Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 9
Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, estou aqui de volta e sem nenhuma vergonha na cara. É atrasei horrores com vocês, eu sei disso, mas sabem como é a vida anda corrida demais e eu sou enrolada. Não sou a pessoa que sabe controlar ou administrar seu tempo. Mas tudo bem, tudo bem. Desta vez irei fixar uma data novamente, porque eu tenho que fixar algo se não a coisa desanda.
Mas antes...
Bom...
Antes...
Queria agradecer a linda da CrashBunny que me fez uma recomendação linda. Gente vocês deixa a autora aqui muito feliz. Serio mesmo. Não sei como vocês consegues. Quero dizer que a sua recomendação me deixou muito mais motivada a escrever e vários capítulos já foram adiantados. Então muito obrigada mesmo *-*
Espero que gostem deste capítulo e não se preocupem que eu já decidi que irei postar agora no dia vinte e sete XD

Ah, e dei uma revisada rápida, mas acabou que alguns erros passaram desapercebidos, então me desculpem desde já por isso e pouco a pouco irei respondendo os comentários.



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Capitulo Oito.

Lucy ficou com o terceiro turno quanto à vigília, o que significava que ela juntamente com Sting, acordaria um pouco antes de clarear e esperariam algumas horas ate acordar os demais. Mesmo assim alguns instantes após acordar a loira o sono a fez dormir antes de conseguir chegar a qualquer raciocínio lógico.

– Ei, blondie. – Sting a balançou. – Hora de acordar. – sorria travesso.

– Você também é loiro. – murmurou se sentando devagar. – O quê? Eu dormir? – olhou em volta vendo que o sol já se encontrava no céu.

– Não, fechou os olhos e viajou no tempo. – debochou.

– Porque não me acordou? – os demais ainda estavam dormindo o mais próximo a tranquilamente, mesmo que no chão de terra.

– Não era necessário. – moveu os ombros. – Se algum deles aparecesse eu conseguiria ver e gritar, não precisamos de dois para isso. E você esta com uma cara de quem precisa dormir.

– Minha cara? – arregalou os olhos levando as mãos ate o rosto. Não se via há vários dias, deveria estar semelhante a um demônio. Os cabelos iam pelo mesmo caminho, desgrenhados e ainda pareciam em um nó graças as mangas do pijama de Erza em volta de si. – Esta muito ruim? – o olhou um tanto desesperada o que fez o loiro rodar os olhos.

– Já esteve melhor. – não havia entonação em sua voz. – Bem melhor. – deu ênfase na palavra bem.

– Você não esta sendo positivo. – murmurou suspirando. Não poderia fazer nada. Houve um tempo em que ficaria arrasada de estar tão feia, ainda mais se próxima de Natsu, mas de alguma forma, isso não tinha mais tanta importância.

– Quer que eu minta? – ergueu uma sobrancelha, a que estava inchada devido ao machucado.

– Quero que cale a boca. – bufou o fazendo quase gargalhar.

– Eu sei que é interessante a conversa, mas podem me deixar dormir? – Gajeel quase rosnou.

– Na verdade não. – Sting se levantou. – Hora de acordar. – gritou praticamente.

Depois de receber alguns insultos por parte de Natsu e Gajeel, Sting conseguiu fazer com que todos acordassem e então se sentou ao lado de Lucy, fazendo uma expressão de desgosto a cada vez que seus olhos por acaso cruzassem com alguém.

– A cara de todo mundo esta uma droga. – murmurou depois de um tempo. – Menos a minha. – parecia pensativo. Lucy preferiu ignorar, pensando que talvez uma vida inteira sendo visto como o mais bonito por onde andasse, havia o dado uma autoestima invejável.

Em silencio observou o restante do grupo se levantar. Um após o outro foram atrás de um local para seus afazeres matinais, sendo que como Erza ficou relativamente próxima, os demais foram obrigados a caminharem para o mais distante possível e demorar mais.

Muito mais.

– Onde aqueles três estão? – Erza parecia impaciente após quase dez minutos de espera.

– Será que aconteceu alguma coisa? – a loira estava muito mais preocupada do que impaciente.

– Sem gritos de dor? – Sting fez pouco caso, embora estivesse se levantando com o seu facão na mão já quase pronto para atacar um inimigo.

