Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 4
Capitulo III


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores lindos, aqui estou eu em mais uma felicidade suprema para postar esse capitulo, serio, vocês conseguem fazer isso, porque são todos perfeitos e cada um vale por mil e mais mil *o* por isso estou postando antes de quinze dias (admito novamente que programei a postagem, mas isso são detalhes.

Esse capitulo é meio parado e com uma dose extra de emoção, mas é que eu preciso construir uma relação muito importante na história, porque eu sempre valorizo horrores as amizades *---*

E Sobre todos odiarem o Natsu, isso AINDA não aconteceu, mas ele tem um motivo bem forte para odiar a família da Lucy e de preferência ela, ele não é um grosso assim realmente e fala coisas da boca para fora. Então pode parecer pior.

Pode ocorrer de ter erros ortográficos de concordância porque estou sem o corretor do word e ficou complicada a minha situação T0T então me desculpem qualquer coisa e podem me avisar também.

Enfim, espero que gostem do capitulo e ate as notas finais.



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Foi de Sting a idéia de subirem mais e Lucy por algum motivo achou que esta era a melhor idéia que já havia ouvido em toda a sua vida. Quanto mais distancia do solo melhor, ao menos naquela situação. Ela teve um pouco de dificuldade, mas Erza ajudou e então acabaram se unindo ao grupo de Natsu, Gray e Gajeel.

Aguardarem em silencio que algum dos mortos aparecessem, Erza e Sting olharam para Natsu duas ou três vezes, porem tudo o que o rosado pedia era que esperassem. O grupo havia reunido poucas informações sobre o que estava os atacando, os mortos-vivos, como Sting chamava. Mas sabiam que agilidade não era uma característica deles, assim como inteligência. Os seres pareciam seguir apenas instintos sem nenhum pensamento lógico ou racional. Também tinham muita resistência no corpo, tendo como único ponto fraco a cabeça.

Lucy estava agarrada em um galho e o mais encolhida possível, não conseguiu evitar o pensamento que parecia uma criancinha com medo de algo, mas não mudou de posição. Era como uma criancinha no fim das contas. Se pudesse gritaria clamando pelo colo da mãe, se sua mãe estivesse viva, se aquela tarde Lucy tivesse... Não. Balançou a cabeça. Havia se proibido de pensar no assunto, e não seria naquele momento que faria isso.

O som de uma respiração mais pesada de Erza indicou que estavam próximos. A loira se perguntou por quanto tempo havia ficado presa na sua bolha de medo, mas antes de conseguir uma resposta convincente mais medo se apoderou dela já que há cerca de quatro ou cinco metros abaixo de si havia surgido um dos mortos-vivos.

Era uma mulher, os cabelos castanhos desgrenhados e com o rosto deformado por mordidas, impossível de reconhecer caso fosse uma antiga colega ou algo do gênero. A cabeça parecia pendida para o lado e as penas finas cheias de machucados e com um salto médio em apenas um pé, se movia lentamente e não parecia ter um destino certo. Atrás dela vinha um homem e um adolescente. Não era preciso se esforçar muito para descobrir que aqueles dois seres cheios de sangue, desfigurados e com algumas extremidades podres que soltavam um gemido agonizante, faziam parte do acampamento. O homem vestia um colete o identificando e Lucy se lembrava de ter visto o garoto quanto entrou no ônibus que a levaria ate o local. O quarto que apareceu era uma garota, bem mais nova, pequena mais parecia uma criança.

Lucy não observou os detalhes. Apenas fechou os olhos com força e se espremeu. Queria ter realizado uma oração pedido por ajuda, mas o medo era tanto que ela desconfiava que se pensasse algo seria ouvida e iria morrer. Então apenas se encolheu, deixou algumas lagrimas caírem e esperou que passasse. Ou que ela não visse quando fosse morta. Talvez ser morta fosse melhor do que ficar tão aterrorizada.

