Perpétuas Mudanças escrita por Hunter Debora Jones


Capítulo 12
A volta dos que não foram


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Sobre o título, eu gostaria de esclarecer que foi uma sugestão da minha mishabeta Hunter Pri Rosen que inicialmente eu nem iria colocar porque o título é muito grande para o meu tique nervoso, e porque eu achei muito comédia. Mas a Jessie é comédia, então não tendo outro título em mente, foi esse mesmo! E pronto! Oi?
Antes de lerem o capítulo, peço para que não se esqueçam de ler as notas finais, porque eu TENHO UM AVISO IMPORTANTE (desculpem pelo Caps Lock, é só pra chamar uma atenção mesmo, rs).
Espero que gostem, boa leitura!



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A médica me passou alguns medicamentos e recomendações para a minha recuperação, e também uma tipóia me foi colocada para que não sofresse nenhum agravamento no meu ombro. Ela disse que em uma ou duas semanas eu posso tirar, mas não abusar. Eu apenas sorri para ela concordando no momento. Eu sinto muito, mas terei que desobedecer às ordens médicas dela, uma guerra secreta está acontecendo e nem louca eu ficaria em repouso tendo uns traseiros nazistas para chutar. Já extrapolei a minha cota de mocinha que não faz nada enquanto os outros salvam o mundo e a vida dela, agora eu devo agir.

Steve nem Sharon quiseram me explicar nada quando houve uma brecha de tempo em que ficamos a sós por alguns instantes no quarto do hospital, Steve apenas afirmou que Sharon é de confiança e que está do nosso lado, e que iria esclarecer as coisas quando estivéssemos em um lugar mais restrito para esse assunto, suas palavras crentes e confiantes em Sharon não surtiram efeito algum para que eu fosse menos hostil com a presença dela. Desde o primeiro momento em que nos conhecemos ela não me inspirou simpatia, ainda não inspira, e o sentimento parece ser recíproco, então por que mudar agora então?

— Está bem — corto o silêncio assim que o carro em que Sharon dirige se põe em movimento depois de sairmos do hospital. Steve vai sentado no banco do passageiro, e eu como sempre no banco do carona. —, acho que aqui já é um pouco mais restrito para você esclarecer algumas coisas, não Capitão?

Ele gira o seu pescoço me olhando brevemente, eu o fito com expressão séria e inquisitiva. Sharon dirige concentrada sem dizer um verbo. Retornando o seu olhar para frente, ele começa:

— Quando você foi internada no hospital dissemos que tinha sofrido um atropelamento e o motorista tinha fugido. Natasha arrumou uma identidade falsa para a internação, Cindy Phillips. — franzo o meu cenho ao ouvir esse péssimo nome, até mesmo para uma identidade falsa. — Mas isso não era o suficiente para te manter em oculto devido você ter supostamente sofrido um atropelamento, a médica chamou a polícia para que fizessem um boletim de ocorrência e averiguassem o ocorrido do acidente. Estávamos em um beco sem saída. Natasha, nem eu poderíamos fazer alguma coisa para impedir que a polícia chegasse e investigasse, porque qualquer artifício que improvisássemos, ou influência que usássemos a H.Y.D.R.A. poderia descobrir e aparecer para nos matar, não podíamos arriscar. Então, usei a única alternativa que achava ter e mandei um pedido de ajuda para a Sharon. Em uma linha segura contei tudo o que tinha acontecido e ela veio nos ajudar. — ele termina o seu relato emanando uma calma absurda que carregava também em suas palavras, eu me reservo a olhá-lo, talvez mais do que surpresa, embasbacada, pasmada. Admirada da pior maneira possível com a sua atitude, eu exclamo:

— Você o quê?!

— E-eu... — ele tenta falar, mas antes que ele ao menos tente conseguir articular uma palavra, eu já o corto indignada, com total irritação eu digo:

— Você arriscou a própria pele para me salvar, você é um... Idiota! — a sua reação é de absoluta surpresa em sua fisionomia quando eu digo isso, talvez não esperasse que eu fosse dizer isso. Mas dane-se! Ele nem ao menos tinha alguma prova de que poderia confiar na Sharon, isso só me deixa mais irritada. — Não só arriscou a si mesmo, como também a Romanoff. Pelo o amor de Deus, Steve! Você sabendo o que sabia devia ter me abandonado e deixado eu me virar sozinha, eu não tinha nenhuma importância para a H.Y.D.R.A., mas você e a Romanoff sim! Vocês dois eram os únicos que tinham informações valiosas para combatê-los e voc...

