professor nem Vicente pareceram ter ouvido. Ou, se ouviram, não se importaram: – Excelente!

            Enquanto Vicente se sentava, ainda examinando sua madeira, Douglas deu um passo para frente, posicionando-se e fazendo todas as madeiras e mexerem.

            Como com os outros alunos, uma delas pulou para sua mão.

            – Araucária! Uma madeira excelente. Ótima para feitiços de proteção.

            – O quê? – Douglas não estava satisfeito. Ao contrário, era como se tivesse provado de algo que devia ser doce, mas era amargo. – Era para ser mogno! Toda a minha família tem varinhas de mogno. Meu pai, meus irmãos, meu primo… Até a minha mãe e ela nem é uma metamorfamaga! Era pra ser mogno… É a varinha da transfiguração.

            – Creio que estou certo em dizer que é um Dorado, não é?

            Douglas balançou a cabeça, infeliz.

            – A araucária é uma madeira excelente para varinhas. As varinhas de grandes bruxos eram de araucária, como a varinha do presidente Joaquim Leite…

            – Ótimo – Douglas murmurou entre os dentes: – A varinha que botou fogo no Senado…

            – …ou como a da professora Flora.

            – Oh! Ela é professora de transfigurações, não é? – Douglas exclamou, parecendo mais animado – Meus irmãos me contaram.

            – Exatamente – o professor riu. – A questão é que a madeira da araucária ainda é pouco estudada e não se sabe exatamente quais suas habilidades. Os feitiços de proteção certamente são melhores quando realizados pela araucária, porém, a madeira pode ter uma afinidade com a transfiguração também. Creio que achara que suas transformações serão mais fáceis agora que tem a varinha.

            – Legal – Douglas foi se sentar com um sorriso tímido no rosto. Parecia mais contente, mas ainda assim desapontado por não ter sido escolhido pelo mogno.

            Depois de Douglas, muitos alunos ainda foram escolhidos por suas madeiras. Pelo menos meia dúzia ficou com o ipê e mais três deles ficaram com a aroeira, para bruxos corajosos. Só uma garota com a pele ainda escura que a de Vicente ficou com o raro pau-brasil.

            Quando, por fim, a seleção da madeira terminou e todos estavam sentados novamente, o professor voltou a tomar voz:

            – Excelente. Bom, agora está na hora do núcleo. Aqui em Castelobruxo trabalhamos com crina de cavalo marinho, escama de boiuna, cabelo de mãe d’ouro, pena de matinta perera e pelo de lobisomem.

            Apesar de ter reclamando tanto de Vicente, desta vez Carmen Lúcia levantou a mão junto com ele.

            O professor primeiro apontou para o garoto.

            – Atrus ou guará? – Vicente tirou as palavras da boca de Carmen Lúcia.

            – Os dois. – O professor Sérgio continuou, os olhos brilhando com a pergunta do garoto. – Não muito tempo atrás, tínhamos mais pelo de atrus do que guará, apesar de ser mais arriscado conseguir o pelo de atrus, os guará são mais isolados. Mas tivemos um aluno do clã dos Navarrus que se formou alguns anos atrás aqui em Castelobruxo, o que facilitou as relações entre os lobisomens guará e os bruxos.

            O aluno ao qual o professor se referia devia ser o sobrinho em quinto grau do vó Geraldo. Mesmo com sua pergunta inicial respondida, Carmen Lúcia manteve a mão levantada.

            – Sim? – o professor se virou para ela gentilmente.

            – Posso usar meu próprio pelo para fazer o núcleo da varinha?

            O professor Sérgio olhou mais atentamente para Carmen Lúcia depois disso. Pareceu um pouco confuso no começo, mas logo sorriu.

            – Você deve ser a senhorita Acheu, nossa nova lobisomem guará. Jacinta me falou sobre você. Bom, o Lorenzo usou o pelo dele para fazer a varinha, mas eu não cheguei a dar aula para ele. Suponho que, se sua madeira aceitar, não deve haver problema. Afinal, o que mais compatível com você do que seu próprio pelo?

