Os olhos violetas escrita por Flávia Monte


Capítulo 50
Capítulo 50 - De volta a Grécia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Como o previsto Bernardo logo concordou em ir para Grécia comigo, apesar de não gostar do fato de irmos nós três. Eu também não gostava, e admiti. Harry e Bernardo foram amigos um dia, contudo, não era amizade que via entre os dois dentro do carro. Logan estava dirigindo e eu fui no banco de trás com Harry, enquanto Bernardo nos olhava do lado do motorista.

Não estávamos muito longe da costa, então o clima dentro do carro não durou por muito tempo. A cada instante eu conferia se Harry estava bem.

— Preciso saber como você está – Sussurro para que apenas Harry me escute. - Se não está com febre, se não está com dor. Se você tem disposição para ir nessa viagem, se não foi apenas seu novo amigo que te convenceu. Se...

— Cala a boca, Suzanna. Só quero dormir. – Resmungou o impaciente e se virou para a janela. Não escuto seus suspiros baixos se estabilizarem, logo sei que Harry não dormiu.

Não preciso acorda-lo quando paramos o carro, por que assim que Logan destranca a porta, Harry sai e vai direto para o barco. Bernardo vai atrás, depois de me dar uma boa olhada que me dizia tudo o que ele pensa. Harry é um inimigo.

— Achei que você fosse surtar. – Sorri para Logan e o abracei. – Pensei que você iria gritar comigo que era suicídio ir para Grécia com aqueles dois.

— E você me escutaria? – Logan era perfeito. Eu não posso negar. Alto, cabelos castanhos, olhos dourados, braços fortes, corpo definido, engraçado, carismático, observador, vive em meus sonhos  e eu acabo dentro dos dele também. Não sei se há muito do que me queijar. A tem sim uma coisa, Logan é tipo meu irmão. - Bem que eu poderia ter te conhecido em outra época.

— Concordo.

Dou um beijo em sua bochecha, mas ele me surpreende e quase que o beijo pega sua boca. Idiota. Digo um até logo e escuito um “cuida-se” de Logan. A bombordo estava um Olho preto e a estibordo estava um Olho dourado. Fui até Bê e me apoiei no ferro, ao seu lado.

Bernardo não me expulsou, contudo também não falou muita coisa. Apenas quando eu lhe disse que não tinha um plano ele reagiu. Rindo.

— Eu já esperava que não. Apesar de pouco tempo que te conheço, acho que nunca vi você tendo um plano.

— Bem, podemos só passar pelo labirindo do que subir dozentos andares. –Sorrio olhando para Remendo que está seguindo o barco. – Teremos que achar o túnel na montanha e lá dentro será mágica. – Abro as mãos como se saissem faiscas delas.

— E lembrando-se sempre que você estará sem a sua. Como pretende arrebentar as grades da tão estraordinaria prissão de Parole?

— Com dois homens fortes fazendo todo o serviço. – Sorrio e Bernardo fecha a cara.

— Não sei por que você o trouxe. Harry só irá nos atrasar.

— Não é você que está correndo contra o tempo. – Resmungo, sentindo como se Bernardo estivesse querendo insultar Harry, apesar de eu não me importar. – Preciso da cura. Até poderíamos usa-la em campo de batalha.

— Batalha?

— Antes de Mike partir... Ele me avisou que virá A Grande Guerra. Precisaremos da Cura. E cara... Eu estou louca para tudo isso acabar e eu começar a viver minha vida como ela era.

— Só quero que o clã do seu amiguinho ali. – Aponta para Harry. – acabe e suma do mapa. Não aguento mais me sentir preso a eles, ainda! E se o Branden morrer logo, todos poderemos seguir em paz.

— Paz... – Sussurro e percebo que ainda temos muitas milhas pela frente.

Encaro o desenho que minha tia fez e finalmente suspiro de alivio.

— Com certeza é essa montanha.

— E agora, como achamos o túnel? – Perguntou-me Harry, com cara de poucos amigos.

— Vocês escolhem, começamos por baixo, ou por cima. – Digo alegremente, sem conter minha felicidade por finalmente ter encontrado pelo menos o lugar certo.

— Poderíamos comer algo antes. – Bernardo anda na frente a caminho de algum restaurante nessa avenida. Grego, é claro. Quando crio coragem para contestá-lo todos escutam minha barriga roncar e no mesmo instante fico vermelha de vergonha.

