Sonho Ou Pesadelo? escrita por Laana Uchihaa


Capítulo 7
Detenção e Um Meio Irmão Esquecido.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora! Mas é que o capítulo ficou muito grande e tal! Não sei bem se ficou bom mas espero que curtam!Beijão!!



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P.V.P. Aice

*Despertador - segunda-feira – 06h30min.*

Eu: Que merda! Vou me atrasar. – Desliguei o despertador. –

Fui correndo para o banheiro tomar um banho rápido. Saí e fui me vestir, coloquei uma calça jeans escura, uma regata branca, uma blusa xadrez (azul e preta) amarrada na cintura e um Allstar. Peguei minha mochila e corri porta a fora (Sim, eu tranquei)! Chego à recepção e encontro Mei com seu costumeiro sorriso meigo.

Mei: Bom dia Aice-chan.

Eu: Dia, tenho que ir. Tô atrasada!

Mei: Tudo bem, mas tem alguém te esperando lá fora!

Eu: Arrgh... É hoje! Obrigada, tchau.

Mei: De nada! Tchau...

Corri para fora do prédio e vi uma moto toda preta. E em cima da mesma tinha um ruivo com dois capacetes nas mãos. Ele me olhou e sorriu de canto.

Eu: Castiel?

Castiel: Que demora em?

Eu: O que faz aqui?

Castiel: Como você me disse que seu carro estaria no mecânico pensei que fosse querer uma carona! – Me estendeu um dos capacetes. –

Eu: Bom, não tenho escolha! – Coloquei o capacete e subi na moto. –

Castiel: Se segura!

Eu: Prefiro cair da moto! – Cruzei os braços e ele deu uma arrancada que eu quase fui pro chão. – YAAH

Castiel: Hahaha e agora? Vai se segurar?

Eu: IDIOTA! – Então Abracei sua cintura. –

Fomos em silêncio até o colégio, ele estacionou e eu desci primeiro, tirando o capacete e logo ele desceu também e tirou o capacete.

Eu: Arigatou Castiel!

Castiel: Você pode me agradecer com um beijo! – Me olhou e sorriu maliciosamente. –

Eu: Q-quê? – Senti minhas bochechas arderem! O que tá acontecendo comigo? –

Castiel: Haha’ Anda vem cá! – Ele pegou minha mão e me puxou, bati no seu peito e ele me deu um beijo na testa. –

Eu: E-ei...

Castiel: Você bem que poderia parar de ficar vermelha toda vez que te dou um simples beijo na testa. – Me soltou. –

Eu: Tá, tá... Tenho que ir!

Castiel: Certo...

Me afastei e fui correndo para o meu armário. Peguei os livros das primeiras aulas e corri para a sala e para minha sorte a sensei ainda não havia chegado. Assim que entrei fui surpreendida por um grande abraço, vindo de Rosa, Alexy, Armin e Iris.

Eu: O que houve?

Armin: Estávamos preocupados com você baixinha.

Alexy: Pois é Diva-chan! Não te vimos desde sexta, não sabíamos se você estava bem ou não.

Eu: Foi mau. Não queria preocupar vocês. Eu tô bem sim.

Iris: Somos amigos. Claro que iriamos nos preocupar.

Rosa: Agora vem aqui! Vamos sentar gente!

Fomos para os nossos lugares e ficamos conversando. Na verdade eu conversava mais com Rosa e Alex!

Rosa: Aice-chan, eu queria saber...

Eu: O que foi?

Alexy: O que rolou sexta-feira depois do cinema entre você e o Castiel?

Eu: Hãn?

Rosa: Não se faça de boba. Sabemos que ele foi ao seu prédio e que falou com você!

Eu: Tá, tá, eu conto! Saco... – Contei tudo o que aconteceu desde a hora em que o vi sentado no meu sofá. –

Acabou que foi aula vaga e a segunda aula era de artes. Mudamos de sala, seria pintura em tela. Ajeitamos nossos materiais e começamos a pintar.

Depois de um curto tempo a sensei teve de sair, alguém se aproximou de mim e derramou tinta no meu cabelo. Me levanto e finco de frente para a pessoa que tinha feito aquilo comigo.