– Será que eu os assustei demais? – a ruiva se perguntou um tanto curiosa e arrependida. – Tanto faz, nem a morte é motivo para me fazer esperar. – voltou a si e começou a se irritar novamente.

– Relaxa, olha os três vindo correndo. – Sting avisou guardando novamente o facão.

Lucy aproveitou enquanto os demais se aproximavam e se levantou também, colocando lentamente o pé esquerdo no chão por inteiro. Cerrou os dentes com força ao sentir não só a parte próxima ao tornozelo, como também toda a extensão do pé e um pouco da perna arderem. Não foi muito surpreendente ver que estava um pouco mais inchado do que ela se lembrava e com muito mais pus.

– Acho que avistamos alguma coisa. – Natsu havia sido o primeiro a chegar e tinha um enorme sorriso no rosto. – Uma casa ou venda. Não sei. Mas definitivamente alguma coisa.

– Não acredito. – Erza sorriu para o rosado. – Onde? – olhou em volta como se a qualquer minuto uma casa fosse se materializar.

– Um ou dois quilômetros seguindo reto. – apontou na direção da própria rodovia.

– Nem dá para acreditar que dormimos tão perto e tão mal. – Gajeel falou ofegante.

– Então vamos lá. É só segui reto não? – Sting tinha os olhos brilhando, tão empolgado quanto poderia estar.

– Lucy, anda, eu te levo. – Gray sorriu para ela, era a primeira vez que ele parecia sorrir de verdade desde o incidente com Juvia.

– Ok! – não foi possível não sorrir, tanto pela animação de Gray quanto pela possibilidade de conseguir ajuda. Depois de duas semanas perdida na floresta, correndo risco de vida, conseguir ajuda parecia um sonho tão distante aos olhos da menina que ao contrario dos demais, ela não se encontrava feliz a ponto de sair pulando. Lucy mal conseguia se mover.

O grupo se deslocou rápido após o achado. A loira estava calada observando a conversa animada dos companheiros de grupo. Seria possível que conseguissem mesmo ajuda? Que logo ela estivesse em casa, sendo tratada em um hospital? Não poderia acreditar que algo tão bom ocorreria.

Era risível! Estar em casa, ir a um hospital. Desde quando Lucy havia começado a achar que isso eram maravilhas que ela poderia fazer? Nunca gostou de ficar em casa e nem de ir para um hospital. Sempre que possível o medico ia ate ela, em sua própria residência. Era incrível o quanto a visão de uma pessoa poderia mudar com o passar do tempo.

Demoraram de quinze a vinte minutos para percorrerem toda a área cheia de curvas em formato de S. Só então Lucy conseguiu ver o que Natsu e os demais haviam visto. Era um posto de gasolina, como ela mesma havia previsto no dia anterior ao conversar com Erza. Uma edificação simples com apenas duas bombas de combustível na frente e uma construção branca de tamanho médio com uma placa amarela escrito em vermelho “GasoLanche, lanchonete e restaurante”. Parado perto do local havia um caminhão azul com cerca dez metros de comprimento e dois de altura. A porta se encontrava aberta, porem o caminhoneiro não parecia estar por perto.

– Pouco movimentado aqui. – Erza comentou estranhando o local completamente vazio.

– Estamos quase no fim do mundo, não existem muitas pessoas por aqui. – para Natsu era uma explicação simples. – Devem estar todos lá dentro. Será que eles dão comida fiado? – colocou a mão na barriga com um sorriso no rosto.

– Qualquer coisa eu vendo um de vocês para ele. – Gajeel brincou.

– E quem aqui esta valendo um prato de comida? – Sting perguntou debochado quando eles ainda passavam pelo caminhão.

Lucy deixou de prestar atenção na conversa para olhar melhor o caminhão em si, parecia ser novo com estofado de couro e carroceria brilhante. Dentro dele havia um terço pendurado no retrovisor, uma flanela alaranjada e uma pequena TV que ela só viu pela luz que fazia dentro do automóvel. Quando esticou um pouco a cabeça para ver o que passava viu apenas que existia uma tela azul acesa com uma lista negra no meio.

– Algum problema? – Gray parou para perguntar.

– Nada demais. – moveu os ombros tirando o olhar do caminhão. O garoto ainda ficou alguns instantes parado olhando em volta, mas acabou voltando a caminhar quando viu que os amigos já estavam mais a frente.

