N: Katrina.

Quando Zoe disse essas palavras, meu coração bateu com mais força, mas eu não sabia dizer se era felicidade ou raiva. Eu não sabia se ainda o amava ou se o odiava o suficiente a ponto de mata-lo.

– O que? - minha voz quase não saiu.

– Loki está vivo e finge ser Odin. - explicou ela.

Agora eu tinha certeza: era raiva.

– Mas eu o vi morrer! - afirmei.

– Parece que ele mente melhor do que você pensava! - diz Paôla.

Me levantei e disse: - Voltarei para Asgard.

– Nem em sonhos! - protestou Zoe se levantando.

– Se voltar, você corre perigo. - disse Cléo.

– Em primeiro lugar: corro perigo de qualquer jeito. E em segundo: estou com uma vontade enorme de pega-lo pelo pescoço e o fazer se arrepender de todas as suas mentiras.

– Controle-se, Katrina. Não deixe a raiva de dominar. - Paôla tenta me acalmar.

– É complicado. Principalmente quando ele é o seu ex-noivo ainda apaixonado na qual, como dizem aqui na terra, “eu o amo, só que não”!

– Você disse que o amava! - perguntou Cléo confusa.

– Não amo mais. - corrigi.

– Correção: ela não sabe o que sente. Não sabia nem lá na torre quando disse que o amava e nem agora quando afirmou o contrario. - disse Zoe.

Zoe estava certa, mas eu não queria admitir isso. Então, eu perguntei: - E acaso que meio você tem de saber o que sinto ou não.

– Telepatia.

Revirei os olhos com raiva e perguntei: - Que poder você não tem?!

– Boa pergunta! - disse Paôla, irônica.

– Seria cansativo dizer os que não tenho. Essa é minha mutação: todos os poderem mentais que você imaginar e fator de cura acelerado.

Assoviei impressionada. Realmente Zoe era a mais poderosa entre nós. Eu ainda não os conhecia, mas hoje eu sei alguns: Telepatia, telecinese, campo de força, hipnose, comunicação com animais, detectar ondas de rádio (tem muitos que não sei o nome, mas sei que ela faz), super audição, visão raio x e... que eu me lembre é só isso mesmo.

Jean ouvia Zoe falar de seus poderes e seu incomodo era perceptível. Já ouvi a história: duas mulheres lindas e extremamente poderosas que se desprezam por uma mera competitividade, por mais que neguem. Isso é... infantil. Embora todos saibamos a absoluta verdade: que Zoe é mais forte.

– Se é tão forte assim, por que não a ajuda sozinha? - ela perguntou.

– Srta. Grey, nós duas sabemos que ninguém é capaz de cumprir essa tarefa sozinho. Nem mesmo nós duas: as únicas classe 5 com poderes ilimitados e... coisa e tal. - respondeu Zoe como se nem ligasse.

– Você tem um grande ego! - afirma a mulher de cabelos rubros.

– E você não tem? - responde a de cabelos alvos.

A campainha toca. A última pessoa que eu achei que bateria a porta estava lá. Decidi eu atender. Caminhei até lá e abri a porta, me surpreendendo com quem estava lá:

– Steve?

– Katrina, que bom te ver. - ele diz sorrindo. Devolvo o gesto.

– O que faz aqui?

– Achei que precisava de ajuda. Pelo que vi, você está com grandes problemas!

– Você nem imagina. Agradeço por se preocupar, mas eu já tenho toda a ajuda possível, como pode ver.

– Claro. Os X-Mans. E os Vingadores ainda estão te ajudando...

– Sei disso...

– ... então qualquer coisa, Zoe nos liga...

– O que Zoe tem a ver com vocês? Não é uma vingadora!

– Sim, e nem uma mutante, - como vocês falam aqui no Brasil mesmo, hem? Ah, lembre: “Sabe de nada, inocente!” - mas ela era uma agente da S.H.I.E.L.D. e nos ajudou contra a hidra, além de ser amiga de longa data de Viúva e ex-namorada do Gavião.

– Então é só amizade.

– É!

Não precisei olhar pra traz para saber que Cléo estava lá. Ela colocou a mão no meu ombro e disse:

– Rogers.

– Michell. - ele responde.

– O que faz aqui?

– Me oferecendo pra ajudar, e você?

– Ajudando. Vai entrar.

– Obrigado pelo convite. - ele diz entrando.

Me senti uma idiota em não ter o chamado para entrar. E se Cléo não houvesse chamado, talvez eu me esquecesse. Não sei exatamente a razão, mas perto dele, eu me esqueço de tudo. De Kazumi, Loki, Asgard... me esqueço de todos os meus problemas. Era como se eu soubesse que, enquanto Steven estivesse ali, eu estaria segura. Se era parecido com o que eu sentia com Loki? Bom... era bem parecido, na verdade.

– Mais um?! - perguntou Paôla.

– O Capitão está aqui para ajudar. - declarou Cléo.

– Não precisamos dele. - afirmou Scott.

– Não importa se precisam ou não. Não vou ficar parado enquanto uma amiga corre perigo. - ele afirmou, como se fosse um discurso.

– Amiga? Já? - perguntou Zoe, fazendo com que eu me sentisse um pouco ofendida.

– Por que não? É amiga do Thor, é confiável e incrível. Eu já a considero minha amiga. - diz Steve sorrindo pra mim.

Na hora, fiquei meio sem graça. Então respondi sorrindo: - Eu sei que te conheci hoje, mas você é um bom amigo, Steve Rogers.

Ouvimos, então, um barulho enorme vindo do jardim. Era um enorme tornado, mas que não saia do ligar e tinha um brilho dourado. Me encontraram... de novo.