            “Bom, mas vamos começar logo – ele disse para a classe toda – Podem ficar sentado, vou chamar um de cada vez agora”.

            O professor guardou as madeiras que ainda estavam na mesa e colocou os núcleos em seus lugares: os pelos dourados como ouro da crina do cavalo marinho, várias escamas esverdeadas das cobras enormes conhecidas como boiunas, reluzente cabelos cor de fogo das mães d’ouro, as penas negras como breu de matintas pereras, e os pelos escuros dos atrus e os vermelhos dos guarás.

            Arlete levantou a mão.

            O professor lhe deu a palavra.

            – Me desculpe… – Ela parecia um pouco constrangida, fato raro em Arlete: – Mas o senhor disse crina de cavalo marinho? Sempre achei que eles eram tipo peixes…

            O professor Sergio riu.

            – Não é desse tipo que estou falando. Estou falando do cavalo mágico que só pode ser encontrado aqui no Norte. Ele tem o nome de marinho porque consegue andar sobre as águas. Sua crina é feita de puro ouro. – Dada a explicação, ele retomou o assunto dos núcleos: – Mas vamos em frente. Um de cada vez, viste? – o professor instruiu. – Quer começar, senhorita Acheu? Assim já respondemos sua pergunta.

            Carmen Lúcia balançou a cabeça, transformando uma parte do braço para que os pelos crescessem. Ela ouviu alguns cochichos dos alunos às suas costas, mas não se atentou a eles.

            Arrancou um fio mais longo.

            – Ótimo. Aponte a madeira e o possível núcleo para cima juntos. – Carmen Lúcia fez isso meio insegura, sem saber se estava fazendo direito: – Isso mesmo. Agora diga Coniunctas.

            Coniunctas?

            A palavra saiu como uma pergunta, mas foi o suficiente. Uma luz forte azul envolveu a madeira e a varinha e Carmen Lúcia teve que afastar os olhos, porém manteve a mão firme. Quando voltou a olhar, o fio de seu pelo já não estava mais ali.

            Ao mesmo tempo, porém, podia sentir algo estranho com a madeira. Parecia ter ganhado uma nova áurea, o que trouxe segurança à loba dentro de Carmen Lúcia. Ela não sabia se os outros sentiam a mesma coisa.

            Mas ela estava em paz.

            O professor Sergio bateu palmas e alguns alunos o acompanharam.

            – Excelente, senhorita Acheu! Sua madeira e seu núcleo se aceitaram. Falta pouco agora para ter sua varinha completa. Quem é o próximo?

            Quase todas as mãos se levantaram no ar.

            O professor riu e acabou escolhendo a garota de pele escura que ficara com a madeira de pau-brasil. Parecia curioso em saber qual seria seu núcleo.

            Ele a levou até sua mesa, mostrando os cinco tipos de núcleo, pedindo-lhe que escolhesse um deles e fizesse o mesmo que Carmen Lúcia.

            A garota pegou a crina de cavalo marinho e a apontou junto com a madeira de pau-brasil.

            – Coniunctas!

            Houve uma explosão. A classe se encheu de fumaça. Carmen Lúcia tossiu.

            – Me desculpe, eu… – A garota parecia apavorada, mas o professor logo a tranquilizou.

            – Tudo bem – ele disse sorrindo e afastando a fumaça de seu rosto. – Isso quer dizer que o núcleo e a madeira não se aceitaram. Não é uma boa combinação para você. Tente a pena de matinta.

            Quando ele terminou de falar, a sala já parecia limpa de novo. Carmen Lúcia achou que parecia engraçado como as coisas funcionavam no mundo bruxo.

            A garota então devolveu a crina de cavalo marinho e pegou a pena negra de matinta. Apontou ambas para cima e disse a palavra mágica.

            Desta vez, porém, uma luz amarela envolveu a mão da menina. E, quando ela se apagou, a pena desaparecera.

            Carmen Lúcia podia sentir o quanto tanto a varinha em formação quanto sua dona estavam contentes.