Erza tentava a todo jeito arrumar um pouco o cabelo ou a roupa, talvez para ficar mais apresentável, o que fez Lucy se lembrar que seu estado deveria estar um pouco pior que o da ruiva. Não que pudesse se arrumar, tinha que se manter segurando Gray o máximo possível.

– Esta aberto. – Natsu comemorou embora a porta estivesse apenas entreaberta e não aberta de fato.

– Será que eles vendem almoço nesse horário? – Sting parecia realmente pensativo sobre o assunto enquanto Natsu passava pela porta.

– Claro que não, quem almoça de manhã? – Gajeel respondeu com deboche.

Foi Erza a quarta a se encaminhar ate a porta, porem parou após dar alguns passos e logo voltou para trás, quase trombando em Gray.

– Erza? – Lucy olhou para a ruiva.

– Aconteceu alguma coisa? – Gray perguntou sem entender o que poderia ter ocorrido. Natsu, Sting e Gajeel já estavam mais a frente gritando pelo dono do estabelecimento.

– O chão. – as palavras saíram estranguladas. O que fez com que Lucy e Gray focassem direto no que a ruiva havia dito e se chocassem com um chão de cimento batido cinza com manchas de um marrom avermelhado.

– Pode me descer. – Lucy murmurou e sem receber nenhuma resposta foi posta no chão.

Observou com mais atenção o local como um todo. Deveria ter cerca de quatro metros por seis. Algumas meses de metal com bancos também de metal, um balcão comprido com diversos produtos a mostra e a esquerda algumas prateleiras com produto variados para se vender. Coisas como revistas, isqueiros e panelas. As paredes eram brancas, ou haviam sido pintadas, porque agora ganhavam um tom amarelado e descascavam, sendo que a próxima ao balcão parecia estar impregnada de gordura. O teto era alto, com dois ventiladores na cor cinza que estavam amassados e cheios de poeira e uma porta de madeira escura ao lado do balcão indicava que havia uma parte acoplada aos fundos.

Poderia ser um ambiente normal – embora com toda a certeza não fosse para Lucy que era acostumada com locais luxuosos – se não estivesse completamente vazio e sem nenhuma iluminação, isso ignorando o chão que estava cheio de manchas marrom avermelhado. Sangue. Lucy tinha a absoluta certeza que as manchas eram de sangue.

Começava com uma mancha maior na entrada, então pegadas parcialmente vistas, mais de uma, duas ou três formas diferentes que se encaminhavam para a esquerda. Algumas outras manchas apareciam também, não só no chão, como em algumas mesas. Só então Lucy notou que os bancos daquela direção estavam fora do lugar. E as manchas seguiam ate as estantes. Local onde Erza se encaminhava.

– Fique aqui e qualquer coisa é só gritar. – Gray murmurou seguindo a ruiva e retirando a faca e o espeto de sua cintura.

Lucy sentiu o corpo tremer e se apoiou em uma mesa metálica. Os pés nus sentindo a textura das manchas sangrentas que ainda pareciam úmidas e os companheiros as seguindo, como se não passassem de pistas ate um tesouro. Mas não era esse o caso. Claro que não. Se encontrassem algo, seria o oposto a tesouro. Poderia ser a ruína da esperança que havia aumentado recentemente.

Olhou na direção de Erza e Gray que agora se encontravam próximos as estantes que pareciam ser feitas de algum metal branco não muito resistente. Revistas e jornais transformavam as duas primeiras em uma parede e a luz apagada deixava o local escuro. Foi apenas naquele momento que Lucy notou, as janelas estavam fechadas. Qual o motivo de um estabelecimento comercial com janelas fechadas? Excerto se o local estivesse fechado. Mas isso não explicaria o caminhão aberto e com a TV ainda ligada.

Apenas se... O caminhoneiro tivesse entrado e não saído.

Mais uma vez seus olhos foram para o sangue no chão. Seria o sangue do caminhoneiro? Se esse fosse o caso significava que ao menos um morto-vivo estava dentro do local. Dependendo do tempo o caminhoneiro já poderia ter se transformado. No mínimo dois.

– Erza, Gray. – gritou o que acabou chamando a atenção dos três que estavam a frente. – Tem mais de um por aqui. – avisou observando os dois que arregalaram nos olhos, um pequeno instante antes da estante começar a se mover. – Atrás da estante. – apontou.

