Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 32
Capítulo Vinte e Seis


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas! Demorei? Talvez um pouco, mas já estou aqui para a alegria final e com um capítulo um pouco calmo e cheio de romance. Ao menos eu vi e é isso que importa. Quero dizer para aproveitarem, os próximos serão bem mais tensos e eletrizantes.
Como sempre avisando, revisei? Sim. Tentei melhorar? Sim. Tá perfeito? Não. Então se acharem algum erro, me avisem.
Mas isso não vem ao caso agora... Sabem o que ocorreu? Ganhei duas recomendações. Sim, DUAS recomendações. Me sinto sambando na cara da sociedade.

Como sabem sempre agradeço a cada recomendação com um capítulo, então por ordem, hoje agradecerei a UmaGarotaDePapel que me deixou uma recomendação linda!! Sim, concordo que Zumbis e Fairy Tail não combina muito, isso me deixa mais feliz em saber que estou agradando a você e todos os leitores. Muito obrigada, não tem noção do quanto amo recomendações e do quanto elas me deixam a cada dia mais feliz. Então, tudo o que tenho que fazer é agradecer pela consideração e pelo carinho, eu sempre digo isso, mas é serio, acabo a cada dia mais e mais motivada devido a vocês, nunca terminei uma fanfic e essa é a que está caminhando para esse final por isso, porque recebo o apoio de leitores como você. Obrigada mesmo. Esse capítulo é para você e espero que goste XD

Bom, gente, tenho diversos comentários sobre o capítulo, mas as iniciais são apenas da UmaGarotaDePapel, então até as notas finais.



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Quando Lucy despertou estava sentindo a cabeça pesar de forma assombrosa. A primeira coisa que notou foi sua cama. Estava dormindo em sua cama. Era uma sensação estranha. Estar na própria cama depois de mais de dois meses. Dois meses. Um tempo considerável, mas pequeno se contasse o quanto sua vida havia mudado.

Correu os olhos pelo quarto e então observou o obvio. Alguém havia retirado o corpo do pai dali. Tudo o que ela conseguia ver era a imagem de sua família feliz. Um suspiro de tristeza saiu de seus lábios antes que ela se erguesse. Estava apenas de roupa intima e o frio que sentia poderia ser por isso, então pegou um roupão vermelho de frio que estava guardado no armário, onde ela havia jogado de qualquer forma na pressa de se arrumar para fugir e ir ao acampamento, aproveitando também, para tirar o bustiê que vestia. O mesmo estava húmido.

— Onde está indo, Blondie? – Sting estava saindo do banheiro quando a encarou, seu rosto estava serio e duro demais. Novamente ela conseguiu pensar nele como um Deus guerreiro, mais um pouco teria medo.

— Não sei, acordei e não tinha ninguém aqui. – afirmou simplesmente deixando a peça de roupa intima no chão. O loiro observou, mas nenhum comentário saiu de sua boca. Algo estava estanho. – Onde está o resto? – questionou por fim ao notar o clima tenso.

— Lá embaixo. – ele caminhou até a cama se sentando e embora a porta estivesse mais próxima de Lucy, ela resolveu voltar e se sentar ao lado dele.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou o encarando.

— Sim. – afirmou sem a encarar. – Aconteceram muitas coisas enquanto você dormia. – admitiu a encarando de volta. – Erza, Natsu e Gajeel tentaram ir até a cidade. – continuou a dizer. – Mas demoraram demais a achar o portão, sua casa é enorme Blondie. – se jogou na cama deixando parte do corpo deitado. Observando as cobertas era possível notar que ele estava deitado antes também, possivelmente Lucy havia acordado com a movimentação que ele causou ao sair da cama.

— Não me chame de Blondie. – pediu sorrindo de leve, não porque se importava realmente, mas ele sim e ela não queria trazer preocupação a mais ninguém. Como resposta observou um sorriso surgir nos lábios dele também.

— Hm, tanto faz. – segurou a mão dela. – Quando acharam estava escurecendo. – voltou a falar sobre a descoberta dos amigos. – Mas eles disseram que conseguiram avistar mais a frente algumas pessoas. – a encarava fixamente. – Mas sabe? Não eram pessoas realmente. – o tom indicava o que era.

