Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 43
EXTRA - Um amor Clássico


Notas iniciais do capítulo

Sim, é um extra GIGANTE, mas muito importante para se ler. Como já notaram, Extras não são partes desnecessárias da história e sim narrações de outros personagens. Tinha motivo pra isso no inicio, mas mudei o final, então não tem mais, só vou continuar a seguir o fluxo mesmo kkkkkkk'

O que posso dizer é que quem não ler vai ficar com a visão da Lucy, o que indica que vai perder algo bem legal na história e deixar de entender dois personagens maravilhosos.

Coloquei um nome na mãe do Natsu, Sakura porque eu assistia Naruto e gosto dela e ta tudo bem (prefiro a Ino, mas ela não tem cabelo rosa), só pra deixar claro, ela continuou mesmo com o nome do Igneel após a separação, vai ser explicado o motivo, algum dia KKKK'

Espero que gostem do capítulo, já que é o penúltimo desta parte.



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— Essas garotas. – ouviu Sting murmurar no momento em que se afastaram do carro de Erza e Lucy. Os olhos do amigo estavam grudados no carro de luxo, a preocupação evidente. Gajeel poderia sorrir, Sting não conseguia se controlar, mas na realidade soltou um som semelhante à um rosnado.

Sting era um idiota e ele não tinha mais paciência para idiotas desde que teve que lidar a vida inteira consigo mesmo.

— É a Erza, a Lucy está armada até os dentes e ambas estão em um carro blindado, não existe nenhuma necessidade de preocupação com elas. – não tinha mesmo, se existia uma dupla que Gajeel jamais de preocuparia, seria Lucy e Erza.

Não na atual situação, excerto é claro, se ele fosse um zumbi. Neste caso teria motivo para se preocupar.

— Sempre existe necessidade de preocupação. – foi a resposta do outro e o lutador sentiu vontade de responder, mas não o fez. Seus olhos se fixaram a sua frente. – Parece que temos companhia. – Sting apontou o obvio.

— Pegue a bolsa no banco de trás. – pediu e virou a rua. Pelo plano que haviam criado, Lucy e Erza dariam a volta na cidade e então quebrariam alguns carros, acionando assim o alarme. O velho truque de chamar atenção pelo som, Gajeel pensava que nunca saia de moda, era um clássico e ele sempre foi fã de clássicos.

Clássicos de Rock, clássicos da luta livre... Garotas clássicas. Levy era uma garota clássica.

Após isso, ambas iriam para o shopping da cidade e aguardariam na cobertura.  O shopping era de frente para uma grande praça e a escola publica onde Sting estudava. Natsu morava menos de duas quadras da escola e da praça, era a única opção que restou uma vez que morar perto da escola era algo que nenhum cidadão iria querer devido ao barulho, o que deixava o preço do terreno mais baixo, sem falar que a mãe do rosado era chefe de limpeza na instituição, a proximidade do trabalho também era de certa forma, vantajosa.

Pelo que ele sabia, era Sting e sua popularidade que impedia os alunos da rede publica fazerem algo com a mulher. Os mais pobres eram quem mais odiava os Dragneel.

— Você trouxe ela! – Sting chamou sua atenção erguendo uma arma, pela sua reação, parecia abismado, Gajeel apenas deixou um sorriso surgir em sua face.

— Eu e a Filó temos uma ligação. – pegou a submetralhadora das mãos do amigo e colocou no colo. Era capaz de Sting a jogar pela janela, dada sua expressão de irritação. – Não se deixa o que você tem uma ligação. – completou.

Ou ela pode acabar servindo de comida para zumbis, pensou perdendo toda a leveza da fala, por alguns instantes ele se perguntou qual a razão disso, de estar tão melancólico. Não era com melancolia que se resolviam as coisas no mundo, não era antes, porque seria agora?

— Vai acabar matando a gente. – Sting definiu se jogando no banco.

— Fique tranquilo, sei o que estou fazendo. – e tinha levado o seu pé de cabra. Havia tido uma ligação com ele também. Talvez tenha sido injusto ter dado um nome apenas á arma. Iria o chamar de Lily, o nome do seu irmão, se pareciam, ambos eram magros, escuros e embora parecessem idiotas, Gajeel gostava.

Sim, chamaria o pé de cabra de Lily.

— O que exatamente vamos procurar na Casa de Natsu? – Sting questionou após alguns momentos.

— Não sei. – e não se importava. Não tinha uma opinião diferente do resto, acreditava fielmente que se houve em algum momento uma remota chance de salvar a família do rosado, esse momento já havia se passado. Ele fazia isso não por elas, mas por ele. Era o que Natsu precisava fazer, ou devido ao seu caso, que fizessem por ele. – Qualquer coisa, tudo o que faremos é aliviar o peso do que elas estão passando. – ninguém merecia ser um zumbi. Muito menos uma mulher tão batalhadora quanto a mãe do rosado ou alguém tão doce quanto a irmã.

