Perpétuas Mudanças escrita por Hunter Debora Jones


Capítulo 24
É uma longa história


Notas iniciais do capítulo

Olá, Vingadores, agentes, midigardianos, asgardianos e cia!

Não, eu não voltei... Infelizmente, mas felizmente eu agora posso compartilhar os capítulos com a minha mishamiga Hunter Pri Rosen que estará postando os capítulos para mim!

Podem dizer "God loves you" pra ela quando tiverem oportunidade, eheheh. Eu disse à ela que pode escolher os títulos dos capítulos, tenho certeza que vocês se divertirão bastante com os nomes.

Como estou há bastante tempo sem postar, e o capítulo estava ficando enorme terá "dois" capítulos de uma vez (Claro, se a Pri conseguir postar os dois. Mas ela atualizará em dois sites, então sejam pacientes aí!).

Antes de prosseguir quero pedir desculpas as pessoas que ainda não tiveram a minha resposta no capítulo anterior, não fiquem com raiva de mim, e sim! Vou dar o meu jeito pra responder também. :-p

Agradeço a paciência de todos. Agradeço a recomendação maravilhosa que a Rosalina fez no Nyah e a Agente Angie Stark, que não sei se agradeci antes, mas se não, aqui vão todos os agradecimentos. E agradeço tambem aquelas pessoas que eu deveria agradecer, mas que agora me esqueci. Oi?

E quem não viu em notas anteriores, dou notícias sobre a fic e o andamento dela pelo Twitter @hunterdeboraj .

Well, sem mais delongas esse capítulo é pra aqueles fãs de Johnny English, e para aqueles que odeiam as fics que as pessoas valorizam os belos olhos azuis de Steve, porque sim. Hahahahah

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/556845/chapter/24

Há algo de maravilhoso na essência de um hambúrguer, divino, arrebatador... Além do entendimento humano. Tenho certeza disso, saboreando o último pedaço de um. Involuntariamente, fecho os meus olhos querendo prolongar essa sensação.

— Hmm, eu precisava muito disso. — murmuro, ciente de que um nunca é o suficiente para me saciar. Eu quero outro. Planejando fazer um segundo pedido sou assolada com a sensação de estar sob muita atenção. Abro os meus olhos, dispersando o meu estado de desatenção e enfrento os olhares de Fury, Hill, Sam, Tony e Steve sobre mim na mesa da cantina vazia, exceto por nós e a garçonete na Torre dos Vingadores. Infelizmente, Thor não está incluso, pois nem ao menos tive a chance de trocar algumas palavras com o deus herói e ele anunciou a sua partida para Asgard com promessas de retorno. Voltando ao presente, todos permanecem olhando a mim em silêncio, variando a atenção em Steve ao meu lado e a mim. Acho que ele percebe, porque se remexe notoriamente desconfortável com a atenção recebida, cruzando os seus braços sobre o peito, abaixando a cabeça por um instante. O porquê de toda a atenção sobre nós é muito fácil de deduzir. Tento não me acanhar como Steve, mas acabo tossindo, em um quase tão destacado, imersa nesse silêncio constrangedor. Droga.

— Esse é um daqueles momentos que eu adoro e gosto de guardar uma lembrança. — Tony comenta quebrando o silêncio, colocando um dos seus cotovelos sobre a mesa para apoiar o seu queixo, fitando descaradamente Steve e a mim. Acrescenta: — Constrangedor e divertido. — pigarreando por causa da tosse, e embora sentindo a vontade infantil de me enfiar debaixo da mesa e fugir desse momento constrangedor que Tony faz questão de destacar ainda mais, fito-o com expressão séria. Despretensiosamente, ele retorna a sua antiga posição, encostando as suas costas na cadeira e prossegue: — Mas eu tenho que atrapalhar o momento e exigir a sua parte do acordo, Jess. Você teve o seu hambúrguer, agora nos diga: onde é que você esteve por todo esse tempo? E como é que você conseguiu burlar o J.A.R.V.I.S. naquela ligação? Por que era você, certo? Quase matou o Capicolé do coração, sabe, eu teria te encontrado em mais alguns segundos se você não tivesse aparecido aqui, mas tenho que admitir que você foi boa em se esconder. Não páreo para mim, claramente, mas realmente boa.

