Perpétuas Mudanças escrita por Hunter Debora Jones


Capítulo 7
Escassa confiança


Notas iniciais do capítulo

Ei, oi, e olá! Como vão vocês?
Bem, aqui vai mais um capítulo depois de tanto tempo sem postar, não sei se isso já é uma volta, então encarem como um presente de natal! Hahaha :-P
O nome do capítulo é somente um resumo do capítulo mesmo, ou seja, muitas tretas aí.
E quem estiver acompanhando/lendo pode dar um salve aí nas reviews que u fico feliz de saber a opinião da galera, e aí quem sabe eu não volto de vez U_U okay, parei de drama, vamos ao capítulo.
Boa leitura!



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Foi necessária a espera de uma noite inteira na base médica da S.H.I.E.L.D. para liberarem a visita para ver Fury pela última vez.

Sobre uma maca de hospital, numa sala silenciosa e branca o corpo de Nick Fury se encontra, sem vida. Nunca imaginei que um dia ele morreria — não que eu pensasse que ele fosse imortal —, mas não pensei que viveria e veria esse dia chegar, e aqui estou eu.

Steve Rogers está ao lado da porta, quieto, com os braços cruzados, com a sua postura de soldado que não o deixa em um segundo sequer. Natasha Romanoff que é a única que está próxima ao corpo de Fury, despedindo-se dele, se faz de forte, mas dá para ver o quanto ela sente a sua perda, a verdade é que todos nós sentimos, embora, não expressemos muito. Quem fez isso com o Fury, não imaginou o tamanho do perigo em que se colocou, ou então, é um suicida. Seja como for, pagará muito caro pelo que fez.

Aproximo-me do corpo de Fury que está cheio de hematomas e ferimentos, dando a volta na maca para ficar no sentido oposto em que Natasha está. Ela nem me olha, ou fala qualquer coisa. Sua atenção está toda em Fury, os seus olhos estão vidrados nele. Ela coloca a mão sobre a sua cabeça com carinho em um ato de despedida. Esse gesto faz surgir uma ideia muito comum em minha mente.

Quando Natasha retira a sua mão, eu imito o seu movimento anterior. Com a minha mão sobre a cabeça de Fury, espero alguns segundo transcorrerem, então inclino a minha cabeça lentamente para baixo, checando se Nick Fury não tem mesmo respiração. Essa é a ideia.

Sinto os olhares inquisidores de Natasha e Steve sobre mim, mas não me importo. Não é a primeira vez que faço algo do tipo, e creio que também não será a última. Gosto de ter a certeza das coisas por minhas próprias mãos.

Um momento de silêncio, e não ouço nem um mínimo indício de respiração em Fury. Levanto a minha cabeça novamente, deixando a minha mão cair ao lado de meu corpo, fitando Fury com seriedade. Ele não pode estar morto.

— Ele está morto. — Natasha murmura para mim, como se ouvisse meus pensamentos e os contrariasse. Dou-lhe um breve olhar, sem dizer qualquer coisa por ora, até que quebro o silêncio e digo:

— Ainda falta checar o pulso. — e levanto a minha mão novamente, só que dessa vez na direção do pescoço de Fury.

— O que você está fazendo?! — uma voz feminina se sobressalta na sala, e eu paro com a minha mão a meio caminho do trajeto.

Viro-me para a direção que veio a voz, e me deparo com Maria Hill, em uma inesperada aparição.

Sorrio amarelo.

— Nada, senhora... Eu só estava... — tento formular uma resposta em que eu não pareça uma louca de pedra, mas o que consigo, é só gaguejar em meio às palavras. Respiro profundamente desistindo de explicar, ninguém nunca entende, então por que explicar? Desistindo, dou passos largos para me retirar da sala, antes de sair, murmuro por educação: — Me desculpem.

Da silenciosa sala em que estava há um segundo, me choco com a agitação externa dela, estou novamente em um movimentado corredor da base médica da S.H.I.E.L.D, e não posso deixar de me perguntar o que há de errado em querer confirmar se uma pessoa está realmente morta? Por que as pessoas sempre se assustam quando eu faço isso?

— Jessie.

Viro-me ao ouvir meu nome, deparando-me com a presença de Brock Rumlow. Conheço Rumlow desde que entrei na S.H.I.E.L.D, já treinamos algumas vezes juntos e já saímos também, ele é uma ótima companhia para beber e farrear, mas apenas isso. Ele está com a sua vestimenta do S.T.R.I.K.E, e totalmente sério. No fim do corredor, noto que há outros membros da S.T.R.I.K.E. também, armados. O que no mínimo indica que ele não está aqui para me rever, ou marcar algum happy hour.