Foi obrigada a abrir os olhos quando o som de algo caindo pode ser ouvido um pouco distante. Olhou na direção que achava ter ouvido o som, mas não viu nada de diferente. Ainda assim o medo a alertou. Seriam mais deles? O que havia os atraído tanto?

Um movimento um pouco acima de si foi feito e ela olhou na direção de Natsu, ele tinha diversas mangas verdes na mão esquerda e com a direita jogava o mais longe possível. Ao seu lado, todos o encaravam com olhos que se dividiam entre olhos arregalados de surpresa, como os da própria loira, ou raiva e ódio.

Olhando para baixo era possível ver os mortos-vivos se virando na direção do barulho. Não era rápidos, mas a sua atenção obviamente estava onde Natsu jogava as pedras. Então era isso, eles se guiavam por sons, deveriam ter sido atraídos pelos gritos que Natsu e Erza haviam dado. Mas e os demais sentidos? Lucy sabia que não seria possível que apenas a audição continuasse depois da transformação, não sem uma explicação lógica.

Quando voltou seu olhar para Natsu conseguiu ver que ao lado dele, Gajeel também lançava algumas mangas, agora tentavam jogar mais distantes. Ficou tentada a jogar uma manga também, mas não tinha tanta força quanto os dois e a que estava em sua mão era a mais comestível da arvore. Não poderia se dar ao luxo de jogar comida fora, na realidade desconfiava que acabaria dividindo a manga no fim do dia.

Ficaram cerca de quinze minutos na árvore. Desde quinze ao menos a metade foram de tensão onde estáticos observavam os mortos vivos se afastarem, incapazes de falar uma palavra ou fazer um movimento, aterrorizados com a possibilidade dos mesmos voltarem. O restante do tempo foi o necessário para que o medo saísse de alguém e essa pessoa tomasse a frente para descer.

— Acho que já podemos ir. – Natsu tinha um tom mais controlado do que Lucy havia o visto usar desde o dia que saíram da cidade para chegarem ao acampamento.

— Tentem descer o mais silenciosamente possível e então caminhem na direção contraria a que eles foram, mas tomem cuidado com a sua volta e não façam barulho. – Erza deu as coordenadas e todos assentiram, grande parte ainda incapaz de dizer muitas coisa.

Lucy preferiu ir devagar que fazer barulho. Gajeel ajudou em uma parte e pegou a manga para dar mais mobilidade para a loira. Assim que chegaram ao chão, todos pegaram suas armas e caminharam o mais silenciosamente. Lucy se deixou ficar para trás por alguns instantes e uma pequena parte da corda ela retirou e colocou em volta da cintura amarrando a chave de fenda e o espeto um de cada lada. Ficando o espeto ao lado onde o restante da corda não utilizado ficava enrolado como em um chicote. A manga foi na mão mesmo. Mas ao menos era mais fácil se locomover assim.

Depois de uma manhã em que pareciam um tanto tranqüilos e mais livres, a tarde de caminhada foi tensa e pesada. Pouco foi dito e quando ocorreu não passavam de sussurros e todos sendo extremamente necessários. Qualquer barulho causado por um inseto ou animal pequeno era visto como ameaça e um possível ataque de ao menos Natsu e Gajeel já era preparado.

Por sorte nada ocorreu.

Percorreram por horas pela mata onde não se parecia mudar a paisagem realmente. Outras arvores frutíferas foram vistas, mas ninguém se animou para tentar pegar alguma fruta, pelo contrario, não houve um olhar mais demorado na direção.

Por volta do que julgaram ser três e meia, quatro horas começaram a entrar em uma área bem mais úmida e alguns instantes depois encontraram o trecho de água o qual haviam conversado mais cedo. Era fino e pequeno, porem foi o suficiente para fazer Natsu e Sting correrem ate o mesmo e quase enfiar o rosto.

— Graças a Deus! – Erza deixou a faca que segurava firme no chão e seguiu em direção a água sendo acompanhada por Gajeel. Ficando apenas Lucy e Gray parados observando os companheiros.

