Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 6
Capitulo cinco


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas lindas!!
Como prometido hoje, no dia 24, hoje, estou aqui postando para vocês minha lindas.
Bom, esse capitulo é bem doloroso para a Lucy e não tão empolgante. Ao menos eu acho, embora tenha um verdadeiro amor pelo capitulo em si. Acho que mostra o máximo do desespero deles.
Não sei!
Espero que gostem e deem a sua opinião, mesmo se no caso não gostarem.
Mais uma vez avisando que revisei, mas não garanto nada perfeito, pelo contrário. Então qualquer errinho me perdoem.



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Teve de rasgar.

Foi essa a única solução que Gray conseguiu para tirar Lucy da água. Rasgar a camisola e a erguer antes que fosse tarde demais. Embora desconfiasse que fosse tarde demais. Depois de ter empurrado a loira na água, ele havia perdido muito tempo rolando no chão e vendo Gajeel derrubar o inimigo. Depois gritou que havia um segundo e quando viu o amigo indo na direção deste outro morto-vivo, foi salvar a loira. Não foi fácil, primeiro ela bateu em sua cara tentando o afastar e depois teve problema para desprendê-la. Quando a ergueu Lucy já estava praticamente inconsciente e bamba em seus braços.

– O que esta acontecendo? Lucy?! – Erza já estava de pé e falava alto, Gajeel ainda não estava à vista e Natsu se encontrava sentado observando em volta, tentando entender algo.

– Tem uma dessas criaturas lá fora, ajude o Gajeel. – mandou colocando a loira no chão.

– Droga! – o grito foi de Natsu, assim como o corpo que correu na direção que Gajeel estava também foi do rosado.

– A Lucy foi atacada? – Erza parou ao seu lado, parecia preocupada. Gray não respondeu de inicio, preferiu checar a respiração da loira e então começou a massagem cardíaca. Não era o melhor no assunto, só havia aprendido porque fazia natação com Juvia, mas sabia que ninguém ali tinha mais conhecimento do que ele. – Gray, me responde. – Erza ordenou.

– Me deixa tentar a fazer respirar. – gritou de volta fazendo novamente a massagem na garota. Estava fazendo alguma coisa errada? Ou a massagem não estava funcionando? – Vamos lá Lucy, não brinca comigo não. – quase implorou e como se tivesse ouvido seu pedido a menina começou a tossir e voltar à água. – Isso, volta tudo. – murmurou com um sorriso nos lábios. Se Lucy morresse por ele a ter empurrado, iria acabar o levando para a morte consigo.

– Gray? – a voz de Erza estava gentil e preocupada.

– Quando vi um segundo bicho desses surgindo me desesperei e acabei escorregando, no fim a empurrei no rio. – explicou vendo os olhos da loira se abrir. Só então notou a mancha vermelha que surgia no rosto dela. Aproveitou para observar o restante do corpo, o lado esquerdo estava com diversas partes assim aparecendo. Sangue? – Acho que ela bateu em alguma coisa. – murmurou virando a cabeça da garota que soltou um gemido de dor.

– Vou pedir para o Natsu fazer outra fogueira. – Erza se ergueu rápido e saiu.

– Droga Lucy! – murmurou pegando a garota no colo e levando para próximo à fogueira que havia sido apagada há pouco tempo.

– Ai. – murmurou se encolhendo assim que Gray a colocou no chão.

– Lucy! – chamou sentindo um peso sair das costas, não havia matado mais ninguém, ninguém. – Como esta se sentindo? – os olhos estavam presos no rosto da garota.

– Tonta. – a voz mais parecia um sopro e os olhos dela pareciam tremer.

– Você esta machucada, bateu a cabeça e se arranhou, além de ter se afogado. – explicou vendo Erza voltar com Natsu e Gajeel.

– Meu pé. – tentou o mover e então soltou um gemido alto de dor.

– Lucy não se move. – Erza apareceu ajoelhada ao lado da loira. – O Natsu vai ascender à fogueira, pode ficar tranquilo Gray. – encarou o amigo de forma firme.