Lucy cerrou os dentes por alguns instantes. Próximo a sua casa, não ficava realmente a cidade e sim o bairro onde moravam os empregados da casa, conhecido como “Vila dos empregados”, era o local onde moravam Wendy e Rogue. A loira não precisava pensar para saber o que tinha ocorrido. Ela não tinha a capacidade de pensar, apenas deixou a informação chegar até ela e as guardou, em outro momento processaria tudo.

Não aguentava saber de mais nenhuma perda.

— Alguém saiu? – foi o que questionou simplesmente, não tinha nenhuma expressão definida no rosto. Preferiu não sentir nada, porque sentir naquele momento seria fatal.

— Não, Erza não deixou ninguém sair por segurança. – explicou fazendo a loira mover a cabeça positivamente.

— Talvez tenham se enganado. – murmurou qualquer coisa, não tinha nenhuma capacidade de ser positiva, não mais. Sting sorriu, um sorriso desesperado, quase uma gargalhada sem som.

— Acabou Lucy. – fechou os olhos e respirou fundo. – Acabou o tempo que tínhamos para fingir. – voltou a abrir. – Eles podem ir lá fora, mas eu sei o que vão encontrar e não é ser pessimista. – ele parecia saber qual a sua opinião.

— Não sei o que pensar sobre isso. – admitiu, a mente ainda estava confusa demais.

— Que o mundo acabou e estamos todos fudidos! – ele gentilmente explicou enquanto brincava com os dedos dela. Lucy nada respondeu, porque sinceramente, embora não nestas palavras, concordava com ele. – Natsu me contou sobre você ter quase se matado. – agora a seriedade estava de volta. – Estamos fazendo um revezamento aqui, para que você não tente novamente, se acostume a ser acompanhada por um bom tempo. – a puxou para que ela se deitasse ao seu lado.

— Não foi meu melhor momento. – admitiu assim que as costas bateram no colchão macio.

— Ainda sente vontade de morrer? – questionou entrelaçando os dedos com os dela.

— Não sei, não consigo ver nenhum beneficio em ficar viva ainda. – foi sincera com ele encarando o teto. – Não sei o que me resta agora. Tudo o que eu queria se foi e o mundo como parece estar não é agradável nem para pessoas fortes. Imagine para mim. – estava com medo e sem vontade de ir contra a realidade. Queria se esconder debaixo da cama e ficar ali até que tudo acabasse, mas sabia que não iria acabar. Era como estar presa dentro de um pesadelo sem fim, o que se pode fazer quando chorar e clamar por socorro não adianta?

— We've got to hold on ready or not, you live for the fight when that's all that you've got — o loiro cantarolo e ela o encarou. – Conhece? É Bon Jovi, um clássico. – o sorriso dele era sincero. Algo estranho de se ver no rosto do loiro.

— Não sabia que gostava de Bon Jovi. – ela não ouvia muito, na realidade só conhecia a musica porque ele estava certo, todos conheciam. Era uma espécie de clássico.

— Minha banda fazia alguns covers. – fez pouco caso.

— Não sabia que tinha uma banda. – rebateu.

— E o que você sabia sobre mim, em? – questionou erguendo a sobrancelha que havia ganhado a cicatriz. A cicatriz ficou bela nele, até seus defeitos pareciam belos, algo não era normal em Sting.

— Que quer ser jogador de futebol. – disso todos sabiam. – Que iria se mudar para jogar em um time profissional. – continuou e ele fez um sinal positivo.

— Eu tinha uma banda também, só que ela era ruim demais para ser de conhecimento geral. – explicou a fazendo sorrir. – Sabe cantar? – questionou.

— Não. – a resposta veio rápido. Nem no chuveiro ela conseguia fazer isso, Lucy sabia no que era boa ou não, se a resposta fosse negativa ela excluía completamente de sua vida.

— Ótimo, então cante comigo! – o sorriso dele era impagável. Era apaixonante.

Lucy cantou.

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— Não acho que tenha silenciadores, mas podem procurar qualquer coisa. – Lucy afirmou quando entraram na pequena edificação de dois andares na cor branca. Deixou com que todos passassem na sua frente e então entrou por ultimo, fechando a porta.

O local de treinamento. Era difícil voltar ali. Onde aprendeu a atirar bem, bem o suficiente para matar os pais. Se existisse um lugar que tinha boas lembranças era aquele, mesmo assim mais lhe parecia um pesadelo voltar.