            Depois da garota de pele escura veio um garoto de sorriso nervoso. Ele e sua varinha de cedro se deram bem com os pelos de atrus logo de cara. E a garota ruiva, depois de ter soltado um raio vermelho com a pena de matinta e fumaça verde com a escama de boiuna, acabou com o cabelo de mãe d’ouro.

            Douglas ficou com a crina de cavalo marinho, Arlete com a escama de boiuna, Fantasma com a pena de matinta, Vicente com o pelo de atrus.

            – Por fim – o professor continuou quando todos já tinham seus núcleos. – Suas varinhas têm físico e alma, porém falta o coração. Não é comum de todos os países usarem as pedras em suas varinhas. Porém, aqui em Castelobruxo nós as usamos por considerarmos que ajuda na força mágica de cada varinha. As pedras de escolha são absurdamente variadas. Podem ser qualquer tipo de ágata, amazonita, âmbar, ametista, opala, quartzo, turmalina, turquesa, água-marinha, topázio, safira, rubi, pedra estrela, pedra do sol, pedra da lua, ônix, obsidiana, olho de gato, olho de falcão, malaquita, lápis lazuli, jaspe, jade, hematita, granada, esmeralda, dolomita, cristal, e tantas outras que eu podia ficar falando o dia inteiro.

            Enquanto professor falava, ele andava pela classe, fazendo a maioria dos alunos ter que se virar para acompanhá-lo. No começo, Carmen Lúcia não entendeu onde ele estava indo, mas logo se tornou claro que ele avançava para o armário no fundo da classe. Carmen Lúcia só entendeu inteiramente o porquê daquilo quando o professor abriu o armário.

            – Égua…!

            Havia um compartimento enorme de vidro, com todos os tipos de pedra dentro. Não só isso. Cada pedrinha parecia lutar para se libertar de sua jaula de vidro, mesmo que não emitissem qualquer som.

            – Certo. – O professor disse sorrindo para as caras de espanto dos alunos. – Agora vem a parte divertida. Vocês não vão precisar de feitiços verbais. Eu vou soltar as pedras, e, assim que eu soltá-las, quero que apontem suas varinhas em direção a elas e se focalizem em tentar capturar uma. – Vicente levantou a mão. Porém o professor continuou falando como se não tivesse o visto: – Mentalizem as pedras vindo em direção a vocês. Não se preocupem, nenhuma delas vai os machucar. Pode ser que sua varinha capture uma pedra, mas ela lute contra você. Puxem com mais força. Fiquem de pé, se quiserem. Prontos?

            – E se não conseguirmos capturar nenhuma? – Vicente perguntou mesmo quando sua mão erguida foi ignorada. – Ouvi dizer que os feitiços não-verbais são muito difíceis, e sendo primeiranistas…

            – Agora! – o professor gritou por sobre a voz de Vicente, abrindo a porta de vidro.

            Pedras voaram para todos os lados, transformando a sala em um caos colorido. Era como se um unicórnio tivesse vomito um arco-íris. Porém nenhuma das pedras atingiu os alunos.

            – Uou! – Uma garota gritou quando sua varinha conseguiu capturar uma pedra azul. A pedra não parecia contente em ser pega, porém não conseguia se libertar de seu laço invisível.

            Carmen Lúcia olhou para o outro lado, onde Arlete ria a plenos pulmões.

            – Você acha que dá pra pegar um com a mão? – Ela perguntou para Fantasma, levantando-se e pulando no ar para pegar uma. Em circunstâncias normais, Arlete teria pegado uma pedra vermelha, porém as pedras eram encantadas e ela simplesmente desviou da mão da menina.

            Fantasma riu.

            Logo todos estavam levantados e Carmen Lúcia se levantou também, aproximando-se das amigas.

            – Parecem um pouco pássaros, não acham? – Fantasma disse, olhando para cima. Seu português traduzido magicamente era perfeito.

            Se eram pássaros, era possível capturá-los. Carmen Lúcia nunca fora boa com qualquer coisa que voava, porém algumas vezes observara os primos caçando passarinhos.