— Não sei se teria coragem de matar a mãe dele. – foi tudo o que o loiro murmurou. – Cresci com ela. – e quase foi criado, Gajeel quis completar, todos sabiam sobre a família de Sting e a forma que ele cresceu. Abandonado pela sociedade até que se tornasse bonito e talentoso demais para não ser amado, mas antes disso, quando não tinha tanta beleza e talento, cabia a mãe de Natsu os cuidados, mesmo que ele, como todos, a odiasse.

Afinal, quem não odiaria a mulher do homem que matou Layla Heartfilia? A bilionária estava no meio de suas boas ações, ainda não tinha ajudado todos. Era um anjo que foi embora cedo demais.

E Sting, aprendeu cedo demais que o ódio é o destino final do amor. Aquela mulher, a faxineira da escola, foi quem tentou o ensinar o contrário e assumir o papel de mãe de uma criança que só sabia odiar. Sakura, era seu nome e ela gostava de casos quase impossíveis, era a única explicação.

— Eu também cresci com ela, por isso, se necessário, eu faço. – foi tudo o que respondeu.

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— A porta está aberta. – Sting avisou no momento que Gajeel descia do carro. Sentia-se pesado com Filo pendurada em seus ombros e Lily em seu cinto. Pesado, mas confiante.

— Ótimo, não precisamos arrombar. – e fazer barulho. Ainda ouvia os sons de alarme dos carros. Mesmo assim precisou matar alguns assim que estacionaram.

— Elas não estão aqui. – Sting murmurou e por um instante, Gajeel chegou a abrir a boca para explicar que isso era obvio, mas não o fez. Tinha que entender, para Sting, após perder tudo Sakura, foi quem lhe adotou, era sua quase mãe.

Gajeel havia crescido com a mulher, mas em determinado momento, ela praticamente adotou Sting. Pela primeira vez se esqueceu brevemente de Natsu e sua necessidade de encontrar a família, era a família de Sting também e todos se esqueciam disso pela forma que o loiro agia com tudo o que amava. Todos o obrigaram a ir até ali, mesmo que soubessem que o loiro sempre fugia de sentimentos.

A casa dos Dragneel era simples, mas bonita. Gajeel conhecia o lugar como a palma da mão. Um jardim bem cuidado, onde Aries depositava grande parte do seu tempo, a garagem na lateral possuía um carro popular com mais de seis anos, mas que tinham como únicos defeitos os que ele, Natsu, Sting e Gray causaram nas vezes que Sakura os deixou usar. Mais ao fundo uma casa de dois pavimentos, as paredes sempre foram verdes, mas após a última reforma, agora era feita de tijolinhos.

Se Lucy morava em um castelo incapaz de se imaginar, Natsu sempre viveu em um lar. Foi o que a mãe tratou de garantir após perderem tudo. Se a cidade os odiava, dentro de casa viviam felizes.

E os amigos também foram felizes ali, por isso encontrar três zumbis parados no jardim e então indo na direção deles... Isso foi doloroso. Foi irritante. Foi prazeroso bater o pé de cabra na cabeça de cada um até que estivessem todos deformados.

— Gajeel. – Sting o chamou, os olhos levemente preocupados.

— O quê? – questionou deixando um sorriso surgir. Tinha uma capacidade física boa, mas estava ofegante. Os olhos fixos na massa amassada que o crânio do ultimo ser havia se transformado.

— Não é nada pessoal. – o loiro afirmou com uma seriedade que era sempre irritante, porque o fazia parecer sempre dono da razão. – O que fazemos é só sobrevivência, não é pessoal, não é vingança. – lembrou antes de passar por ele e caminhar até a casa.

Gajeel ficou parado encarando o amigo, tinha uma pistola na mão, um facão e o taco de basebol, mas as mãos estavam nos bolsos e ele parecia despreocupado e entediado, agia como sempre ao entrar na casa de Sakura. Por um momento pode sentir inveja, o lutador queria que não fosse pessoal, mas era, porque a dor que sentia agora que estava sozinho. Era pessoal.

Seguiu a mesma direção que o amigo e entrou na casa, ao que parecia a porta estava entreaberta. Na sala onde era acostumado a assistir jogos de futebol e apanhar de Erza, a única que torcia para o time rival, encontrou moveis revirados, sangue e um corpo no chão. Sting tinha o abatido.

— Isso aqui é... – não tinha palavras para descrever. Ver a cidade tomada, assistir o desespero de Lucy, perder Levy, tudo tinha seu peso, mas encarar o seu antigo cotidiano destruído. Não era triste, era o fim da esperança.

— É, é mesmo. – Sting caminhava pela casa. Abalado, Gajeel foi atrás dele, como quem segue o dono.

Passaram pela cozinha observando que sobre a mesa existiam alguns mantimentos empacotados e a lavanderia havia sido alterada, a maquina de lavar estava obstruindo a saída dos fundos. Ainda assim, a porta frágil, na parte superior estava envergada. Um ser preso se movia.