— Vejam se tem revolver, vão ter mais facilidade. Duvido que aqui tenha espingarda ou armas do gênero. – Natsu parecia estar no comando de Erza, Gajeel e Sting. Os quatro sairiam deixando apenas Gray e Lucy para trás. Os machucados que não poderiam correr risco e ainda alguém para ficar ao lado dela, impedindo que se matasse ou tentasse. Mas dos quatro, apenas Natsu sabia algo sobre armamento.

Mesmo assim não muito. Lucy notava pela forma que ele parecia confuso com alguns detalhes das pistolas. Igneel parecia ter ensinado mais a ela do que ao próprio filho. Ou então a garota que tinha mais facilidade em se lembrar das lições que teve há anos.

— Um silenciador é aquele cano de metal que tem nos filmes, certo? – Sting estava mais confuso do que poderia com duas pistolas negras na mão. Se estivesse carregada Lucy estaria temendo que ele desse um tiro em si mesmo

— Tem certeza que eles devem levar alguma arma? – Gray questionou parado ao lado da loira. – Sinto como se fosse mais perigoso colocar isso na mão deles do que os mandar para um lugar cheio de mortos-vivos. – o moreno não sabia como estava certo. Lucy, contudo tinha uma pequena dimensão da gravidade. Colocar uma arma nas mãos de uma pessoa que nunca atirou era suicídio. Talvez animados com as ideias de filmes onde os protagonistas matavam todos com uma arma de balas infinitas, eles se sentiam mais seguros assim, contudo, não havia nenhuma segurança quando não sabiam nem mesmo destravar uma pistola ou pior, atirariam no colega ao lado.

— Concordo, tenho que falar com Natsu. – já tinha pensado nisso desde que acordou e Gajeel disse que iriam sair para a cidade armados. Isso porque o rosado parecia estar liderando a ideia. O problema vinha da coragem de falar com ele. Lucy simplesmente não tinha.

— Algum problema nisso? – Gray perguntou fazendo a loira piscar os olhos. – Se está com medo dele te tratar mal, eu vou com você. – ofereceu e ela fez um sinal negativo.

— Não, pode deixar. Eu vou. – garantiu.

— E quando voltarmos, acha que pode me ensinar a mexer em uma destas. – pegou uma arma, a maior que encontrou, e sorriu.

— Sou boa apenas com pistolas e revolveres. – avisou erguendo os ombros. – Posso te ajudar nisso e depois aprendemos juntos sobre essas. – sugeriu e ele fez um sinal positivo enquanto voltava com a arma para o local.

— Essas são mais masculinas. – foi tudo o que Gray falou a fazendo sorrir.

Lucy não respondeu, apenas caminhou pela sala de armas onde cada um do grupo parecia entretido. Não levavam realmente a serio. Viam tudo com olhos de turistas, crianças diante de um novo brinquedo. Se esqueciam que eram algo seria e poderia matar. Quando não se entende a gravidade do que uma arma poderia fazer, é melhor não usar. Ela havia aprendido isso da pior forma possível.

Natsu, mostrando ter um pouco mais de conhecimento, era o único que estava na área da sala em que ficavam as munições e verificava a quantidade que levaria. O restante não iria conseguir identificar o calibre. No momento, não conseguiam nem mesmo se conter e parar de fazer pose de policial com as armas e falar frases clássicas de filmes.

— Alguma coisa para falar comigo? – ele questionou ainda de costas para ela. De todos os garotos, Natsu era o único que não quis continuar com a roupa de Jude, por isso estava com a blusa cinza manchada e a calça jeans. Lucy pensava que as costas largas do garoto ficavam bem na blusa cinza de pano fino, sempre foi fina assim ou o que havia passado com ela deixou-a desta forma.

— Sim, bem, sobre irem armados. – ela sentia como se ele nem mesmo estivesse ouvindo, a atenção para achar a munição era tão grande. – Não acho que seja prudente deixar que eles levem armas para lá sem nem um treinamento ou capacitação. Armas são muito perigosas nas mãos de quem não sabe manusear. – falou, mesmo que sentisse que era inútil.

— É algo que você sabe bem, não? – questionou se abaixando.

— Bem... – engoliu seco. Era uma acusação que ela não esperava. Deveria ter esperado, considerando que se tratava de Natsu, mas de ficou surpresa. – É... Eu acho que... – engoliu seco quando o rosado a encarou.

