Perpétuas Mudanças escrita por Hunter Debora Jones


Capítulo 5
Revelações


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo já diz tudo ._.
Vem surpresas por aí...
Boa leitura!



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Muitas pessoas descrevem a noite como acolhedora e serena, mas para mim ela é a senhora dos pesadelos. Tempos atrás ela era como para todas as pessoas para mim também, mas hoje, quando minhas pálpebras se fecham, o silêncio predomina na noite em que o meu corpo pede um descanso os terríveis fantasmas me assombram em pesadelos. Em sonhos, ou até mesmo na vastidão do silêncio da minha procrastinação.

Desde NY... Aquela batalha e seus acontecimentos me fizeram recordar de anos atrás, quando eu tinha apenas vinte anos e embarcava em missões da C.I.A. com a maior ingenuidade e falta de destreza quanto ao ser humano que uma jovem poderia possuir, o que eu sabia da vida era sobre dor e desamparo e usava aquilo como uma fonte de superação a cada dia, eu não sabia 1% da verdade sobre o que realmente era a vida, até que aconteceu algo em uma missão de 2004, algo, que destruiu todas as minhas convicções e certezas.

Quando suas verdades são apenas realmente suas verdades, e isso não condiz com a realidade que rege o mundo, é como chegar ao cume da insanidade. É terrível.

Desse jeito que me aconteceu anos atrás, a real verdade colidiu com o meu mundo e isso o desmoronou. Reerguer seu próprio mundo depois disso e mover-se sem deixar que o ceticismo te domine, não é fácil e só há uma solução: esquecer o passado e de tudo relacionado a ele. E foi exatamente o que eu fiz, deu certo durante um longo tempo, mas o passado uma hora ou outra sempre aparece parar te recordar, e plantar em sua mente questões as quais não são possíveis responder, somente para te perturbar.

É assim que todas as noites as paredes parecem ganhar vozes, e os sussurros ecoam em minha mente sem permissão, e imagens se projetarem em qualquer instante de distração em pesadelos reais.

Essa é a verdade, dói e atormenta. Não me arrependo das coisas ruins que eu fiz em meu passado, pois todas elas sempre tiveram um bom motivo para que eu as fizesse, eu unicamente me arrependo das coisas que eu não fiz e que agora já são tarde demais para fazê-las. O remorso é uma praga difícil de se livrar.

E nem todos conseguem se salvar tampouco salvar alguém, ainda mais da morte. A morte é irreversível, e não dá para contrariar o seu tempo.

Pego a chave do meu carro sobre a mesa depois de decidir que cinco horas de repouso já são mais do que o suficientes, não ficarei deitada na cama sendo atormentada e remoendo o passado.

Saio do meu prédio, olho para o céu notando pela sua escuridão e suas estrelas brilhantes o quão cedo está, dependendo da perspectiva está tarde.

Entro no meu carro fechando a porta e já colocando a chave na ignição. Paro para olhar as horas em meu relógio de pulso, são 05h07min, há esta hora eu já poderia ficar de tocaia em frente o prédio do Steve/Capitão América, mas eu já sei superficialmente de sua rotina, já me inteirei ontem que ele tem o costume de correr bem cedo nas redondezas do National Mall, nem sempre, mas tem esse costume. Sei disso porque o Capitão América tem um extenso fã clube de mulheres na S.H.I.E.L.D. (claro que também há homens, mas eu prefiro ignorar esse fato), não foi tão difícil arrancar algumas informações.

Seria ótimo correr pelo National Mall para liberar o estresse, não? Caso eu ficasse a alguns passos do Capitão... ou esbarrasse com ele por aí isso seria apenas uma coincidência, ou, muito divertido.

A ideia se acende acima da minha cabeça como uma lâmpada em desenho animado, corro de volta ao meu prédio para trocar a minha roupa por uma regata e short de corrida e um calçado confortável para correr, dando-me o trabalho somente de fechar a porta do meu carro. A este horário ladrões de carro não costumam estar acordados, e se estiverem por aí procurando um carro o meu não seria uma boa opção já que ele não é tão caro ou moderno como a minha moto, um simples Gol.

Apropriadamente vestida volto para o meu carro e já o ligo com destino traçado em um tempo mínimo, talvez, digno de prêmio de um recorde, com um sorriso tão grande no rosto ao pensar o quanto Nick Fury ficaria nervoso se soubesse os riscos em que estou me metendo.