Sting não dirigiu seu olhar ao ser, passou direto, então coube a Gajeel a missão de o matar. Fez rápido, controlando seu anseio de destruir ao máximo sua cabeça.

— Veja. – Sting o entregou um papel para Gajeel. – É dela. – o sorriso no rosto do loiro não era feliz, alguns sorrisos são mais tristes que lágrimas. Aquele era.

“Queridos Natsu e Sting,

Se estão lendo essa carta é porque graças à Deus estão vivos, mas infelizmente não estamos juntos. Eu e a sua irmã estamos indo ao acampamento, vamos atrás de vocês, mas algo de errado pode acontecer, por esse motivo, irei deixar os telefones via satélite aposentados do meu ex-marido como um plano B. Irei levar um comigo e Aries, mas deixarei o outro no local que sempre deixo tudo o que perdem.

Espero que essa carta nunca seja lida e consigamos sair dessa juntos, como sempre fizemos.

A mamãe ama vocês, sim os dois.

Com amor,

Sakura Dragneel”

— Isso é bom. – Gajeel deixou um sorriso surgiu enquanto corria até onde estava Sting, o loiro já subia as escadas.

— Elas estavam se aprontando para sair quando deixaram isso. – o loiro o encarou sem paciência, parando completamente. – A comida não foi levada e o carro não saiu com elas. Isso aí é só um papel de uma pessoa inocente. – era a forma que o loiro sempre se referia à Sakura, alguém inocente.

Gajeel deixou o ar entrar em seus pulmões e seguiu o loiro até o corredor. Sakura sempre deixava o que perdiam em uma gaveta trancada e para terem acesso à chave, precisavam cumprir uma tarefa de casa. Uma punição por não cuidar das próprias coisas. Uma forma de agir que passava para os amigos dos filhos.

Gajeel era o que mais perdia tudo.

Caminhou até a cômoda que ficava na área de circulação.  Em seus planos iria arrombar o lugar, Sakura escondia bem a chave, mas agora o objeto estava sobre a superfície lisa. A apanhou rapidamente e tratou de destrancar a gaveta, ignorando um papel de vale-chave para Natsu que dizia que ele deveria lavar seus tênis para ter acesso ao que havia perdido.

Dentro da gaveta encontrou a carteira e os óculos de sol que havia ouvido o rosado reclamar o acampamento inteiro de ter esquecido, também tinha o aparelho telefônico. Grande, antigo e parecido com os dos filmes.

Levy iria adorar.

Balançou a cabeça expulsando o nome da namorada e caminhou pelo corredor. No chão, um caminho de sangue, assim como na parede. Gajeel poderia ir a todos os quartos, mas seguiu o que o sangue dizia e terminou no quarto de Sakura. Era onde Sting também estava.

— Encontrou alguma coisa? – questionou se aproximando. As malas ainda sobre a cama. Abertas e reviradas. No chão um ser morto. Nas mãos de Sting o outro aparelho via satélite e o bastão com o sangue escuro da criatura.

Gajeel não sabia que tinha esperança na ideia dos telefones, até que viu o amigo com o par do que havia achado e então sentiu uma súbita vontade de chorar. A conclusão era básica. Os moveis revirados, o sangue e tudo deixado para trás. Se não haviam desaparecido por serem devoradas, agora eram devoradoras. Provavelmente atrás do som dos carros.

— Encontrei. – a voz dura de Sting chamou sua atenção. – Encontrei o que sabia que iria encontrar, o que eu não queria encontrar. – afirmou e deu as costas ao local, saindo do quarto. O rosto tão duro e sério, que poderia ser assustador até para o lutador, a frieza nos olhos se tornava melancólica quando tinha uma camada de água.

Gajeel continuou no quarto, observando atentamente. Na cabeceira, o óculos de grau de Sakura sobre um livro religioso disputava espaço com um porta retrato metálico de três fotos. O objeto não ficava ali geralmente, provável que a mulher havia o colocado para não esquecer quando fosse fazer a mala. Nele, uma foto de todos os integrantes da família Natsu, Aries e Sting.

Enquanto ouvia o som de algo se quebrando e os soluços de Sting, Gajeel sentiu uma imensa vontade de pedir desculpa.

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O loiro segurou a foto por alguns instantes e então a dobrou para colocar na calça. Os olhos estavam vermelhos, mas ele não chorava. Após a explosão, Sting havia voltado a ser o de sempre, apenas um pouco mais serio, mas ninguém diria que ele havia acabado de perder alguém da família.

Gajeel sabia que isso não significava que ele não sofria.

— Você quer mesmo passar na casa da Levy? – foi o que questionou após garantir que a foto estava bem fundo no bolso.

— É. – foi o que respondeu. – Vê algum problema nisso? – questionou e o loiro deu ombros.

— Já estamos aqui mesmo, que diferença vai me fazer? Quem tem que saber é você. – os olhos estavam fixos na rua. Sabia que não era muito longe.

— Então vamos de uma vez, acabar com isso. – foi o que respondeu começando a caminhar.