Demorou um pouco para que a loira saísse do seu local e bebesse água. Foi um pouco acima de onde estava os quatro, isso porque Sting e Natsu quase se jogavam por completo dentro da água. Por um instante parou encantada. A água era gelada e límpida. Não era um dia muito quente, mas sentia calor pela caminhada, por isso mesmo que fosse sem copo ou algo do gênero, a água pareceu uma maravilha para si.

— Isso esta muito fino. – Erza comentou chamando a sua atenção.

— Mas dá para beber não precisa ser maior. – Gajeel observou de forma pratica.

— Eu estava pensando em tomarmos um banho, algo do gênero. – suspirou e encarou o trio que estava ao seu lado. – Vocês estão fedendo. – os olhos cerraram e ela parecia realmente brava.

— Não temos escolha. – Sting resmungou abaixando a cabeça.

— Talvez possamos achar um local para o banho. – Natsu tentava encontrar uma alternativa.

— É isso mesmo. – Erza se ergueu e sorriu confiante. – Vamos seguir um pouco e ver se alarga ate ser um riacho. Bom que procuramos um local para passar a noite, o mais próximo a seguro. – completou.

— É melhor mesmo. Logo vai começar a escurecer. – Gajeel tinha o rosto fixo no céu. – E parece que essa noite vai ser fria. – completou fazendo todos encararem o céu. Haviam varias nuvens brancas e alguns poucos espaços azuis claros. Olhando para oeste era possível ver um céu um pouco alaranjado.

Não demorou para todos pegarem suas ferramentas – excerto por Lucy que manteve todo o tempo as suas presas em sua cintura – e seguissem acompanhando o sentido da água. Para a sorte do grupo não andaram mais do que duzentos metros para ver que o pequeno córrego começava a se alargar.

O que os fez andar por um tempo maior foi um local para passarem a noite. As árvores estavam próximas ao riacho dando uma aparência não muito segura ao local. Só conseguiram achar um local quase meia hora depois de caminhada.

O riacho já estava em quase cinco metros de largura e parecia ser bem fundo. Uma parede rochosa que saia cerca de cinqüenta centímetros acima da água e seguia pela terra fazendo um “C” de quatro metros de comprimento e uma altura de quase dois metros, terminando com a rocha mais alta que deveria ter cerca de dois e meio de altura.

— Era exatamente isso que eu estava querendo. – Erza sorriu consigo mesma parando próxima as rochas.

— Quem diria que a própria natureza faria um local tão bom? – Lucy se perguntou, e embora não tivesse nenhuma cobertura, era um abrigo quase perfeito.

— Está realmente bom? – Natsu perguntou à ruiva, tinha um semblante curioso e parecia em duvida.

— Ótimo, o formato em C fará com que não sejamos pegos de surpresa e se nos mantivermos em silencio talvez passemos desapercebidos. Alem de que é realmente difícil para entrar, se não tomarmos cuidado vamos cair no rio e próximos a essas rochas, essas coisas não tomam cuidado. Ou seja, vão cair e vamos ouvir. – Erza explicou o que havia deduzido do local. Ninguém mais havia visto tais qualidades, mas concordaram com ela que era um bom lugar e que seria onde passariam a noite.

Natsu, Sting e Gajeel correram para jogar os tênis e os equipamentos que seguravam dentro do local que as paredes rochosas contornavam antes de começarem a se despir para pularem na água. O que deixou apenas Lucy desconfortável, já que Erza apenas se encaminhou em direção ao centro da parte interior da parede rochosa.

— Você não tem problema em os ver... Assim? – Lucy perguntou seguindo a ruiva e se esforçando para não observar Natsu sem roupa. Não poderia ter uma recaída de garota apaixonada, ate porque com a forma que ele tinha a tratado a loira estava um tanto magoada.

— Quando éramos pequenos ate tomávamos banho juntos e também já cansei de ver esses idiotas de sunga. – abanou as mãos e observou a parede de rochas que teria que pular antes de chegar ao centro do rochedo. – Isso aqui é realmente perigoso. – falou consigo mesma e pulou de forma quase graciosa. – Tome cuidado Lucy, isso aqui alem de tudo é escorregadio. – avisou.