— Olha, acho melhor deixar essa discussão para lá. — Sharon se intromete se manifestando pela primeira vez, sua voz soa irritantemente controlada e tranquila em um ambiente que até o momento era tomado pela minha ira. Não que eu ainda não sinta a raiva correr pelo meu sangue, porque eu ainda sinto, mas as suas palavras me dão um tempo suficiente para raciocinar, e me acalmar um pouco. Só um pouco. Porque tudo me incomoda, até mesmo a presença da Carter me incomoda, pensando bem, a sua presença é a coisa que mais me incomoda. Ela nem mesmo deveria estar aqui. — Isso não vai mudar nada.

— Avise que ninguém perguntou a opinião dela, Steve. — murmuro entre dentes, a Carter se resigna a fazer um som de impaciência com a boca.

— Ela tem razão. — Steve concorda com ela sem ter o conhecimento que isso só me irrita mais, bufo aborrecida mantendo-me calada, a Carter o olha por um instante. Não importa o que eu diga, a razão nunca estará do meu lado em sua mente.

Steve me observa depois de virar o seu rosto em minha direção outra vez, eu viro o meu rosto zangada evitando olhá-lo.

— Eu não espero que entenda o que eu fiz, mas fiz o que achava que tinha de ser feito, eu não podia abandoná-la. — sua voz me atinge com a sua sinceridade, me desarmando por um instante ao deparar-me com o fato de seu zelo comigo. Nós agentes nunca esperamos que alguém se arrisque para nos salvar, porque esse é o nosso trabalho, essa é a nossa vida, nós que temos que salvar os outros. Precisamos ser capazes e auto-suficientes, senão a morte é certa.

Saber que alguém se importou comigo quando o certo para o meu tipo de vida seria me abandonar a própria sorte... É uma sensação que não posso descrever. É um ato muito nobre.

— Eu entendo o que você fez, eu entendo mesmo, Steve. — encaro-o já recuperada, falando com mais calma. — Mas você arriscou mais do que deveria, isso não foi certo. Você nem mesmo sabia se podia confiar nela. Ainda não sabe!

— Suas palavras são lisonjeiras. — ela diz com sarcasmo evidente, e eu reviro os meus olhos. Steve olha para ela, depois para mim, e fala:

— Olha, eu acreditei que Sharon fosse de confiança e confiei nela, assim como ela confiou em mim e arriscou-se ser descoberta pela S.H.I.E.L.D. e ser dada como traidora, não foi uma decisão fácil para nenhum de nós, Jessie. Tudo poderia ter dado errado no primeiro instante em que entrei em contato com ela, e não deu. Porque se ela fosse uma inimiga, ou se eu fosse realmente uma ameaça, provavelmente nenhum de nós estaria vivo hoje. — ele expõe, fazendo-me ponderar sobre as suas palavras, há certa verdade nelas. — A H.Y.D.R.A. está aí fora pronta para agir e precisamos derrotá-la, e não há quase ninguém em que se possa confiar, eu sei que foi um risco, mas um risco necessário. — volta a minha atenção para ele, ouvindo o seu quase discurso. — E sei que vocês duas não se dão muito bem e posso até entender. Mas eu te digo que confiaria a minha vida a ela, Jessie. Sharon é de confiança. E o mesmo digo a ela sobre você. — ele termina a sua fala, voltando o seu rosto na direção dela que se mostra pensativa com suas palavras.

O silêncio no carro se estabelece.

Mudo o meu foco de minha visão de Steve para ela, e vice e versa, pensando nas palavras que ele disse. Apesar de ainda estar levemente irritada por ele ter tomado uma atitude que poderia ter custado a sua vida, eu tenho que concordar que tudo o que ele disse faz sentido. Droga, por que ele sempre parece ter a razão?

