O Presidiário escrita por Gewkordeiro Silva


Capítulo 3
O Jardineiro Manda e Desmanda na Rica Mansão


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo nos mostra para que veio o Nailton. Ele sempre surpreende tanto os outros personagens, como também os leitores. Quem está acompanhando esteja certo disso. Então, continuem lendo, porque o nosso protagonista tem muitos motivos para agir dessa maneira. Estamos juntos! Bye!



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Nailton em pouco tempo se adaptou ao trabalho de jardineiro que como marinheiro de primeira viagem, poderia ter sérios problemas, porém tudo correu bem e Logo fez amizade com todos os funcionários da casa. Suas atividades estavam agradando à todos, em pouco tempo o Jaime antigo jardineiro,foi esquecido por todos. Dizem que as pessoas são únicas e insubstituíveis, mas isso é apenas na teoria, porque na prática a realidade é bem diferente, o caso do jardineiro Jaime ilustra muito bem essa máxima. Cíntia e Molly, Suas filhas preocupadas, ligavam à sua procura e ele dizia que estava resolvendo uns problemas e depois as procuraria para esclarecer e que não se preocupassem que estava tudo sob controle

Um dia, Nailton estava mexendo numas plantas como de costume e surgiu um carro moderno o famoso VOLVO C 3 dirigido por uma linda loira. Ela parou o carro, abriu a porta desceu elegantemente e gritou:
— Ei! Você aí! Pegue minhas malas aqui! Nailton olhou em sua volta para ver se havia outra pessoa além dele, e ela insistiu:
— É você mesmo! Não adianta fingir que não ouviu! Esses empregados estão a cada dia mais desaforados! Não sei por que seu Plínio dá trabalho a essa gente!

Nailton se aproximou do carro e pegou as malas da loira linda e a seguiu. Ela era realmente linda, mas muito grossa, arrogante, preconceituosa e prepotente. Nailton ia ter muitos problemas com essa garota, mas vindo dele quem ia se dar mal era ela mesma. Ele tinha planos funestos, era questão de tempo.
A loira entrou na casa muito bonita seguida por Nailton que colocou as malas no chão e ela disse:
— Saia daqui agora! Vá cuidar de suas coisas sem futuro!
— Desculpe-me, madame se fui mal educado com a distinta dama! - ironizou ele e a garota entendeu a indireta e não gostou nem um pouco:
— Vá logo! Não gosto de sua presença! Saia daqui!

Nailton saiu revoltado com a maneira de como foi tratado pela loira, com um olhar raivoso e de ódio, ele pensava consigo mesmo:
— ``Você não perde por esperar loira burra! Vai sofrer muito muito, pra aprender a tratar melhor as pessoas, isso eu prometo que vai!``

Ele estava muito revoltado, e guardava muito rancor no seu íntimo. Esse primeiro contato com essa loira, namorada de Lênin, foi a gota d`água. Depois disso retirou-se e foi para suas dependências de empregados.

A mansão do Dr. Plínio era enorme e luxuosa digna de pessoas que são consideradas ricas e abastadas da alta sociedade. Haviam muitos quartos e corredores que davam acesso a esses quartos, enormes salas luxuosas, uma cozinha muito bem montada em estilo americano, a parte da piscina era uma coisa espetacular, nem toda mansão, tinha tantos atributos para o banho em piscina. Além de tudo isso, havia um pequeno bosque com árvores que o compunha. Enfim, era uma propriedade muito valorosa.

Tinha uma boa equipe de funcionários, duas cozinheira, um caseiro, duas lavadeiras e uma arrumadeira, dois seguranças e agora um jardineiro que Iria dar conta de muitas atividades, o Nailton.
Dr. Plínio era um homem bem relacionado. Sinônimo de sucesso como médico. No momento estava em viagem pra fora do país, participando de seminários e palestras com a sua esposa Carmelita e tinha levado também o seu filho Lênin para fazer companhia e ver se ele se interessava pela medicina e largava a ideia tola de ser cineasta. A loira de nome Gioconda que planejava o níver do namorado, queria fazer desse aniversario um evento grandioso com muita gente, muito carro, muita comida e bebida, enfim muita badalação na sociedade.