— O que aconteceu? — pergunto de uma vez, a Agente 13 provavelmente já deve ter ido chorar para um dos líderes pedindo a minha cabeça.

— Querem falar com você lá em cima. — ele gesticula com a cabeça. — O que deu em você pra bater de frente com a Agente 13?

Esboço um sorriso de divertimento. Eu sabia. Brock espera uma resposta.

— Eu estou tão ferrada assim?

Ele apenas faz uma careta, que encaro como: “Você pagou para ver, agora espere”.

A porta da qual saí minutos antes se abre e Natasha passa por ela apressada, sendo seguida por Steve. Não consigo acompanhar o que acontece, por que Brock pega em meu braço, e diz:

— Espere lá na porta. — eu o fulmino, alternando o meu olhar entre a sua face e a sua mão que segura o meu braço. Ele percebe a minha reação, mas não dá importância, apenas me solta e não dá nem uma desculpa antes de sair em direção de Steve.

Suspiro cansada.

— Idiota. — murmuro entredentes, com raiva de Brock por ele me tratar como se fosse uma criminosa, ou pessoa do tipo. Dirijo-me a equipe S.T.R.I.K.E, parando próxima a eles. Recebo alguns olhares avaliativos, mas não me importo.

Brock volta, mas Steve não vem junto com ele, parece conversar algo com a Romanoff.

Brock fica conversando aos sussurros em seu comunicador que está em seu ouvido direito. Os membros do S.T.R.I.K.E. falam impacientes sobre a demora. E eu espero como o mesmo ânimo de espírito.

Cruzo os braços sobre o peito, talvez eu não devesse ter batido de frente com a Agente 13 e eu estaria liberada agora. Mas eu estava sobrecarregada de estresse, e ela foi a pessoa mais próxima de mim que eu tinha motivos para descontar. Escapuliu. O que mais eu poderia fazer?

— Vamos. — Steve fala para Brock, se fazendo presente.

— Certo, vamos. — Brock concorda, e nós somos escoltados em nossa caminhada, sem mais palavras.

***

O Capitão Steve Rogers foi autorizado a vestir o seu traje para dar o seu relatório depois, regalia que uma simples agente nível 3 não recebe nem para beber água. Estou sendo escoltada somente pelo Brock e dois membros do S.T.R.I.K.E.

O que me faz lembrar o colégio militar em que estudei por anos, sempre que aprontávamos alguma, e os supervisores descobriam, éramos mandadas para a diretoria. Nós, o grupo 663 (longa história sobre a origem desse nome), gostávamos de aprontar muitas quando tínhamos chances, e ninguém escapava, e claro, que sempre havia uma punição severa quando éramos descobertas. Mas de qualquer jeito, o sistema lá era pesado, e tínhamos que nos divertir de vez em quando. O grupo era membrado por apenas três garotas, Mia Jones, que era terrível quando entrava em uma, Natalie Clarke, que era quem tinha as ideias mais lendárias, e que acabavam nos ferrando mais tarde, e eu, que sempre encorajava a irmos além. Foi uma época ótima, perdi o contato com elas assim que entrei na C.I.A., eu tive que cortar todos os laços que tinha, era necessário, tanto para o bem delas e de meus próximos, quanto para o meu. Mas nos tempos de colégio, éramos inseparáveis.

Rio, ao lembrar as confusões em que nos metíamos, houve uma vez em que Mia quase incendiou a biblioteca, foi desesperador na hora, mas depois rimos de tudo. Ela quase foi transferida, mas, por sorte não havia outro local que pudessem transferi-la, então tiveram que aguentá-la, o que gerou mais confusões no futuro.

A sensação de estar sob o olhar de todos me atinge, então eu lembro que estou com uma cara de quem acabou de lembrar-se de uma piada muito engraçada, e ainda rindo, quando estou indo para um interrogatório.

Suavizo a minha expressão, agindo como se não notasse os olhares deles sobre mim. E assim, aos poucos os olhares se dispersam.

— Conselho Mundial de Segurança. — Brock fala depois de adentrarmos o elevador, e a voz eletrônica confirma a nossa subida. Estou começando a achar estranho todo esse estardalhaço, Brock coloca a mão sobre o meu ombro direito, chamando a minha atenção, o olho, e ele diz:

— Olha só, não precisar ficar preocupada, é só contar tudo o que sabe que vai ficar tudo bem.