– O quê? – tentou entender o motivo da ruiva esta encarando a ele. Só então prestou atenção em si, as mãos tremiam e o corpo estava tensionado. Respirou fundo se acalmando, não tinha matado ninguém, claro que a culpa de Lucy estar ferida e ter quase morrido era dele, mas estava viva. Ele não era um assassino. – Ótimo. – concordou e observou Natsu utilizar o seu isqueiro para ascender o fogo. O rosado sempre andava com alguma coisa que produzisse fogo consigo. Lembrava-se de quando a mãe do mesmo havia o levado ao medico para ver se o filho era piromaníaco. Nunca pensou que a mania do amigo seria tão útil.

– A roupa dela esta completamente rasgada. – Erza chamou a sua atenção.

– Tive que fazer isso porque prendeu em uma pedra lá em... – sua fala foi cortada quando ele notou que a amiga despir a loira a deixando apenas de roupa intima.

– O que foi? – o encarou inocentemente.

– Porque esta tirando a roupa dela? – engoliu seco.

– Ora, esta encharcada e ela esta ferida. – para Erza parecia simples. – Não pense em reclamar Lucy, você está machucada, só precisa de descanso, tente dormir. – sorriu para a loira no momento em que a mesma iria abrir a boca.

– Mas se ela bateu a cabeça não é melhor ela falando do que dormindo? – Gajeel perguntou no momento que a fogueira que Natsu havia feito começou a tomar tamanho e iluminar o local. Por sorte haviam levado mais madeira que o necessário para a primeira fogueira e ainda tinham um pouco restando.

– Isso! – Erza concordou. – Ei Lucy, me diga onde dói para não ter que ficar procurando. – mandou quase severa. Era a forma de Erza se preocupar.

Gray ignorou os múrmuros de Lucy e ate mesmo Natsu tentando acordar Sting – o loiro tinha um sono extremamente pesado – e observou à loira. Com uma iluminação melhor era possível analisar os ferimentos. Erza observava o da cabeça que parecia ser algo como um corte grande já que o sangue não parava de sair. No antebraço os arranhados eram poucos, porem alguns pareciam bem profundos, nas pernas eram quase inexistentes e superficiais. Em contrapartida o tornozelo sangrava.

Pegou a camisola que Erza havia tirado e limpou o local, vendo um corte fundo que se iniciava um pouco a cima da sola do pé e terminada no tornozelo, o sangue jorrava, contudo era possível ver a carne viva que latejava e o osso branco. Certamente era o tipo de corte que receberia diversos pontos, mas eles não tinham linha, agulha ou qualquer equipamento de primeiros socorros.

– Tente estocar o sangue. – Gajeel estava ao seu lado observando o ferimento. Não demorou a rasgar a camisola em duas.

Gray segurou a perna da loira quando ela se encolheu de dor por algum motivo, certamente graças a Erza. Então Gajeel começou a passar um dos pedaços da camisola em volta do ferimento de Lucy, não era algo realmente bonito de se ver, mais parecia um turbante do que algo que estacasse o sangue. Mas era o melhor que poderiam fazer.

– Sobrou algum pedaço de pano? – Erza perguntou assim que terminaram de “enfaixar” o ferimento de Lucy.

– Aqui. – Gajeel entregou para Erza e só então Gray notou, a ruiva havia arrancado as mangas de seu pijama e passado em volta da cabeça da loira, agora usava o restante da camisola para limpar um pouco do sangue que havia escorrido ate o pescoço da garota.

– Acha que é grave? – perguntou se referindo ao machucado na cabeça.

– Deve ser só um corte, espero que seja só um corte. – a ruiva falou rápido. – Acho bom que ao menos dois fiquem de guarda, já apareceram dois destas coisas hoje e fizemos muito barulho. – decidiu por si só, como já era costumeiro ser feito. – E tomem cuidado com a parte de pedra. – a voz saiu com bastante ênfase.