Um detalhe muito curioso aconteceu no momento que Nailton apanhava as malas de Gioconda. Ele viu pessoas escondidas no interior do seu carro em meio as tralhas do aniversário. Ele sabia que coisa boa não estavam planejando e ficou na expectativa, aquilo tudo era problema pros seguranças, além do mais agora que ouviu poucas e boas de Gioconda. ``Eles que se arranjem com seus problemas eu que não vou me meter`` pensava assim ele, mas em todo caso, ele ficaria em alerta.


O que se passa na cabeça de um marginal? São loucos? É essa a única explicação. Para entrarem num carro como o de Gioconda e adentrarem numa mansão com o objetivo de roubo, arriscando a própria vida, mas era a única maneira de entrar na mansão burlando os seguranças. Era coisa para loucos mesmos. Mas eles estavam ali, tinham um plano. Já era noite e eles começaram agir. Dominaram os seguranças que nada puderam fazer. Ficando trancafiados, amarrados e amordaçados num cômodo de guardar bugigangas, pegaram as mulheres prenderam no banheiro de empregados, deixando somente Gioconda de fora.

Enfim, tomaram conta da mansão, a noite ia ser movimentada. Só ficou livre Nailton que já sabia e já estava em sua dependência, mas ligado nos acontecimentos. Ele vacilou pois devia ter chamado os seguranças quando viu os homens escondidos no carro. Mas não quis se envolver, agora ele sozinho tinha que resolver. Todos os celulares foram destruídos. A loira era levada de um canto pro outro a procura de dinheiro e objetos de valor:
— Olha gostosa, não queremos machucar ninguém, queremos apenas dinheiro e objetos de valor. Amanhã vocês não terão mais notícias da gente! Basta cooperar com a gente! Tem alguém na casa, além de vocês que a gente não saiba?
— Acho que não! Tem o idiota do jardineiro mas acho que ele já foi embora.
— Ô carote! Vai lá ver se esse tal de jardineiro está ainda aqui. Se tiver e se meter a besta pode pipocar!
— Pode deixar comigo Landin,você bem sabe que não durmo em serviço!
— Enquanto isso nós vamos dar mais umas batidas a procura de coisas de valor, inclusive grana nessa casa! Anda loira gostosa! E se comporte, se não quiser ir pro além de pés juntos!
Os três homens estavam tendo vidas de reis, com direito a tudo nessa casa. De vez em quando cheiravam a loira e diziam que iam se divertir muito essa noite com ela mais tarde. E dava risadas juntamente com o outro comparsa de apelido Criolina.

O bandido de nome Carote era muito perigoso e covarde, por nada já tinha mandado gente pro além, agora ele caminhava de arma em punho, espreitando pelas dependências da mansão a procura do tal jardineiro. Andou muito de um lado pro outro. Foi quando viu um salão com a porta aberta e foi se dirigindo pra lá, chegando no salão foi entrando, mas foi vendo que não havia ninguém, no entanto, Nailton estava atrás da porta e quando o bandido foi entrando, violentamente, Nailton fechou a porta batendo no bandido que não esperava, sendo atingido brutalmente, se assustando e deixando cair a arma que disparou ao atingir o chão. O barulho foi ouvido pelo Landin que disse:
— Olha a festa começou! Nem lá eu vou! Coitado de quem se meter com carote!