            Esticou a mão, varinha em punho.

            Fechou os olhos, concentrando-se em trazer uma pedra para perto.

            Não levou muito tempo até sentir um puxão. Abriu os olhos rapidamente, vendo uma pedra azul lutando para se libertar.

            – Peguei uma! – Carmen Lúcia exclamou, contente.

            Ela nunca havia pescado nada também, mas tinha a sensação de que não devia ser muito diferente.

            Segurou a varinha com as duas mãos, mesmo sabendo que era uma questão mais mental do que física. Talvez suas transmissões mentais ajudassem.

            Está tudo bem. Não vou te machucar.

            Carmen Lúcia não achou que fosse mesmo funcionar. Porém, por um momento, pareceu que a pedra diminuiu o puxão.

            A lobisomem fechou os olhos de novo. Não era mais difícil do que se conectar à mata em um dia de sol.

            Liberdade, poder e harmonia.

            – Você conseguiu! – Carmen Lúcia ouviu o grito quase ao mesmo tempo em que sentia o impacto em sua varinha, voltando a abrir os olhos só para ver que a pedra se fixara na parte mais larga da madeira. – Como você fez isso? Tem que me ajudar!

            Ao mesmo lado, estava Arlete. Ela conseguira apanhar uma pedra rosa, porém não estava tendo sucesso algum em trazê-la para junto de si. Seu corpo miúdo mal conseguia se manter parado.

            – Essa coisa é forte, não é? – Ela reclamou, olhando para Carmen Lúcia.

            Ela estava prestes a dizer para Arlete que ela não devia usar a força física, quando ouviu uma exclamação de susto vinda de suas costas.

            Vicente acabara de capturar uma pedra e ela lhe dera um puxão tão forte que quase derrubara o garoto. Mas ele conseguira dominar a situação e agora a pedra azul e branca se aproximava lentamente dele.

            Douglas, ao lado dele, nem tentara ainda pegar uma das pedras. Ele olhava para cima, achando graça enquanto mudava a cor de seu cabelo de acordo com a pedra para a qual olhava.

            Vermelho, verde, roxo, azul…

            – Carmen! – Arlete chamou, agora parecendo à beira de um ataque de pânico.

            Fantasma estava parada ao lado dela, como se quisesse fazer alguma coisa, mas sem saber bem o quê. Carmen Lúcia se aproximou das amigas.

            – Você tá fazendo errado, Arlete. Tem que relaxar, respirar fundo. Deixe as energias correrem por todo seu corpo e tente imaginar que a varinha, a pedra e você são um só.

            – Não consi…

            – Claro que consegue. Relaxe.

            Arlete respirou fundo. Carmen Lúcia sentiu os músculos de seus braços relaxando.

            A pedra rosa começou a se aproximar.

            Carmen Lúcia sorriu, afastando-se um pouco para deixar a amiga se concentrar.

            – E você, Fantasma? – perguntou então para a outra.

            – Eu tentei pegar uma, mas nenhuma parou.

            – Tente de novo. – Carmen Lúcia olhou para onde estavam Douglas, sendo ajudado pelo professor, e Vicente, com sua varinha completa. – Se os garotos conseguem, você também consegue.

            Fantasma soltou um sorriso um infeliz, porém logo se virou e apontou a varinha para cima. Carmen Lúcia não conseguia entender de onde vinha toda aquela tristeza da argentina, porém também sabia o quanto aquilo era íntimo.

            – Eu consegui! – Arlete exclamou, aproximando-se e mostrando sua varinha de amieiro com a pedra rosa.

            – Eu também! – Fantasma lutava com uma pedra marrom brilhante.

            – Se concentra agora! – Carmen Lúcia se aproximou da argentina, achando engraçada a pedrinha que ficara para ela.