— Não estou me referindo ao que me contou. – cortou o pensamento dela. – Já te afirmei a minha opinião e um fato não muda nada. – estava mais calmo do que ela poderia imaginar, não sabia se era real ou fingimento, mas ficou agradecida por ele fazer tão pouco caso pelo que ela havia contado. – Apenas estou falando que você sabe manusear bem, sei disso, meu pai me falava o quanto tinha um talento natural para a coisa. Sei que foi treinada por ele. – explicou oferecendo a pistola para ela.

— Pode deixar ai, estou farta de armas. – fez um sinal negativo com a mão.

— Imaginei. – para ele parecia obvio, mas acabou segurando a mão dela e colocando a pistola. – Mesmo assim, fique com ela, Gray não está em condições de se proteger, se estiver armada e com a arma pronta para uso, vou me sentir mais seguro em te deixar aqui. – soltou a mão da garota deixando a arma.

— Obrigada. – ela não sabia como agir quando era bem tratada por Natsu. – Mas, sobre as armas e as pessoas que não sabem usar. – mudou o assunto quando sentiu o rosto esquentar pela atitude do rosado. Ele parecia não pensar ser nada demais. Ela tinha que agir da mesma forma.

— Não foi ideia minha. Gajeel já estava com a pistola consigo quando fomos até o portão ontem, eles vão leva-las de todas as formas, se sentem mais confiantes assim. – não parecia gostar também. – Você já tentou convencer a Erza a voltar atrás em uma ideia? – questionou.

— Imagino que não seja tão difícil. – ponderou.

— É quase impossível, eu tentei e ela quase quebrou meu braço. – ergueu o esquerdo. – Ainda está doendo. – afirmou ao notar o rosto não muito convencido dela.

— Tentou não gritar e sim usar a logica? – questionou e ele rolou os olhos sem paciência para a descrença da loira em suas palavras.

— Tente. – deu ombros pegando uma pistola e olhando as demais munições. Ao dar as costas para ela, estava deixando claro, a conversa entre ambos estava acabada.

Lucy desistiu, a conversa entre ambos havia sido inútil, embora mais produtiva do que ela de fato tivesse imaginado. Quando se tratava de decisões deveria falar com Erza, ninguém mais conseguia definir algo no grupo. O problema era falar com a garota sobre não levar armas quando a mesma já tinha uma na calça legging preta que vestia. As demais roupas de Lucy eram muito apertadas para a ruiva.

— Erza, precisamos conversar. – a loira tentou ser firme e pareceu ter conseguido, pois a ruiva a encarou.

— Algum problema Lucy? – questionou sem entender.

— Sim. – afirmou encarando a mesma. – Sobre vocês e essas armas. – explicou fazendo a ruiva franzir a testa. – Não sabem usar isso, têm certeza que querem levar? – questionou seria.

— Hum, no momento certo saberemos usar para proteger nossas vidas. – ela tinha certeza disso.

— Podem acabar com suas vidas se levarem. – foi enfática erguendo a mão para a ruiva. – Me dê sua arma. – pediu e após um olhar duro da garota a pistola prata estava em sua mão. – Veja só Erza, podem acabar atingindo um ao outro sem querer; para matar essas coisas vocês precisam ter mira para acertar a cabeça, ou seja, uma boa mira e vocês não possuem isso; podem atirar em uma destas coisas para se proteger, mas acabar trazendo outras cem para perto devido ao som de um único tiro e o pior; podem confiar suas vidas nelas e acabar notando em cima da hora que estão levando uma arma sem munição. – mostrou a pistola para a companheira, estava descarregada e por pouco Erza não a levaria assim.

— Ou podemos morrer porque não temos uma destas belezinhas. – Gajeel tinha um rifle nas mãos. Lucy tentava entender qual o sentido dos seguranças do seu pai terem tantas armas diferentes. Se lembrava que na época de Igneel essa variedade existia, mas poderia contar facilmente quantas armas de maior calibre havia no estoque. Agora tudo parecia como se estivessem prontos para uma guerra. Eram numerosas e algumas poderosas demais.

— Muito ajuda o que não atrapalha. – rebateu firme. – Estou falando isso porque estou preocupada com vocês, uma arma é algo perigoso. Muitas vezes não está perto o suficiente para conseguir controlar, depois de um pequeno movimento com o dedo não é possível voltar atrás. – ela sabia disso mais do que ninguém.