– Pode deixar que eu fico acordado. – Gray tomou a frente, não iria conseguir dormir, ao menos já tinha tirado um pequeno cochilo na noite. Já estava se acostumando com isso, dormir pouco.

– Eu também. – Sting surpreendeu grande parte por se oferecer. – Já me acordaram mesmo. – bufou quando todos o encararam sem entender, não estava de bom humor, o que era característico dele quando acordado as pressas.

– O restante é bom dormir porque vamos revezar. – Erza voltou a dar as ordens.

– E você? – Natsu perguntou preocupado, a ruiva sempre se incluía nas atividades.

– Vou manter a Lucy acordada. – havia tanta convicção em sua voz que Gray quase estranhou, estranharia se não fosse Erza. Porque a ruiva era o tipo de pessoa que se entregava por inteiro a uma tarefa, se isso fosse ajudar alguém. Principalmente um companheiro.

Não houve nenhum incidente a mais na noite. Excerto por uma pequena briga entre Erza e Sting quando a ruiva notou que o loiro observava o corpo de Lucy. Normal, Sting sempre foi desta forma, era um defeito que não se poderia mudar, estando com problemas ou não. Mas Erza também tinha o defeito de ser obedecida independente do que ocorresse, mesmo que fosse obrigada a usar a força para se fazer a lei. E usou, e como esperado, Sting obedeceu.

Quando estava começando a clarear Natsu e Gajeel acordaram para ficarem de guarda, e embora Gray tivesse certeza que iria ficar acordado o restante da noite para se certificar que Lucy estava bem, acabou por dormir em algum momento.

Erza não a deixou pregar o olho a noite inteira. Para isso Lucy teve que falar durante todo o tempo e falou, nem sempre coisas com muito nexo, principalmente quando o sono e cansaço estavam a dominando. Lembrava-se de falar sobre o seu prato predileto, de filmes, musicas e shows, a ruiva pareceu bem interessada nos shows e cantores famosos que Lucy conhecia.

– Acho que já podemos ir. – Natsu quase gritou e Lucy olhou na sua direção só para o ver chutar de leve as costelas de Sting e Gray para acordá-los. – Seus idiotas, levantem de uma vez. – grunhiu irritado.

– Eu vou te quebrar, idiota. – Sting resmungava com a mão na costela.

– É um homem morto. – Gray o encarou com ódio por alguns instantes.

– Vocês não gritem tanto. – Gajeel gritou os repreendendo e Erza abaixou a cabeça cansada.

– São impossíveis Lucy, impossíveis. – murmurou e Lucy observou as olheiras que a ruiva tinha no rosto. Atrás de si uma discussão entre os quatro cada vez ganhava uma entonação maior. – Vocês fiquem quietos. – mandou com raiva fazendo os quatro se calarem no mesmo instante. – Acho melhor irmos de uma vez mesmo. – se ergueu cerrando os punhos e os encarou firme. – Antes que apareçam mais dessas coisas atraídas pela gritaria de vocês. – resmungou.

– Podemos os chamar de zumbis. – Lucy ouviu Sting dar a ideia enquanto se sentava.

A cabeça ainda doía e pesava bastante, a garganta parecia doer sempre que ela engolia saliva, além de claro, estar com fome e com o braço esquerdo ardendo. Ao seu redor uma discussão entre Natsu e Sting se formava para conseguirem um nome propício para os seres que os caçava.

– Consegue se levantar ou precisa de ajuda? – Erza a encarava de forma gentil.

– Vou tentar. – murmurou colocando as mãos no chão para ter apoio.

A cabeça rodou um pouco e fazer esforço de alguma forma a deu uma fraqueza, talvez pelo sono, a dor na cabeça, o afogamento ou a fome. Contudo conseguiu se ajoelhar e então se erguer, não parecia tão difícil. O problema veio quando apoiou o pé esquerdo no chão e uma dor aguda ocorreu em sua pele.