Paro e estaciono o meu carro na Independence Ave SW., desço do carro e já tranco a porta visualizando o local e constatando que ninguém está correndo por aí, muito menos alguém como o Capitão América, talvez o fã clube da S.H.I.E.L.D. não seja tão atualizado quanto eu pensei que estivesse. Pensando pelo lado bom, quem sabe seja melhor assim, sem motivos para que o diretor Fury fazer reclamações.

Começo a correr, sinto os meus músculos se flexionarem e se aquecerem a cada metro que corro, um vento frio e breve toca a minha face e em pouco tempo vou estabelecendo o ritmo da minha corrida. Não me importo com o frio, pois logo mais não o sentirei pela energia consumida na corrida.

Enquanto corro, minha mente está totalmente centrada no ritmo.

Corro. Respiro, expiro. Transpiro. Mantenho o ritmo.

Me mantenho assim por um longo tempo.

Mas de repente lembro-me dos sussurros, das vozes em meus sonhos e flashes do passado passam em minha mente, e quando percebo estou acima do meu padrão estabelecido.

Meu corpo todo é tomado pela adrenalina do momento, o vento agora bate razoavelmente forte contra o meu rosto enquanto pela calçada os meus passos rápidos aumentam quase ao mesmo tempo em que sinto o meu coração bater.

O céu ainda noturno vem ganhando um tom azulado anunciando a chegada do sol nos próximos momentos no horizonte.

Corro rápido e soo como uma porca, mas eu não me importo, pois somente a adrenalina toma conta do meu corpo e da minha mente impulsionada para ir cada vez mais longe. Eu adoro essa sensação.

— À esquerda. — ouço uma voz familiar se dirigir a mim, e sua imagem velozmente passar por mim como uma sombra.

Titubeio por um momento, primeiro pela surpresa de alguém de repetente falar comigo, e agora ao perceber que essa sombra que passou é Steve Rogers e que ele já está há vários metros a minha frente, tão exibido.

Um sorriso se aflora em meus lábios.

Será que ele percebeu que sou eu? Correndo em um ritmo moderado dessa vez sem deixar me levar pela adrenalina vejo a distância de Steve e mim se aumentar a cada segundo, ele é muito rápido.

E pensar que eu não fiz nenhum alongamento e certamente sentirei os meus músculos moídos amanhã, coisas que eu duvido que possam acontecer com o tão exibido Capitão América.

— Bom dia. — um corredor surge ao meu lado me cumprimentando. Ele parece ser apenas um corredor que gosta de conversar, sociável. Negro, sua altura deve ser de 1,78 mais ou menos, um pouco forte, com certeza seu trabalho exige muita força, e com certeza é do governo, pois noto em sua camisa um símbolo familiar que não me recordo muito bem.

— Bom dia. — respondo educada, tendo a certeza que ele quer apenas uma companhia para a corrida já que mantém o seu ritmo o mesmo que o meu. — E aí, tudo bem?

— Tirando que a cada quinze minutos eu engulo poeira, tudo bem. — ele ri, e eu faço o mesmo. — E você?

— Ah, igualmente. Você deve estar falando do Steve não é? Esse cara é tão exibido.

— Então você o conhece? — ele pergunta, balanço a cabeça afirmativamente. — É, acho que vou ter que concordar que ele é um pouco exibido.

Rimos. Olho para trás, procurando ver se Steve já vem, nada. Mas de acordo com o corredor ele tem alguns minutos mais para aparecer, vamos ver se é verdade.

— E qual o seu nome?

— Sam Wilson. — ele me estende a mão para cumprimentá-lo, e assim o faço, enquanto ainda corremos.

— Jessie Wally. Prazer em conhecê-lo. De qual unidade você é mesmo? — pergunto apontando o símbolo em sua camisa me recordando levemente, ele olha para ela e responde:

— Oh, isso? Bom, eu sou da 58ª Resgate Aéreo, mas atualmente eu estou no departamento para veteranos. Você? — ele deixa a pergunta no ar.

— Não, não. Eu sou apenas uma cidadã comum. — respondo, mais uma mentira que digo dentre dois dias. Um pouco culpada, resolvo contar parte de uma verdade:

— Eu já estive no exército quando era jovem, mas isso foi há muito tempo.

Ele olha para mim sorrindo abertamente, divertido, brinca:

— Nota-se que deve ter sido há muito tempo mesmo.

Eu rio. E então corremos em silêncio pelos seguintes minutos.

E quando olho para trás lembrando de me certificar se Steve está perto, eu me deparo com ele muito próximo a nós. E tudo acontece muito rápido, quando eu o encaro ele parece estar pronto para dizer algo, mas se surpreender com a minha presença não esperada e se atrapalha todo. O que acontece é desastroso, ele colide com as costas de Sam, e os dois inevitavelmente caem ao chão.