Solto um suspiro breve observando a rua lá fora pela janela do carro, talvez eu possa confiar na Carter mesmo tendo apatia por ela. Talvez.

— E como vamos derrotar a H.Y.D.R.A.? — pergunto quebrando novamente o silêncio e deixando o último assunto por encerrado, acho que não é preciso dizer nada, ainda sou profissional, não é?

— Vamos usar as armas que temos. — Sharon responde em um murmúrio rasgado, seu humor é um tanto sombrio e mesclado com uma promessa de vingança. — E chutar todos os traseiros nazistas que encontrarmos pela frente. A H.Y.D.R.A. será derrotada custe o que custar.

Olho em sua direção admirada com suas palavras quase idênticas aos meus pensamentos, Steve também a encara. Essa versão de Sharon Carter eu não conhecia, e sinceramente não sei o que acho dela. É estranho. Ela nota os nossos olhares sobre ela, então baixa um tom dizendo com a sua voz controlada:

— O Capitão Rogers tem um plano.

Não insisto no assunto, tudo indica que muito em breve saberei o que está para acontecer.

— E para onde é que estamos indo?

Steve olha para mim ante minha pergunta depois para frente novamente, um pouco inquieto, não tão típico dele, olho-o intrigada e curiosa com esse seu atual comportamento.

— Para um lugar seguro. — responde ele com mistério.

— Onde? — insisto. Ele se cala, e dessa vez quem responde é Sharon Carter:

— Para um dos esconderijos secretos do diretor Fury.

***

Ainda nos encontramos em DC Washington, mas a localização não posso definir com precisão. Nos embrenhamos na mata depois que a Carter parou o seu carro em um ponto qualquer. Poucas palavras foram trocadas desde que ela revelou para onde viríamos. A lembrança da morte repentina de meu chefe ainda é bastante vívida em minha mente, e me incomoda saber que desde então decaímos muito e não conseguimos revidar efetivamente os ataques da H.Y.D.R.A. É óbvio que não foi apenas por isso que optei pelo silêncio, a Carter e eu não somos bem colegas, muito menos amigas para que eu possa compartilhar tormentos, e Steve... Bem, desde o nosso quase beijo eu pensei bem e cheguei à conclusão que estive prestes a cometer uma grande loucura. É inacreditável que eu tenha tido a ingenuidade de pensar que depois de beijar o Capitão Porto Rico (lê-se Capitão América) conseguiria fazer com que a atração por ele se extinguisse, okay, eu admito que eu já imaginava que isso seria impossível afinal ele é o Capitão América, pré-histórico, mas ainda sim muito bonito. Mas como sempre o meu orgulho sempre dá um jeito de fazer as coisas se complicarem ainda mais, e eu acabei inventando uma desculpa dessas para mim mesma.

— Ouch! — exclamo ao sentir-me colidir com uma parede que se materializa a minha frente, parando a minha caminhada. — Steve! Não olha por onde anda não? — reclamo o fuzilando aborrecida, e massageando o meu braço que está com a tipóia que sinto uma pequena dor.

— Desculpe. — ele me olha embaraçado, dando alguns passos para o lado, diz: — Mas é que já chegamos.

Examino a minha volta e tudo o que vejo é mato por todos os lados, nenhuma cabana, porta, ou passagem, só mato. Aqui que é a tal de uma das bases secretas de Fury?

Abro a minha boca para perguntar, mas a fecho assim que vejo Sharon caminhar alguns passos a nossa frente em silêncio e um laser vermelho surgir pela frente fazendo uma espécie de leitura em seu rosto. Steve toca suavemente a minha mão chamando minha atenção, o olho, e ele diz:

— Vamos. — meneio a minha cabeça afirmativamente, e andamos até nos pormos ao lado da Carter e a mesma leitura feita com ela acontece conosco também.

Ouço um tinir vindo do mato, e quando me dou por conta armas e metralhadoras brotam do chão, surgindo igualmente dentre o topo das árvores. Agora sim parece ser uma das bases secretas do Fury.

“Identifiquem-se”, uma voz computadorizada ressoa ordens, olho para a Carter e Steve esperando que eles ajam primeiro.