Em um movimento rápido Erza saiu do caminho e a estante tombou ao lado de Gray que assustado deu alguns passos para a lateral se afastando. Atrás do móvel tombado estava ele. O morto-vivo que usava uma jaqueta azul com um slogan com rodas e asas. Pele pálida com as extremidades enegrecidas e acinzentadas, olhos opacos e sem foco que mantinham pouco da cor original, verde. A boca entreaberta deixava com que os dentes amarelados aparecessem. Se eram assim antes da transformação, Lucy nunca saberia. No pescoço faltava uma parte de carne ficando apenas um buraco negro, a blusa rasgada deixava à barriga a mostra, onde o intestino aparecia pendurado já não com sua cor rosa acinzentada normal e sim enegrecido molhado como se a qualquer momento uma parte fosse cair no chão. Grande parte da pele faltava deixando uma carne de aparência podre entre cinza e marrom. Alguém havia tido muito tempo em comer seu corpo.

– Maldição. – Sting gritou ao avistar o que estava ocorrendo. Lucy estava ocupada demais observando Erza e Gray e foi por esse motivo que a loira viu um segundo morto-vivo surgir pelas costas do moreno.

– Gray, atrás de você. – gritou e apertou uma mão na outra com os olhos arregalados dando alguns passos a frente.

Não foi preciso. Natsu e Sting não perderam tempo em cercar o morto-vivo e com facões o acertarem na cabeça. Mais uma vez os sons abafados e úmidos. Como um som poderia ser úmido? Lucy se perguntava enquanto observava a cabeça do monstro se encher cortes profundos e aberturas. O primeiro morto-vivo estava sendo abatido por Erza e Gajeel enquanto Gray se mantinha quieto, os olhos arregalados e apavorados.

– O que esta havendo aqui? – Natsu perguntou se afastando do corpo.

– Fique alerta que ainda podem existir outros. – Erza ignorou a pergunta do rosado.

– Outros? Que merda é essa de outros? – Gajeel a encarou, o pé de cabra erguido.

– Talvez, esse lugar já possa ter sido tomado. – a ruiva explicou se encaminhando para o estreito corredor entre as paredes e as estantes. – O que pegou esse cara – apontou na direção do morto-vivo que um dia havia sido caminhoneiro. – Talvez seja mais de um, pode... – sua fala ficou pela metade ao notar um terceiro corpo no chão. Imóvel.

– Ele deu um jeito em um antes de tudo então. – Gajeel deduziu com a voz baixa. Era estranho pensar nos mortos-vivos como humanos. Na realidade tentava esquecer, mas às vezes se tornava impossível fugir da realidade. Todos já haviam sido humanos.

– Hum. – Erza suspirou. – Vamos vistoriar aqui antes de qualquer coisa. – avisou terminando de olhar entre as estantes. Do outro lado Sting fazendo a mesma coisa.

– Ei, Gray. – Natsu chamou o amigo que ainda se mantinha estático. – Gray?! Cara, ‘ta me escutando? – o balançou de leve.

– O quê? – piscou os olhos diversas vezes, a voz baixa.

– O quê, pergunto eu, estou te chamando á horas. – reclamou. – Esta tudo bem?

– Bem? – olhou na direção do corpo sem vida. – Eu só preciso ir lá fora para respirar. – informou se afastando do rosado.

– Tome cuidado. – avisou preocupado.

– Não se preocupe. – murmurou colocando as mãos nos bolsos da calça e se afastando.

Lucy abaixou a cabeça quando Gray passou por ela. Não queria invadir a sua privacidade. Não queria ver que ele estava chorando.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Bom, pouco a pouco os queridos mortos vivos vão surgindo na vida dos nossos heróis, cada vez mais e mais. Na próxima aparição talvez eles fiquem em saias justas MUAHAHAHAH
Sim a Lucy ainda não fez nada, mas devido a personalidade dela e a forma que ela age e se encontra (fisicamente já que mal consegue mover uma perna) acho que vai demorar bastante para que ela faça algo a um morto-vivo, mas não se preocupe que o primeiro será especial MUAHAHAH (sentiram a maldade na risada?)
Quero pedir que tenham paciência com o Gray, ele é realmente mais sensível, mas pouco a pouco vão entendendo a forma que ele age e reage ao sofrimento.

Espero realmente que gostem dos capitulos e me perdoem pela demora.



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