Perpétuas Mudanças escrita por Hunter Debora Jones


Capítulo 21
Perfeitamente bem


Notas iniciais do capítulo

Olá, vingadores, agentes, marveleiros, asgardianos e cia! (como sempre)
O capítulo de hoje... Bem, melhor vocês lerem, não é? Eheheh
Mas antes que façam isso quero deixar um super agradecimento para a AngieCrazy que recomendou a história. Que lindo, menina! *u* como todas as outras, eu gostei muito, muito, muito! Obrigada pela recomendação, e espero que Perpétuas Mudanças continue superando suas expectativas e a de todos que tem acompanhado essa fanfic.
Sendo assim, e sem mais delongas, dedico este capítulo a você, e a todo esse povo maravilhoso! o/ (porque sim, mil vezes. Oi?)
Boa leitura!



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Eu apaguei, mas a segunda coisa que começo a racionalizar quando abro os olhos é: eu convenci a Peter. Afinal, ele não tinha nada a perder já que a aquela altura sua tia sabia que ele era o Homem Aranha e era a nossa melhor opção. A minha, na verdade. Por Peter, ele teria me levado ao hospital, isso porque ele não sabe ainda como a H.Y.D.R.A. é uma grande ameaça. Mas de qualquer forma, ele teve que ceder ao meu desejo, me carregar em seu colo e correr em direção a cidade para jogar as teias pelos prédios para chegar até a sua casa quando a dor persistiu e a inconsciência ameaçava me tomar novamente. A partir daí, lembro-me de pouco, da sua voz e da voz de sua tia. Lembro de repousar em algo macio e conversar com eles, até balbuciar algumas coisas quando um som retumbante se fez presente em minha cabeça, e a partir desse ponto não me lembro de mais nada do que aconteceu. Mas seja com tenha sido, eu consegui me salvar dessa, eles conseguiram, pois eu me sinto bem.

— A medida do possível. — murmuro erguendo o meu corpo do colchão macio de um quarto que me encontro e vejo como estou. Percebo primeiramente que trajo um vestido azul, provavelmente da Sra. Parker pelo estilo, não é tão mal, mas eu odeio vestidos — isso me faz questionar quem colocou esse vestido em mim, espero que a Sra. Parker, também não me importa no momento. Meu braço esquerdo está enfaixado novamente com uma tipoia até com uma fina gaze em meu ombro, há alguns curativos em algumas regiões do meu corpo, hematomas e sinto uma leve cãibra na perna e uma dor nas minhas costelas direitas quando me sento no colchão.

A porta do quarto se abre e eu fico alerta, mas logo me tranquilizo ao ver que é a tia de Peter trazendo uma chaleira e uma xícara de chá em suas mãos com uma expressão abatida que logo muda a me ver.

— Oh! Você acordou, graças a Deus! — ela rapidamente coloca a chaleira e a xícara em uma mobília ao lado da cama, olhando-me muito contente. — Que bom que você acordou. Peter ficará muito feliz em saber disso. Peter! — ela grita o seu nome com a euforia vibrando em sua voz. Que bom que você acordou. Se eu ficar sabendo que dormi como a Bela Adormecida, novamente, acho que não irei aguentar e procurar o meu próprio castelo antes de ficar por aí dando trabalho as pessoas. — Você se sente bem?

— Sim — respondo com a voz um pouco baixa. Pigarreio e digo mais firme: —, por incrível que pareça eu me sinto muito bem.

— Isso é bom, quer dizer que deu certo. — deu certo? Olho para ela com uma pergunta no olhar, pondo os meus pés para fora da cama. Ela coloca suas mãos sobre o meu ombro com cuidado, me repreendendo: — Não, querida, por mais que se sinta bem acho melhor você ficar algum tempo de repouso. Você tem hematomas feios nas costas, costelas, enfim por todos os lados, pontos no ombro e inchaço. Felizmente nada mais grave por sinal. Eu deveria ter deixando Peter te levar para um hospital, de qualquer forma, mas você sente alguma tontura, algum mal estar? — ela pergunta atenta em mim, checando o meu pulso, depois que eu me ajeito na cama novamente dado as suas ordens.

— Não. — respondo com verdade, impressionada com o fato. Ela coloca a mão em minha testa checando a minha temperatura. — E é incrível, eu sei que deveria estar me sentindo mal depois de tudo isso, mas a única coisa que sinto é uma cãibra na perna, e uma pequena dor nas costelas que... Espera... Eu não estou sentindo mais. — franzo o cenho estranhando este fato. Dirijo meu olhar para a Sra. Parker, e questiono: — O que vocês fizeram mesmo?