Eu: Ambre! – Serrei os punhos e mantive o olhar firme e frio. –

Ambre: Ops! Foi sem querer. – Olhei sua mão e lá estava o pote de tinta azul. –

Eu: Não se preocupe com isso. Azul combina muito bem comigo. – Peguei um pote, maior que o dela, de tinta verde e o derramei sobre ela. – Mas você... Bem, não acho que fica tão bem de verde!

Ambre: Arrgh... Você é louca?

Eu: Não! Já você eu tenho certeza de ser uma puta miserável, daquelas que vive para humilhar todos que você considera uma ameaça. Mas é incapaz de conquistar seus próprios objetivos sozinha!

Ambre: Quem é você para dizer algo assim? Quem pensa que é?

Eu: Só falo o que sei. Não ligo para quem estou dizendo ou os motivos para que eu tenha dito, falo o que penso quando estou certa de que será o melhor!

Ambre: Rhum! Não me venha com esse papo, você não passa de uma órfã...

Não esperei que ela terminasse o que falaria e dei-lhe um soco no olho direito, com o impacto ela foi ao chão. Todos olhavam para mim, não me importei, notei então que a sensei me encarava furiosa. Eu não deveria nem ter aberto os olhos hoje, que saco. Tudo isso me irrita...

Sensei: O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? EXPLIQUE-SE SRTª. MASHIRO!

Eu: – Encarei-a de volta, porem meu olhar era frio. – Está acontecendo exatamente o que você viu, e não importa o que eu diga, eu carregarei a culpa. Então por que não fala logo o que quer tanto falar?!

Sensei: Já que não quer se defender, eu acredito que a Srtª. Mouret queria...

Ambre: Ela que começou tudo, apenas por que eu derramei um pote de tinta sem querer nela, ela pensou que foi de propósito. – Fez cara de choro. –

Eu: Você realmente é incapaz de falar a verdade... O quanto você pode ser hipócrita?!

Sensei: Srtª. Mashiro vá imediatamente para a sala da diretora!

Eu: Está bem! – Peguei minhas coisas e sai. –

P.V.P. Armin

Armin pensamento: “Mas o que é que ela tava pensando? Ela com certeza vai para a detenção... DROGA! Não vou deixa-la sozinha nessa... E também não vou entrar sozinho!” – Pensei e logo peguei uma caneta e folha e comecei a escrever o “plano” e mandei para Alex-nii, Rosa-chan e Iris-chan. –

Aice demorou a chegar, já estamos na terceira aula. Ela está muito estranha desde que voltou da diretoria. “O que aconteceu?” Tenho que fazer de tudo pra pegar uma detenção... Estou jogando no meu PSP.

Sensei: SR. KYOTO!

Alexy: AHH... NÃO FUI EU KENA-SENSEI!

Eu: Não é com você Alex-nii. – Revirei os olhos e guardei o PSP. –

Kena-sensei: Enfim... – Revirou os olhos. – Armin, sabe que é proibido usar aparelhos eletrônicos.

Eu: – Me levantei. – Sim eu sei. Mas como a sua aula estava um saco eu pensei em me diverti um pouco. Afinal, qual o problema?

Kena-sensei: Como ousa... Seu pirralho.

Eu: Pensei que tivesse mais classe sensei!

Kena-sensei: PRA DIRETORIA... AGORA!

Eu: – Sorri de canto. – Como queira! “Isso! Eu consegui, agora só falta o Alex-nii, Rosa-chan e Iris-chan!”

Então lá fomos nós para a sala da velha sem nariz. Ela disse um monte de coisas até que me deu 01h de detenção, pra minha sorte só será hoje.

Voltamos para a sala, depois do intervalo será a vez da Rosa-chan, depois será o Alex-nii e então será a Iris-chan! Então finalmente tocou o intervalo. Notei algo que me deixou um tanto intrigado... Aice ainda tinha algo estranho nos olhos, mas quando Rosa-chan e Alex-nii foram até ela, seus olhos mudaram e mostraram o que sempre mostram: Determinação.

P.V.P. Aice

Aice pensamento: “Não... Não pode ser! Como?”

Enquanto voltava da sala da diretora recebi uma ligação, estou até agora bastante assustada. E sem entender como... Como ele me encontrou?

Rosa-chan, Alex-kun e eu fomos para o pátio depois de termos passado no refeitório e comprado um lanche. Ficamos conversando por um tempo, alguns dos nossos amigos se juntaram a nós também. Não vi Castiel desde a hora em que chagamos... Mas não importa!