Gajeel não sabia o que iria fazer na casa da namorada. Queria talvez, ao menos uma ultima vez sentir que estava próximo a ela. Tudo o que possuía de Levy era o desenho feito por Lucy e ainda se sentia culpado, não iriam voltar para dar um enterro digno a Levy, a namorada havia perdido até parte do seu ornamento de enterro.

Era uma coisa clara na relação de ambos, Levy era quem sempre doava mais e perdia muito por isso. Gajeel sempre foi tão sortudo por ter a azulada consigo.

Enquanto caminhava pelas ruas, ele se lembrava de como conheceu a garota. Eram quase vizinhos, mas Gajeel nunca havia a reparado, até que no colégio, Levy resolveu se candidatar para ser monitora e ele, com a ameaça de não poder mais participar do clube de luta caso não conseguisse a média, compareceu á monitoria.

Levy sempre se mostrou gentil, até quando brava, era de sua natureza a gentileza e meiguice, ele por seu lado, não estava acostumado com isso. Suas memorias femininas eram de uma mãe já insana que o batia e gritava sempre que o via, as garotas não o tratavam tão bem por sua aparência ser grande e ameaçadora e seus ideais sobre mulheres vinha do pai, um machista que se dividia entre um emprego meia boca, um bar de bêbados e garotas de programa baratas. Como iria entender a forma que Levy agia? Como iria compreender o significado da palavra carinho e paixão que ela acabou desenvolvendo?

Ainda assim, ele não atribuía a ninguém a culpa por todas as vezes que destratou a garota. Ameaçou, debochou, usou de sua maior força e tamanho para intimidar e chegou até mesmo a prender no banheiro e a deixar lá, sozinha na escola, até o dia seguinte. Foi seu ultimo mau ato, a menina não o denunciou, pelo contrario, afirmou que foi um problema seu e se trancou sem querer.

Ele seria expulso caso ela não o protegesse, e foi a primeira vez que viu Levy de uma forma diferente, no mesmo dia, ela desistiu da monitoria e dele também. Ele gostava de pensar que foi imediato o sentimento que surgiu dali, mas não, demorou algumas semanas. O cansaço de Levy poderia durar uma vida inteira.

Dizem que quando uma mulher desiste, é para sempre. Gajeel não desistiu de mudar isso. Pisoteou em todos os seus ideais, jogou o orgulho no lixo, se humilhou diante toda a escola, fez tanto que ganhou ficha na policia e entradas no hospital. Só queria ser perdoado, demorou a entender que era ele não se perdoava. Até depois da garota o aceitar, ele sabia. Não se perdoava pelo que fez no inicio, não se perdoava pelo que às vezes, bruto e cruel demais, fazia.

Foram tantos anos de adaptação entre o primeiro dia que se conheceram até que a relação estivesse agradável para ela, e então, pouco depois disso, Levy havia ido embora. Nada que Gajeel conseguisse fazer o deixava parar de pensar que estava em debito com ela ou que estava perdido.

Quando só se é bom por causa de uma pessoa, como continuar a ser bom quando não se tem mais esse alguém? Eles haviam combinado a vida, escolhido faculdades juntos e Gajeel já estava secretamente guardando dinheiro para a casa que iriam morar após o ensino médio. Como se larga toda uma vida?

Ele nem mesmo conseguia pensar em Levy como ex-namorada. Tinham que envelhecer juntos, ele seria o velho ranzinza e ela a senhorinha amável que todos se questionam como aguenta aquele velho chato. Gajeel não se importava de ser o monstro bruto, porque Levy o aceitava assim.

Foi com esse pensamento que parou de frente para a porta da garota. Conseguia reviver todos os momentos com ela naquele portão. Conseguia a ver fechando com força em um dos muitos pedidos de desculpa, conseguia se ouvir gritando que a amava, fazendo serenata e sua voz continuava tão ruim quanto no dia, conseguia ver o sorriso de Levy e na sua boca o gosto do beijo da namorada se tornava quase real. A sua volta, era como se dezenas de Levy’s surgissem e ele conseguia relembrar de cada momento o qual cada uma pertencia. Só não conseguia ir até além do portão.

— Gajeel. – Sting o chamou no momento em que o lutador caiu de joelhos. Ele só sentia tanta falta da sua garota que mal respirava. Por que ele tinha que respirar se doía tanto?

— Eu não consigo. – murmurou.

— Tudo bem, não precisamos entrar. – Sting afirmou e Gajeel pode ver o amigo se sentando e escorando no muro.

— Não. – limpou o rosto, havia ficado quase cinco minutos em silencio, mas o amigo não pareceu surpreso, era como se estivesse esperando o que ele falaria por todo o tempo. – Eu simplesmente não consigo mais. – admitiu e despencou se sentando também. Sting o encarou e então sorriu, de inicio um sorriso pequeno, então maior e por fim gargalhou.

O som de sua risada na rua abandonada e parcialmente destruída, era um contraste estranho. Mais a frete, quase quinhentos metros, alguns seres haviam ouvido e começado a caminhar na direção de ambos.