— Ok. – fez um sinal positivo analisando o local. Deveria ter cerca de sessenta centímetros de altura e um pouco de musgo em cima, alem de diversas pontas que seriam perigosas de se bater porque iriam machucar a pele. Porem rapidamente Lucy observou uma grande rocha ao lado de quase um medro e dez de altura, era perfeita para usar como apoio. – Qualquer coisa é só usar isso aqui como apoio. – falou com Erza um momento antes de ouvir o barulho de algo contra a água.

— Seus malditos, não façam tanto barulho. – Erza os encarou com raiva em um grito controlado.

— Desculpe, acho que nos empolgamos demais. – Sting sorria amarelo encarando a ruiva.

— Aproveite Erza. – Natsu piscou para ela que apenas o mandou um gesto obsceno antes de o dar as costas.

— Idiotas. – resmungou. – Mas o que você estava falando mesmo Lucy? – seus olhos estavam presos na área. Era uma mistura de terra e um pouco de mato, com alguns arbustos mais altos. A aparência era de um local abandonado.

— Nada demais. – não era realmente importante.

— Hm.

— Seria bom darmos uma limpada aqui, não? – questionou e a ruiva fez um sinal positivo.

— Era isso que eu estava pensando. – coçou a cabeça. – Tente pegar os maiorezinhos. A grama vai ser boa para dar uma sensação de local mais macio. – parecia pensativa. – E depois vamos tomar banho. – completou sorrindo para receber um sorriso de volta.

Não demorou muito para que as duas retirassem os pequenos arbustos e jogassem por cimas das rochas. Iriam ate reclamar do trabalho, mas isso estava causando para ambas uma sensação de cansaço que melhoraria ainda mais quando entrassem na água. Algo como esquentar antes de entrar em uma piscina de natação.

— Em fim, apresentável. – Erza tinha as mãos na cintura observando o local e embora Lucy achasse que não tinha mudado muito depois de ambas tentarem “arrumar”, ficou quieta. Ao menos as roupas de Natsu, Gajeel e Sting dobradas em um canto e nenhum arbusto maior era devido a elas. – Agora é hora do banho. – a ruiva quase gritou de tanta animação.

— Eu estava pensando. O Gray não vai tomar banho? – Lucy a encarou se assustando ao ver que a outra estava sem a parte de cima do pijama e retirava a de baixa, ficando apenas com um conjunto de lingerie vermelha.

— Devemos dar um tempo para ele. – foi tudo o que obteve como resposta. – Vamos Lucy, se eles se cansarem será um pouco desconfortável tomar banho com os três encarando. – completou.

— Pensei que não teria problema com isso também. – murmurou olhando em volta, não parecia ter ninguém espiando, então retirou a camisola. Como prova de seus sonhos estúpidos com Natsu e ele gostar de loiras com rosa, sua roupa intima era na cor rosa Pink com rendas de um rosa bebê delicado.

— Não tinha ate os quinze, mas depois que comecei a namorar Jellal mudei um pouco. – fez uma pequena careta ao retirar a calcinha. – Gostei, esse rosa fica bonito em você. – após estar completamente nua a ruiva entrou na água.

— Ah, obrigada. – Lucy murmurou envergonhada e então retirou a parte de cima do conjunto. Porem não conseguiu retirar a de baixo, não se lembrava da ultima vez que havia ficado nua na frente de uma pessoa, não se sentiria confortável e também queria lavar a peça de roupa.

— Boa idéia, vou lavar minha calcinha também. – Erza sorriu pegando a roupa intima.

Lucy ignorou a ruiva enquanto entrava na água, era mais fria do que a loira se lembrava, talvez pelo tempo estar passando e já estar quase a noite. Ainda assim era reconfortante e ate relaxante. A profundidade não era alta e por isso ficaram com a água um pouco abaixo do pescoço tentando relaxar um pouco.