Respiro aliviada, mesmo que a pressão e o nervosismo desde que os encontrei está de volta é uma boa deixa que aceito com gratidão. Inicio:

— Tudo bem, mas como eu disse antes: é uma longa história.

— Bem colocado, você disse isso antes e todos já entenderam. — Tony diz sem mudar o seu tom. — Agora, comece.

— Ãhn... Ok. — objeto com calma, ponderando como devo começar. Na verdade, o que devo dizer? Qual foi a história que Fury contou a eles sobre essa missão? Olho cautelosamente para o meu chefe, que provavelmente é o meu ex-chefe sem garantia de negociação para qualquer emprego futuro pela olhada mortal e enigmática que tenho dele. Desvio meu olhar do seu, estou mesmo encrencada. Que seja, não tem uma maneira certa de se iniciar isso, então, sendo assim, é melhor contar tudo de uma vez. Respiro fundo, levantando o meu olhar a todos, inicio: — Bem, eu vou tentar ser breve... Se vocês não sabem, a missão que Fury me deu foi a de vir atrás do paradeiro do verdadeiro Homem Aranha, de alguma forma ele sabia que esse que estava estampado nos jornais era um farsante e o verdadeiro estava desaparecido. Comecei as investigações para descobrir onde o verdadeiro Homem Aranha havia parado, não tive sucesso, então tive que ir atrás do louco que usurpou o seu lugar, que agora todos sabem que era o Kraven. Mas eu ainda não sabia disso há duas noites quando o segui e tentei falar com ele, sem sucesso também. Tive que ir além, até conseguir a sua atenção instigando sua raiva. Trocamos alguns golpes que eu tenho que admitir que o filho da mãe foi um pouco superior, um pouquinho só... Isso não vem ao caso, eu parti para o plano B já que ele não me dava às respostas, resolvi colocar um rastreador nele e depois o segui até ter o seu rastro na mansão de alguém chamado apenas “Kravinoff” e descobrir que lá tinha um túmulo que dizia que o Homem Aranha tinha sido morto pelo caçador, exatamente quando eu falava com Fury pelo telefone. Imaginem a minha surpresa. — paro por um instante, tomando fôlego, e não me importando com as expressões impressionadas e confusas, prossigo: — Fui encurralada com a chegada de alguns seguranças da mansão e tive que deixar a ligação de Fury de lado, mal trocamos palavras e o falso Homem Aranha apareceu e se relevou, então, como Kraven quando me preparava para brigar com os seguranças. Eu fiquei um pouco surpresa, confesso, apesar das muitas evidências. Enfim, nisso antes que eu pudesse perceber ele atirou algo em mim, me drogando e... Querem saber? Essa parte realmente não é importante. O fato é que dois dias depois eu acordei em uma sala da mansão do Kraven e percebi que o inferno tinha acontecido e ia pedir algum reforço, mas aí houve Ratus, e depois apareceu o Homem Aranha. O verdadeiro, dessa vez e... — noto os olhares confusos de todos aumentarem gradativamente, me lembrando do que disse anteriormente: vou tentar ser breve. A coisa é que eu não consigo ser breve tratando-se dos últimos dias de cão que vivi, ou melhor dizendo: sobrevivi. Sendo assim, elevo minha voz, findando: — Olha, esqueçam. Em poucas palavras, é uma história da qual eu não tenho nada do que me gabar. O Homem Aranha quase morreu. Eu quase morri, vocês viram nos jornais, Kraven está morto, Ratus está preso e o verdadeiro Homem Aranha está de volta e eu estou aqui. E isso é tudo. Ah, e Tony, você não é o único proprietário de brinquedinhos que podem burlar um sistema como o J.A.R.V.I.S.

— Chato. — Tony prontamente se manifesta, com uma careta descontente. — Bem, o que posso dizer? Se tivesse me chamado teria sido no mínimo divertido. — não somente eu, mas todos olham ceticamente Tony. Sabendo de toda a atenção sob si, sem se importar ele diz: — O quê? Só estou falando a verdade, meus amigos. Hey, me traga mais um hambúrguer acompanhado da minha bebida especial, garota da cantina!

