A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 19
O Acordo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, eu voltei!
Sei que pensaram que eu morri, que estava cheia de problemas ou, pior, que havia abandonado a fic!!

Calma! Não foi isso. A verdade é que estou cheia de coisas pra fazer na Universidade que saiu da greve nesses dias, ou seja, 5 meses de greves recuperados em 40 dias. Imaginem como estou em meio a 6 matérias.

Mas, aproveitando o descanso que tive esse final de semana, consegui escrever o capítulo de hoje, que fugiu um pouco da minha ideia original, mas que ficou ótimo, ao menos pra mim! :D

Então, segue. Sei que em meio a tantos problemas que nosso país tem enfrentado, vale um pouco de divertimento com um capítulo novinho de ACC.

Ao que creem em Deus, oremos por nosso país e nosso mundo. Aos que não creem, vamos nos unir e tentar ajudar de alguma forma.

Uma ótima semana a tod@s!



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Os dias de Hermione deixaram de ser felizes desde o momento em que ela ouviu a voz do senhor Collins em seu celular. Desde aquele dia, a única coisa que ela fazia era pensar e chorar por dentro.

Saber que não seria mãe sem ter um relacionamento sério e que seria indenizada pelo erro das corretoras devia tê-la deixado feliz, mas a realidade era que Hermione não queria que nada daquilo estivesse acontecendo.

Suspirava quando lembrava que não havia bebê. Criou expectativas relacionadas à gravidez, mas mal teve tempo de desfrutar. Tudo não havia passado de uma peça pregada por seu organismo.

E Rony... Ele também estava triste. Ela tinha consciência que ele havia proposto o casamento só pela ideia da criança. Sabia que a criação que teve na casa dos Weasley jamais a deixaria passar por tudo aquilo sozinha.

Foi só pelo bebê...

Aquela era a única certeza que Hermione tinha e ela massacrava o seu coração.

Por vezes ela achou, durante aquela semana silenciosa, que Rony queria lhe dizer algo, porém ela não sabia o quê, e nem se atrevia a perguntar.

Às vezes pensava que ele queria ser solidário com a ideia do bebê que não existiu. Pensava que ele quisesse pedir que ela fosse embora de uma vez e lhe poupasse de sua companhia metódica.

Hermione mal tinha assuntos para conversar com ele e, muitas vezes, tinha vontade de que tudo o que houve entre eles semanas antes, voltasse a acontecer. Que o que eles viveram há cinco anos pudesse ser refeito.

Queria poder chorar em seu peito, mostrar claramente o quanto estava triste, magoada. Decepcionada.

Queria dizer que estava péssima pela ideia frustrada do bebê e, ainda mais, que não queria ir embora. Que queria ficar com ele. Que queria passar o resto de seus dias ao lado dele.

Mas como eu poderia dizer todas essas coisas? Não vou ter um bebê... Ele está desobrigado de me suportar por todo o sempre.

Estava em seu quarto agora. Era a última semana de novembro e ela sabia que em breve teria de ir embora.

Já havia visitado a casa que receberia, sem falar nada para Rony. Era nova, muito bonita, mas nem de longe se comparava com o que aquela casa velha havia se tornado para ela.

Deu leves batidinhas nas bochechas para tentar parecer mais saudável assim que ouviu a voz de Rony do outro lado da porta.

Por mais que tudo estivesse péssimo, queria se mostrar digna. Ela só não sabia o porquê.

— Oi — ela falou assim que abriu a porta.

Percebeu que Rony parecia aflito, um pouco impaciente. Abriu mais a porta antes de observar o semblante do ruivo e comprovar que ele não parecia normal.

— Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou ansiosa.

— Sim... Mas não é grave.

— O que houve?

— A Gina foi pro hospital. O bebê vai nascer.

— Sério?

Hermione sorriu depois de tantos dias. Parecia irreal que o pequeno James fosse nascer. Tudo parecia estranho e incrivelmente animador.

Ela abraçou o ruivo de supetão. Nem mesmo ela saberia explicar o porquê de se sentir tão constrangida em seguida.

— A mamãe mandou uma coruja — Rony falou um pouco divertido — Acho que ela esqueceu que estamos em um bairro trouxa, mas diante dessa situação, acho que não terá problemas.

— Claro que não... — Hermione sorria animada.