            Mais tarde, quando todos já haviam sentado e o professor fizera as pedras restantes voltarem para sua prisão de vidro, Carmen Lúcia descobriu que a pedra de Fantasma era uma pedra do sul. Arlete ficara com um quartzo rosa; Vicente com um quartzo sodalício; Douglas com um ametrino roxo e amarelo. A própria Carmen Lúcia tinha agora um lápis lazuli. Achara que ficaria com uma pedra da lua, igual era a de sua avó, porém não se decepcionou com o lápis lazuli.

            – E, antes que a aula acabe, preciso lhes entregar suas bainhas. Essa parte deve ser fácil, já que as varinhas estão prontas. – O professor Sergio abriu novamente a gaveta de sua mesa, pegando uma caixa grande e rasa cheia de bainhas. Carmen Lúcia se perguntou como cabia tanta coisa naquela gaveta. – Aqui temos bainhas de vitória-régia e de pelo de capelobo. Digam Accio minha bainha. Deve ser o bastante.

            Várias vozes se ergueram ao mesmo tempo. No começo mais timidamente, até que era possível ouvir alguns alunos gritando. E os tecidos marrons e pretos voaram pela classe, cada um alcançando seu novo dono.

            Carmen Lúcia tentou também.

            – Accio minha bainha.

            Logo havia uma bainha preta e mole em suas mãos, bem diferente da marrom e rígida da vó Carminha.

            Capelobo.

            Vivendo no Maranhão, Carmen Lúcia se deparara uma única vez com um desses seres enormes e cheios de pelos, que lembravam um tamanduá musculoso. Mas ele logo foi afastado da casa na chácara por seus pais em suas formas lupinas. Quando ela perguntou o que era aquilo, seus pais haviam dito que, apesar de não ser essencialmente mal, o capelobo podia criar problemas por não ter consciência própria, sendo a transformação de bruxos que ficavam muito velhos. Porém, Carmen Lúcia não sabia se aquela era uma brincadeira ou não, pois isso fez vó Carminha, que acabara de ir morar com eles depois da morte do vô Elias, rir pela primeira vez em muito tempo.

            “Vocês devem achar que já passei do ponto, então. Já que bruxos velhos se transformam em capelobos…”.

            Naquela época, Carmen Lúcia nunca iria imaginar que ela teria uma bainha feita de pelo de capelobo.

            – Se vocês repararem bem, as calças dos seus uniformes foram feitas especialmente para acoplar a bainha – o professor Sergio disse, trazendo Carmen Lúcia de volta à realidade. – Assim vocês não vão as perder. – O sinal tocou em algum lugar no corredor, porém o professor continuou falando por cima: – E não se esqueçam de trazer seus livros de duelos na próxima aula. Vamos começar a estudar os feitiços de ataque e defesa. E parabéns por suas varinhas!

            – Eu devia ter comprado uma mochila também – Arlete comentou, infeliz, enquanto ela, Carmen Lúcia e Fantasma andavam em direção à próxima aula delas: transfigurações.

            Quando elas tinham ido à Ponte Iubárranga, Carmen Lúcia e Fantasma haviam comprado mochilas para as costas azul e preta respectivamente, mas Arlete reclamara do preço e não comprara nada. Como consequência, ela agora carregava os livros, cadernos e estojo nos braços.

            – Vocês não foram na Ponte Iubárranga ontem? – As três se viraram para trás enquanto Douglas e Vicente se aproximavam. Os dois viam trajando o uniforme da escola, a bainha de Douglas preta e a Vicente marrom presas no cinto das calças; mochilas nas costas.

            – Fomos, Doug. – Arlete disse, suspirando. Carmen Lúcia achou engraçado jeito que a amiga falou com ele, como se tivessem intimidade. Na verdade, ela conhecia o garoto ainda menos do que conhecia a lobisomem. – Mas eu não comprei uma mochila… Qual a aula de vocês agora?

            – Transfigurações – Vicente respondeu rápido, ajeitando os óculos quadrados. – O Douglas só falou nisso o dia todo.

            – Mas é claro! Eu sou…

            – …um metamorfomago, eu sei. – Vicente suspirou. – Eu devia ter contato quantas vezes você disse isso. Aposto que bateria algum recorde.