Não ficamos procurando por muito tempo, mas encontramos um restaurante que o cardápio tinha nos agradado. O restaurante se chamava “Esse é o lugar” em grego. Achei uma graça e o preço parecia razoável também. Estávamos apenas nós três, ainda assim não poderíamos gastar muito.

Depois de gastarmos uma merreca para nos hospedar em um dos quartos na casa de Ruan, primo da Sofia, começamos a andar até A montanha. Aqui na Grécia não tem tantas montanhas e raras são as que não têm casinhas brancas e azuis, contudo na folha não dizia se teria casas no morro.

Enfim, subimos e começamos a procurar uma entrada para O túnel. Apesar de termos entrados por alguns buracos não chegamos a encontrar nenhum túnel que fosse longo o suficiente. O que não fazia tanto mal, por que todas as armas que usaríamos estão na casa do Ruan. Não era a mesma casa da qual fui socorrida por ele, na vez passada, e sim uma ao lado. O primo da Sofia não morava nessa, e sim alugava para turistas, e seremos nós essa noite a usar.  

Após passar das dez horas da noite decidimos voltar até o quarto e dormir até o dia seguinte. Durante todo o processo de procura Bernardo e Harry discutiam a cada instante, principalmente se, por acaso, acabassem de se tocando. Apesar do que possa parecer, eu não fiquei irritada deles dois sempre estarem batendo boca.

— Babaca! – Soltou irritado Bernardo, depois de ter sido empurrado por Harry caindo de bunda no degrau da escada de pedras enquanto desciamos da montanha.

— Escroto! – Gritou Harry agindo como se nada que Bê pudesse falar fosse magoá-lo.

— Eu sou o teu mestre, e se você continuar...

— Você não poderá fazer nada! – Sibilou Harry andando ao meu lado. Olho para trás e vejo Bernardo levantando, fechando o punho e vindo rápido em nossa direção.

Após um soco bem dado nas costas do meu ex-paciente, meu amigo continuou com os ombros tensos.

— Cachorrinho de madame. – Murmurou o moreno de tatuagem fechando a cara.

— Não fale nada a respeito da Suzanna. – Bernardo me olhou rapidamente e depois voltou sua atenção para o Harry. – Eu vou te matar assim que você deixar de ser necessário, Wegel. E você sabe disso.

— Não falei nada sobre a sua amada. – Irritou-se Harry e agora chegou para mais perto. Mais perto de mim. Segurou um dos meus cachos castanhos entre seus dedos longos e sorriu. - Eu não viraria cachorrinho de uma garota inútil pelo menos.

Dei um tapa na mão de Harry e continuei descendo tentando não cair nas pedras soltas. Vendo minha dificuldade em descer os últimos degraus, Bê se propôs a me ajudar. Eu até iria agradecer e até me segurar nele, contudo Harry riu e murmurou um “ínútil”, que realmente me ofendeu. Negando com a cabeça desci até o final e me lembrei de um fato muito importante:

— Agora teremos que subir outra escada até chegar na casa do Ruan.

Após alguns xingamentos, de todos os participantes dessa longa caminhada, seguimos andando. Harry ia à minha frente chutando algumas pedrinhas que via no caminho. Pelo seu jeito um pouco mais desengonçado do que o de um bom espião dos Olhos de fogo, suspeitei que sua saúde ainda não estivesse boa. Havia mais suor em sua testa do que na de Bernardo, e pelo porte fisíco de cada um aquilo também era estranho.

Chegando à porta do primo da Sofia bati três vezes, duas e depois cinco. Era como se fosse um código que Ruan inventou. Já que o ruivo sempre tem que fugir dos Olhos de fogo, apenas pessoas confiaveis ficavam por perto. Sendo assim, uma batidinha na porta é pelo menos uma dica de quem estaria aqui fora. E o lado bom de ter desejado entender grego, na ultima vez em que estive aqui e único outro momento em que estive, é que agora converçar com ele e outros gregos não é mais difícil. Não para mim, pelo menos.

Após longos e torturantes minutos Ruan abriu a porta com um sorriso muito bonito e se apoiou contra ela. Ainda tão quieto quando da última vez, o garoto não falou muitas palavras quando passei por ele. Apenas um “você está acabada.”. Com um pequeno sorriso cançado entrei e agradesci a hospitalidade, perguntei se tinha Kit de primeiros socorros e rapidamente Ruan trouxe para mim.

— Se machucou? – Zoou Harry. – Muito fraca mesmo. Como alguém como você ficar responsavel por mim. Nunca vou entender aquele velho. Vou ficar com a cama, vocês dividem o sofá do demoniozinho ali.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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