Ainda Vou Domar Esse Animal escrita por Costa


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Fala, gente! Tudo bem com vocês?
Sei que era para eu ter postado ontem, mas tive um pequeno imprevisto e peço desculpas por isso.
Espero que gostem desse capítulo, eu me diverti bastante ao escrevê-lo. :)



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A festa não estava ruim, mas estava meio desanimada. A Mariana, percebendo isso, foi para a casa e arrumou um velho aparelho de CD e alguns CDs, não eram ruins em tudo, mas as músicas eram meio antigas e a maioria um pouco lentas para uma festa de aniversário. Como só tinha eu e a Mari de mulheres, sobrou para nós nos revezarmos e dançarmos com os rapazes. Sobrou mais pra mim que para ela.  Nenhum dos peões se atreveu a tirá-la para dançar por ela ser filha do Moacir. Eu, por isso, dancei com o João, o Beto, o Carlos e o Paulo até eles ficarem bêbados o suficiente para não conseguirem mais levantar. A Mari só dançou com o seu pai e com o João que ela tirou a força para dançar. O único que ficou parado foi o Ricardo. Ele ficou sentado na varanda quase que a festa toda com a Titília.

—Tio, vem dançar! –A Mari gritou.

—Eu não danço. –Ele gritou.

—Dança sim, você dançava. Anda.

Ela se aproximou dele e o puxou pelas mãos, o fazendo ficar de pé.

—Eu não vou dançar.

—Vai. Vem.

—Mariana, você ainda não cansou depois de tudo o que já dançou hoje?

—Não. Anda, vem.

—Se eu dançar uma música você me deixa em paz?

—Deixo.

—Promete?

—Uma música e deixo o senhor continuar no seu cantinho abraçando a Titília.

—Que seja então.

O Animal foi para segurar ela pela mão, mas a Mari se afastou.

—Você não queria dançar? –Ele perguntou, confuso.

—Não com o senhor. Eu vou dançar com o meu pai.

—De novo? –O Moacir perguntou.

—É, de novo, papai.

—E eu danço com quem? Não te entendo, Mariana. –O Animal reclamou.

—Dance com a Sofia.

—O Quê? –Eu e ele perguntamos ao mesmo tempo.

—Você concordou com uma dança para mim te deixar em paz, mas não falei que seria comigo. Se não dançar com a Sofia, pode dançar com o João, o Beto ou qualquer outro. Só não vale com a Titília.

—Você brinca com as palavras, Mariana. Está na profissão errada. Devia mudar-se para advocacia. –Ele resmungou.

—Você vai dançar?

—Não. Esse não foi o combinado.

—Não, o combinado foi uma dança para te deixar em paz. Nunca disse que seria comigo.

—Você criou essa criança mal, Moacir.

—Ela precisava aprender uns truques. –O Moacir falou, rindo.

—Sem fotos. –O Animal disse.

—Sem fotos.

Ele caminhou e se aproximou de mim. Me olhou, um pouco sem jeito, antes de falar.

—Poderíamos?

—Está me convidando para uma dança?

—Melhor você que o João. Aceita?

—Por que não?

Ele segurou uma de minhas mãos e iria puxar-me para mais perto quando a Mariana nos interrompeu.

—Guenta aí! Vocês não podem dançar com a música na metade. Deixa eu colocar uma desde o inicio.

—Ela ainda vai me matar. –Ele resmungou, me soltando.

—Ela gosta de você. Só quer te ver bem.

Eu sei que defendi a Mariana, mas dessa vez fui obrigada a dar razão para o Ricardo. A “santidade” colocou can't help falling in love, do Elvis Presley, para que dançássemos. Não tinha uma musiquinha menos romântica não? Golpe baixo.

O Animal continuou parado, em minha frente e me olhando um pouco desconfortável. Ele não iria ser o primeiro a tomar qualquer atitude. Coube a mim.

—Vamos dançar? –Perguntei.

—Acho que não tenho escolha.

Eu estendi minha mão para ele e ele segurou. A Mariana sacaneou com a música lenta, por isso precisamos nos aproximar mais do que o politicamente aceito para um patrão e uma empregada. Eu segurei em seu ombro e ele na minha cintura. Eu estava um pouco nervosa, mas ele me superava. Parecia uma pedra de tão tenso que estava. Levou alguns segundos para que começássemos realmente a dançar. Pareceu uma eternidade para mim, mas ao mesmo tempo foi muito rápido. No fim, quando nos separamos, eu desejei, internamente, que a música fosse tão longa quanto faroeste caboclo da Legião Urbana. Foi estranho, mas também foi bom sentir o Ricardo próximo. Ele teve um jeito protetor, mas ao mesmo tempo gentil. Talvez ele ainda tenha em si aquele homem que a Mariana falou.