— Vim te chamar pra irmos juntos.

— Claro que sim... — ela se adiantou pegando um casaco no roupeiro — Estou louca pra ver meu sobrinho. Vamos!

Quando chegaram ao hospital, já deram de frente com os Weasley. Era impossível não encontrar os ruivos naquele lugar. Se aproximaram e conversaram sobre Gina e o bebê

Harry parecia mais nervoso que o normal. Estava ansioso para que o chamassem para acompanhar a esposa.

Hermione não deixou de se divertir com as loucuras daquela família e, vez ou outra, sentia uma tristeza imensa dentro do peito. O desejo de fazer parte daquilo era tão grande que ela não conseguia esconder.

— Está tudo bem, querida? — a senhora Weasley se aproximou da morena que estava sentada um pouco afastada dos demais.

— Só ansiosa — ela preferiu ser imprecisa — Essa espera está bem angustiante.

— Sim... Sim. É verdade — a mulher falou sentando ao seu lado — E olha que já é meu quarto neto. O nervosismo não passa nunca.

— Imagino... Acho que a senhora está bem feliz em ver a Gina bem... Seus filhos bem.

— Sim... — a mulher deixou um semblante triste transparecer por um leve instante, antes de olhar novamente para Hermione — Nunca pensei que viveria tantas emoções, Hermione.

"Jamais imaginei que teria um futuro tão maravilhoso depois daquela guerra... É claro que as perdas jamais serão esquecidas ou superadas, mas as felicidades são muitas. Nem dá pra contar."

— Eu imagino, senhora Weasley. As dores daquela guerra nunca serão superadas, mas temos a oportunidade de continuar... De buscar a felicidade.

— É verdade... — a mulher suspirou — Você tem buscado a sua felicidade Mione?

— Como assim? — ela pareceu um pouco nervosa — Claro que sim.

— Não é o que seus olhos dizem, querida. E olhe que já tenho bastante experiência sobre isso — Hermione olhava a mulher atentamente — Se me permite te dar um conselho, quero te falar uma coisa...

— Claro que sim, pode falar.

— Todos nós passamos por problemas, enfrentamos dificuldades e complicações todos os dias. Nos desenganamos, nos desesperamos, decepcionamos e fugimos de nossos problemas. Isso faz parte do ser humano.

"Mas, às vezes, Hermione, precisamos enfrentar. Às vezes as coisas não são como imaginamos que sejam. Às vezes a nossa felicidade está ao nosso lado, muitas vezes diante de nossos olhos, mas com todos os medos que temos, não conseguimos identificar.

"Você sempre foi uma garota muito centrada, muito correta em tudo, mas se tornou alguém que alimenta medos.

"Não deixe que os seus medos te afastem daquilo que você mais deseja, querida. Não deixe de ser feliz por medo..."

— E se não der certo? — Hermione perguntou com tensão, certa de que a senhora Weasley falava de Rony — E se eu chorar de novo?

— Não se preocupe com o amanhã, Mione. Pense apenas no agora. No hoje. Viva um dia de cada vez, sem cobranças, sem medos.

"Se não der certo, saberá que tentou, que se deu uma chance. Se chorar, a vida se encarregará de enxugar todas as lágrimas e isso te deixará ainda mais forte.

"É a certeza de tentar, Hermione. É preferível se arrepender por tentar do que se corroer por toda a vida sem saber se daria certo ou não".

— E o que eu faço? — Hermione implorava por ajuda.

— Arrisque-se. Não tenha medo, minha querida. A vida é feita de riscos.

Hermione sorria para a ruiva quando Rony apareceu no lugar com os olhos brilhantes, um sorriso de orelha a orelha.

— Nasceu! — ele falava com empolgação — O meu sobrinho nasceu!

Rony abraçou a mãe que já estava de pé, feliz com a notícia que seu netinho havia nascido. O abraço foi apertado e cheio de carinho. Em seguida ela saiu, alegando que precisa ver e ajudar a filha, o que Hermione achou ser realmente a verdade. Em seguida, ela foi abraçada demoradamente pelo ruivo, que falava ao seu ouvido.

— Nasceu, Hermione. Meu sobrinho nasceu.

— Isso é maravilhoso, Rony...

— Eu não me sentia feliz assim fazia um tempo... — a voz parecia pastosa.