—Você está bem, isso é maravilhoso. Peter! — ela grita novamente já que Peter não apareceu nem uma vez. Ela então olha para mim, e responde: — Peter pode te explicar... Mas onde está esse garoto?! Peter! — ela vai até a porta, abrindo-a olhando longe por um corredor e eu aproveito o seu momento para sair da cama e por os meus pés no chão. — Peter! Venha já, ela acordou! — Olhando-me dos pés a cabeça constato o incrível que não sinto nenhuma dor, apesar de tudo o que passei. Nenhuma dor, em nenhum lugar, nem no maldito ombro que me atormentou de dores todos esses dias. Eu não quero maldizer isso... Mas acho que pelo que sofri tudo nos últimos dias não deveria estar me sentindo tão bem assim. Universo, por favor! Eu não estou reclamando, ok?

Há uma movimentação fora do quarto, passos apressados, um burburinho e o barulho de coisas como se estivessem caindo no chão. Só pode ser Peter apressado vindo para cá, sorrio olhando para porta tendo a Sra. Parker com um sorriso virando sua cabeça e deparando-se comigo em pé. Seu olhar muda levemente com censura.

— O que? Aonde? — vejo o cabelo desgrenhado de Peter e seu rosto cansado de perfil, quando ele tem a atenção na tia com perguntas atropeladas. — Você disse que ela acordou?

— Sim, meu garoto. — ela tem um sorriso orgulhoso e brilhante para ele, enquanto conserta a sua camisa amassada e penteia o seu cabelo com os dedos. Meu coração fica harmonioso tranquilo e feliz com essa imagem, Peter está em sua casa. Sua tia tem a ele novamente. Isso é... Legal, muito legal. — Veja com seus próprios olhos. — ela instrui a ele o empurrando suavemente para dentro do quarto obtendo o seu olhar em mim quase que de imediato.

Os olhos de Peter se arregalam em surpresa a me ver de pé, e sua boca até se abre um pouco. Ele está mesmo impressionado. Eu sorrio minimamente fazendo um gesto com a mão, e brinco:

Tandan!

— Santo Deus. — ele balbucia ainda no estado de surpresa, Sra. Parker e eu rimos e logo ele ri conosco. — Você está viva, e de pé! Isso com certeza é contra-indiciado, mas...

— É um fato realmente impressionante. — realço.

— E se é! Por um momento eu pensei que... — ele para por um momento, prosseguindo de outra forma: — Bem, o importante é que você está bem, certo? Se sente bem? Você realmente não deveria estar de pé...

— Eu disse isso a ela, Pete. — sua tia reforça com uma repreensão lançada em seu olhar para mim. Sorrio constrangida, encolhendo os meus ombros em um gesto culpado. — Mas eu fui chamar você e quando vi, ela já estava de pé.

Ambos me encaram com zelo excessivo. Meneando a cabeça, articulo:

— Ei, eu sei que não deveria e não vou negar que sou de fato uma imprudente quando se trata para dar um tempo ao meu corpo. O que posso dizer? Coisa de agente. — dou de ombros, ou é o meu orgulho. Provavelmente os dois. — Mas eu juro que dessa vez eu me sinto ótima! É sério! — a expressão dos dois se suaviza com algo notório que acreditam em mim, ambos trocam um olhar, meio que cúmplice que eu desconfio imediatamente. Lembrando o que a Sra. Parker disse-me antes, eu digo a Peter: — A Sra. Parker me disse que você me explicaria o que vocês fizeram. Como me salvaram. — cantarolo a última parte sorrindo. Peter me olha minuciosamente um pouco sério dessa vez, dirigindo o olhar para a Sra. Parker que lhe oferece um sorriso, e um aceno de cabeça.

— Eu vou deixar vocês a sós. Jessica, eu preparei algo para você comer, está bem? — eu só espero que ela não me prepare uma sopa, assinto para ela que sai do quarto logo após isso, e retorno ao meu olhar a Peter.

Ele olha para mim como se estivesse escolhendo as palavras certas a dizer, e por fim me faz um gesto para que eu me sente na cama. Soltando um suspiro, eu sento na cama confortavelmente o obedecendo e falo:

— Ora, vamos lá, Parker, você me salvou e é o que importa, não vou surtar se você dizer que usou uma droga experimental. — até porque eu estou viva e isso é de bom tamanho para mim. Dado isso, recomeço falando sobre as inúmeras coisas que talvez o deixassem temeroso para falar como me salvou: — Também não sou contra uma doação de órgãos, embora eu saiba que não tenha sido isso... E ah! Não sou uma Testemunha de Jeová, ou de qualquer outra religião que vai contra alguns procedimentos da medicina. Então, pode dizer.