Agora a coisa era homem a homem, como um touro, o Carote partiu pra cima de Nailton com toda violência tentando atingi-lo com um soco. Ele se esquivou mas ainda foi atingido, no entanto, Nailton deu-lhe uma uma rasteira de capoeira que o Carote bateu no chão violentamente. Ao levantar investiu novamente contra Nailton que dessa vez deu-lhe um golpe de kung fu caindo por cima de uns móveis velhos causando mais barulho:
— A coisa lá está é boa! A festa ta é animada! - falava o Landin ao escutar o barulho. Agora o Carote estava dominado. Foi amarrado, amordaçado e colocado de cabeça pra baixo pendurado numa viga com umas cordas fortes, ficando fora de combate.

Nailton não brincava em serviço. Em outro cômodo encontrou o caseiro amordaçado e pendurado erguido por cordas também fortes, amarrado pelos punhos. Não quis soltá-lo, pois poderia atrapalhar seus planos, queria agir sozinho. Landin vendo que Carote estava demorando, mandou o outro de nome Criolina ajudá-lo. Criolina caminhava devagar empunhando agora um submetralhadora. Ele andou atento ao menor movimento ou barulho pra meter fogo. Mas Nailton também estava armado e bem armado com um extintor de apagar incêndio. E o esperava atento numa esquina de uma parede, quando apareceu em sua frente. Nailton deu-lhe uma rajada de espuma nos olhos que não enxergava mais nada e abrindo fogo aleatoriamente com a metralhadora sendo agredido fortemente no rosto por Nailton ficando desacordado sendo também dominado, amarrado, amordaçado e capturado numa viga com um capuz preto na cabeça. Depois desse evento ele estava pensando o quanto um extintor de incêndio era útil numa hora dessas.

Landin já estava preocupado. Os dois comparsas estavam demorando demais, e ficava a se perguntar: será que esse tal de jardineiro perigoso tanto assim? Amarrou a loira numa cadeira e colocou um capuz na sua cabeça para não correr o risco de ser atrapalhado, e foi em busca dos colegas. Nailton estava esperando-o estrategicamente. Tudo estava planejado pra capturar o último facínora. Não se sabe onde Nailton aprendeu tais coisas, mas uma coisa era certa, ele tinha muita criatividade. O tal Landin estava em maus lençóis nas mãos do Nailton. O erro do Landim foi exatamente subestimar o jardineiro.

O facínora estava empunhando uma pistola automática de uso exclusivo da polícia civil, não se sabe como ele conseguira. Ele vinha andando sorrateiramente atento olhando por todos os lugares onde o jardineiro poderia estar oculto. Chegou num corredor que dava acesso a grande sala das dependências dos empregados. Foi exatamente ali onde Nailton o aguardava com uma armadilha e onde presumira que ele passaria. Nesse corredor, tinha um grande tapete pesado vermelho.

Nailton estendeu um pano também vermelho por cima desse tapete e por baixo do pano improvisou um laço com uma corda de Nylon, quando o Landin vinha andando com arma em punho e ficou exatamente em cima do pano com o laço por baixo. Nailton que estava escondido na escuridão, num movimento muito brusco, rápido e violento deu um puxão fazendo com que o facínora caísse violentamente numa queda brutal efetuando alguns disparo devido o susto.

Nailton rapidamente deu violento chute em sua mão desarmando-o, correu e foi puxando o tapete pesado e foi empacotando o facínora parecendo um grande rocambole e não teve como escapar ficando preso envolvido e imobilizado dentro do tapete, gritando e xingando o jardineiro. E depois, amarrou o tapete com uma corda de Nylon com o bandido em seu interior. Pegando também a pistola do marginal. Dessa forma o Nailton mostrara seu excesso de criatividade em ação. Em seguida, procurou ver como estavam todos. Estavam todos amarrados e dominados tanto o pessoal da casa quanto os marginais.