Finalmente o intervalo acabou, o pior é que ainda tenho 01h de detenção hoje. Estávamos quase já entrando nos primeiros corredores quando meu celular começou a tocar.

Kentin: Ei Aice-chan... Vamos! A aula já, já começa, não podemos nos atrasar. – Se virou para mim. –

Eu: Vão na frente, preciso atender essa ligação!

Armin: Você tem certeza? – Se virou também, e me olhou sério. –

Eu: Tenho sim! – Dei as costas e sai em direção a algumas árvores do pátio. –

Ligação on

Eu: O que você quer? Viktor...

Viktor: Sabe... Desligar na cara das pessoas é muito feio!

Eu: Corta essa e fala logo o que você quer...

Viktor: Cara... Quando você vai parar de achar que eu sou como o Matt?

Eu: NUNCA! Afinal você fez o mesmo que todos... Me esqueceu, apenas por poder!

Viktor: Eu já disse que não sou como ele!

Eu: Me esquece.

Viktor: Não posso! Temos uma promessa não temos?

Eu: É... Infelizmente temos sim! Só me responda duas coisas!

Viktor: Hm? Hãn... Claro!

Eu: Como me encontrou? E o que quer de mim?

Viktor: Sabe que não tenho dificuldades em encontrar aquilo que procuro, e também... Pensei que você fosse reconstruir sua vida perto de alguém que te aceitasse! Só quero que você me escute, temos muito para conversar!

Eu: Maldito...

Viktor: Pare com isso... Nós ainda somos...

Eu: NÓS NÃO SOMOS NADA! – Desliguei. –

Ligação off

Eu: DROGA! – Gritei e soquei com todo força uma árvore. E acabei cortando um pouco a mão. – MERDA...

Corri para o porão, não estava mais com cabeça para assistir aula, e no porão eu poderia socar as paredes tranquilamente. Porém assim que abro a porta vejo uma garota de cabelos curtos e pretos. Ela estava de costas para mim, e tinha alguém na sua frente, eles ficaram de lado e pude ver quem era o outro... Era Castiel, ele e a garota estavam se beijando. Ele então me viu e soltou a garota.

Castiel: Aice...

Eu: Não precisa dizer nada, somos apenas amigo certo? Não precisa ficar sempre se explicando! – Disse completamente séria, me virei e sai do porão. Porém ainda pude ouvi-lo me chamar. –

Fui em passos largos para a sala, já estava muito atrasada e se saísse do colégio poderia fazer alguma merda. Entrei e bati porta, passei pelo sensei e mais alguém que estava ao lado dele, mas não dei importância. Apenas fui rápido para o meu lugar e me sentei, ficando de cabeça baixa.

Sensei: Strª. Mashiro. Onde estava?

Eu: Tive um problema antes de vir! – Disse sem olha-lo. –

Sensei: Certo. Que não se repita. Enfim, como eu ia dizendo esse é seu novo colega de classe Viktor Chavalier.

Viktor: Muito prazer pessoal!

Eu: – Sussurro. – Não... Impossível! – Levantei minha cabeça para olha-lo, ele me viu e sorriu. – Droga! – Sussurrei novamente. Ele passou por mim. –

Viktor: Olá maninha! – falou baixo o suficiente para que apenas eu ouvisse, sorriu e se sentou uma cadeira atrás da minha do lado esquerdo. –

A aula seguiu normalmente, ou quase. Armin me olhava de um jeito preocupado... Eu realmente devo estar com uma cara horrível. Rosa e Alexy me olhavam do mesmo modo.

Viktor me olhava vez ou outra e não tem nem sinal do Castiel. Pelo menos ele me deu a resposta do que sente... Somos apenas amigos.

Nunca pensei que ter de ficar detenção seria a minha salvação. Finalmente o sinal da ultima aula tocou, fiquei sabendo que Armin, Alexy, Rosa e Iris também ficaram de detenção por hoje. Todos saíram às pressas e eu fiquei para trás arrumando minhas coisas, porém não estava completamente sozinha.

Eu: Fale logo o que quer! – Disse de costas para ele enquanto arrumava minhas coisas. –

Viktor: Só quero me reconciliar com você! Você pensa que sou como ele, quando na verdade não sou.

Eu: É difícil de acreditar...

Viktor: Por favor, me escuta. Eu imploro a você... Quero que saiba a verdade.

Eu: Não tenho tempo agora.