Meneio a cabeça concordando, sem proferir qualquer palavra. O problema é: eu não posso contar tudo o que sei.

As portas do elevador se abrem depois do bipe eletrônico ressoar por ele, e sou conduzida por um corredor. Avisto a Agente 13, próxima a uma porta, e me controlo para não revirar os olhos diante da sua presença.

— Agente 13, aqui está ela. — diz Brock, e ela me analisa brevemente. — Parte da equipe S.T.R.I.K.E. está com o Capitão que vem logo em seguida.

— Obrigada, agente Rumlow. Quando o Capitão Rogers chegar peça para ele vir à sala do senhor Pierce, que quer conversar com o Capitão. — ele concorda em um meneio de cabeça, e sai em seguida com a sua equipe, deixando-nos sós.

— Vamos lá, agente Wally. — A Carter fala, mostrando desgosto quando me encaminha para a sala que suponho ser de Alexander Pierce, um dos líderes sênior na S.H.I.E.L.D. O meu ânimo é parecido com o dela, não gostaria nem um pouco de estar aqui.

Entramos em uma sala depois que ela bate na porta e é permitida a entrada. A sala me lembra a de Fury, só que essa é muito mais ampla, ou é o que me dá impressão. Há uma mesa de reunião em um ponto da sala, e vários quadros espalhados por suas paredes, o que não tem muito na sala do Fury. De todo o resto, é semelhante à sala do meu recente falecido chefe. Meu estômago se embrulha, quando penso que ele realmente morreu.

— Senhor Pierce. — A Agente 13 começa a falar, então Alexander que estava em pé inclinado sobre a mesa, e com o olhar ocupado com algo sobre ela, dirige o seu olhar a nós. — Aqui está a agente Wally. — ela termina fazendo um gesto em minha direção. — E o Capitão já está a caminho.

— Obrigado, Sharon. — ele agradece, afável. Ele parece ser um homem virtuoso, ainda mais para alguém de seu ramo. Ele tira o seu paletó, pendurando nas costas de sua cadeira, continua: — Eu chamo à senhorita quando terminarmos.

— Tem certeza, senhor? — ela pergunta indecisa com a sua atitude.

— Absoluta. Pode nos deixar a sós. — quando ele fala, demonstra superinformalidade. Não sei se ele é um “chefe legal”, ou alguém que quer apenas persuadir com esse jeito de boa pessoa. — Só vou conversar com a agente Wally sobre o ocorrido, não é necessário de mais ninguém. A senhorita pode esperar lá fora e me avisar quando o Capitão chegar.

— Certo, senhor.

Sharon aparenta estar um pouco contrariada, antes de sair e fechar a porta atrás de si.

— Sente-se, agente Wally. — ele me aponta uma poltrona a sua frente, e eu o obedeço. Ele faz o mesmo, só que sentando em seu assento.

— Obrigada, senhor.

E então o silêncio se estabelece por alguns segundos. Sobre a mesa de Alexander Pierce encontram-se alguns papéis que ele analisava, e que ele voltou a avaliar, minha curiosidade se acende, e eu quase estico o meu pescoço para ver o que toma tanto a sua atenção assim. Então o seu olhar se dispersa dos papéis e ele encara diretamente a mim.

— Você estava com Nick quando tudo aconteceu, não é? — ele pergunta, iniciando a conversa.

— Na verdade eu estava de tocaia vigiando o Capitão, o senhor a essa altura já deve saber que o diretor Fury tinha me mandado protegê-lo. — expliquei, e ele assente. — Quando ouvi os tiros vindos do apartamento do Capitão, fui ver o que tinha acontecido. Quando cheguei, o diretor Fury estava já ferido. — explico contando o que aconteceu, ouvindo atento o que eu digo, ele balança a cabeça pesaroso.

—Nick Fury era o meu amigo, sabe? — balanço a cabeça afirmativamente, mesmo não sabendo que eles eram amigos, força do hábito. Ele continua: — Eu e ele nos conhecíamos há uma longa data. Lembro de quando Fury salvou uma vez a vida de uma dúzia de funcionários ignorando ordens diretas, também incluindo a vida da minha própria filha. Eu o promovi. E agora, o meu amigo está morto, assassinado.

— Sinto muito, senhor. — lamento de verdade, proferindo as únicas palavras que nesse momento sinto.