— Sharon Carter, Agente 13. — ela se identifica sem ensaios. E as armas que até então eram apontadas para ela se viram para a direção de Steve.

— Steven Rogers, Capitão América. — ele diz, e as armas giram parando em minha direção.

Engulo em seco e permaneço em silêncio, os dois olham para mim me encarando esperando que eu aja.

— Qual é, e se essa coisa não me identificar? — eu externo os meus pensamentos com franqueza olhando as armas apontadas para mim, por que eu teria um passe livre de entrada para uma das bases secretas do Fury? Ele nem mesmo me contava sobre as minhas próprias missões. Eu acho que não quero arriscar a minha pele e ser fuzilada sem clemência.

A Carter suspira aborrecida revirando os olhos. Steve mais companheiro, diz:

— Não precisa se preocupar, se identifique.

Suas palavras não são tão reconfortantes, pois eu não tenho certeza delas. Mas que outra alternativa eu tenho? Que a força de Hulk esteja comigo. Respirando fundo e procurando unir a coragem, eu digo:

— Ahn... Jessica Miller Wally. — okay, minha voz não sai tão confiante como eu esperava que saísse, e eu não me sinto muito corajosa... Mas, continuo: — Agente nível três da S.H.I.E.L.D.? — digo retórica, esperando que não seja feita de alvo pelas armas apontadas em minha direção.

Um segundo se passa e observo as armas fazerem um tique voltando para o local de origem pelas quais brotaram, respiro aliviada. Imediatamente a nossa frente uma grande porta deslizante camuflada com o mato se abre liberando, portanto a nossa entrada para uma das bases secretas do Fury. Isso me faz refletir, se é uma base secreta do Fury e ele está morto, como então eles a descobriram? Aquele computador maluco não citou nada disso, então como...

— Vamos. — a Carter diz seca adentrando o local, e interrompendo os meus pensamentos. Eu não gosto dela, e gosto muito menos do jeito que ela age, de todo o jeito, a contragosto resolvo “acatar” ordens me pondo em movimento e seguindo o mesmo caminho, Steve faz o mesmo caminhando quase ao meu lado.

Ponho o meu olhar investigando o local assim que sinto as portas se fecharem atrás de mim. Sharon anda até chegar próxima de uma mini geladeira e retira uma garrafa d’água, fechando a porta em seguida e rumando passos até próxima de uma mesa, ela se senta em uma das cadeiras que a compõe abrindo a sua garrafa. Em primeira vista, posso afirmar que a base se mostra um lugar iluminado e mesmo assim fechado e solitário, amplo com corredores e entradas para outros cômodos, e com mobília nada menos que o necessário.

Sinto um leve toque sobre o meu ombro não machucado, e viro o meu rosto deparando-me com a mão de Steve.

— Precisamos conversar. — ele diz sério assim que fito os seus olhos, eu experimento a sensação terrível e adolescente do meu rosto se enrubescer. Eu já imagino o que ele quer conversar, e eu não estou nem um pouco preparada para esse papo.

— Não precisamos não. — eu afasto a sua mão de meu ombro com um movimento, quebrando o contato visual com ele eu me afasto dando passos largos e mostrando grande interesse pelo local. Mas ele persistente segue em meu encalço.

— Eu preciso te esclarecer uma coisa que não pode ser adiada. — arregalo os meus olhos ao ouvi-lo, me voltando bruscamente para ele quase batemos de frente, olho discretamente para a Carter vendo que ela nos observa com um olhar perspicaz comparáveis ao de uma águia predadora.

— Steve. — volto a encará-lo, quase que soletrando o seu nome para que ele perceba que eu não quero que ele fale, seja o que for que ele quer falar. Baixo um tom, evitando que Sharon possa nos ouvir: — Não precisa. Esqueça o que aconteceu, ou o que quase aconteceu.

— Não é sobre isso que eu quero falar com você. — ele diz acanhando-se diante do que falo, o fito surpreendida.

— Ah... — eu fico menos inquieta, e olhando para ele eu sinto o enrubescimento expandir-se se espalhando em minha face como cólera. — E, sobre o que é que você quer falar?