Viktor: Então... Vai me ouvir depois?

Eu: Sim, vai ser difícil ficar com você no meu pé cinco dias seguido.

Viktor: Sei... – Soltou uma leve risada. –

Eu: Tenho que ir agora!

Viktor: Pra onde vai?

Eu: Detenção... – O olhei. – “Piripaque em 3, 2, 1...” – Pensei. -

Viktor: DETENÇÃO? COMO ASSIM? O QUE VOCÊ FEZ?

Eu: Nada de mais, não precisa se preocupar. Depois nós conversamos.

Viktor: Quanto tempo ainda vai ficar?

Eu: 01h! Por quê?

Viktor: – Ele passou por mim, parou na porta e me olhou. – Estou no pátio te esperando. – E saiu. –

Dou-me por vencida e saio da sala, ando um pouco e vejo de longe meus amigos entrando em outra sala. Corri até lá e entrei também, o professor demorou um tempo para chegar e quando chegou nos mandou escrever dois textos.

Finalmente passou-se uma hora. Me despedi do pessoal e fui para o pátio em passos calmos. Vejo Viktor ao longe sentado em um banco e mexendo no celular, e aproximei e limpei a garganta fazendo olhar para mim. Ele sorriu, porém seus olhos mostravam preocupação.

Eu: Espero que você não esteja de pé...

Viktor: Não se preocupe, vim de moto. Vamos, ela tá lá no estacionamento!

Apenas afirmei com a cabeça, ele se levantou, pôs as mãos nos bolsos e foi andando na frente. Segui ele até o estacionamento, notei que ele estava longe, mergulhado em seus próprios pensamentos. Chegamos ao estacionamento e ambos fomos tirados dos nossos pensamentos por uma voz masculina que me chamava.

Voz: EI... AICE!

Viktor e Eu: Hãn?

Eu: Castiel?

Castiel: Sim, sou eu! Vem, precisamos conversar.

Viktor: Entra na fila ruivinho! – Murmurou, mas aparentemente apenas eu escutei. -

Eu: Não tenho tempo para você agora. Sem explicações, por favor. Estou ocupada agora... – Olhei para Viktor. – Vamos Viktor... Não tenho o dia todo.

Viktor: H-hai...

Castiel: Espera um pouco aí, nada disso... Você vai comigo.

Eu: Não eu não vou com você. Somos vizinhos e simples amigos até onde sei. – olhei para Viktor. – Onde está o capacete?

Viktor: Aqui. – Ele me entregou o capacete, subiu na moto e colocou outro capacete. –

Eu: Tchau. – Disse e subi na moto. Viktor então deu a partida, dei meu endereço e fomos para a minha casa. –

Chegando ao meu prédio, subimos para a cobertura. Abri a porta e pedi para que ele entrasse, assim o fez. Ele foi para a sala e sentou-se no sofá, fui até a cozinha e peguei um copo com água. Fui à soleira da porta e me encostei enquanto fitava Viktor.

Viktor: Seu APÊ é bem bonito.

Eu: Fale logo o que tem que falar. – Dito isso ele me olhou, novamente com preocupação. –

Viktor: Bem... Ele... Ele está atrás de você!

Arregalei os olhos e acabei por quebrar o copo em minha mão por culpa da força que usei. Estava muda...

Viktor: Estou atrás de você há dois anos! Eu quero me explicar, contar porque me afastei. Eu quero...

Eu: CALE-SE! – Soquei a parede e o olhei com puro ódio. – PENSA O QUE? QUE SOU IDIOTA?

Viktor: Não... Espere...

Eu: JÁ CHEGA! VEJA BEM COM QUEM ESTÁ LIDANDO, ESTOU MAIS FORTE DO QUE PENSA. – Dei uma pausa longa, encarei o chão. – Você não tem a menor ideia da tragédia que pode acontecer. – Voltei meu olhar para ele, dessa vez estava séria. – Não sou apenas eu que estou em risco, Sendo assim... Não vou deixar que ele os machuque.

Viktor: Hm... E o que pretende fazer?

Eu: – Cruzei os braços. – Por enquanto nada. Mas, se algo acontecer e ele fizer algo aos meus amigos... Eu vou acabar com tudo, vou destruí-lo!

Viktor: Amigos... Hm? Entendo... Cuide logo da sua mão, ainda tenho que me desculpar!