Eu gargalho não conseguindo conter o humor.

— Acho que quebrei uma costela. — Sam murmura deitado no chão, Steve se põe sentado no chão dando uma breve olhada em mim, e depois em Sam. Ele diz:

— Me desculpe. — ele diz, se levantando e estendendo a mão para Sam. — Eu me atrapalhei.

Sam pega a sua mão, e se levanta ainda praguejando. Eu rio achando tudo isso muito engraçado.

— Sério, cara? Eu nem notei.

Sam continua a praguejar e Steve sorri para ele, mas logo o seu olhar se volta para mim. Um olhar de suspeita, e eu continuo sorrindo com naturalidade. Ele diz:

— O que você faz por aqui?

Eu arqueio as sobrancelhas levemente, depois de suspirar respondo:

— Eu vim pedir um autógrafo seu Capitão. — pisco para ele, que se surpreende. —Cacei você por todos os lugares na tentativa te encontrar para pedir um autógrafo, se não for demais também quero tirar uma selfie e pedir um beijinho. Que tal?

Ele fica imóvel como se não acreditasse nisso, mas não duvidasse que isso fosse verdade. Olho para Sam, ele sorri vendo que Steve não entende que não passa de uma brincadeira. Eu reviro os olhos, articulando com as mãos, digo:

— Na verdade eu vim fazer o mesmo que você: correr. Não seja tão convencido, você até que é bonitinho, mas eu não faço parte do fã clube Capitão Rogers.

Ele faz uma careta engraçada.

— Essa é uma raridade. — Sam me aponta rindo, enquanto coloca a outra mão para se apoiar em Steve que cruza os braços de maneira séria. — Alguém que não ache o meu amigo aqui o “sonho americano” me faz acreditar que eu ainda possa achar a mulher da minha vida sem que ela morra de amores por ele.

Meneio a cabeça e rimos, menos Steve que contém inutilmente o sorriso que insiste em não ceder. Por fim, ele sorri e quando isso acontece não consigo conter um sorriso. É contagiante.

— Tudo bem, Steve? — pergunto.

Ele balança a cabeça.

— Sim. — responde. — Estou surpreso em vê-la por aqui, corro aqui faz algum tempo e nunca topei com você.

— Nem eu. — fala Sam. — O que é uma pena, é bom ter alguém para dividir a poeira que o Steve levanta quando corre.

— Eu não acho isso tão legal. — protesto reclamando, ambos riem. — Bem, talvez a gente não tenha se encontrado por aqui porque fazia muito tempo que eu não corria por essas redondezas. Eu estava longe, a trabalho.

— Você não me disse com o que trabalha. — Sam expõe, procuro o olhar de Steve em busca de uma afirmativa que Sam é de confiança, mas ele não me dá nenhuma resposta. — Claro, se não quiser contar tudo bem.

— Não, não. Eu trabalho em uma pequena agência de espionagem como consultora... Coisa pequena, nada de impressionante. — falo com muita modéstia e descaramento.

Não vejo, mas sinto Steve sorrir.

— Como eu disse: se não quiser contar, tudo bem.

— Mas é sério.

Sam dá de ombros, e diz:

— Se você tá dizendo eu acredito.

— Pode acreditar, Sam. Ela está dizendo a verdade. — Steve interfere, com um sorriso ele se dirige tanto ao amigo quanto a mim. Eu faço um gesto de agradecimento.

Meu celular vibra constante no bolso do meu short, eu o pego olhando o seu visor.

Chefe chamando”.

Isso quer dizer: Nick Fury me ligando em plena seis e cinquenta alguma coisa da manhã.

— Desculpe, pessoal. Preciso atender essa ligação. — me afasto deles um pouco, e eles engatam em uma conversa. Atendo a ligação, já dizendo:

— Bom dia, chefe. Com saudades de mim?

— Preciso falar com você o mais rápido possível. — ele manda em disparada. Sem bom dia?

— Okay... onde nos encontramos?

— Esteja em cinco minutos no seu carro, eu encontro você. Desligo.

— Mas espe... — ele desliga antes mesmo que eu possa formular uma frase, mas pelo menos desta vez ele disse “Desligo”. — Filho da p...

Espero que o que ele tenha a dizer seja realmente importante, não essas ordens inúteis que ele sempre dá que eu nem posso contrariar.

— Aí, rapazes. — os chamo interrompendo a conversa deles quando me reaproximo. — Tenho que ir nessa, o trabalho me chama.