Dando-se por vencido ele faz uma careta, colocando as mãos nos bolsos, andando pelo quarto enquanto eu sigo com o olhar.

— Bem... Depois de que você me convenceu a trazê-la para casa já que minha tia ficou sabendo que eu era o Homem Aranha quando eu vim vê-la depois de enfrentar Kraven, tudo ia razoavelmente bem até que você mal conseguia falar conosco. Estava ardendo em febre, tremendo, e aquele dardo que você me entregou não havia um resquício que podia me ajudar a fazer um antídoto, ou procurar por um... Então, eu estava prestes a quebrar a minha promessa e levá-la para o hospital.

— Você ia me levar para o hospital?! — o questiono com a raiva se sobressaindo na minha voz quando ele vira-se timidamente sério tendo o meu olhar fulminante sobre ele.

— O que mais eu poderia fazer? O sensato seria te levar para o hospital desde o início, eu ficaria de guarda se fosse preciso, eu não deixaria ninguém feri-la. — aperto os meus lábios, procurando manter a calma. — Mas minha tia me impediu de fazer isso, porque eu acabei deixando escapar que você tinha me feito prometer que não iria levá-la a um hospital porque tinha gente atrás de você, ela não me deixou quebrar a promessa quando eu tentei, ainda mais sabendo que eu era o Homem Aranha. Eu fui um tagarela.

— Ponto para a sua tia, Sr. Tagarela. — comento sem emoção, notando nas nuances de seu rosto o seu agastamento, e a culpa. Mesmo um pouco chateada em saber que Peter quase quebrou a promessa se não fosse por sua tia, não consigo ter qualquer ressentimento com ele. Ele só estava tentando me salvar, e salvou mesmo devastado quando teve duas semanas da sua vida roubadas. Que espécie de ser humano eu sou? Zangada com o meu próprio humor, dou de ombros, suavizando o meu olhar para Peter e falo: — Olha, esquece. Você me salvou e não sou ingrata por isso. Mas vamos lá! Até agora você não me disse como me salvou, eu estou me sentindo ótima! Foi uma droga? Um remédio? Eu vou te dizer que não sou fã dessas coisas, mas talvez eu queira umas amostras... Pra um amigo meu analisar o conteúdo... Sabe? — retomo ao ponto sorrindo divertida. Observando que até agora só demos voltas e voltas no assunto sem uma resposta exata. Peter fica mais tranquilo por um momento com a minha brincadeira, mas assim que toquei novamente no assunto tive o vislumbre de receio em seu olhar, cruzando os braços sobre o peito e olhando a mim como se algo estranho fosse acontecer. Desconfiada e com o meu olhar intenso nele, falo calmamente: — Pode começar a falar, Parker.

— Você está se sentindo realmente bem? — ele pergunta sucinto.

— Sim, eu acho que já disse isso umas cinco vezes desde que acordei hoje. — redargui estranhando a sua insistência no assunto. Hoje... Essa palavra me lembra de registrar uma nota mental: perguntar depois que data é hoje, para saber se não tirei outra soneca de Bela Adormecida.

— Não sente nada estranho? — a cada momento é que Peter fica mais estranho, eu balanço a cabeça negativamente. Ele então se aproxima mais, com a preocupação estampada no seu rosto que quase me faz temer, e prossegue: — Nada... Diferente?

Ok é oficial, as perguntas que ele me faz me deixam preocupada. O que foi que ele fez?

— Não. — respondo prontamente me levantando e olhando fixamente em seus olhos. — Nada estranho, nada de diferente, nada de anormal. Eu me sinto ótima... — então algo essencial se faz presente em minha mente. — Santo Hulk!

— O que foi? O que você sentiu? Ai meu Deus, eu sabia que... — Peter pergunta desenfreado com as mãos em meus braços em desespero, porém eu o corto ainda mais desesperada, relatando:

— Eu me sinto ótima! — Peter confuso, examina os meus olhos enquanto eu prossigo tagarela: — Isso não é nem de longe normal. Sempre que eu me machuco me sinto como da vez em que fui atropelada por um javali, e vou te dizer, dói pra caramba. E nesses últimos dias eu fiz uma coleção de machucados e dessa vez eu me sinto perfeitamente bem, na verdade, isso é estranho, é diferente, certo? Oh, meu Deus, isso deve ser algum sinal que eu...