Eu: Hãn? – Olhei minha mão que estava com um corte um pouco fundo, e estava toda melada de sangue. – Espere aqui, eu volto logo.

Viktor: Não se preocupe. Ajeite esse corte e eu vou limpar essa bagunça... – Sorriu. –

Observei-o mais um pouco, e então fui à cozinha para cuidar de minha mão. Enquanto cuidava-me vi de relance Viktor pegando os cactos do copo, jogando-os no lixo e voltando para secar o chão molhado.

Voltei para a sala com a mão enfaixada e fiquei em pé de frente para Viktor. Ele olhou minha mão e fixou seus olhos dourados nos meus azuis.

P.V.P. Viktor

Eu: Bem... Agora acho que posso começar a me desculpar!

Aice: Não quero desculpas. Dessa vez... Eu quero explicações, por que me abandonou?

Eu: Eu realmente não queria. Mas sabia que se negasse algo a ele eu morreria e você também. Eu tentei ao máximo ficar por perto, mas era como se ele soubesse e sempre ficou me dando os trabalhos mais longos e cansativos.

Aice: Entendo...

Eu: Será que agora... Bem, cê sabe! Podemos voltar a ser amigos?

Aice: Não sei ao certo... Hm...

Eu: Vai... Por favor! Nós somos como irmãos!

Aice: Meio irmãos! Até onde me lembro...

Eu: Tá, tá... MEIO irmãos! Então... Tudo bem entre a gente?

Aice: Creio que sim. Afinal não tenho motivos para desconfiar de você... Onii-san...

Eu: Então que tal darmos uma volta? Ah! E minha mudança ainda não está completa. Então... Bom, eu vou ficar aqui essa noite!

Aice: QUÊ?

Eu: Ou então vou dormir na rua... – Fiz cara de choro. –

Aice: Tá legal! Apenas para com essa cara de cachorro pidão! Vamos a uma cafeteria...

Eu: Beleza! “Finalmente consegui! Me reconciliei com ela!”

Então nós saímos e fomos andando até a cafeteria que não era tão longe. Entramos fizemos nossos pedidos e ficamos conversando, ela ria e eu também. É tão bom poder ouvir sua risada depois de tanto tempo... Quase como um sonho. Bom, tenho que falar a verdade... Eu não tenho um lugar para ficar! Isso aí, não existe essa de mudança.

Talvez ela me mate por isso! Mas é só talvez... Bem, tive que ir ao banheiro então a deixei sentada na mesa onde estávamos.

P.V.P. Aice

O que ainda pode acontecer hoje? Tenho uma leve impressão que ele está mentindo sobre algo... Deve ser só impressão! Bem ele foi ao banheiro e eu estou na mesa bebericando meu café! Então escuto o sininho da porta avisando a chegada de um novo cliente, mas nem me dei o trabalho de levantar os olhos.

Voz: Aice?

Eu: Hun? – Levantei os olhos e vi Castiel. Ele estava com uma bermuda jeans escura, uma blusa branca e uma jaqueta curta. – Ah é só você!

Castiel: Quero falar com você! Sabe hoje sedo, lá no porão...

Eu: Está tudo bem! Agora sei que somos amigos. Não precisa mais se preocupar com isso, até por que não há motivos.

Castiel: Não é assim! Eu não... Não queria ter feito aquilo. – Pausa. - Espera... Você também tem o que explicar! Por que foi embora com aquele cara? Quem é ele?

Eu: Até onde sei isso não é da sua conta! O que você tem haver com as pessoas com quem eu ando?

Castiel: Sabe muito bem que eu não gosto! – Serrou os punhos. –

Eu: Problema seu. Você não é meu guarda-costas para ficar me vigiando. Pensei que tivesse ficado claro para você também... Somos apenas amigo, nada mais que isso! – Vi Viktor se aproximar. –

Viktor: Ei o que está acontecendo aqui?

Castiel: Você? Quem é você?

Viktor: Eu sou Viktor! Prazer! – Deu um sorriso bobo. –

Eu: Viktor... Vamos para casa, o clima aqui tá meio pesado!

Castiel: Como assim? Qual a relação com esse cara?

Viktor: Somos com irmãos! Não biológicos. Claro! E bem que você poderia se apresentar!

Eu: Viktor, este é o Castiel. Aquele do estacionamento, ele também é da nossa classe. Agora vamos, ainda temos que ajeitar suas coisas!