A sua boca se abre para responder, mas uma voz surge interrompendo antes que ele profira uma palavra.

— Capitão! Jessie!

Viro-me para me deparar com a figura presente de Sam Wilson sorridente caminhando em nossa direção, e logo do lado Maria Hill, acho que a minha pergunta de sobre como eles descobriram essa base está respondida. Eu deveria ter me lembrado e imaginado que Maria Hill saberia dessa base. Ela era o braço direito do diretor Fury, e posso afirmar com certeza que se há a possibilidade de alguém saber metade dos segredos que ele escondia, eu colocaria a minha mão no fogo pelo nome de Maria Hill.

— Olá, Sharon. — Sam diz quando percebe ela sentada na mesa.

— Sam. — ela apenas responde com um cumprimento polido.

Retornando a atenção para nós ele continua o seu trajeto até se aproximar, e diz:

— Jessie, é bom te ver. — ele me estende a mão e a seguro o cumprimentando também com um sorriso.

— É bom ver você também, Sam. — falo. — Soube que ajudou Steve e a Natasha. Obrigada.

Ele faz um meneio de cabeça, um gesto como quem diz que não é preciso agradecer.

— É, e eu fiquei sabendo que está tendo problemas com a pequena agência de espionagem em que trabalha. — sorrio pelo jeito como ele fala, me lembrando da tarde em que o contei de modo bem evasivo com o que trabalhava. — Se precisar de ajuda, estou às ordens. Eu já disse pra eles aqui que eu faço tudo o que o Capitão faz, só que sou mais devagar. — eu rio brevemente do humor divertido de Sam balançando a minha cabeça em negação, Sam cumprimenta Steve. Eu olho para Hill.

— Hill. — a cumprimento, ela oferecendo um sorriso quase imperceptível junto a um meneio de cabeça, diz:

— Agente Wally. Capitão. — ela vira-se em sua direção fazendo um leve meneio de cabeça, e Steve apenas retribui o gesto. Ela olha para minha direção, me fitando, pergunta: — E como você está?

— Eu estou bem. — respondo a sua pergunta sem dar detalhes. A verdade é que nesses dias todos foram atacados de todas as maneiras possíveis, e eu me sinto como a única e específica azarenta de um filme de ação que se machuca na primeira ocasião, dando assim trabalho para os outros se preocuparem com ela a carregando para lá e para cá enquanto enfrentam o inimigo. — Eu estou ótima, pronta para outra, aliás.

— Só vá com calma. — Steve diz com tom jovial. — Eu não sei se eu estaria pronto para outra.

— Eu prometo que vou tentar. — sorrio para ele brincando, e olho para os outros que carregam também um brando sorriso em suas feições, isso me faz sentir a falta da presença de alguém. — A Natasha, ela não está aqui?

— Ela está com o Nick. — Sam responde sem dar chance que os outros digam algo. Espere, ele disse Nick? — Seguindo o corredor e virando a segunda porta a direita, ela v... — ele se cala antes de abaixar o tom da sua voz gradativamente, minha expressão é de confusão. Olho para ele e depois para os outros, e observo o olhar de censura que ele recebe de Steve. — E vocês não contaram a ela, né?

Steve nem Sharon dizem nada quando ele solta a indagação para eles, eu fito um a um tentando compreender se o que o Sam disse é realmente o que estou pensando.

Silêncio.

— Jessie, espe... — a voz de Steve quebra o silêncio quando eu os abandono com passos apressados indo pelo caminho que Sam descreveu até onde estaria Natasha, eu ignoro todos os seus chamados.

Eu paro estando a apenas alguns passos do cômodo descrito por Sam, ouço passos atrás de mim se aproximando. Minha pulsação está agitada, minha mente curiosa, confusa e receosa, eu não posso me acovardar, então com esses sentimentos eu apresso-me mais uma vez adentrando o cômodo antes que os outros atrás de mim me alcancem e tentem me deter.

Eu não posso controlar o sobressalto literal ao deparar-me com o que vejo diante de minha visão.

— Fury. — pronuncio o nome do homem que vejo a minha frente, Nick Fury.