Quem se importava?

— E não é? – questionou. – Ultimamente vem dando essa sensação. – continuou a falar. – Se ela estivesse aqui, teria um conselho muito legal para você mudar de ideia. Infelizmente, só vamos poder supor o que ela diria e você vai ter que se contentar comigo. – respirou fundo. – E posso ser sincero, concordo com você, tá dando vontade de desistir, mesmo. – sorriu. – Mas não é do nosso feitio fazer isso, não quer dizer que continuar vivendo vale a pena, mas a gente vai continuar tentando e errando, porque nós, os desprezados, somos assim. – afirmou apenas. Era quase uma constatação de um lado negativo. Então o loiro apenas se ergueu. – Vamos, eu sei que na verdade, você só está cansado. – estendeu a mão.

O loiro não era de palavras bonitas ou conselhos, isso era o máximo que teria dele, mas já era o suficiente. Os seres se aproximavam e os olhos vermelhos, do amigo mostrava que ele estava certo. Os desprezados, não desistem ou se curvam. Segurou a mão de Sting e realmente se apoiou no amigo para se levantar.

— Sim. – concordou observando ambas as mãos e então encarou o outro. – Posso te dizer uma coisa sobre isso também? – questionou, ao seu redor os seres se misturavam as lembranças de Levy. – Vira homem e não perde a garota, aceita a verdade e então conta pra ela. – foi tudo o que comentou antes de sair para fazer o que mais fazia desde que Levy havia partido.

Destruir mais um dos malditos seres e fingir que isso amenizava alguma coisa.

Não foi tão fácil acabar com os zumbis que estavam próximos, pelo contrario, a quantidade era maior do que ele esperava e após acabar com quase uma dezena, Sting o puxou avisando o que ele sabia.

Era melhor fugir do que lutar.

Correram pela rua se afastando da maioria, entraram em ruas menos movimentadas, mas nenhuma parecia realmente vazia. Cada esquina uma memoria de sua vida que agora era preenchida por um morto vivo, alguns ele conseguia se lembrar de quando eram vivos.

Passaram por um beco e então estavam em uma viela mais vazia. Ofegantes, se escoraram no muro. Sting ainda parecia ter dificuldade em correr pela lesão na perna e por isso Gajeel resolveu que iria ficar um tempo maior escondido e se controlar quanto ao que fazia. Não iria arriscar demais, tinha que se lembrar disso.

Tinha que se lembrar.

— Ela ama o Natsu. – a fala de Sting chamou sua atenção. Franziu a testa o encarando. – E não é um amor platônico. – completou e Gajeel respirou fundo. Sabia disso, sabia que Lucy sentia algo pelo rosado, qualquer um que prestasse atenção saberia. Sabia que no passado Natsu a teve como seu primeiro amor, qualquer um que observasse atualmente saberia que ainda restava algo. – Ele me confessou quando achou que iria morrer, pediu para que eu cuidasse dela. – os olhos estavam perdidos em qualquer ponto. – Então, quando ele parecia que ia morrer, eu implorei, rezei e fiz qualquer outra coisa para que ele ficasse vivo, inclusive uma promessa para que ele sobrevivesse. Era flor do momento e eu achava que iriamos morrer mesmo. – continuou falando. – Então, após voltarmos e eu estar com ela, tudo o que eu pensava era que ou perderia meu irmão ou a mulher que amava, mesmo que eu não a deixasse, quanto tempo teríamos? – mudou a direção do olhar. – Algumas vezes eu cheguei a pensar que seria melhor ele...

— Não precisa completar. – Gajeel sabia, doeria mais dizer. – Mas você sabe, não? Que não se trata de uma escolha unicamente sua. – o encarou. – Quando nos encontramos em uma relação onde os dois estão envolvidos, você não pode fazer uma escolha egoísta desta forma.

— Eu não tenho a intenção de ser justo ou parecer alguém diferente do que sou.  – o loiro o encarou. – Não tenho a intenção de atrapalhar o obvio e fazer tudo ser pior. – deixou um sorriso sair. – Acha que vai ter alguma diferença? Largar tudo agora, enquanto ainda dói menos, ou esperar e ver ela... – fez um sinal negativo. – Agindo como se não quisesse me magoar, sentindo pena de mim, que sou tão legal, mas na verdade, gosta é do Natsu.

— Então acha preferível que ela te odeie, acha melhor a magoar. Você não prometeu que iria a proteger? – aumentou o tom, Sting era estupido.

— Eu prometi muitas coisas durante toda a minha vida. – respondeu de imediato. – Prometi que nunca iria ser tão digno de pena como minha mãe, prometi que iria sair dessa cidade e garantir para a Sakura uma vida de rainha com o que ganhasse no futebol profissional, prometi que não me importaria com minha mãe quando ela descobriu estar doente... – cerrou os dentes. – Prometi que iria a deixar para o Natsu, porque eu sabia que era o certo quando ele me pediu que a mantivesse sorrindo. – era como se perdesse todas as forças. – Me deixe cumprir ao menos uma das minhas promessas.