Viktor: Sim eu me lembro bem dele! Vamos...

Viktor e eu saímos deixando um Castiel soltando fumaça pelas orelhas. Eu e eu “irmão” voltamos para a minha casa. Sorte que tinha 05 quartos: O meu (Claro!), o dos instrumentos, e mais três. Fora o banheiro do corredor. Ainda bem que todos os quartos são suítes com varanda. Arrumei o quarto em que Viktor passaria a noite e fui atrás dele, ele estava no terraço.

Eu: Viktor, eu já arrumei o quarto.

Viktor: Valeu; amanhã eu vou comprar umas coisas para decorar meu novo quarto.

Eu: O QUE? E A HISTÓRIA DA MUDAÇA? FALA SÉRIO VIKTOR!

Viktor: Hehe’ foi mau! Achei que você fosse brigar comigo. – Ele abaixou a cabeça, soltei um suspiro. –

Eu: Então você decidiu sozinho que vai morar aqui?!

Viktor: É isso aí! Hahaha’ Somos irmãos então não tem nada demais...

Eu: Bom se você vai morar aqui é melhor falar com a Agatha-san!

Viktor: Por quê?

Eu: ”POR QUE”? POR QUE ELA VAI FICAR MALUCA QUANDO VIR UM CARA MORANDO COMIGO SEM ELA SABER!

Viktor: T-tá legal! Vamos.

Fomos ao meu carro para o hospital da minha tia. Expliquei para ela a história do Viktor morar comigo, também falei que ele fez parte do meu passado e contei toda a história entre mim e ele. Viktor estranhou que a Agatha-san soubesse sobre essa parte da minha vida.

Eu fui para a minha casa, Viktor fez uma cópia da chave do APÊ e passou o dia fora comprando as coisas para o quarto dele.

P.V.P. Lysandre

Estava em casa, quando o Castiel me ligou pedindo que eu fosse a casa dele. Troquei de roupa e fui a sua casa, já na porta pude ouvir algo sendo quebrado. Suspirei e toquei a campainha, ele abriu e me encarou. Castiel estava apenas de bermuda, deu espaço pera que eu entrasse, entrei, ele bateu a porta e começou a falar.

Castiel: COMO ELA TOM CORAGEM DE FAZER ISSO COMIGO? ELA AINDA TEM CORAGEM DE SAIR POR AI COM OUTRO CARA... – Ele parou, finalmente, para respirar. E eu pude começar. –

Eu: Castiel respire! E por favor, me conta direito o que aconteceu! E de quem você tá falando?

Castiel: Da Aice é claro! – Falou como se fosse óbvio. –

Eu: E o que ela fez?

Castiel: Não é o que ela fez, é o que ela ESTÁ fazendo!

Eu: Que é... – Levantei uma sobrancelha ainda sem entender nada. –

Castiel: ME DEIXANDO MALUCO! Fala sério, eu vi ela hoje lá na cafeteria com um cara! Ela sabe que eu odeio quando ela faz isso!

Eu: E o que você fez com ela?

Castiel: O que?

Eu: Você deve ter feito alguma coisa e ela viu! Então; o que você fez?

Castiel: Droga! Ela me viu beijando outra garota!

Eu: Poderia, por favor, me explicar isso direito?

Castiel: Uma garota me mandou um bilhete se passando pela Aice. Me pedindo para me encontrar com ela no porão, mas quando cheguei não era a Aice, mas sim a tal garota. – Parou. -

Eu: Continue!

Castiel: Bem; ela se declarou para mim, aí ela me beijou! E eu acabei...

Eu: Castiel; o que você fez?

Castiel: Eu correspondi ao beijo. E então a Aice apareceu. Eu tentei falar alguma coisa, mas ela saiu rápido do porão. No final da aula eu pensei que ela ia embora comigo, mas não, ela apareceu com o cara que ela tava na cafeteria e foi embora com ele.

Eu: Então no final de tudo a culpa é toda sua!

Castiel: QUE? Claro que não! Tá certo que eu não deveria ter correspondido ao beijo, mas não é por isso que ela devia ter saído com outro cara! Isso me irrita e ela sabe!

Eu: E por que isso te irrita tanto?

Castiel: Eu não sei! Me irrita o fato dela estar com outro cara. Não quero nenhum outro homem perto dela! – Ele passou a mão pelos cabelos apoiando os cotovelos nos joelhos. –

Eu: Pelo visto você se apaixonou por ela!

