— Petiz? — Chris estava observando a Cidade Luz pela janela do hotel quando a voz de Jonny o distraiu. — O que isso significa?

— Do que você tá falando? — caminhou pelo quarto e foi sentar na cama. Reparou que Jonny havia pego seu caderninho e estava xeretando. — Quem disse que você pode mexer nas minhas coisas? — tentou parecer sério e pegou de volta o bloco, mas foi frustrado, pois não conseguiu esconder o sorriso tímido ao reler os versos bobos que escrevera. — Petit ami. Significa namorado em francês — explicou, embora soubesse que Buckland sempre entendia, apenas gostava de zoar sua caligrafia.

Houve um instante de silêncio. Jonny parecia considerar as palavras que Chris colocara no papel. Era um poeminha despretensioso, o tipo de coisa que ele fazia para se distrair. Sim, era isso, mas também eram os sentimentos dele.

— Chris, você quer conversar sobre... — começou, mas Chris logo tratou de interrompê-lo.

— Não. O que acontece em Paris fica em Paris, lembra? — Ele deixou o bloquinho no do criado mudo, depois aproximou-se um pouco mais de Jonny, tocando-lhe o rosto. — Fica sendo o nosso segredo, Jonny boy. — E o beijou, primeiro com calma, esquecendo-se da exaustão decorrente do concerto no Stade de France.