— Pequena agência de espionagem, certo? — indaga Sam risonho. Eu balanço a cabeça. — Eles levam a sério a coisa.

— Você nem imagina o quanto. — estendo a mão o cumprimentando uma última vez. — Prazer em te conhecer, Sam. Nós nos encontramos por aí.

— Está convidada para visitar o departamento quando quiser.

— Obrigada, a qualquer momento eu apareço, pode contar. — agradeço. Ele concorda com um sorriso.

— Capitão. — estendo a mão para ele que a pega e segura firmemente. Olho em seus olhos azuis e lembro-me de ontem, o momento em que ele se constrangeu no café, e agora eu me sinto constrangida sem qualquer motivo, talvez por ele, talvez por mim. O que diabos deu em mim? Isso não faz sentido.

Ele segura a minha mão como se esperasse que eu falasse algo.

— Obrigada pela corrida. — dou um sorriso nervoso. Solto a minha mão da sua repentinamente desviando o meu olhar do seu, mas antes disso tenho o vislumbre de um sorriso de divertimento em seus lábios. — A gente também se encontra por aí.

— Eu não sei por que vocês insistem em chamar isso de corrida. — diz ele exibido e convencido, com um sorriso presunçoso.

Minha boca forma um “o”, levanto as minhas sobrancelhas e encaro Sam que levanta as palmas das mãos na altura dos ombros, dizendo:

— É como você diz, ele é exibido mesmo.

— O que? — Steve pergunta confuso, Sam e eu rimos e eu me despeço sem dar explicações acenando um tchau.

Corro um pouco para chegar ao local que estacionei o meu carro, chegando, entro no carro. Olho no meu relógio de pulso, agora são 07h10min, cheguei no tempo estipulado por Fury, mas nem sinal dele aparecer.

Apoio minhas mãos no volante olhando para fora vejo o céu mais claro, logo o sol se mostrará em seu esplendor.

— Estava correndo com o Capitão Rogers? — a voz do Fury vem do banco detrás, automaticamente olho para o espelho retrovisor vendo Fury me encarar por meio dele sentado no canto direito do banco.

— Isso seria idiotice, não dá para acompanhá-lo. — digo irônica, ele mostra-se entediado. — Mas não foi por isso que você veio aqui, ou foi?

— Não. — sua voz arrogante retumba, ele se silencia e faz uma pausa dramática me olhando. — Faz algum tempo que você vem me reclamando de eu não te contar coisas que eu prometi quando a contratei. Certo?

— Correto. — assinto desconfiada. — Na verdade, todos os dias, mas você se finge de empresa de telefonia quando tentam cancelar a linha e ignora sempre o que eu digo.

Ele faz uma careta de cansado, e continua:

— Tudo requer tempo, agente Wally. Você mais do que ninguém deveria saber disso. — meus olhos se estreitam ao ouvir sua última frase. Como assim, eu mais do que ninguém deveria saber disso? Mas não digo uma palavra, quero saber aonde ele quer chegar com tudo isso. — E esse é o tempo em que eu confiarei a você um dos segredos mais importantes.

— Você está falando sério? — pergunto não acreditando no que ele diz. Por que depois de tanto tempo somente agora ele tomaria essa atitude? Há algo de muito estranho.

— Não tenho tempo para brincadeiras. — responde ele, e uma pasta escura aparece em meu campo de visão, estendida por ele. — Pegue a pasta.

Eu a pego a analisando, mas ainda não a abro. Depois de tanto tempo eu tenho em minhas próprias mãos algo que eu almejava há tanto tempo: verdades, missões importantes, o conhecimento e o dever de algo realmente importante. Olho novamente pelo espelho retrovisor Fury.

— Você disse para o Capitão outro dia que a última vez em que confiou em alguém acabou perdendo um olho, e agora diz que confia em mim. Como devo me sentir quanto a isso? — pergunto, deixando evidente que tudo está estranho demais.

— Deve se sentir honrada e agradecida por ter a minha confiança em você. E ameaçada caso resolva traí-la. — ele diz. Estranho, mas esse sim parece o diretor Fury que eu conheço, dou um pequeno sorriso para ele. — Abra a pasta. — ordena ele.

— Obrigada, Fury. — demonstro o meu agradecimento pela sua confiança, não pretendo traí-la, conseguir algo de Fury é extremamente difícil. Sua confiança então, conhecendo como o conheço, é algo para se valorizar como um tesouro.

Sinto a pasta em minhas mãos, a olho imaginando o que será que há nela. Só espero que não seja uma pegadinha de Fury, é meio difícil de acreditar que tudo isso realmente está acontecendo.