— Sabemos disso e vamos prestar bastante atenção. – Erza segurou nos ombros de Lucy e sorriu para a mesma. – Pode ficar despreocupada porque vamos levar tudo o que está dizendo em conta e só usar se for extremamente necessário. – garantiu, mas a loira só queria pensar que não queria que eles usassem de forma nenhuma. Não sem nem ao menos saber utilizar. – Agora vamos, me ensine pelo ao menos colocar balas nisso. – pediu fazendo a loira suspirar.

— Okay! –concordou não muito disposta, mas sabendo que não conseguiria os convencer do contrario. Quando seus olhos se encontraram com os de Natsu, o que ela conseguiu notar foi o sorriso cúmplice e vitorioso dele e embora fosse um sorriso vitorioso para cima dela, Lucy conseguia visualizar o primeiro sorriso que o rosado lhe dirigia.

.

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— Tem certeza de que quer ficar aqui? – ela questionou quando Gray se recostou no carro. Uma Ferrari preta, o carro que Sting havia escolhido para dirigir, mas por questão de devoção ao automóvel se impediu de ir até a cidade com o mesmo. Agora era o meio de locomoção dos dois remanescentes.

— Não estou com um bom pressentimento. – foi tudo o que ele respondeu enquanto acendia seu cigarro. Ela havia notado que ele estava evitando fumar em locais fechados e na frente do restante, mas ali parecia não se importar. Não parecia achar necessário evitar mostrar seu vicio para Lucy.

— Acho arriscado. – achava mesmo. O portão automático semiaberto e o carro para fora da propriedade era um risco, mas quando Gray parou o treinamento que ela havia começado dar para dizer que estava com um mau pressentimento, ela aceitou ir para aquele local. 

Mesmo que não tivesse de fato um mau pressentimento ou entendesse isso.

— Eles já saíram há quanto tempo? – o moreno questionou depois de tragar profundamente.

— Não sei. No máximo duas horas. – não tinha relógio e nem estava realmente ciente do horário. Era onze da manhã ou menos? Nunca saberia. – O que exatamente está sentido? – questionou, ele parecia estar calmo, mesmo assim ela ficava apreensiva.

— Nada demais. – a encarou de lado.

— Parece que sim, está fumando sem parar. – observou ao notar que em tão pouco tempo o cigarro estava pela metade.

— Estou com vontade de fumar faz dias Lucy. – soltou a fumaça. Gray era realmente bonito antes de tudo ocorrer, agora, contudo parecia mais magro e pálido, as olheiras ainda não haviam o abandonado, por esse motivo a loira não conseguia mais relacionar o garoto a um atleta cheio de saúde. Não mesmo. Naquele momento o moreno mais parecia com os modelos ingleses que apareciam em imagens publicitarias com algum tipo de droga ou bebida. Quase outra pessoa. Só faltava as tatuagens, isso porque embora o moreno tivesse uma tatuagem, uma fada azul na perna que arrebentava uma grossa corrente, a mesma não diferenciava no seu físico como um todo. – E sempre fumei assim. – continuou a se explicar ao confundir o olhar de analise dela com o de desconfiança.

— Isso vai te dar câncer. – foi tudo que a garota respondeu.

— Muito preocupante. – tragou novamente fazendo pouco caso. – O resto vai achar que eu estou virando um viciado novamente. Por isso não fumo perto deles. – explicou. – Você possivelmente não sabe, mas eu já tive até que ser internado. Dependente químico. – os olhos estavam colados no cigarro.

— O Gajeel comentou isso. – admitiu o encarando, se Gray se importou com isso, não demonstrou.

— É uma merda aquele lugar. Antes que isso tudo começasse, eu pensava que tudo o que eu teria de pior na minha vida eram aquelas memorias. – levou o cigarro até a boca como se o admirasse.

— Imagino. – murmurou se lembrando de algumas conversas que já havia ouvido.

— Não, você não imagina. – ele parecia convicto disso. – O fato é que agora todos acham que só porque fumo um pouco, já voltei a usar tudo o que usava novamente. – parecia irritado.

— Você deu motivos para que nos preocupemos! – era uma acusação branda, mas ele sorriu, um sorriso de quem não achava graça.

— Você não imagina o quanto. O que já fiz quando usava drogas mais pesadas. – parecia se lembrar, mas de forma assustadora não era apenas asco que ele demonstrava, Lucy conseguiu identificar o sentimento de falta.