Para ambas a sensação era a mesma. Depois de dias sem tomar banho, perdidas na mata e andando sem parar, entrar na água e poder relaxar um pouco era o que precisavam. Claro, que assim as pernas mostravam que estavam realmente acabadas e no caso de Lucy que usava um tênis sem meia – havia pego o primeiro calçado quando Levy começou a puxá-la do chalé – ardia e ela tinha medo de não conseguir colocar o tênis novamente.

Ficaram alguns minutos na água e se lavaram como podiam, a falta de sabonete ou qualquer sabão foi sentida. Mesmo assim quando saíram se sentiam extremamente melhores, cansadas, mas como se um peso enorme tivesse saído de seus ombros.

— Vocês, já esta escurecendo praticamente, saiam já daí. – Erza exagerou um pouco quando foi chamar os amigos. – O que o Gray esta fazendo tão distante? – franziu a testa olhando na direção em que estava o amigo.

— Você sabe que ele anda estranho. Eu tentei falar com ele hoje de manhã, mas desde então esta me evitando. – Natsu parecia irritado com o amigo, odiava ser ignorando, independente do motivo.

— Deixem ele, o cara precisa de tempo, se fosse qualquer outro no lugar dele poderia pirar. – Gajeel parecia estar se colocando no local do amigo. Era o único que poderia fazer isso, já que havia perdido alguém que amava também. Ainda assim o fato de não precisar esmagar a cabeça desta pessoa deixava um abismo entre ambos.

— É melhor mesmo. – Erza concordou observando o amigo mais distante, havia muita pena em seus olhos. – E vocês, saiam logo! – encarou os demais que ainda estavam na água.

Lucy suspirou se sentando no chão e se apoiando no rochedo atrás de si. Durante o dia com o medo e durante o tempo que ficou na água havia se esquecido disso, dos mortos. Se olhasse realmente, do grupo já haviam ocorrido três mortes. Lisana, que embora não a suportasse mesmo sendo primas de segundo grau, era amiga intima de todos. Juvia que era muito pouco ligada a Lucy já que todas as mulheres eram vistas com desconfiança graças a obsessão que a menina tinha com Gray e então Levy, que lhe doía o coração apenas de pensar. Estava se sentindo culpada por esquecer destas pessoas, mesmo que por um segundo.

— Ei Lucy, vamos terminar aquele desenho que eu te pedi. – Erza a chamou com o caderno na mão.

— Onde estava este caderno? – arregalou os olhos.

— Eu coloquei dentro da minha calça de pijama. – a ruiva mostrou uma parte onde um fio trançado de cetim vermelho amarrava a calça na cintura.

— Você é muito desligada das coisas. – comentou e a loira sorriu sem jeito. – Vamos logo porque esses idiotas vão demorar horas. – rodou os olhos.

— Claro, tínhamos parado nos olhos certo? – sorriu.

As duas passaram um pequeno tempo completando o desenho que já havia começado na noite anterior. Era fácil já que Erza parecia se lembrar de cada detalhe do namorado. O que fazia Lucy ficar pensativa. Durante toda a sua vida, principalmente a parte da adolescência, a visão que tinha de Erza era diferente. Algo que beirava o assustador pelas suas capacidades físicas e as histórias de brigas as quais boatos contavam e a antipatia, a achava completamente metida, inflexível e fútil. A ponto de namorar um garoto que fazia faculdade para se mostrar melhor.

Como estava errada.

Erza poderia sim ser dura e inflexível, mas também era gentil, conseguia ser meiga, não tinha nada de futilidade, pelo contrario, Lucy se sentia extremamente mais fútil que a ruiva. E o mais importante, Erza conseguia ser amiga de uma forma surpreendente, ajudando os amigos mesmo que eles não se dessem conta disso.

Quando terminaram o desenho estava realmente escurecendo e Natsu, Gajeel e Sting estavam saindo da água. Juntos dividiram a manga que Lucy havia carregado durante todo o dia, o que acabou por deixar com que todos ficassem com mais fome ainda. Fora Natsu e Sting que se oferecera para irem atrás de mais comida enquanto ainda era cedo e se podia enxergar, o que deixou Lucy tremendo de preocupação. Se algo ocorresse com Natsu ela não saberia ao certo o que fazer.