— Não são promessas, você esta apenas fugindo e com medo. Achando que vai se magoar, só que advinha, você já está magoado e sofrendo e você já é digno de pena. – acusou. – Então seja homem e...

— Se eu conseguisse ser homem eu teria contado sobre os sentimentos um do outro. – Sting aumentou o tom de voz. – Não sou você e ela não é a Levy, a Lucy é uma garota que passou a vida inteira apaixonada pelo mesmo cara e ele retribui, e ele é meu irmão de consideração. A Levy queria te salvar e você só não sabia o que era o carinho, eu sei o que é esse amor e o que ele faz. Eu não quero isso! – foi firme. – Ao menos assim, vou cortar o problema pela raiz.

— O problema de você se apaixonar por uma garota? – Gajeel não acreditava que Sting fosse tão... Estupido.

— O problema de amar alguém que prefere outro a você. – a resposta veio direta.

— Ela preferia o Natsu, anos com o Natsu e então, largou tudo porque amava você, entende a força disso? Deixe de ser medroso e...

— Eu já vi casos de pessoas que se apaixonam mesmo amando outras pessoas. – Sting gritou e o empurrou. – Eu sou o fruto de um homem apaixonado que amava outra mulher e família, não me diga coisas que sei melhor que você e o futuro dessa história, eu não vou viver de novo. – a firmeza de suas palavras vinham juntas com a dor.  Claro, o filho do pastor e da prostituta, o filho abandonado, Sting sempre seria Sting e nada que Sakura ou qualquer um fizesse iria mudar isso.

Para o loiro, o amor destruía e então, ele o combatia destruindo antes.

— Você precisa parar de ter medo e começar a ser homem. – Gajeel o soltou e encarou o céu por alguns momentos. Não tinha bons conselhos para dar, então daria o que Levy um dia havia dado para ele mesmo. – O que você faz quando fica preso em um passado, é apenas o repetir, todo mundo deveria ser livre para criar uma vida, só que isso não é com ódio que vai conseguir. – foi quase gentil com o amigo. – Já pensou? Se isso for apenas medo e então, não pode mais ter a Lucy? – e essa pergunta despedaçou o loiro. Gajeel se odiou por alguns momentos. Sting não sabia lidar com tudo, ele fugia de todos os problemas. Fugiu da mãe ao assumir o pior e a odiar, fugiu do amor de Sakura pensando que seria doloroso o futuro quando ela o abandonasse, fugiu de ir até a casa da mulher com medo do que encontraria e agora, fugia de Lucy.

E naquele momento, encarando o loiro, quase quebrado a sua frente, ele entendeu. Sting e Lucy não eram Gajeel e Levy, porque Sting nunca solucionaria seu passado e ficaria sempre preso nele. Sting não tinha coragem de mexer em nada e por isso fugia. Sting era só um fugitivo.

— As pessoas. – o loiro murmurou. – São as coisas que eu mais odeio amar. – deixou um sorriso pequeno surgir e olhou para a lateral. – E o mundo, nunca me provou que eu estava errado. – e seguindo seu olhar, Gajeel conseguia ver que uma pequena horda se aproximava.

Era hora de ir.

Enquanto caminhavam para fugir dos mortos vivos, as palavras rodeavam a cabeça de Gajeel. Tão verdadeiras quanto estupidas. Ele admitia, não amar Levy, não amar sua família, tudo seria a melhor saída, mas se fizesse isso, como iria simplesmente continuar vivendo?

Foi o amor por seu irmão que o fez aguentar o pai e as bebidas, o amor pelos amigos que o fez encontrar o MMA, o amor por Levy que o fez amadurecer. Ele não trocaria isso por nada, mesmo assim, agora, o mundo se mostrava cruel e a dor que sentia pela perda de todos era tão grande, que um pensamento assim, o fazia pensar no quão verdadeiro poderia ser.

Acabou matando dois adolescentes quando chegou à praça.  Os conhecia da vizinhança, tinham medo dele antes, mas gostavam de pedir dicas sobre lutas. Olhos medrosos de seguidores assíduos.

Gajeel os odiava por isso.

Não era impessoal. Era pessoal. Porque eles eram seus conhecidos antes e agora, tinham que tentar o matar? Tinha que ser pessoal. Ele precisaria não sentir nada para que não fosse, mas ele sentia e sentia muito e doía e então ele esmagava a cabeça deles, era pessoal.

Não ter mais Lilly era pessoal, sua namorada estar morta era pessoal, o dinheiro que nunca seria gasto na casa de ambos... Era tudo muito pessoal. E então Gajeel afundava o pé de cabra na cabeça de cada um, porque a existência deles havia destruído sua vida. Ele demorou tanto a acreditar que poderia ser feliz.

Ter isso roubado de si, era pessoal.