— Bom, ao menos com isso eles não precisam se preocupar, onde exatamente você iria conseguir drogas pesadas agora que parece o que mundo acabou? – questionou amarga ganhando um olhar sombrio de Gray.

— Não é porque está namorando o Sting que precisa adquirir traços da personalidade negra dele. – se virou para ela. – Continue sendo uma boa garotinha Lucy. – bateu a mão na cabeça da loira, como se ela fosse uma criança e ganhando em resposta um olhar impaciente.

— Acha que já estamos namorando? – ela não achava, ou ao menos não havia pensado.

— Quer um conselho de amigo? – parou de encará-la e então abaixou o cigarro para que a fumaça não chegasse ao rosto da garota. – Não se empolgue demais idealizando qualquer coisa. Vai com calma, o mundo está acabando, mas ainda é um relacionamento e ele ainda é o Sting. – ao se virar para a frente levou o cigarro até a boca.

— Parece que eu estou indo rápido demais? – não sabia nada de relacionamentos e nunca havia conversado sobre o assunto com um garoto. Tinha Rogue, seu amigo, mas devido a timidez os conhecimentos dele em relacionamentos eram piores que o dela. O garoto ficava constrangido apenas de ver Wendy com um short mais curto e lhe tocar a mão. Isso depois de começarem a namorar.

— Você? Os dois estão indo rápido demais e isso, principalmente por ele, é preocupante. – parecia preocupado em partes. – Você sabe da fama do Sting na cidade, o principal motivo dele ser desta forma não é falta de caráter, é trauma, a mãe e o pai dele... – a fala foi cortada quando os olhos do moreno se fixaram em um ponto a sua frente.

Uma coisa interessante sobre a entrada principal do terreno Heartfilia era a forma que o caminho que levava até lá tinha um formoso projeto de paisagismo com plantas que seriam consideradas raras e belas. Lucy sabia que na realidade eram as que tinham sobrado em partes de uma obra que ocorreu assim que seus pais se mudaram, mas isso não tirou a beleza de nada. Mais próximo em questão existiam Rododendro róseos tão bonitos que deveriam ser admirados. Contudo, a forma física da arvore atrapalhava um pouco a visão e por isso eles haviam sido pegos de surpresa quando dois mortos-vivos surgiram.

— Meus Deus! – Lucy arregalou os olhos sentindo o corpo tremer.

Quando olhou na direção de Gray não foi uma grande surpresa o encontrar com uma expressão apavorada e o corpo tenso, paralisado. Para piorar a situação os dois corpos que vinham na direção deles era de duas mulheres pequenas, as faces não poderiam ser vistas ou reconhecidas, mas uma delas tinha o corpo de uma adolescente normal. Com certeza o garoto estaria se lembrando de Juvia.

Lucy sabia que ele não faria nada além de ficar paralisado. Mas o problema era, quem faria?

Automaticamente suas mãos foram para a pistola que Natsu havia lhe entregado e então apontou em direção aos corpos que vinham na sua direção. Ela conseguia mirar e se posicionar, mas a completa falta de coragem de puxar o gatilho se apoderou dela. Uma situação era atirar quando estava completamente fora de si, ou atacar um dos seres no reflexo para proteger Sting.

A situação mudava. Olhando para aqueles dois seres sua mente divagava em várias direções opostas, mas que tinham apenas uma característica em comum, a impediam de puxar o gatilho. Ela pensava na possibilidade de existir uma cura para essas pessoas; na família que eles poderiam ter, mesmo que a família também tivesse sofrido o mesmo fim; no fato de que eram uma pessoa no fim das contas, o restante esquecia disso, mas Lucy não e  por ultimo e mais importante; como atirar novamente em um ser, quando as ultimas vezes em que havia atirado foi para matar seu pai e sua mãe?

Antes que pudesse notar sua mão tremia tanto que a pistola parecia prestes a cair em qualquer instante e seu rosto estava banhado em lágrimas. Tudo o que Lucy queria era jogar a arma e as memorias do que havia ocorrido no seu passado e no dia anterior para longe, ainda assim forçava as mãos a ficar segurando firme o objeto. Ela tinha que parar de tremer, conseguir fazer isso e tinha que proteger a si mesma e a Gray.