— Está chorando? — Hermione se afastou um pouco do abraço, observando o rapaz.

— É que... Hermione, eu estou tão feliz pela Gina, pelo Harry... Ele me chamou pra ser o padrinho.

— Que maravilha, Rony. Parabéns! — ela o abraçou novamente.

— Me perdoa, Mione — a frase saiu em meio ao abraço. Ela o olhou novamente.

— Pelo quê?

— Por não ter sido o homem que você merece, que você precisa. Por não ter te apoiado quando soube do bebê. Me perdoa por não ter coragem de falar o que sinto...

— Rony...

— Não, Mione. Me escuta. Eu preciso que você saiba que eu realmente fiquei muito feliz com a ideia de que seria pai. Fiquei triste por saber que não seria... Queria ser mais atencioso com você. Ser mais do que eu posso oferecer.

— Rony... Me perdoa você. Aquele momento foi triste pra nós dois e eu não te culpo. Eu mesma não conseguia pensar direito.

— Hermione... Não vai embora.

— Eu não posso ficar...

— Por que não?

— Não... Não sei explicar.

Rony olhou para a morena por alguns instantes. Ela parecia aflita, nervosa. Ele entendia o medo dela e da mesma forma que não tinha coragem de dizer o quanto a amava, compreendia que ela estivesse tão receosa em ficar com ele em meio a um mar de inseguranças.

— Posso propor uma coisa? — ele perguntou sério.

— Sim... — ela parecia aflita.

— Fique na nossa casa até o Natal. Não se prive de sentir e eu farei o mesmo. Se até o Natal você não se sentir à vontade pra ficar definitivamente, eu não vou te impedir.

— Como isso seria? — ela estava curiosa.

— É pouco mais de um mês. Ninguém precisa saber o que acontece entre a gente além de nós mesmos. Sem cobranças externas, apenas eu e você.

— Igual ao filme? — ela avaliava a situação totalmente tentada a aceitar.

— Sim. Igual ao filme — ele confirmou ansioso pela resposta.

— Até o Natal?

— Até o Natal.

— Você e eu como amigos coloridos?

— Sim — ele queria corrigi-la. Queria dizer “como namorados”, mas temeu assustar a garota — Amigos coloridos.

— Até onde esse colorido iria?

— Até onde você quiser, Hermione — a morena sentiu aquele irritante frio na espinha ao ouvir o rapaz falar aquelas palavras — Eu só preciso saber se você quer tentar...

— Sem que ninguém saiba?

— Sim.

Hermione queria dizer não, mas o seu coração batia acelerado apenas por cogitar um namoro com o ruivo.

Não é um namoro, Hermione. Ele não te propôs namoro. É um teste. Não posso fazer isso!

Abriu a boca para dar um sonoro não, mas lembrou de todos os sentimentos envolvidos.

Sabia que no fim daquele mês estaria triste, chorando e sofrendo por algo fadado ao fracasso, mas pensou na senhora Weasley e em tudo o que ela havia dito momentos antes.

É preferível se arrepender por tentar do que se corroer por toda a vida sem saber se daria certo ou não.

— Tudo bem!

Selaram o “acordo” com um abraço. Logo em seguida foram puxados por Jorge e Gui para conhecerem o novo Weasley.

James tinha os poucos fios sobre a cabeça escurecidos. Os olhos semiabertos aparentavam ser cor de mel como os da mãe.

A comoção era geral, todos celebrando o nascimento do bebê, mas Rony e Hermione sentiam a cabeça fervilhar sem saber como as coisas seriam daqui para frente.


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Notas finais do capítulo

PS: O filme citado no capítulo é Amizade Colorida que quem não conhece pode ver o trailer aqui https://www.youtube.com/watch?v=y1dZgWS5jdc Sem contar nas citações de Harry Potter no decorrer do filme, adoro!!
PS²: Teremos mais alguns capítulos porque minhas personagens ganharam vida e vou ter que escrever mais algumas coisas... Espero que gostem dessa notícia!

Mas e ai, o que acharam? Será que a ideia do Rony vai dar certo? E será que a Hermione vai conseguir manter esse relacionamento por muito tempo? Será que ela vai ficar?

Vamos continuando e até o próximo!!! Feliz semana a todos!!!



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