— Pode deixar, senhor Stark. — a garçonete responde no balcão, e quando está prestes a sumir de vista, eu grito:

— Pra mim também, garota da cantina! Digo, só o hambúrguer está bem. — ela faz um aceno positivo com a cabeça, finalmente consigo sorrir. Voltando o meu olhar para os outros, notando as expressões sérias, com exceção de Tony, diminuindo o meu sorriso, articulo descaradamente: — Mais alguma pergunta?

Sem resposta.

— Não, por mim tudo bem. Você tinha razão que era uma história longa, mas esqueceu de dizer que era chata. — Tony expõe. Lanço uma olhada mortal em sua direção. — Ah, não era uma pergunta para mim? Devia ser mais específica, Sra. América.

— Você disse que foi envenenada por esse Kraven... — ignorando o que Tony diz, Steve articula, calmo. Dirijo o meu olhar a ele, agindo do mesmo jeito, mas nem de longe acreditando em sua calma, ou na minha, e de certo modo, ainda espero o seu sermão. — Como conseguiu sobreviver a isso? — os seus olhos encontram os meus, e tenho que por em prática todo o meu autocontrole de agente para não desviar o olhar, ou ficar vermelha como uma pimenta.

— Acho que sou dura na queda. — respondo displicentemente, dando de ombros. O olhar dele se torna irascível, encolho os meus ombros sentindo uma pontada de culpa, desviando o olhar. Isso serve para constatar que minhas técnicas de autocontrole não funcionam muito bem com ele, estou mais do que encrencada. Dando um leve suspiro, digo a verdade: — Tudo bem, na verdade o Homem Aranha me ajudou. Eu quase morri.

— O Cabeça de Teia te ajudou. — Tony se intromete, olhando-me então com grande curiosidade. Apenas balanço a cabeça afirmativamente, enquanto ele solta um assovio e diz: — É, parece que você se deu muito mal, Jess. Ir a uma missão e ser salva por quem você deveria ter salvado? Isso é engraçado. — não esboço qualquer reação quanto ao seu comentário, já me sinto intimamente bastante devastada quanto a isso e Tony tem o objetivo de irritar-me. Não darei esse gostinho a ele. — Isso torna sua aventura um pouco menos chata. Mas me diga, quem é o Zé Mané?

— Ele não é um Zé Mané! — ok, talvez Tony tenha conseguido me esvaziar um pouco de minha raiva com essa menção. — E eu não sei quem é ele, ele tem uma identidade secreta, entende? Acredite ou não, Stark, a maioria dos heróis não saem divulgando por aí o seu nome ao mundo como certos idiotas fazem.

— Nessa ela pegou você, Stark. — Hill comenta, com veracidade. Tony alterna o seu olhar entre ela e mim. Nesse momento a garota da cantina chega com os nossos pedidos, colocando uma bandeja com um pratinho e o hambúrguer para mim, e um para Tony acompanhado de um copo, claramente com conteúdo alcoólico. Tony se cala, tratando de dar logo um gole em sua bebida.

— Mais alguma coisa? — a garota da cantina faz uma pergunta direcionada a todos, enquanto eu arrasto o meu prato para mais próximo de mim.

— Não. Obrigado, Charlotte. — Steve responde por todos, enfatizando então o seu então possível nome, lançando um olhar atravessado a Tony e a mim. Sinto-me mal por um instante pela crítica velada. Mas percebo a garota sorrindo para Steve enquanto sai. Toda culpa me abandona. Aos olhos comuns ela tem um sorriso de agradecimento, mas percebo algo além, algo que Steve não percebe, ou talvez perceba e por isso retribui com um pequeno sorriso para ela. Eu a fito. Ok, vou admitir, eu a fuzilo com o olhar, tendo de repente a vontade de comer o hambúrguer extinta, e a sensação amarga de algo me assalta em conjunto da impressão estar sob atenção, novamente. Encontro Tony mastigando parte do seu hambúrguer com um brilho lascivo no olhar, e estar prestes a falar algo de boca cheia que prevejo que não será muito interessante para mim quando começo a ajuizar que sensação amarga é essa. Porém Sam me salva a tempo, elevando a voz em um comentário:

— Então! Eu fico feliz que tenha se saído bem dessa, Jessie. A gente tentou entrar em contato com você esses dias e não conseguimos, esperávamos que em algum momento você entraria em contato. Quando soubemos as notícias dos jornais dessa manhã... Bom, como eu disse, fico feliz de saber que tenha se saído bem dessa. Como vai o braço? — tenho vontade de me levantar da mesa e abraçar Sam bem forte, por ele ser essa pessoa maravilhosa e legal. Por ele ser amigo. Por me salvar do poço de vergonha em que Tony queria me jogar, e da minha própria irracionalidade momentânea. Contudo, sabendo da situação do momento, apenas sorrio em agradecimento, e o respondo:

— Obrigada. Vai bem, em um ou dois dias já poderei tirar a tipoia e partir para outra.