— Agente Wally. — ele me responde simplesmente sem a ausência de suas fiéis características, apesar de aparentar estar tão bem fisicamente como eu, tenho a convicção completa de que o homem com quem falo é Nick Fury.

Olho para trás tendo chamada a atenção para a chegada de Steve, Hill, Sam, e a Carter. Consequentemente eu noto a presença de Natasha Romanoff tranquila no recinto sentada em uma cadeira próxima de Fury.

— Você está vivo. — digo o óbvio voltando a fitar Fury.

— Não posso negar o que pode ver com seus próprios olhos. — rebate com o óbvio também, com o seu típico humor comedido.

Desconfortável, eu dou um rápido olhar em todos, eu sou a única que parece estar por fora do que está acontecendo por aqui e isso não me agrada nem um pouco. Eu vi com os meus próprios olhos Fury morrer, eu chequei a sua morte, e ele tinha nos deixado pistas de que a H.Y.D.R.A. estava de volta e nós quase morremos por isso. Bem, eu quase morri. E agora, inexplicavelmente ele está bem na minha frente vivo, e eu sou a única que parece surpresa com a sua presença.

— Tá bom — eu falo fazendo gestos bruscos com as mãos, inquirindo a todos: — Quem é que vai começar falando e me por em dia sobre os últimos capítulos da novela S.H.I.E.L.D. versus H.Y.D.R.A.? — eu exponho minha raiva sem me importar com o meu péssimo deboche no momento. — Porque ou tem algum lance pirado acontecendo, ou vocês “esqueceram” de me contar alguns detalhes, Agente K., Agente J. — aponto para Sharon e Steve, o último não parece entender muito bem a minha referência, pois sua feição se mostra um tanto confusa. O Homem Bandeira, não está tão atualizado como eu pensava.

— Essa piada não teve graça, você sabe não é? — Sharon rebate cruzando os seus braços sobre o peito e me lançando um olhar ferino.

— Eu não disse que era uma piada. — a fito com expressão mortal. — E muito menos que era engraçada, Agente K. — ela solta um suspiro demonstrando sua irritação, eu a ignoro.

Direcionando minha atenção novamente para Fury, arqueio minhas sobrancelhas, e sondo:

— Então?

Em silêncio ele lentamente analisa a expressão de todos, até parar em mim, fazendo um mínimo aceno de cabeça em direção a cadeira a sua frente, ele arremata:

— É melhor se sentar, a história pode ser bem longa.


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Notas finais do capítulo

Nick Fury voltou!
Pois é, para quem já estava perguntando por ele, está aí a resposta...
Se houver algum erro no capítulo, me desculpem por isso, e podem me avisar que eu conserto. Porque assim como vem acontecendo muitas vezes, eu não consegui revisar como tenho hábito, por causa de algumas coisas que aconteceram no decorrer da semana.
E chegamos ao aviso importante... Infelizmente eu não tenho previsão para o próximo capítulo, essas últimas semanas tem sido tensas para mim, não conseguir uma boa nota no enem, me dar mal no sisu, e etc. E ontem minha cachorra morreu (estou triste como o Loki quando perdeu a sua mãe Frigga. Oi?), e hoje fui reprovada em outra prova. É tanta desgraça que mal dá para acreditar, não é? Mas é a verdade, eu bem que gostaria que fosse mentira. Eu só postei esse capítulo aqui hoje porque eu já tinha ele terminado, antes dessa maré de azar me atingir.
E é isso, eu não estou tendo cabeça para escrever, e nem sei se sairia algo legal escrevendo assim, sem ânimo. Sinto muito por ter que parar por um tempo com a fic, mas eu prometo que vou ficar mais animada (ou resistente) logo, logo e atualizarei a fic assim que der, beleza pessoal? Não deve demorar muito tempo.
Well, pessoal, peço desculpas novamente por isso, mas estou fazendo o meu melhor. E peço também, aos que podem, para que não deixem de deixar a opinião de vocês sobre o capítulo porque sem retorno eu afundo mais nessa fossa desgraçada e fico desmotivada para escrever e aí sabem como é, né? kk
Espero estar de volta em breve, até.
Bjs!