Castiel: O que? Não! Eu NÃO me apaixonei por ela! Que isso fique claro!

Eu: Então me dê um BOM motivo para você ficar com tanta raiva dela por ela ter saído com outro cara!

Castiel: Bem... Arrgh! Vai se fuder Lysandre! – Soltei uma leve risada. – Mas, enfim, cara o que eu faço para ela me escutar?

Eu: Bom... Que tal o obvio? Conversar com ela e pedir desculpas!?

Castiel: Vamos pensar em novas ideias!

Eu: Cara vai a casa dela e conversem! Só se esclareça...

Castiel: ISSO! Valeu Lysandre! Eu vou lá agora... E você?

Eu: Bem, eu vou à loja do Leigh. Parece que a Rosa tá lá também!

Castiel: Certo, vamos!

Me levantei do sofá, olhei para Castiel e vi que ele ainda estava só de bermuda e brinquei!

Eu: E você vai vê-la desse jeito? – Sorri. –

Castiel: Ah... Merda; me espera aqui! – Ele foi correndo para o quarto no andar de cima e voltou com uma camisa e calçando uma chinela. –

Eu: Bom, vamos!

Ele assentiu e saímos da casa. Eu fui para a loja de roupas do Leigh e Castiel para a casa da Aice!

P.V.P. Castiel

Estou na porta do APÊ da Aice, tentando me acalmar para então falar com ela. Depois de uns minutos respirando bem fundo, toquei a campainha. A porta abriu e vi Aice, ela estava com isso:

Só que os óculos estavam pendurando na blusa. (N/A: Só pra constar eram umas: 16h40min.) Seus cabelos estavam soltos e meio molhados. Ela então estralou os dedos na minha frente, me tirando do transi de olha-la.

Aice: O que faz aqui?

Eu: Vi falar com você!

Aice: Não temos mais o que conversar.

Eu: Temos sim! Você nem me deixou explicar!

Voz: Aice! Já, já eu tô pronto!

Era uma voz masculina e eu conheço essa voz, olhei por cima dela e vi o tal Viktor descendo as escadas. Ele estava com o cabelo todo molhado, estava apenas com uma bermuda branca e uma toalha no pescoço. Olhei novamente para Aice e continuei.

Eu: O que é isso?

Aice: Nada. Vamos apenas sair.

Eu: Aposto que vocês já fizeram a “festa” aí né? E agora o que vai fazer? Sair por aí mostrando que tá com outro? – Serrei os punhos. –

Viktor: Aice-chan eu perdi alguma coisa?

Aice: Não! Relaxa e vai terminar de se vestir! – Ele apenas subiu novamente. Ela me empurrou, saiu e fechou a porta atrás de si. –

Eu: Qual é a sua?

Aice: Escuta aqui! Você foi quem veio na minha casa e insinuou que eu fui para a cama com o Viktor. Então eu pergunto: O que deu em você?

Eu: Você! Foi você que aconteceu. Sabe que não gosto de te ver com outros caras!

Aice: Não sei que moral você tem para me dizer isso! Você ficou com outra garota! E eu NÃO fiquei com o Viktor!

Eu: Claro que não! – Ironizei. – Só foi pra cama com ele!

Aice: QUER CALAR ESSA BOCA?! NADA ACONTECEU; SOMOS IRMÃOS!

Eu: Hãn? – Arregalei os olhos. – IRMÃOS? VOCÊ É FILHA ÚNICA!

Aice: Não; não irmãos biológicos! Ele... É filho do Matt. Ela também foi um dos poucos amigos que tive!

Eu: Isso não explica por que ele tava só de bermuda na SUA casa!

Aice: Ele vai morar comigo!

Eu: O QUE?

Aice: O quarto dele já está todo arrumado, minha tia já sabe e eu estou de boa! Melhor do que viver sozinha!

Eu: Pra mim já chega! Eu vou embora; divirta-se com o Viktor. – Não dei tempo para ela responder e fui embora. –

Chegando em casa fui tomar um banho, debaixo da água fria fiquei pensando nela e não pude evitar me deixar cair no chão e chorar como uma criança.

Castiel sussurro: “Como posso estar tão fraco á ponto de cair de tristeza?”

Saí do banheiro vesti uma calça moletom e fui tocar guitarra, porém não pude deixar de soltar uma lágrima solitária.


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