— Ótimo. — ouço o tom ranzinza e nervoso de Steve que se controla ao meu lado, o seu sermão não vem por incrível que pareça. Não vou reclamar e deixar de usar a minha pouca sorte no momento, portanto, o ignoro e volto a minha atenção a Fury que não se manifestou até o momento.

— E a Natasha?

— Ela está fazendo um pouco de política no Senado. — ele me responde sucinto, e não é necessário ele dizer muito mais para que eu saiba que Natasha ficou com o trabalho chato depois da queda da S.H.I.E.L.D., entretanto eu sei que assim como Steve, Fury guarda algum sermão para mim, bem, pelo menos é o que eu espero. Olho para o meu hambúrguer sem apetite, sentindo uma frustração crescente em meio ao silêncio que se estabelece. Não quero nem imaginar que ele pense que sou uma péssima agente que nem mesmo se mostra surpreso pelo meu fracasso nessa missão, mesmo que no final o objetivo tenha sido alcançado. Não, eu sei que não quero pensar nisso, e penso. Porque é assim que sou.

Erguendo meu olhar, alternando em cada um na mesa, resolvo abordar o ponto principal sendo direta:

— Tá bom, pessoal, podem começar com o sermão. Me chamem de idiota, imprudente e até mesmo atrapalhada. Mas apenas comecem logo. — mudez e seriedade imperam na mesa, e eu dou vazão as minhas emoções mais profundas diante disso: — Droga! Eu sei tá legal? Eu sei que sou a merda de um Johnny English que acabou de sair de Moçambique! Então, apenas digam logo!

Um milésimo e meio de segundo, nada. Um milésimo inteiro de segundo expressões começam a mudar. No percurso perto a um segundo a mesa estronde com gargalhadas de Sam e Tony. Ótimo, agora eles estão rindo de mim. Não era bem essa a minha intenção.

— Eu tentei convencê-la de não vir para New York, mas você foi irredutível. — Steve sério, ignora o riso de Sam e Tony. — Não era um bom momento, mas você prometeu que não iria extrapolar e seria cautelosa, ou se esqueceu disso?

— Não. Eu não me esqueci. — respondo sucintamente, sem encará-lo. Eu prometi isso mesmo a ele, e não é preciso ser nem um pouco inteligente para saber que quebrei todas as promessas. — E sei muito bem o que fiz, só que eu não tinha alternativa, e apenas, fiz.

— Nesse caso, se você sabe, não há mais o que dizer. — ele objeta indiferente, com o olhar fixo a um ponto a sua frente, sem me encarar. Ele se sente decepcionado, eu também me sinto comigo mesma, o clima na mesa fica tão estranho que o riso de Sam e Tony se cessa.

Deixo meu olhar cair novamente sobre o meu hambúrguer, não tenho mesmo vontade de comê-lo.

— Steve tem razão, não há mais o que dizer. Confiei a você esta missão, agente Wally, e não me importa se você foi Johnny English ou James Bond, o que me importa no momento é que a missão teve o seu objetivo alcançado. — olho surpresa a Fury por não receber um sermão de sua parte, todavia ele prossegue: — Você podia não estar preparada para esta missão, mas é tarde demais para lamentar.

Ah, aí está. Suas palavras me atingem, eu mereço isso por ter sido Johnny English, no entanto, não demonstro meus sentimentos perante isso, já seria demais. Endireito as minhas costas, levantando o meu queixo para encará-lo, calada.

— Wow, pessoal. — Tony cantarola, com um olhar afiado para Fury. — A Jess foi um pouco idiota e imprudente? Sim, ela foi. — franzo o meu cenho, pelo seu tom critico a Fury e no mesmo instante a mim. Pensei que fosse me defender. — Mas esqueçam essa, dizem isso para mim o tempo todo, mas estou sempre arrasando.