Caiu de quatro no chão arranhando os joelhos e as mãos, para então se deitar e morder a própria mão para abafar o grito que estava em sua garganta. Os olhos se encheram de lagrimas e logo as despejaram para fora. O que tinha ocorrido com seu pé que doía tanto?

– Lucy. Você esta bem? – Erza a segurou pelos ombros e puxou para perto de si. – Pare de morder sua mão assim, vai sangrar. – ordenou.

– Deve ser o pé. – Gajeel deduziu e segurou o pé enfaixado.

– Não. – Lucy gritou desesperada puxando o pé de volta, porem o moreno o segurou firme.

– Temos que ver. – foi tudo o que ele falou ao retirar o pano pouco a pouco.

– Esta tão ruim assim? – Sting se aproximou cauteloso.

Não houve resposta, apenas silencio enquanto todos observavam abismados Gajeel retirar o pano que praticamente pingava sangue. Apenas alguns gemidos de Lucy eram ouvidos, com Erza segurando firme as suas mãos para que não voltasse a ser mordida.

– Isso esta muito ruim. – Gajeel decretou observando a ferida que parecia mais aberta e mostrava um pedaço do osso da garota. – Eu não sou medico, mas é obvio que temos que fechar isso aqui e rápido. – encarou Erza seriamente.

– Não temos com o que fechar. – a ruiva foi direta.

– E não podemos deixar isso assim. – rebateu. – Não tem como ela nem ser carregada com esse ferimento aqui, a não ser que estejamos a vinte minutos, meia hora de um hospital. – completou e Lucy engoliu seco, se a ferida continuasse assim ela sabia que corria risco de inflamar e mais para frente ter que amputar na melhor das hipóteses, a pior seria a morte.

Abaixou a cabeça deixando as lágrimas rolarem. Não queria morrer, mas sinceramente, não conseguia achar outra saída. Odiava-se tanto por ter ido ao acampamento, por ter caído, por ter se machucado e por ser tão fraca. Definitivamente queria acordar e ver que tudo era um pesadelo, seria isso a morte, o despertar de um pesadelo?

– Eu acho que sei um jeito. – Natsu tomou a frente analisando o ferimento. – Mas vai doer, vai doer muito. – os olhos negros dele a encaravam fixamente. Em outro momento Lucy iria gostar, agora sentia medo.

– Do que esta falando? – Gray perguntou.

– De queimar. – voltou a olhar a ferida.

– Está louco? – Gray arregalou os olhos. Estavam desesperados, mas a ideia era loucura.

– É o único jeito. – Natsu rebateu com firmeza. – Vai saturar a ferida ate conseguirmos ajuda, deixar pingando sangue e exposto vai matar a menina. – era difícil ver o rosado tão serio.

– Mesmo assim...

– Acha que vai funcionar? – Erza perguntou.

– Nunca fiz algo assim, mas também não temos opção. – Natsu respondeu simplesmente.

– Ok. – murmurou chamando a atenção. – Só façam rápido. – fechou os olhos com força.

– Lucy... – Erza sussurrou sentindo os próprios olhos se encherem de água. Estavam vivendo um pesadelo. Um pesadelo que a cada dia se mostrava pior. – Façam os preparativos de uma vez e andem rápido. – mandou com a voz levemente embargada. – Acho bom passarmos água nisso. – sorriu para a loira que apenas fez um sinal positivo com a cabeça.

– Eu levo. – Gray se aproximou e a pegando no colo.

– No rio. – Erza indicou indo um pouco a frente e Gray a seguiu. – Só para tirar todo esse sangue que não para de sair. Você não esta se sentindo fraca não? – encarou Lucy.

– Eu pensei que era pelo afogamento ou a fome. – murmurou compreendendo em fim o motivo da fraqueza.

Gray a colocou na beira do rio e então Lucy depositou seu pé na água, o que com que uma coloração vermelha se espalhasse e calafrio percorresse o corpo da loira que tremia. O que estava acontecendo? Era medo ou fraqueza que a deixava tão instável fisicamente? Talvez ambos.