Gajeel os odiava e o ódio levava para um circulo sem fim onde apenas teria mais ódio e mataria mais e isso o faria ter tanto ódio. O amor e o ódio eram interligados e um clássico.

Gajeel era um clássico lutador que ao perder tudo, perde sua sanidade. Queria estar calmo, não ter que fazer isso. Estava matando pessoas. Maldição. Só que essas pessoas haviam destruído sua vida, sua cidade e agora suas memorias. Continuariam fazendo até que completassem o serviço.

Era a porra de um assunto pessoal.

— Gajeel. – Sting o puxou e ele empurrou o loiro que caiu no chão. – Para, não tem mais nada ai. – os olhos azuis estavam arregalados e então o moreno observou o corpo sem a cabeça, abaixo de si.

— Ele era um idiota quando vivo. – resmungou se afastando.

Caminhou cambaleante até a praça que novamente estava ocupada. Atrás de si, mais e mais zumbis se acumulavam. Eram todos seus conhecidos, não tinha como não ser pessoal. Não tinha como ele ignorar, ou ser racional... Ele odiava tanto tudo aquilo.

— Vamos embora. – Sting o guiou para o caminho mais calmo, tinham que andar rápido, sabia disso, mas os olhos pararam na rua que haviam saindo.

— Veja. – apontou com Filo na direção da pequena horda. – Finalmente minha sogra admitiu que quer me comer vivo. – isso porque antes, a mulher não deixava isso tão claro.

“Só quero o bem da minha filha!” Ela falava após as palavras ríspidas e Levy sorria enquanto Gajeel tentava a todo custo fazer com que a mulher o aceitasse. Aceitou, mas ele jurava que todos os domingos na igreja, ela pedia que a filha mudasse de ideia.

Levy concordava com ele e ria achando tudo divertido. Porque a sogra não gostar do genro, era um clássico que a azulada amava viver.

— Ok, mas vamos embora. – Sting não entendia sobre os clássicos e deveres.

Gajeel sim e então, ergueu Filó e a destravou. No inferno, a sogra iria o agradecer por isso, Levy ficaria orgulhosa do namorado. Ou o mais feliz que se pode ficar quando descobre que o namorado atirou na cabeça da mãe.

Não era um clássico.

“Minha mãe e seu pai odiando esse relacionamento, somos como Romeu e Julieta.” A azulada havia dito em algum momento, Gajeel estava treinando no dia, mas não se evitou parar e a encarar.

“Mas... Eles morrem, Levy.” Foi sua resposta e ela deixou uma risada sair.

“E você não morreria por mim?” Era uma pergunta besta, ele pensou.

Ainda pensava, mas morreria sim por ela, isso se tivesse tido a oportunidade, agora, só se vingava. Então, apenas mataria a sogra e iria embora, porque pela mulher ele não morreria.

— Não... – o grito de Sting veio junto com os tiros.

E era como se a cabeça de Gajeel tivesse explodido com o barulho. Alto e forte. Quantos tiros? Não sabia, mas não ocorreu de nenhum morto vivo cair no chão e sim, o inverso, todos se viraram para si.

Armas eram perigosas, Lucy sempre avisava.

Gajeel deveria ouvir as pessoas, Levy comentava sempre que ele fazia alguma burrada.

Garotas inteligentes sempre estavam tão certas, ele deveria ter ouvido ambas.

— Caralho. – Sting o puxou, não conseguiam mais ir ate o carro, e por isso o loiro fez o que pode, foi na direção da praça, um campo aberto, mas que os levaria até o shopping. Talvez se conseguissem, era só matar a horda que estava na frente e...

Quem Gajeel estava tentando enganar, não iriam conseguir.

Parou de correr observando os seres se aproximarem de si e então, os bancos. Lembrava-se do local, ali havia tido uma das piores brigas com Levy, ainda no inicio, incapaz de aceitar que a amava, mas incapaz de deixá-la ir para longe.

“Você não pode agir assim, achar que tudo o que faz não possui consequência!” Ela havia gritado e chamado a atenção de todas as velhas fofoqueiras que ficavam ali, elas permaneciam ali, talvez se recusando a abandonar a praça até mesmo agora, depois de mortas.

“Eu sei que tem, por isso estou aqui, atrás de você.” Ele a segurava, atualmente se arrependia do ato, havia causado um hematoma na azulada.

— Gajeel, porque está parado? – Sting tentava o puxar, mas a memorias eram mais fortes.

“Não adianta, você nunca vai conseguir nada comigo, Gajeel, você é só violência e eu não posso aceitar isso na minha vida” Ela chorava, apaixonada? Amando? Ele não sabia, nunca quis perguntar o motivo do choro daquele dia.

Ah, claro. Ele era apenas isso, uma montanha gigantesca de violência. Gajeel se deixava guiar pela violência.

“Já pensou que em algum momento essa violência e ódio que sente, pode te consumir?” Lily havia um dia o questionado.

E iria. Todo o ódio. Toda a violência. Era a sua verdade, nunca o abandonaria. Não existia nenhuma Levy que mudasse isso, não existia nenhum Lily que conseguisse o aconselhar o bastante.