Dou uma curta e abafada risada descrente, enquanto os outros o ignoram, apenas Sam sorri divertindo-se. Esse é o defensor que ganho por bancar a agente atrapalhada em New York.

— Eu estou voltando para Washington logo, tenho assuntos a terminar por lá, e você voltará comigo. — Fury aponta a mim, em tom de aviso. — E você — ele aponta para Tony. —, me dará uma carona de retorno.

— Ei, Nick, por acaso eu virei o seu chofer? Seu piloto particular? — ele questiona, zombador como sempre, com a testa franzida. — Olha, por mim até que tudo bem, quer dizer, não, não está tudo bem, você não tinha dinheiro para bancar um milionário como eu com sua agência de espionagem, o que dirá agora que acabou de ser boicotada e você está oficialmente morto.

— Vamos conversar sobre isso. Hill, nos acompanhe. — com poucas palavras, Fury se levanta tendo uma afirmativa com um comentário típico do Stark. Logo Tony e Hill se levantam também. Eu trato de ignorá-los, não tendo ânimo para o hambúrguer, resolvo abrir a latinha de refrigerante, tomando um gole. — E Wally.

— Hm?

— Não arrume problemas, não esqueça que para todos os efeitos você também está morta. — ele me informa como se eu já não soubesse disso, me dá as costas e caminha para fora da cantina seguido de Hill e Tony que gira os seus calcanhares na direção da mesa, e eleva o seu tom de voz:

— Ei, Sam, o que acha de conhecer o meu laboratório e alguns projetos meus?

— Eu adoraria. — Sam diz em tom e semblante animado.

— Então vamos lá.

— Agora? Mas você não tem que conversar com o Nick? — Sam questiona, confuso.

— É, Falcão. Agora. — responde pausadamente, e com seu tom já impaciente e zombeteiro o ouço dizer: — Vamos deixar os dois beijoqueiros um pouco sozinhos.

— Ah! — Sam sorri sujeito, olhando o soldado ao meu lado e a mim. Steve até então calado e na sua, fica irrequieto, enquanto eu praguejo umas duas palavras intraduzíveis a Tony. Levantando-se, Sam diz: — Nos vemos depois.

Meneio a cabeça levemente com o olhar preciso na mesa enquanto ele sai seguindo Tony e os outros para fora da cantina. Aproveito o momento para pegar a latinha de refrigerante e tomar mais um gole. É aqui que percebo que minhas habilidades de agente tem me abandonado furtivamente, porque não consigo evitara timidez, nem meu desconforto com Steve.

Santo, Hulk. Eu preciso de ajuda.

Estamos definitivamente a sós. Steve pigarreia. Demoradamente, recuo minha atenção para ele tentando controlar-me. Steve com semblante sereno, embora tímido, me encara com seus belos olhos azuis.

— Então, quer dizer que os meus olhos são lindos?

Eu cairia da cadeira se ela não fosse daquelas fincadas ao chão. Meus olhos saltariam do meu rosto, se isso não fosse vida real. E eu me esconderia de vergonha, pensando que além de ter uma força absurda, ele pode ler pensamentos, se eu não tivesse mandado uma mensagem a ele alguns dias atrás. Admito, ainda tenho o desejo de me esconder, mas não cedo a ele.

— Você recebeu a mensagem. — constato, recebendo uma afirmativa sua, com um quase imperceptível sorriso estreitando em seus lábios. Recordo-me da mensagem que o enviei:

“Uma dúvida, seus olhos são sempre tão lindos ou é só no horário comercial, Cap? ;-)

De qualquer forma... Como é que vocês estão? Entre em contato. Beijos!!!”

Não sustento o meu olhar ao de Steve. Onde raios é que eu estava com a cabeça quando digitei aquela mensagem e o enviei? Sem sombra de dúvidas essa foi de longe a mensagem mais vergonhosa daquela noite, e foram muitas.