            – A Carmen também tem seus poderes especiais, não é? – Ele olhou de Carmen Lúcia para Vicente. – Ela é uma lobisomem.

            – Você está com inveja.

            – Eu sei quem ela é. – o garoto mais baixo parecia um pouco entediado, diferente do jeito displicente de Douglas, que apenas aproveitava o momento.

            – Talvez eu descubra alguns dotes em transfigurações. – Arlete disse de repente, sorrindo. – É nossa próxima aula também.

            Douglas sorriu.

            – Ou talvez ela descubra – Ele olhou para Fantasma, que ficou vermelha quase que imediatamente, levantando apenas levemente seus olhos tristes: – Espírito, não é? Ela tem a varinha de mogno.

            – Fantasma. – Arlete corrigiu. – E não sei que do que está reclamando. Araucária é uma árvore ótima. Sempre achei elas bem legais.

            – Mogno é a madeira da transformação. Eu não sei nem o que a araucária faz! – Ele pegou a varinha, sacudindo-a no ar como se esperasse que ela fizesse alguma coisa. – Ou talvez mogno não seja a varinha da transformação. A Carmen também não tem uma varinha de mogno, não é? E ela também se transforma… Talvez minha família tenha mentira pra mim, só porque eles não têm a varinha da transformação…

            – Eu tenho certeza de que eles não iam mentira – Vicente se pronunciou, colocando a mão no ombro de Douglas. – Mas ter uma varinha de araucária não é o fim do mundo…

            – Minha mãe vai me matar…

            – Vai nada. Eu conheço a tia Diana desde sempre, eu almoço mais na sua casa que na minha. A tia Diana e o tio Samuel são o máximo. Eles vão te parabenizar. Não seja uma rainha do drama.

            – Ei! – Douglas protestou.

            – Você também é mora no El Dorado, Vicente? – Carmen Lúcia perguntou, percebendo que o que ele dizia agora para Douglas não batia com o fato de que ele perdera o Navio Sem Parada.

            – Sim. Bom, eu nasci e vivi aqui até os meus oito anos. Daí meus pais se separaram. Minha mãe é brichote e voltou para o Mato Grosso, e eu fui com ela. Agora voltei para morar com o meu pai e estudar em Castelobruxo.

            – Então você e o Douglas se conhecem faz tempo. – Arlete acrescentou. Não era uma pergunta. – Alguém sabe se falta muito para a sala de transfiguração? Porque eu não sei bem onde a gente tá indo.

            – Não falta muito. – Vicente continuou. – É nesse andar mesmo. No fim do corredor.

            – Eu não sei como você sabe tanta coisa. Decorou toda a planta de Castelobruxo, foi? – Arlete continuou, olhando para ele, mas sem esperar por uma resposta.

            Vicente até abriu a boca para responder, mas percebeu que a garota não prestava mais atenção e desistiu.

            A Pirâmide Principal era mesmo impressionante. Era divida em quinze andares, o de cima sempre menor do que o de baixo. Em cada andar havia um corredor largo, dourado e sempre abarrotado de gente procurando sua sala, e portas laterais que levavam a salas ainda mais douradas e abarrotadas. A maioria das aulas teóricas do primeiro ano ficava no primeiro ou segundo andares, porém algumas, normalmente quando o professor dava aula para mais de um ano, ficavam nos andares de cima.

            Os cinco mal entraram na sala de transfigurações e sentaram quando o sinal tocou novamente. A professora Flora não estava em nenhum lugar à vista, porém entrou apressada enquanto os alunos terminavam de achar seus lugares.

            Ela tinha cabelos já embranquecidos e compridos, a pele manchada, olhos azuis arregalados e passando uma imagem um pouco enlouquecida. Estava usando saias longas e colares de vários tipos e cores, o que lhe dava a aparência de uma hippie velha.

            Douglas olhou para os amigos, como se não pudesse acreditar no que via.

            – É impressão minha ou ela não é exatamente a professora genial que meus irmãos me falara? – Carmen Lúcia o ouviu comentando com Vicente. – E minha varinha é igual à dela?

