Rapunzel - A História nunca Contada [HIATOS] escrita por Captain Butter


Capítulo 3
Chapter II - The Lady of Blood Moon


Notas iniciais do capítulo

Bom, tive que escrever esse capítulo o mais rápido que pude .-.
Estava sendo ameaçado de ficar sem os meus dedinho X_X
Então, acho que esse não ficou grande coisa, acho que faltou detalhamento, porém não consegui coloca-lo de uma maneira que não ficasse muito exagerada.
Nesse capítulo temos a personagem do leitor Perseus Aquiles Jackson!
Enfim, espero que gostem.
A tradução do título é A Senhora da Lua de Sangue



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Chapter II – The Lady of Blood Moon

Naquele momento Ruby se enojava com um beijo molhado e selvagem. Mãos quente, ágeis e habilidosas passeavam por seu corpo, ansiando para removerem a delicada blusa de seda branca que caía sobre seu tronco.

Aquilo não era uma novidade, de certa forma o ato já havia virado uma atividade rotineira e sempre acabava do mesmo jeito.

O rapaz a sua frente, alto, de cabelos espetados e um corpo definido soltava gemidos entre suspiros e pausas para respirar. Ele afastou-se por um momento e encarou os intensos e cristalinos olhos azuis da loira, admirado pelo prêmio que havia conquistado com mais uma de suas lutas bobas.

Ruby levou suas mãos até a cintura e lentamente levantou o leve tecido que a cobria, revelando um corpo de belas curvas com um tecido branco amarrado atrás do pescoço cobrindo os seios. O outro jovem, animado, exibiu um sorriso.

Instantaneamente a expressão da loira mudou, aquilo, com toda a certeza era algo que ela odiava, o jeito como as pontas dos lábios se curvavam para cima, a posição de como os dentes ficavam alinhados, a simples demonstração de felicidade, aquilo definitivamente lhe causava fúria!

— Sabe, Clark – ela falava docemente enquanto caminhava com elegância -, se você queria fazer o que estávamos prestes a realizar, deveria não ter feito isso, eu realmente não gosto nem um pouco. – esticando os braços na diagonal, envolveu a cabeça de Clark com suas pequenas mãos.

— O que quer diz... – a frase ficou pairando no ar, e iria pairar pela eternidade. As delicadas mãos com as unhas tingidas de um rosa suave haviam criado uma força surpreendente e simplesmente quebrado o pescoço do garoto.

Largando a cabeça do mesmo e deixando o corpo sem vida cair no chão, encarou, frívola, a janela. A cabana em que estava ficava numa campina com pinheiros coberta de neve, de certa maneira a paisagem, combinada com o céu salpicado de estrelas, era surreal e tornava-se difícil imagina-la numa primeira tentativa.

Dirigiu-se até a cama onde deixou suas roupas, vestiu-as novamente, acrescentando desta vez uma fina jaqueta de couro vermelho dado a ela pelo líder de seu bando muito tempo atrás no seu tempo de exilada, naquela época a peça ficava um pouco larga no corpo frágil da garota, agora a servia de maneira justa, além de estar bem conservada.

Ela abriu a porta de madeira podre e uma enxurrada de ar frio soprou sobre seu corpo, jogando seus cabelos para trás e gelando seus lábios. Aquela maneira de como o vento bateu em seu rosto trazia a tona um sentimento nostálgico e triste ao mesmo tempo, um sentimento que sentira no momento mais doloroso de sua vida e que com todas as suas forças tentara esquecer, porém bastava uma pequena brisa gélida e eis que ele aparecia novamente.

ஜ۩۞۩ஜ

Waincrad, 10 anos antes.

— Papai, papai! – uma pequena menina corria pelos campos de girassol rumo a um homem de meia idade. Seus cabelos pretos, crescidos até os ombros, estavam bagunçados devido ao vento, a barba crescia de forma irregular, como se somente metade dela fosse raspada enquanto a outra continuava intacta. A menina abraçou o homem aconchegando-se no peito nu do mesmo.

— Você está cada dia mais parecida com sua mãe... – ele disse enquanto enrolava uma mecha de cabelos loiros da garota em seus dedos. Ela tinha por cerca de sete anos, a face redonda e rosada deixava-a com um aspecto fofo, os seus longos cabelos caíam como uma cachoeira dourada por seus ombros, os olhos eram tão azuis quanto o mais profundo oceano.

O homem havia sentado no chão e a criança loira fez o mesmo, sentando-se entre suas pernas.

— Olha! – ela estendeu a mão em frente ao rosto do outro – Um dente-de-leão!

— Oho! Vamos Ruby, faça um pedido. – levou a flor em frente a sua boca.