Ele cruza os dedos das mãos, sobre a mesa. E conta com seriedade:

— Tudo bem, quem fez isso com o meu amigo irá pagar, não importa quem seja. — ele promete. E a voz de Fury ecoa em minha mente, em um aviso: “Não confie em ninguém”. Ótimo, mais uma voz em minha cabeça para me torturar. — Posso contar com você para isso, agente Wally?

Volto a minha atenção para ele, surpresa pelas suas palavras.

— É claro, senhor. Pode contar comigo. — respondo solícita. Suas feições demonstram convencimento.

— Não quis que a Agente 13 ficasse na sala, porque soube que teve desentendimentos com ela essa noite. — ele fala, e aí está o ponto principal da conversa.

— Olha, senhor Pierce. — articulo. — Isso foi um erro meu, eu fiquei nervosa com a situação de saber que a Agente 13 estava na mesma missão do que eu, e ela, nem... O diretor Fury, me informaram.

— Eu não estou interessado no motivo do desentendimento de vocês. A questão é que isso não pode acontecer. — ele faz uma pausa. — A Agente 13, é uma agente nível 9, e ela me disse que ontem Nick lhe disse alguma coisa, quando a equipe paramédica ainda não tinha chegado, e que quando lhe perguntou o que ele te disse, você se recusou a contar o que era. Isso é verdade?

Fico um pouco desconfortável com essa pergunta para responder.

— Sim. — respondo com contragosto, Pierce continua a me olhar, agora inquisitivo.

— Esse é o problema, agente Wally. — ele expõe calmo. — Nós somos a S.H.I.E.L.D, Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão, uma importante agência nesse ramo, possivelmente a mais importante. Nós temos inimigos poderosos, e surgem novos a cada dia que não sabemos do que eles são capazes. Mas temos que estar preparados, então não pode haver falhas ou discordâncias entre nós mesmos, senão a agência entra em um colapso e os vilões se aproveitam disso, e transformam tudo em caos. Você pode compreender isso? — ele pergunta ao fim de seu discurso, e começo a me sentir mal ao ouvir essas verdades. Ele é realmente bom com palavras.

— Entendo, senhor Pierce... — respondo consternada, depois de um suspiro. — E o senhor tem razão, eu me deixei levar pelo calor do momento com a Agente 13, eu prometo que não irá mais acontecer. E aceitarei a punição que o senhor der.

— Oh, isso não é necessário. — ele descarta a possibilidade, prosseguindo: — Se você prometer que isso não irá mais ocorrer, você tem o meu voto de confiança. Mas lembre-se do seu dever aqui na S.H.I.E.L.D. e não desrespeite um superior. E caso ocorra de novo, uma punição severa será aplicada, estamos entendidos?

— Sim, senhor. — concordo aliviada, mal posso acreditar na minha sorte.

— Ótimo. Agora pode me dizer, o que o diretor Fury disse a você antes dos paramédicos chegarem? — ele indaga, e eu gelo a minha expressão, para que não esboce algo que denuncie a mentira que estou prestes a dizer.

— Na verdade... — faço uma pausa, hesitando em constrangimento, programado, é claro. É à hora da atuação. — Ele não me disse nada de relevante, ele me disse apenas: “Não confie”. E eu não faço à mínima ideia do que ele quis dizer com isso. — Pierce está com os olhos em mim, porém parece perdido em meio aos seus pensamentos, e acrescento: — Acho que o diretor Fury estava um pouco... Paranoico ultimamente, me desculpe dizer assim, senhor. Mas eu o achei estranho desde que ele me colocou na missão para proteger o Capitão Porto... Digo, Capitão América. — rio ao falar isso, lembrando do uniforme do Capitão, e da piada de uma simples agente protegê-lo. O olhar de Pierce se mostra fixo em mim.

Notando o que acabo de dizer, controlo o riso, pigarreando, antes de acrescentar:

— Enfim, senhor. Foi isso o que o diretor Fury me disse.

O olhar de Pierce vaga minuciosamente sobre o meu rosto, e eu somente fico em silêncio, esperando. Por fim, ele rompe o silêncio:

— Estranho. Nick não agiria assim sem algum motivo, mas assim era Nick, imprevisível. — ele apoia os seus braços sobre a mesa. — Tem certeza que é somente isso que ele te disse, agente Wally?

— Absoluta certeza, senhor. — respondo prontamente, sem hesitação.