— Abra a pasta. — Fury rosna a ordem.

Sem pensar no que poderia ser abro a pasta num repente. Franzo a minha testa vendo o seu conteúdo, uma ficha de um jovem franzino, comum. Mas quando leio as suas informações, e a minha surpresa é enorme e não consigo contê-la que ela se reflita em minhas feições. Olho para Nick Fury buscando a verdade do conteúdo em suas expressões, ele diz:

— A veracidade do conteúdo é de 100%, se é isso que você está se questionando. — ele diz sério. — Entende a importância disso?

Ele pergunta, é difícil raciocinar, mal acredito que tudo isso é verdade.

— Meu Deus! Mas é claro, como pode? Ele não parece ser...

— Eu sei, eu sei. — ele me corta, quase vejo um sorriso em seus lábios. Não! É um sorriso! Eu não acredito que Nick Fury está sorrindo! — Mas é verdade, eu mesmo coletei essas informações, e investiguei a fundo.

Olho novamente para a foto do arquivo, o jovem na foto me é extremamente familiar.

— Ele me parece familiar. — externo meus pensamentos.

— E é, se lembrará dele de New York, ele estava no mesmo local que você no dia da batalha contra Loki e os Chitauris.

Nick Fury diz sem ensaios, sem imaginar o quanto isso me impacta. Meu Deus! Esse garoto havia me salvado e eu nem imaginava que ele, poderia ser “ele”.

— Mas por que você me deu essa ficha? — pergunto evitando todos os meus pensamentos do momento e voltando ao centro da conversa. — Você não o trata como uma ameaça, não é?

Seu semblante sério não indicia nada.

— É claro que não, pelo menos não por enquanto. — responde ele, sincero. — Você sabe sobre a Iniciativa Vingadores que está parada há alguns anos?

— Você quer torná-lo membro? — indago, ele assente. — Você quer que eu o convença a entrar? Você mesmo disse que a Iniciativa Vingadores está parada há anos.

— É verdade, mas o mundo precisa de heróis, a ameaça está aí todos os dias e enquanto houver pessoas como ele é nosso dever insistir em um programa desses pelo bem do mundo. Eu confiei esse segredo e dever somente a você, agente Wally. Espero não me arrepender disso, não me decepcione.

Solto uma lufada de ar, nunca imaginei que ouviria isso na minha vida do meu chefe, me sinto honrada, mas aterrorizada ao mesmo instante. Fecho a pasta olhando a Fury seriamente.

— Não o decepcionarei, diretor Fury.

Ele breve, acena com a cabeça, se inclina um pouco para a frente dizendo:

— Mas não se esqueça de Steve Rogers, quero que não se esqueça desta missão que eu te dei, mas não deixe de proteger o Capitão Rogers, ele também é um elemento importante para nós. — assinto com a cabeça. — O novo membro para a Iniciativa Vingadores, você pode esperar algum tempo para procurá-lo... No momento certo você receberá ordens minhas para integrá-lo.

Comicamente agora estou responsável por dois heróis que me salvaram no mesmo dia! Heróis de verdade. Qual a probabilidade disso acontecer?

— Agente Wally.

— Hm? — fixo meu olhar no único olho de Fury.

— Não confie em ninguém. — aconselha ele, e logo sai do carro fechando a porta antes que eu possa dizer algo. Mais uma vez ele me deixou sem palavras.

A sensação que tenho é de que o céu irá cair, Fury sabe de algo e não diz toda a verdade, tenho certeza. Só não sei o porquê e isso não me deixa nem um pouco aliviada.

Coloco a pasta no banco passageiro ao meu lado, encarando a sua cor escura e pensando no conteúdo que ela contém.

O mundo precisa de heróis”, foi o que Fury disse, e sinto que mais breve do que se pode imaginar nós precisaremos deles.

E precisaremos dele, Peter Parker, o rapaz que havia me salvado sem disfarce na batalha de NY, aquele mesmo jovem magricela. Quem diria? Naquela época o herói que ele seria nem tinha surgido, mas o seu instinto heroico com certeza já era presente, mas é do que ele é agora que sinto que precisaremos muito em breve. O espetacular Homem Aranha.


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Notas finais do capítulo

THE END.
Tô brincando kkkkkkkkkkk haverá continuação. Podem esperar. :-P
Opinem, deem sugestões, digam olá, comentem a receita do miojo, finjam que eu sou a psicóloga de vocês. Mas apareçam aí pra se socializar nos comentários que eu preciso saber o que vocês estão achando, galerinha! kkk
Aguardo vocês.
Bjs!