A pequena assoprou de forma com que todas as sementes se espalhassem pela vasta planície, minúsculos pontos pretos com cerdas macias e brancas voavam pelo ar. Ambos exibiam sorrisos de felicidade em seus rostos, como se aquele fosse o momento mais mágico que haviam vivido. E podia até ser, para os dois que possuíram vidas tão longas e ao mesmo tempo tão curtas preenchidas com tristeza e amargura.

— O que você pediu?

— Que não importa o que aconteça, por mais que as razões apontem para o lado oposto, eu pedi que você nunca saísse de perto de mim.

Seu pai a encarou e pode mais uma vez perceber que não só fisicamente, como também na forma de pensar, sua filha tinha um conceito bastante parecido com o da mulher que dera a luz a ela.

— Como era a mamãe? – Ruby perguntou enquanto brincava com a grama no solo, ela não se lembrava de fato de sua mãe, a mesma morrera quando Ruby possuía seus dois anos de idade.

Ele tomou ar, era difícil explicar aquilo, causava-lhe uma dor imensa, mas não se importava, se isso saciava a curiosidade de sua filha e a deixava feliz, de nada valia o que sentia.

— Ela era uma mulher incrível – começou -, todos que se aproximavam dela, não importava quem fosse, ficavam felizes com sua presença. Possuía atitudes nobres, era corajosa, simplesmente perfeita, Ruby. – ele fez uma pausa e deu um ligeiro toque no nariz da loira – Às vezes, quando eu fazia algo egoísta, ela dizia “Nem sempre a melhor das opções é a escolha certa, Matias” e com base nisso chegamos aonde estamos Ruby.

A garota agora o encarava, com o brilho do fascínio nos olhos, era incrível como aquela história a chamava atenção, como fazia com que mais perguntas fossem criadas em sua mente.

— Como mamãe virou estrelinha, papai? – esta era uma mentira que seu pai inventara para não ter que contar a filha triste verdade.

Geralmente ele não hesitaria responder nada que a filha perguntara, por mais doloroso que fosse, como já dito, mas desta vez ele ficou pasmo, seus músculos ficaram rígidos, ele rapidamente se levantou, virou-se para trás em posição de ataque, seus olhos haviam adquirido uma cor carmesim, quase vermelho sangue, seus lábios se levantaram exibindo os caninos crescidos.

No lugar que antes estava pintado de amarelo e cheio de vida, agora havia podridão e uma onda interminável de cor negra, no centro de tudo, um ser corcunda, encapuzado, com elegantes botas e olhos azuis... astutos e cruéis olhos azuis. O vulto soltou uma curta risada, seca, áspera e rouca.

— Eu vou lhe mostrar pequena garota, como eu transformei sua mãe numa estrelinha! – pelo buraco das mãos escorregou uma faca de prata, sua lâmina era ligeiramente torta, como se o ferro tivesse sido usado para abrir alguma espécie de fechadura, tinha uma aparência velha e ferrugem, seu punhal era esculpido na forma de um dragão que se enrolava em algo parecido com uma torre.

E antes mesmo de qualquer um ali presente soltar o ar que estava preso em seus pulmões à coisa se moveu numa velocidade espantosa e ficou cara a cara com Matias, ele podia sentir o cheiro de decomposição no hálito do que quer que fosse aquilo. Numa velocidade maior ainda do que se aproximara do pai de Ruby, o ser ergueu a mão direita e enfiou-lhe a faca rumando o coração.

Sangue jorrou do ferimento, manchando a mão ossuda do assassino de vermelho. Matias gritava em desespero, dor fluía por seu corpo em ondas elétricas que iam e vinham, mais sangue jorrava enquanto a pequena Ruby estava paralisada, observando a cena.

O fluído vermelho que saía de seu pai se misturava com a neve que acabara de começar a cair. Ela sentia medo, terror, pavor, vontade de acordar deitada em sua cama e nada tivesse acontecido, mas aquilo não era um sonho aquilo era real! Estava acontecendo, seu pai estava morrendo e ela só observava.

— P-p-papai! – palavras finalmente se formaram em seus lábios, sendo pronunciadas com uma voz fraca, desacreditada e medrosa. O homem agora estava caído no chão, impregnado com um cheiro metálico. – Papai... – estava rouca, lágrimas caiam descontroladamente por seus olhos.

— Ruby... – ele disse engasgando-se.

— Papai... – uma lágrima pingou na bochecha suja de vermelho do homem deitado no chão, criando um ligeiro filete de sangue que escorreu pelo rosto macio e caiu na neve.

— Filha, saiba – tosse -, que mamãe teria muito orgulho de você. – outra tosse, desta vez mais potente, seus olhos começaram a perder o brilho alegre que possuíam e a ameaçaram se fechar.

— Não! Não! Você não pode! PAPAI!

— Eu te amo... Ruby – e morreu, sua íris perdeu o foco e as pálpebras cor de pêssego se fecharam, a garota agora não tinha mais ninguém a quem amar, seu único amigo que tivera por toda sua minúscula vida, agora se fora.