Gajeel era apenas um punhado de ódio, violência e confusão e ele gostava do que era.

Ele cairia, mas cairia atirando.

— Veja só Levy, Lily, o que eu faço com esses desgraçados. – sorriu virando e atirando.

— Gajeel. – Sting tinha os olhos arregalados e o bastão estava em ação.

— Corre. – mandou. – Olha o lugar mais vazio e corre jogador. A Lucy vai te dar cobertura. – avisou e então atirou para cima enquanto corria na direção contraria. Os mortos vivos deixaram de ir na direção de Sting e foram na sua.

Ele iria ao menos se divertir. Seria uma morte, no mínimo clássica.

Gargalhou enquanto atirava e subiu sobre um banco. Não estava sozinho, Filó e Lily o acompanhariam até o final. Atirou e quando a sua volta começou a se encher demais, atirou mais e gargalhou.

“Você nunca pensou que... Não sei, era violento mais?” ele conseguiu ouvir a voz de Levy o questionando após uma quase briga com um idiota qualquer da escola, Natsu e Gray haviam impedido.

— Apenas o suficiente para me divertir. – gargalhou ao repetir as palavras que havia a dito naquele dia e então a arma falhou, não havia mais munição e os corpos que estavam ao seu redor, caídos, logo foram pisoteados. Pegou o pé de cabra e bateu em um no momento em que dois caíram ao seu lado.

Lucy, sorriu, sabia que ela faria, ele sabia reconhecer uma mente que gostava de diversão, mesmo que disfarçada.

“Divertir?” a azulada havia questionado. “Gajeel, não existe divertimento nisso, a única coisa que faz é com que eu me preocupe.”

“Você não se diverte, com essa emoção?” uma mão chegou a sua perna e ele caiu no banco. Então eram varias mãos e bocas.

“Não, eu acho triste, você é uma pessoa gentil Gajeel e eu queria poder te ajudar.” Naquele dia, Levy havia chorado. Mas nunca o abandonou por isso.

Ele tinha certeza de que onde quer que estivesse a azulada estaria chorando novamente, mas ele tinha que pedir que ela ao menos reconhecesse, ele fez o seu máximo para evitar a diversão. Ele foi até onde conseguiu ao perder tudo o que tinha de importante na vida.

— Lucy! – berrou no momento em que sua pele foi rasgada.  Ela saberia o que fazer.  Confiava nela e se possível se desculparia.

“Gajeel...” ele conseguia ver Levy na sua frente, sobre seu corpo e ela sorria. “Será que um dia você vai conseguir parar de sofrer tanto e descontar isso nos outros?” fazia tanto tempo que essa pergunta foi feita.

— Lucy! – berrou novamente quando os membros eram puxados. A dor, tão grande, ele sabia que logo seria desmembrado. Não se importava, só não queria ser um deles. Só não aceitava se tornar em uma das coisas que haviam destruído tudo.

“Sabe Gajeel?” a risada da azulada se confundia com a dor, o mal cheiro e os sons de gemidos. “Eu não me importo com como você é...”

— Lucy! – foi seu ultimo berro pela garota e então, berrou novamente ao sentir não apenas a pele ser mordida, mas o braço, arrancado, não desmaiaria ou perderia os sentidos. Não se renderia até ter certeza que não seria um dos malditos que mataram Levy e sua família.

“... eu só quero que você fique feliz” foi a ultima frase que se lembrou e sua boca, que estava cerrada pela dor, se abriu para um pedido de desculpas.

Um pedido que nunca foi completado, porque balas de rifle na cabeça fazem isso, acabam com tudo, até os arrependimentos.


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Notas finais do capítulo

E então?

O Sting tem uma forma muito traumatizada de lidar com tudo, não? A gente pode o odiar e as vezes odeia, mas como o próprio Gajeel disse, o próprio loiro é digno de pena e vai sempre fugir, claro, que farei um jeito de não deixar barata a forma que ele age, mas pensem só, a forma que ele age por si já é muito triste. Admito, contudo, que sobre a família e ele ir até a cidade com o resto, realmente, era inútil.

A verdade é que quase chorei várias vezes nesse capítulo, mas não consegui fazer como o da Juvia e do Gray ou da Lucy e do Virgo, acho que porque o Gajeel de certa forma queria isso, a verdade é que a morte dele, da perspectiva do próprio acabou sendo sua libertação de tudo o que ele vinha passando. Claro, o restante não vai pensar isso, vai fazer falta, mas para o próprio? Ele estava bem com isso e eu queria fazer uma coisa diferente da Juvia que queria se agarrar a vida de todas as formas possíveis porque não queria perder tudo o que amava e ele que já havia perdido tudo o que amava.

Também queria deixar claro, uma arma, mesmo que enorme e de filmes, nas mãos de uma pessoa que é incapacitado, só serve para o pior, nesse caso, apenas para fazer barulho.

Quero que me digam o que acharam e até a próxima



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