—Desculpe por qualquer coisa. –Ele sussurrou, ao me soltar.

—Não há pelo que se desculpar. Obrigada pela dança.

Ele fez um leve aceno com a cabeça e se afastou. Quando olhei em volta, todos estavam nos olhando meio embasbacados, exceto pela Mariana e o Moacir. Aqueles dois estavam com um sorriso psicopata na cara. Tal pai, tal filha.

Depois disso o Ricardo voltou para o seu lugar e eu me dediquei a encher o bucho. Nem eu nem ele nos falamos mais até o fim da festa.

***

No dia seguinte acordei com uma ressaca desgraçada. Eu acabei bebendo mais que a conta e, sinceramente, não sei nem como consegui chegar até o meu quarto. Levantei, cambaleando e com a Titília em meus pés, e fui tomar meu banho para ver se melhorava um pouco.

Pronta e arrumada para disfarçar meu estado de pós embriaguez, desci para a cozinha. Como imaginei, todos já tinham tomado café e estavam de bate papo agora. Também, pudera, já passava das 10 da matina.

—Finalmente a bela adormecida acordou. –Mariana brincou.

— Desculpem, mas acho que passei um pouquinho da conta ontem e hoje dormi um pouco demais.

—Um pouco da conta, Sofia? Você ficou desarrumada, tanto que o Ricardo precisou te carregar para o seu quarto, eu faria, mas tenho problema de coluna. –O Moacir falou e eu petrifiquei.

—O quê?!

—Beba menos da próxima vez. Você não é nenhum peso pena para eu ficar te carregando. –O Animal reclamou.

—Não precisava ter me carregado.

—Não podíamos te deixar dormindo ao relento e agradeça a Mariana por isso. Ela que me convenceu.

Eu olhei para a Mariana e ela conspirava com o Moacir entre sussurros. Eles poderiam ter pedido para qualquer um me carregar, mas não, foram pedir para quem?

—Onde eu apaguei? –Perguntei.

—Perto da varanda.  –Ele falou.

—Obrigada.

—Só tente dormir mais perto da próxima vez ou evite que haja uma próxima vez. –Ele falou antes de desaparecer pela porta. O Moacir foi atrás dele e a Mari veio falar comigo.

—Isso foi golpe baixo, Mari. Mais baixo que a música que colocou para tocar ontem. –Comentei.

—Eu não aguentaria te carregar escada acima. Meu pai também tem bico de papagaio e não pode.

—Podia ter pedido ao João ou me acordado.

—O João ficou tão ruim quanto você e eu bem que tentei te acordar, mas não deu certo.

—Puta que Pariu, que vergonha! Como eu vou olhar para ele agora?

—Não seja dramática. Você nem se lembra dele te carregando entre os braços e te segurando contra si como se você fosse uma boneca que pudesse quebrar.

—Menos detalhes. Não me faça me sentir pior do que estou.

—Não se sinta. O tio não faria isso se não gostasse de você. Ele tem algum carinho por você.

—Ele me carregou mesmo? Isso não é um complô de vocês para me atormentar?

—Ele realmente te carregou, te colocou na cama e ainda te cobriu. Só faltou o beijinho de boa noite, mas quando sugeri isso ele me xingou.

—Mas que merda! Você quer me deixar com mais vergonha do que já estou?

—Não, mas devia. Ontem, enquanto ele te carregava, você o agarrou pelo pescoço, deu um chupão e o chamou de gostoso.

—Quê?! Ai, eu quero morrer...

—Calma, isso foi brincadeira. Você estava muito ruim para falar qualquer coisa.

—Não faz isso, Mari. Você vai me matar do coração.

—Acho que mato o meu tio primeiro. Ele ficou pior do que você está agora quando pedi para ele te carregar.

—É uma reação lógica. Somos patrão e empregada.

—Que podem ser amigos e até mais.

—Mari, vai lá falar com o seu pai, vai.

—Até depois, Sofia.

Ela saiu rindo e eu fiquei pensando qual a forma mais rápida de me matar. Depois dessa eu terei que aceitar quando o Animal me der uma justa causa. Nunca mais bebo assim.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Mariana é um "amorzinho" com eles. Sempre jogando mais lenha na fogueira. hehe
Se desejarem, deixem comentário, critica ou sugestão.
Espero que tenham gostado.
Obrigada por lerem e um forte abraço!



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