Primeiro procurou pela loira e a encontrou num quarto semi escuro toda imobilizada numa cadeira e com um capuz na cabeça que escutando uns passos gritou desesperada:
— Quem está aí?- o silêncio tomava conta do ambiente.
— Quem está ai?
— Quem está ai?- Nailton respondeu:
— Aquele que você tanto detesta!
— Jardineiro! Seu ousado! Me solta agora, eu te ordeno!
— Não vai pedir nem por favor?!
— Me solta eu te ordeno!
— Vou acender as luzes e tirar seu capuz! - e assim fez. As luzes se acenderam e Nailton sentou-se à vontade numa poltrona chique:
—Você vai ficar aí parado? Tira o meu capuz!
Nailton levantou-se, tirou o capuz e sentou-se novamente:
— Você não está na posição de ordenar! Não percebeu isso ainda, não? - Cadê os marginais?
—Todos presos!
— E os empregados?
— Todos presos!
— Quem os prendeu os marginais?
— Imagina?!
— Quem estava solto! No caso: Eu!
— Me solta?
— Não vai pedir nem por favor?
— Nunca pedi ``por favor`` a um subalterno!
— Então tá! Quando você for mais educada com as pessoas de bem e pedir por favor, eu te solto! Agora vou fazer um lanche e tomar um banho, o dia hoje foi muito proveitoso!

E levantou-se da poltrona e foi saindo para ir para suas dependências de empregados. Quando ia chegando onde ficava seus aposentos, escutou os gritos da loira ao longe pedindo por favor. Friamente, abriu a pequena geladeira tirou uma garrafa de suco e tomou um copo, lavou o rosto enxugou e foi calmamente socorrer a loira. Chegando lá perguntou:
— Como é que se pede?
— Pára com isso! Me solta! - Continua pedindo errado! - Ta bom! Por favor, me solta!
— Continua pedindo errado ainda!
— Você nunca teve aula de português não? Cadê a formação acadêmica que vocês tanto valorizam?
— Vamos tratando de pedir certo ou esqueceu a forma gramatical correta?
— Esta bem! Solte-me, por favor?!
— Agora sim! Estamos nos entendendo!
Nailton pegou uma faca de cozinha e começou cortar as cordas dos punhos da loira que estavam amarrados para trás da cadeira, de repente parou:
— Está faltando uma coisinha ainda! A loira desesperou-se:
— Ô meu deus! O que tá faltando ainda?

Nailton não resistiu, pegou no rosto lindo da loira e deu lhe um beijo na boca que ficou muito zangada e xingando que era quase noiva. Ela virava o rosto e ele repetiu a dose e desta vez ela correspondeu esquecendo que estava até toda amarrada. E Nailton falou:
— Você vai soltar todo pessoal funcionário da casa e chamar a polícia contar tudo o que aconteceu afinal você que trouxe essas visitas indesejáveis para o seu convívio, fique mais atenta para evitar piores problemas, e por hoje chega de emoções! A loira já libertada repreendeu o Nailton:
— Você não devia ter me beijado, não te autorizei fazer isso!
— Ninguém precisa me autorizar a fazer nada! Eu simplesmente faço! E você ta se queixando do quê? Você tá é no lucro ainda! Você ia ser era estuprada pelos marginais. E eu me contentei apenas com uns beijinhos que só fazem bem! E anda! Começa soltar o povo e chama logo essa polícia!

E assim foi feito. A loira soltou todos os funcionários e chamou a polícia que chegou imediatamente prendendo os facínoras e marcando um dia para os dois, Gioconda e Nailton, prestarem depoimentos no distrito, acerca do acontecido. Os policiais elogiaram muito a ação do simples jardineiro e repreenderam com razão o comportamento dos seguranças que foram displicentes com o fato e obrigaram dar agradecimentos ao Nailton, pois se não fosse por ele muita coisa ruim poderia ter acontecido. Finalmente, levaram os marginais algemados para o Distrito.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao final de mais um capítulo no qual nosso protagonista, está apenas querendo justiça. Na esperança de que estejam gostando, minha mente doentia está preparando mais enrascadas emocionantes para o nosso protagonista. Estejam à posto e comentem! Xau valeu!



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