Erza e Gajeel ficaram conversando enquanto aguardavam a volta dos amigos e mesmo com Lucy tentando participar de todas as formas acabava sempre olhando em volta a procura de Natsu. Cada segundo parecia uma hora, e eles nunca voltavam.

— O Gray vai ficar longe por quanto tempo, já esta praticamente escuro. – desta vez não era exagero de Erza, o céu tinha um tom azul escuro que logo seria negro.

— Eu vou chamar ele. – Lucy se ofereceu, fazer qualquer coisa era melhor do que se torturar esperando que Natsu voltasse.

— Não tenta forçar o cara a falar, só trás ele. – Gajeel pediu, era notório o quanto ele respeitava o silêncio de Gray e ate bonito, na opinião de Lucy.

— Não se preocupe. – garantiu que não iria fazer isso enquanto saia.

Gray estava distante, cerca de cem metros e parecia estar rezando ao longe. Foi preciso a garota se aproximar para notar que ele não estava rezando e sim com as mãos unidas a frente da boca enquanto encarava um local qualquer. A camisa suja de sangue continuava dura em contato com sua pele e a calça parecia mais suja do que da ultima vez que Lucy havia observado. Agora ele se encontrava sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos.

— Pode avisar que já vou voltar. – ele avisou antes mesmo que Lucy se aproximasse muito. Ela arregalou os olhos sem entender. – Foi o que veio fazer, não? Falar que já esta escurecendo e que eu tenho que me juntar ao resto. – a encarou firme.

— Bem... É me pediram para fazer isso. – concordou e ele apenas desviou o olhar dela, voltando a encarar o nada. claramente ordenando que ela saísse. – Eu notei que não bebeu água e que não esta comendo ultimamente. – se aproximou mais dele ate que estivesse á um metro ou menos, então se ajoelhou ao lado do garoto. – Você não pode ficar fazendo isso consigo mesmo. – foi firme.

— E o que você tem a ver com isso? – quase gritou enquanto a encarava com ódio, uma raiva que fez a loira estremecer.

— Eu? Nada. – murmurou abaixando a cabeça e apertando a barra da sua camisola. – Quando minha mãe morreu...

— Me poupe de conselhos e histórias que podem me fazer ver você como uma igual. – o tom estava mais baixo, mas o repudio parecia ter duplicado. – Não seremos iguais, você não matou quem amava e eu... Eu não preciso de conselhos. - completou virando o rosto na direção contraria a da loira.

— Você não sabe do que esta falando. – rebateu em reflexo, a voz fria e dura que fez o moreno a encarar por alguns segundos. Respirou fundo. – Continuando o que eu estava falando antes, quando minha mãe morreu, meu... Me disseram, que... Bom, independe o quando eu estava triste, ninguém era obrigado a encarar a minha tristeza e nem ter que conviver com ela. – explicou e novamente conseguiu a atenção do moreno que agora mantinha os olhos arregalados.

— Sua mãe morreu quando tinha nove, dez anos não? – perguntou incrédulo, quem falaria isso com uma criança?

— Principalmente se a culpa é sua. – completou fazendo o moreno engolir seco e fechar os olhos por alguns instantes. A loira sabia o que estava falando? Porque se soubesse ela merecia no mínimo um murro. Murro esse que ele se sabia jamais ser capaz de dar. Nunca foi capaz de bater em uma mulher e depois de Juvia. Só de pensar em algo assim queria morrer.

— Isso é parte do que te falaram ou esta aumentando? – a encarou diretamente notando os olhos cheios de lagrimas da loira.