— Papai! – ela chamou desesperada – Vamos papai acorde! – começou a balançar seu corpo – PAPAI! VAMOS! ACORDE PAPAI! – as lágrimas começaram a cair mais rapidamente, soluços surgiram, o desespero se instalou no seu peito, sua vida desmoronava aos poucos.

Não havia mais ninguém, ninguém a quem ela pudesse recorrer. Seu pai, a pessoa que mais amava, que fora seu companheiro por sua vida inteira. Agora estava morto.

ஜ۩۞۩ஜ

A neve caindo sobre o pelo de Ruby deixava-o úmido, era com toda a certeza, um gosto estranho, a sensação da neve repousando sobre seu pelo branco, passando por várias camadas macias e enfim atingindo sua pele em forma líquida e gelada, para a garota, aquilo era prazeroso.

Ela corria numa velocidade espantosa, por estar transformada em lobo, todos os seus atributos e sentidos eram aprimorados, deixando-a muito mais forte do que era em forma humana. Passava por entre as folhas afiadas dos pinheiros como se fossem um borrão em tons de verde, marrom e cinza. A brisa gélida batia em sua face lupina, porém ela não sentia frio, estava muito bem aquecida por debaixo daquele cobertor natural.

Se aproximava de uma pequena montanha rochosa a uns três quilômetros de distância de onde se localizava a cabana em que matara Clark, lá era um covil licantrope, onde todos os membros do Clã Sumaê iam para realizar importantes reuniões, estocar comida e, apesar de passarem todo o dia e tarde fora, é lá que quase todos dormiam.

Subia de forma habilidosa as pedras, evitando as pontiagudas e aterrissando com elegância nas arredondadas, com sua audição desenvolvida, ouvia os tordos cantando sua melodia harmoniosa, enquanto um gralho-tagarela gritava palavras sem sentido, isso lhe dava certa irritação. Vermezinhos com asas imundos, vocês poderiam, um a um, auto explodirem seus miolos! ela pensou com repugnância.

Ao subir os humildes dezessete metros de altura, Ruby se deparou com a entrada de uma gigantesca caverna, o jeito como a natureza moldara aquela abertura era interessantíssimo, se olhasse de certo ângulo, era possível notar a forma da cabeça de um lobo. Mais a fundo da mesma havia estalactites e estalagmites medianas brotando do teto e chão da caverna. A escuridão era predominante, porém isso não era um problema, a visão de lupinos era adaptada a ambientes sombrios, de forma que viam quase tudo o que ali havia.

Os olhos de Ruby, que nesta forma ficavam cor de âmbar, como os de sua mãe, brilhavam de forma malévola, como se ela estivesse preparada para matar qualquer um que ousasse entrar numa briga com ela.

Andando um pouco mais era possível observar um enorme salão oval, com barris de cerveja e prateleiras de copos atrás de um balcão de madeira, pregado com alguma cola extraído de árvores no chão de pedra lisa.

Aquilo era estranho demais, não havia ninguém, normalmente aquela hora lobisomens estariam se embebedando, casais estariam indo para os quartos nas laterais do lugar, brigas estariam acontecendo, dentes voariam pelos ares, sangue seria cuspido, homenagens ao deus Chackal estariam sendo feitas, mas não havia nada, nada.

Avançando devagar e com os caninos a mostra, ela ia prestando atenção em cada coisa nos mínimos detalhes com os olhos âmbar. De todo modo, aquele cuidado que Ruby tomou foi praticamente inútil, vindo de uma sombra atrás de si, ela levou uma forte bancada na cabeça e desmaiou com um ganido.

"Podemos ser enganados inúmeras vezes, mas ainda acredito que, em algum lugar, exista alguém que mereça minha confiança..."


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Notas finais do capítulo

Certo, certo, eu preciso urgentemente parar de fazer os personagens desmaiarem no final do capítulo :v!
Vocês devem estar se perguntando, "Que diabos sah história doida que esse autor mais doido ainda tá escrevendo, tem haver com Rapunzel?" e eu respondo a vocês pequenos gafanhotos, é através da história dessas duas que a essência do conto clássico vai começar a aparecer, não exatamente como foi escrita originalmente, mas bem, deu pra entender, neh? :v
Liberarei o próximo capítulo nesta quinta se o Nyah! estiver disponível, já que entrará em manutenção amanhã (16/09). Caso contrário, sairá somente na semana que vem.
Ajeitei um cronograma de postagens e resolvi que os capítulos sairão dia sim e dia não, como já dito, começando na semana que vem, ou seja:
Segunda > Capítulos 3 ou 4
Quarta > 5 ou 6
Sexta > 7 ou 8
E nos fins de semana não haverá nada. Espero que tenham gostado, deixem sua opinião aí nos comentários, comam bastante Nutella, fiquem gordos e até o próximo.



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