— Então estamos entendidos. Irei descobrir o porquê Nick mandaria que não confiasse em ninguém. — ele promete ao levantar-se de sua cadeira, eu imito o seu movimento quando ele estende a sua mão para mim, e o cumprimento.

— Mais alguma coisa, senhor? — pergunto.

— Sim. — ele responde. — Caso se lembre de alguma coisa, de algum fato ou algo que imagine ser importante, me procure. Está certo?

— Como quiser, senhor. — concordo em um meneio de cabeça.

— Pode ir, agente Wally. Foi um prazer. — ele me dispensa, e eu apenas respondo algo similar antes de caminhar para a porta da sala, abri-la e fechá-la atrás de mim.

Sharon logo me vê, seus olhos parecem como os olhos de uma águia que está prestes a atacar sua presa, e neste caso, a presa sou eu, é claro. Sorrio para ela, e caminho até chegar próxima de sua presença.

— Já acabou? — ela pergunta com uma perceptível e leve irritação em sua voz, alguém ainda parece estar mordida por ter sido chutada da sala. Balanço a cabeça afirmativamente. — E o senhor Pierce já te dispensou de seu serviço?

— Não. — alargo o meu sorriso, o que parece incomodá-la bastante. — E já fui liberada, pode ir falar com o senhor Pierce se quiser.

— E é isso o que farei. — ela diz, antes de sair, e bater na porta de Pierce.

Nervosinha.

Adoraria esperá-la e ver a sua cara de inconformada quando Alexander Pierce falasse com ela, mas tudo o que eu quero neste momento é um hambúrguer delicioso para saciar a minha fome, e esquecer os últimos acontecimentos. Eu não como nada desde a noite passada, então o meu caminho agora é para a lanchonete mais próxima que tiver.

Paro em frente ao elevador, e aperto o botão para descer. Não demora muito tempo e o elevador faz o tradicional bipe eletrônico e as suas portas se abrem, revelando uma pessoa que eu não esperava ver neste momento.

— Steve. — balbucio, embaraçada. Steve impõe presença com o seu famoso traje de Capitão América, que eu apelido de Porto Rico, e o seu escudo que uma vez me salvou, está fixo em suas costas, a sua expressão e postura são de seriedade intrigante, ele está diferente. E sem poder evitar, meu olhar vaga por ele além do que deveria, apesar de tudo, eu não nego, ele é um velhinho bem atraente.

Paro em seu olhar compenetrado, mas distante de mim, como se ignorasse a minha presença. Ou será realmente isso?

Ele dá um passo para fora do elevador, e antes que prossiga o seu trajeto e se distancie de mim sem estender uma possível conversa, ele diz sem emoção:

— Agente Wally.

Não “Jessie”, não “Jessica”, ou qualquer outra coisa, mas sim “Agente Wally”. E essa indiferença me atinge como um tapa na cara.

Fulmino as suas costas como se isso o fizesse mal, mesmo sabendo que não. Ele resolveu me ignorar e me tratar com indiferença, bom, se é assim que ele quer que assim seja.

As portas do elevador ameaçam se fechar, e apresso-me colocando a minha mão para dentro impedindo que elas se fechem, o que me faz quase cair desajeitada dentro do elevador, mas consigo evitar esse desastre antes que aconteça.

Solto um suspiro, murmurando comigo mesma palavras não muito elegantes.

— Dane-se você, Capitão Porto Rico. — as palavras me escapam entre dentes e eu não evito, ao lembrar o que aconteceu anteriormente. Que se dane.

Comando não compreendido”.

A voz eletrônica do elevador retumba, rolo os meus olhos de jeito irônico. Por que será?

— Térreo.

E então assim as portas do elevador finalmente se fecham permitindo o acesso, e o seu tradicional bipe eletrônico retine, quando estou tentando não xingar toda a quinta geração de Steve Rogers.

Eu preciso mesmo de um hambúrguer, urgente.


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Notas finais do capítulo

Eu também preciso de um hambúrguer depois desse momento de indiferença do Cap, fala sério :-(
kkkkkkkk well, this is it, pessoal! Vai ter muita ação (ou o princípio) no próximo capítulo, então podem ir se preparando que forninhos e hambúrgueres cairão. Oi?
Espero que tenham gostado do capítulo, e desejo um feliz natal a todos! Muita paz, amor, e esses paranauês.
Bjs, e não se esqueçam de comentar porque mim gusta!
Até. ;-)