– Calma Lucy. – Erza apertou sua mão firme. – Logo vamos chegar à rodovia e tudo isso vai acabar.

– Desculpe. – murmurou encarando as próprias mãos.

– Não, você não tem que se desculpar. Isso poderia acontecer com qualquer um. – a ruiva aumentou um tom de voz como se a ideia de Lucy se sentir culpada a tirasse do serio.

– Eu... – apertou a mão com força e fechou os olhos. Não queria parecer uma idiota, mas se sentia cada vez mais atrapalhando o grupo.

– Vista isso. – Gray a estendeu a sua blusa social vermelha escura. – Imagino que não se sinta bem só de roupa intima. – completou.

– Ah! – havia se esquecido que não trajava quase nenhuma veste. – Obrigada. – sorriu para o garoto e começou a se vestir, não era muita roupa, mas Lucy ao menos se sentiria mais protegida assim.

– Hora de tirar o pé da água. – Erza falou de forma gentil e após uma respiração mais pesada Lucy o fez. Não queria pensar no que viria a seguir. Era a única forma de continuar viva, a sua única saída para voltar para casa e encontrar seus amigos.

Lucy observou em silencio enquanto Erza secava e limpava a ferida. Tentava entender que pedra ou rocha seria capaz de causar um corte tão grande e profundo como o seu. Quase dez centímetros de comprimento e uma profundidade considerável. Nem mesmo qualquer faca seria capaz disso. Era assustador.

– Já está pronto. – Sting gritou fazendo Lucy tremer. Iriam começar.

– Eu peguei esse pedaço de madeira. – Gajeel a entregou algo semelhante a um pedaço de galho grande e grosso, parecia firme também.

– Pra quê? – franziu a testa analisando o pedaço.

– Pra morder quando sentir muita dor. – explicou fazendo a loira engolir seco.

Lucy achou desnecessário de inicio. Contudo, foi no pedaço de madeira que ela segurou ao ver Natsu e Sting, ambos com um facão na mão. Facão esse que se encontrava envolto nas chamas, talvez pela chama não ser realmente forte o metal não parecia estar realmente quente.

Foi Sting o primeiro a sair com o facão do fogo e se encaminhar ate ela. Gajeel, Gray e Erza a seguraram firme e então Lucy sentiu a pele queimar. Se não estivesse sendo segurada tão firme se soltaria e sairia correndo, contudo tudo o que conseguiu fazer foi morder o pedaço de madeira e tentar não fazer barulho. Foi bem quando Sting estava tentando fechar a ferida, mas o facão de Natsu estava com o metal mais quente e foi consequentemente mais doloroso. A loira mal conseguiu se aguentar respirando tamanha era a dor de ter sua carne sendo queimada. Em determinado momento caiu para trás e a deixaram deitada. Como se não ver a fizesse sentir menos. Não fazia. Na realidade doía a tal ponto que Lucy não sabia se gritava ou chorava. Voltando a morder o pedaço de madeira, apenas enfiou as unhas na própria pele e chorou como uma criança, chegando a soluçar e ter dificuldade para respirar.

– Lucy, Lucy calma. Acabou. Acabou. – Erza a segurou pelos braços e então abraçou a menina. – Pode parar de tremer. Esta tudo bem. – completou.

– Com os gritos dela, logo vamos ter visitas. – Gajeel informou olhando em volta preocupado. Se lembrava que gritos bem mais fracos havia os levado a terem sérios problemas, o de Lucy poderiam atrair qualquer morto-vivo que estivesse por perto.

– Arrume tudo o que achar necessário então. – Erza falou ainda abraçada com Lucy. – Vamos beber um pouco de água. – decretou e Lucy concordou.

Não ajudava muito, mas ao menos fez à loira voltar a raciocinar. Após beber um pouco resolveu observar o pé, mas tudo o que conseguia ver era uma mancha vermelha úmida e extremamente dolorosa. Não iria conseguir calçar sapatos.

– Vou ter que andar descalço. – deduziu fazendo a ruiva a encarar.