Proteger, a palavra soou forte em sua cabeça. Tinha tanta forma e tanto significado, mas o rosto de Levy e Virgo a quebravam por inteiro. Lucy não salvou a melhor amiga, nem mesmo pensou em fazê-lo. Lucy sempre foi protegida ao máximo por Virgo, até no momento de sua morte, a empregada havia tentado a proteger. A quem estava tentando enganar? Não era uma heroína. Mesmo que tivesse que ser, não seria nunca capaz de alcançar o objetivo. 

— Lucy. – o moreno colocou as mãos nos ombros dela. – Relaxa, não precisa fazer isso, e só voltarmos e fecharmos o portão. – qual seria o seu estado para que Gray, que geralmente ficava paralisado, viesse tentar lhe ajudar?

— Eu... – apertou as mãos com força e então deixou os braços caírem como quem deixa um peso sair de suas costas. Abaixou a cabeça respirando fundo e por pouco não caiu de joelhos.

Enquanto soluçava devido ao choro, chegava a uma conclusão obvia, ela definitivamente se odiava!

Quando voltou a erguer a cabeça conseguiu identificar uma terceira sombra. Foi essa sombra que simplesmente nocauteou a mulher mais gordinha com um pé de cabra. Três golpes duros, sendo que no primeiro o corpo da mesma estava no chão e no terceiro tinha o objeto de ferro fincado em sua cabeça. Já no segundo corpo, o da garota adolescente, o objeto usado foi o rifle. Pancadas tão firmes na cabeça que Lucy conseguiu identificar uma parte da carne se deslocar e voar por pouco menos de um metro, o sangue escuro e parcialmente coagulado respingou no asfalto antes do corpo cair imóvel.

Gajeel tinha razão, as armas seriam uteis, embora ele não as utilizasse de forma convencional.

— Vocês dois... – o lutador tinha a blusa de linho verde manchada de vermelho sangue e parte da calça de pijama que vestia estava rasgada mostrando uma quantidade considerável de sangue. – Temos um problema! – completou serio.      


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Notas finais do capítulo

E então gente? Gostaram, odiaram? Estão pensando sobre o assunto?

Bom, eu sei que apelei para todos os casais possíveis e que foi um capítulo um pouco parado, mas achei necessário, vim de uma sequência bem forte para a Lucy, no capítulo anterior ela havia tentado se matar, precisava desse ar para ela. E outra coisa, tem muitos indícios pequenos de coisas que vão ocorrer no futuro, o tipo de coisa que poderei dizer "já tinha colocado um indicio antes, deveriam ter visto kkkkk'
Sabem que eu faço isso.
Mas o mais importante que eu queria colocar. A dificuldade que uma arma de fogo pode representar. Mas autora, já não colocou a Lucy matando a mãe representando isso? Sim e não. Quero indicar isso na situação, porque sinceramente, me dá um ódio dessas pessoas querendo um apocalipse zumbi apenas porque jogam ou veem filme, como se isso fosse dar algum status de mais possível sobrevivente e eles fossem sair atirando em tudo. Não, não vai. Armas são coisas sérias, perigosas, podem causar estrago, um estrago enorme no apocalipse zumbi e eu quero mostrar isso, para ser mais real a história.
OUTRA COISA IMPORTANTE: notaram que coloquei em maiúsculo? Não é porque interfere muito na história, sinceramente eu acharia melhor nem precisar falar, mas vou. Os próximos capítulos não vão aparecer todos os personagens! Acontece gente, estamos no fim do mundo e ninguém, repito, ninguém fica colado um no outro sempre, mas o narrador só tem visão da Lucy e o que vai ocorrer com os outros será descoberto ou não terá importância, então resolvi não colocar um extra inútil só porque geral quer ver o Natsu, Sting, Gajeel e sei lá mais quem. Gente, foca na Lucy que o que vai acontecer com ela é legal e peloamor vejam a história e o contexto antes de ver se o seu personagem favorito está aparecendo ou não. Se ele sumir não é porque a autora (no caso eu) esqueceu ou tem birra com o personagem, eu já sei como a história termina, tenho uma planilha no excel com detalhes e datas onde tudo ocorre e como termina, se o seu personagem sumiu, ou morreu, ou sumiu e depois descobriu que morreu, precisava ser feito. Ponto final. E por que eu estou passando sermão antes? Chatice? Não, já tenho outras histórias, fanfic's postadas aqui, é experiência, só prevenindo uma possível irritação futura. Nada mais a declarar.

Mentira, tenho sim, não esqueçam de comentar e dizerem o que achou XD

Agora sim, nada mais a declarar.



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