Palavras ao Vento escrita por Menta


Capítulo 15
Grão de Areia - 2010


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Estamos perto do fim do desafio... Confesso que foi mesmo bem difícil chegar até aqui, porque minha vida atarefada não me permitiu de forma alguma escrever todos os dias, como bem gostaria.

Enfim, segue o penúltimo conto narrado pelo Vento, que trata de uma crítica a certos preconceitos sociais.

Palavra do dia: janota.



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Ainda no mesmo âmbito de pequenas histórias e repercussões singulares.

Eu passeava por uma praça, durante um verão. Algumas crianças brincavam em meio aos balanços, escorregadores e demais brinquedos, todas acompanhadas de seus grupos de amigos e conhecidos.

Com a exceção de dois meninos.

Dois filhos únicos. Um órfão de pai, o outro, filho de um casal que há muito já não se amava. Um desprovido de conforto material. O outro, carente do amor de pais negligentes.

Duas crianças solitárias. Duas vivências aparentemente opostas, porém não paralelas. Apenas um preconceito, um temor intransigente que os impedia de se aproximarem.

Decidido, soprei forte, e fiz voar um largo grão de areia no olho do menino abastado. Carreguei das mãos do garoto humilde o papel que ele transformara em um aviãozinho, fazendo-o rodopiar e se prender em um tronco de árvore.

Frustrado pela perda do brinquedo, o menino pobre reparou no endinheirado. A outrora criança janota tornara-se subitamente igual a ele. Grão de areia nos olhos, piscando, coçando para tirar o que o incomodava. Por impulso, foi até o menino rico, e soprou-lhe os olhos.

Duas crianças, duas realidades. Olharam-se, e finalmente se enxergaram. Surpresos, descobriram que partilhavam, igualmente, a mesma candura.


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Notas finais do capítulo

Amanhã tem o último!



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