— Pode parecer cruel, mas não deixa de ser verdade. – ela sorria o que causou no mínimo uma estranheza por parte de Gray. – E de todas as formas, se punir, preocupar as pessoas em geral, isso não muda nada. Só piora a situação. Esta difícil para todo mundo e uma pessoa que não consegue segurar a barra, peso mais nos ombros dos amigos. – como ela tinha coragem de falar coisas tão cruéis com um sorriso tão bonito no rosto? O garoto já tremia de raiva. – Não estou falando para melhorar e ficar feliz, mas ao menos fingir esta melhorando. – completou.

— Fingir? Você tem idéia de que essa é a coisa mais egoísta que poderia me dizer? – os olhos dele pareciam mais negros e obscuros ainda. Doentios de raiva.

— Parece mesmo não? – encarou o rio por alguns instantes. – Mas com o tempo eu... Eu comecei a pensar que essa pode ser uma forma de fazer com que a pessoa sobreviva. Quando alguém não se importa o suficiente consigo mesma para se cuidar, as vezes a solução é usar o quanto essa pessoa se importa com os demais. Com seus amigos. – esse era o seu raciocínio e Gray não conseguiu diferenciar se era cruel, sem lógica ou brilhante. – Você deve estar se achando uma droga, esta envolto em meio ao sangue da sua namorada, quieto, sem comer, beber e nem se importando se isso faz mal a você. Porque esta se culpando tanto, que não se importa com o que ocorra consigo mesmo. – o analisou por breves instantes. – Mas se importa com seus amigos e vê que esta os preocupando, atrapalhando. Estão todos sofrendo por matarem essas coisas, sermos procurados como comida, passarmos sede e fome e perdermos... Todos já perdemos pessoas que amamos aqui. Ninguém tem estrutura para te apoiar Gray. Desculpe, mas...

— Fique quieta. – mandou sentindo as lagrimas correrem pelo rosto. Os amigos não entendiam que ele havia matado a garota que amava? Ele ainda se lembrava do som que fazia a pedra em contato com a cabeça de Juvia e embora pudesse ser um monstro que ele matou, Gray ainda via como a sua namorada com sua paixão desesperadora por ele. Porque eles tinham que se importar com o que acontecia com um assassino?

— Eu só estou falando que...

— Não fale nada, droga! – pediu.

— Que eu sei que estou sendo egoísta, mas... Deixe de ser egoísta e veja que todos estão sofrendo, não é só você. – ele conseguia a ouvir soluçar. - Pode me odiar por isso, eu não me importo. Mas eu não vou deixar ninguém sofrendo a mais aqui e... – parou para respirar. – Não vou deixar você fazer isso com as pessoas que ama. – completou e mais uma vez Gray a encarou.

— Pessoas que eu amo? – do que ela estava falando.

— Oras, se elas se preocupam com você tanto é porque te amam e se você também se preocupa com elas assim, é porque as ama de volta, não? – sorriu o encarando e deixando o moreno com não só os olhos, mas também a boca escancarada. – Por essas pessoas que você, bom, você vai se recuperar. – completou com uma certeza que o fez derramar mais e mais lagrimas, porem não eram apenas de sofrimento.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Em fim não estão morrendo de sede e em fim o Gray entrou na história, pode parecer que vai existir um romance entre eles, mas não, eu quero colocar a amizade como destaque mesmo, porque acho que é algo importante na nossa vida e também acho linda a amizade deles no anime/manga *--*

A conversa ficou meio confusa, mas não consegui melhorar de jeito nenhum¬¬' e sobre a Lucy ter sido cruel, concordo, mas as vezes é só assim que conseguimos ajudar alguém, jogando a maldade do mundo na cara. E sobre o "conselho" que ela deu, é sim algo do seu passado que será explicado futuramente e podem acreditar, ela romantizou demais o conselho.

E sobre ainda não ter ocorrido a luta entre eles e algum zumbi, bem, eu coloquei todos com medo, serio mesmo, imagino que se algo assim ocorresse eu e todo ser humano racional fugiria ate onde desse, é o caso deles, mas é claro, que como sou uma pessoa boa, logo eles terão sem que matar essas coisas MUAHAHAH

Espero que tenham gostado e se não tiverem me falem, gritem e reclamem, tudo para melhorar a história *o*