— Jessica! — Peter exclama o meu nome segurando o meu rosto em suas as mãos, fazendo-me calar a boca e olhar em seus olhos. — Se acalme, respire fundo, ok? — quando estou prestes a abrir a boca novamente para repetir a minha última frase, Peter prevendo — talvez pela expressão do meu rosto, diz enfaticamente: — Você não vai morrer. Pelo que eu vejo está tudo bem.

Respiro fundo levando ar para os meus pulmões e calma a minha mente. Olho para Peter que ainda tem as suas mãos em meu rosto avaliando-me, mas tranquilo dessa vez. Eu encaro-o serena, faço um gesto para ele prossiga e esclareça tudo, diante disso, e vendo-me mais calma, retira as suas mãos de meu rosto e se afasta um pouco.

— Quando chegamos aqui, quando minha tia retirou a sua jaqueta ela percebeu que você tinha uma pequena ferida aberta em seu ombro, mas que estava fazendo você perder bastante sangue. — como uma ferida aberta? Perdendo sangue? Eu não notei nada disso, mas também, eu estava tão exausta, tonta e dispersa com outras coisas que não me surpreendo. Quando Steve souber disso, ele provavelmente me dará um sermão porque fui pouco cuidadosa. Mal vejo à hora disso acontecer. Continuo atenta a Peter, enquanto ele diz: — Minha tia conseguiu parar o sangramento e te dar alguns pontos, depois checou todo o resto e parecia tudo bem, mas você estava perdendo cor, não falava mais conosco, suas unhas e lábios estavam ficando roxos, provavelmente pelo veneno que Kraven deve ter injetado. Estávamos de mãos atadas. — Peter fala com a voz carregada, arrastada em citar Kraven.

— Então? — encorajo-o, curiosa. Balançando a cabeça, ele prossegue olhando a mim:

— Então... Não podendo te levar para um hospital, minha tia teve uma ideia maluca que fui obrigado a aceitar.

— Que ideia maluca?

— Fazer uma transfusão de sangue.

Rio abertamente quando racionalizo as suas palavras diante da expressão de Peter. A tia de Peter chega nesse momento abrindo a porta, quando eu digo:

— Uau, que susto você me deu! Eu pensei que fosse algo mais sério, Peter, eu tive sorte de ter sua tia por perto, porque ela fez bem em ter feito isso. Eu me sinto ótima. — sorrio para a Sra. Parker que tem um sorriso em seu rosto também, e volto o meu olhar para Peter que por incrível que pareça continua irrequieto com o fato. — E isso só quer dizer que se um dia ela precisar de sangue, Deus queira que não, mas caso precise eu doarei um caminhão do meu para ela.

— Não, você não entende. — de repente Peter objeta mais inquieto. O que há com ele e tudo isso?

— Então explique. — replico diante da intranquilidade crescente dele, dando-o espaço para falar. Mas qual é o problema com a transfusão se eu precisava? Se a Sra. Parker fez a transfusão e meu sistema não rejeitou, eu só tenho a agradecer. Na verdade, eu me sentiria grata de qualquer maneira. Eles fizeram mais do que eu poderia esperar, talvez seja por isso que Peter esteja assim. Observando-o, o vejo suspirar, retirando as mãos de seus bolsos para me olhar sério, e falar:

— Ela fez uma transfusão de sangue. — ele faz uma pausa, hesitante. Eu já sei disso então apenas balanço a cabeça positivamente, esperando ele prosseguir e explicar o porquê da sua preocupação. Ele abre a boca, novamente, passado algum tempo e verbaliza: — O meu sangue.


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Notas finais do capítulo

Um gif que se encaixa perfeitamente bem para este momento final: http://postmania.org/wp-content/uploads/2011/08/gif-animado-esquilo-dram%C3%A1tico.gif

Ah!!! Esqueci de dizer nas notas iniciais, mas eu tenho um aviso: não esperem nada romântico da Jessie e o Peter, eles serão sempre bons amigos. Hahahahaha

O capítulo não terminaria aí, mas no original ficou com quase 6.000 palavras e eu percebi que só venho escrevendo mais e mais a cada capítulo sendo que eu mesma sou complicada para ler capítulos grandes assim, então divide em dois.
Mas também sei que é chato terminar o capítulo assim e deixar vocês roendo as unhas de ansiedade — e ainda esperando pelo Steve (aquele bandeiroso lindo. Oi?), então, eu vou adiantar o próximo capítulo ainda essa semana. o/ E aí, gostaram?
Até logo! ♥