– Duvido muito que consiga andar Lucy. – foi sincera. – Perdeu sangue, bateu a cabeça e o pé ainda esta assim. – fez um sinal negativo com a cabeça.

– Mas...

– Não se preocupe, eu te carrego. – Gray informou, na sua cintura uma faca fina e o espeto de Lucy, assim como a corda. – É a única forma de me redimir, afinal, fui eu quem causou isso. – completou quando Lucy iria abrir a boca.

– Não tem como conseguir me carregar por muito tempo. – era obvio. Gray poderia fazer muitos esportes e ser forte, mas ele iria se cansar.

– Isso é um problema meu. – foi à resposta do garoto enquanto se afastava para falar com os amigos.

– Não se preocupe, ele esta fazendo isso para tentar amenizar a culpa que esta sentindo. – Erza explicou. – É como se você estivesse o fazendo um favor. – sorriu tentando passar segurança para a loira.

– Vamos de uma vez. – Sting apressou os demais e andou ate a loira a pegando nos braços. – Não se apaixone não, ok Blondie? – brincou a erguendo com certa facilidade.

– Não me chame de Blondie. – rebateu sem muito entusiasmo. Conseguia ver Erza se apressando para pegar as próprias coisas e seguir o grupo.

Sting passou Lucy para os braços de Gajeel que a ajudou a subir nas costas de Gray. Não que a loira achasse realmente necessário. Um pouco menos de cuidado não teria tanto problema e ela tinha a plena impressão de que não morreria se seus pés tocassem o chão. Ainda assim não reclamou, o cansaço de certar forma estava a dominando por completo, assim como o sono.

– Tente se segurar firme. – Gray a instruiu embora ela estivesse com medo de que o sufocasse de tanto que apertava seus braços em torno do pescoço dele.

– Como vamos fazer? Temos que atravessar o rio para irmos à direção norte. – Erza observou com atenção.

– Podemos seguir em frente ate acharmos uma passagem, atravessar na água ou voltarmos ate onde temos muito menos água para atravessar. – Gray observou em volta.

– Essas coisas atravessam a água? – Lucy perguntou com medo de falar muito alto no ouvido de Gray. – Porque caso não façam isso, podemos usar a água como uma espécie de barreira. – explicou seu ponto de vista.

– Então acho melhor voltarmos só ate o nível abaixar um pouco. – Erza olhou na direção do rio.

Pouco a pouco os demais foram aceitando e Lucy se proibiu de pensar que estavam fazendo isso para não dificultar a passagem dela na água. Embora soubesse que esse era definitivamente o motivo. Andaram por cerca de quinze minutos na direção contraria e só então atravessaram, com a água batendo acima da cintura e Lucy apertando a pele de Gray com força graças a dor que sentia no pé.

Após atravessarem o rio, seguiram na direção norte um pouco mais lentamente que o normal. Com o tempo deitou a cabeça no ombro de Gray ouvindo a conversa dos demais do grupo. Logo em seguida adormeceu independente do movimento que o moreno fazia.

Acordou apenas uma vez quando todos haviam parado para descansar e comer. Haviam algumas maçãs para serem comidas, não muitas e mesmo com a pequena dor na garganta Lucy acabou por devorar duas maçãs – o máximo que cada um poderia comer no momento – mais rápido do que queria. Não conseguiu nem ao menos aproveitar a sensação.

Quando se ergueram, foi Gajeel quem a colocou nas costas. Confirmando o que ela havia achado, Gray não conseguiria a carregar durante o dia inteiro. Não se importou realmente. Assim como fez com Gray, pouco tempo após ser carregada se pós a dormir.


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Notas finais do capítulo

Então gente? O que acharam? Dramático demais? Doloroso? Eu achei que demonstrou bem a situação, terem que passar por coisas sem sentido para a realidade deles, ou antiga realidade. No próximo eles em fim conseguem sair da reserva. Mas será que isso é o termino do terror?
Quem sabe?
Espero que comentem e me falem as suas opiniões.



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