            – Bom dia, classe. – A professora começou. Ela olhou para os alunos longamente antes de continuar, como se quisesse marcar os rostos de cada um. – Meu nome é Flora Narciso e eu sou sua professora de transfigurações – Conforme ela falava, a lousa branca atrás dela se preenchia: Profa. Flora, transfigurações. — Sei que vocês provavelmente acabaram de fazer suas varinhas, então é hora de colocá-las em prática.

            Ela então pegou sua própria varinha e apontou para a pena que escrevia sozinha na lousa. Transformou-a em um aviãozinho de papel, e a fez voar por toda a sala, às vezes descendo sobre os alunos enquanto alguns deles tentavam alcançá-lo e todos pareciam encantados.

            – Posso ensiná-los a fazer grandes coisas – o aviãozinho voltou para perto dela, e, com um movimento de varinha, ela o transformou em uma árvore gigante, – Ou bem pequenininhas. – Com outro movimento de varinha, a árvore encolheu ao formato de joaninha, que pousou no dedo da professora – Se me permitirem ensinar e se esforçarem o bastante. – Ela fez então a joaninha voltar a ser pena e completou na lousa: Transfigurações para Principiantes. — Não vou usar os livros em sala, então, se quiserem trazer só um caderno para anotar o que é mais importante, melhor. Os livros são para vocês, para estudar. Também estarei disponível nas tardes se precisarem de mim. Agora, mãos à obra.

            A professora Flora agitou sua varinha, fazendo com que vários palitos passassem pelas carteiras e cada um parou em uma carteira.

            Quando foi explicado que eles apenas iriam tentar transformar o palito de fósforo em agulha, Douglas suspirou. Achara que iriam fazer alguma coisa mais interessante. Porém ele logo se calou, quando não conseguiu mesmo depois da terceira tentativa.

            A primeira a conseguir alguma, na verdade, foi Fantasma.

            – Nada mal – A professor Flora disse, aproximando-se com um sorriso. – Se continuar assim, logo estará transformando coisas maiores.

            – Não acredito que ela conseguiu… – Douglas reclamou, apoiando a cabeça na mão. – Varinha estúpida de araucária.

            Para a infelicidade de Douglas, porém, a professora Flora ouviu o que ele dissera. Ela se aproximou, olhando bem para o garoto.

            – O senhor tem uma bela varinha de araucária aí com você. Mas temo que não a esteja tratando do jeito que ela merece – Seus olhos azuis encaravam Douglas com gentileza, porém com um brilho de loucura ou genialidade. – As varinha de araucárias são as mais temperamentais das varinhas, porém, se as tratar de direito, farão o que seu desejo. Ou algo ainda melhor. Tente de novo. Com gentileza agora.

            Douglas não parecia muito certo, mas respirou fundo, falando o feitiço em uma voz mais calma.

            O fósforo imediatamente se transformou em uma agulha.

            A professora sorriu; o garoto pareceu chocado.         

            – Cuide bem da sua varinha, rapaz. Se ela te escolheu, deve haver um bom motivo. – A professora se afastou, indo ajudar os outros alunos.

            No começo, Carmen Lúcia achara que a professora Flora parecia maluca; agora, começava enxergar inteligência nela. Douglas parecia ter o mesmo sentimento. Ele olhou para Vicente, mostrando a agulha transformada, exibindo-a já que o amigo ainda não fora capaz de fazer o feitiço.

            Carmen Lúcia não prestou muita atenção nos dois. Logo voltou a se concentrar em seu próprio palito de fósforo. Para sua surpresa, com mais duas tentativas, ela descobriu que também era capaz de transfigurá-lo. Tinha que contar isso para a família. Talvez lhes mandasse uma carta depois do almoço…

            Mas antes que ela iria terminar aquela aula de transfigurações e iria para aula de feitiços.

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Que tal o jeito de fazer as varinhas? E os professores?
E uma última pergunta: alguma teoria sobre a tristeza constante da Fantasma?
Não esqueçam de comentar! Até a próxima ;)



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