— Olha, eu só estava tentando chamar a atenção para que alguém me desse algum sinal de vida, porque eu sabia da queda da S.H.I.E.L.D., mas não sabia nada sobre vocês e... — sinto o olhar dele sobre mim, atento. O fito, suspirando uma última vez para dizer: — E eu estava preocupada, só isso. Não que os seus olhos não sejam bonitos, quer dizer... — Nesse momento Steve se assemelha bastante ao Tony, divertindo-se com a situação, mal segurando um sorriso. Trato de demonstrar um olhar rabugento para ele e exijo em um rosnado: — Esqueça isso, nem mais uma palavra.

— Como você quiser. — ele responde de pronto, com seu sorriso desaparecendo aos poucos, embora contente.

Volto o meu olhar para a latinha, pegando-a em minha mão para beber o refrigerante, mas noto que já está vazia e a ponho novamente sobre a mesa.

— Eu sei que o que vou dizer não vai servir de nada, mas... Eu sinto muito. — faço uma pausa, com o orgulho travando a minha garganta, mas preciso dizer. Tomando coragem, então esclareço: — Por tudo. Pela decepção que fui nessa missão. A culpa é minha. Fui uma decepção e um peso morto esses dias para todos vocês e tenho tenta...

— Não. — Steve objeta, interrompendo em tom firme tomando minha atenção a ele que me encara com seriedade no olhar que se estende até as suas expressões do rosto. — Não diga bobagens, você é uma de nós, não é um peso morto. Esses últimos dias nós passamos por tantas coisas e admiro você pela sua força e coragem. Mas você não tem super poderes, não é alguém que foi voluntária em um experimento do governo e ganhou habilidades, ou tem uma armadura como o resto de nós, Jessie. Eu sei que você tem vivido essa vida de riscos há muito tempo, mas me preocupo com você... — suas palavras são carregadas de ternura, zelo. Um sentimento que me enche de algo que não sinto há tempos, desde que meu avô morreu e dediquei minha vida ainda mais ao trabalho. Steve prossegue, com seu tom ameno: — Eu li nos jornais o que Kraven fez com o Homem Aranha, e a incerteza esses dias sobre o que aconteceu com você foi demais. Nick nos contou que ir atrás do Homem Aranha era sua missão... — ele segura a minha mão sobre a mesa, a apertando delicadamente. — Eu fiquei decepcionado, mas não com você, provavelmente comigo mesmo por não ter vindo junto. — balanço a cabeça negativamente, completamente tocada pelas suas palavras. Ele continua: — Bom, eu sei que não há nenhum culpado aqui, além do Kraven, mas temos um fardo que ninguém mais pode carregar, e quando tudo o que fazemos não é o suficiente, a impotência nos perturba e nos culpamos.

Steve é surpreendente e de fato o melhor homem que já conheci, me encontro pensando nisso outra vez, conjuntamente com o desejo de... Beijá-lo. Acho que não seria um bom momento, então ofereço um sorriso vacilante, resistindo ao ímpeto, soltando a sua mão que me dá um formigamento estranho, e digo:

— Você tem razão. Eu entendo a sua preocupação, Steve, entendo mesmo, mas aprendi algo sobre mim nos últimos dias. Eu nunca sei o que vem a seguir, mas de uma coisa eu sei, que assim como meu pai se sentia, eu tenho um dever com esse país, com o mundo. E não importa qual ameaça seja, eu vou ser esperançosa e enfrentar, mesmo que eu não tenha forças e morra, ou fracasse, jamais vou deixar de lutar pelo certo. Porque é isso que nós fazemos, com poderes ou sem poderes somos responsáveis pela manutenção da paz e a segurança. — Steve pode não concordar com a minha posição pela sua preocupação comigo, mas não pode me fazer mudar de ideia e sei que ele sabe que tem que aceitar isso, quando permanece calado, com expressão resignada, meneando a cabeça por fim. — Essa minha última missão não foi como queria, mas no final tudo deu certo. Temos que pensar no lado bom das coisas, e deixar a decepção de lado, porque, senão, não saímos do lugar. Não estou falando que vou direto para a ação, só estou dizendo que quando o dever me chamar, eu estarei mais do que pronta para ir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muita calma nessa hora, minha gente, que a Hunter Pri Rosen (Eu!) está decidindo que nome dar para o próximo capítulo kkkkkkkk

Não se esqueçam das reviews da dona Debora, hein? Ela quer saber tudinho! Não escondam nadinha!

Inté a qualquer momento! Se não aparecer mais um capítulo é porque ainda não decidi o título kkkkkk