Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 24
Capitulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!
Sim, atrasei um pouco do que eu realmente queria. Nos meus planos o iniciais eu iria postar na sexta-feira passada e então no final de semana viajei para o casamento de uma colega e não pude postar. Logo, sobrou apenas e somente hoje.

Como é de conhecimento de todos esses capítulos estão sendo de agradecimento aos meus lindos e perfeitos leitores que recomendaram. Desta vez irei agradecer a recomendação de LeehDragneel, não tem ideia do quão linda foi. Muito obrigada por todos os elogios e tudo o que escreveu, sabe que isso sempre me motiva a continuar. Quero dizer, saber que o que escrevo é reconhecido e agrada me deixa extremamente feliz e pensando que realmente vale as horas que perco escrevendo. Muito obrigada mesmo e sobre o muito sucesso que me desejou, bom, eu considero que já tenho por leitores como você.

Sobre esse capitulo, ele mostra o inicio de algo, se alguém não leu o EXTRA - Perder, pode parecer confuso. Para quem gosta de ação, tem um pouquinho, mas esse é mais um capitulo de transição, espero que gostem XD



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– São apenas esses mesmos. - Sting parecia incomodado quando se aproximou de Lucy e entregou uma caixa de fosforo. – Quem ainda usa isso? – bufou.

– Acho que vai ser o suficiente. – murmurou observando que havia cinco palitos dentro da caixa, esperava que fosse o suficiente. – Achou velas? - questionou.

– Nada, ou eles não usam ou levam para casa. – fez uma careta e ela suspirou.

Era a única ideia que tinham para encontrar o restante. Após Sting terminar de matar o pastor morto-vivo, haviam ido à procura de onde tinha saído aquele ser. Encontraram um andar superior onde alguns equipamentos eram guardados e então uma saída para o terraço. Agora, já quase à noite, iriam fazer uma fogueira. A construção era a maior da cidade então de onde quer que os outros estivessem eles iriam vê-los. Lucy já tinha uma ideia de onde estavam, em um hospital ou clínica, com certeza cuidando de Gray, no estado do moreno, mesmo que a intenção do grupo fosse deixar os dois loiros para trás, não poderiam sair da cidade. O problema era, onde exatamente era esse a área de saúde da cidade?

– Acha que ascendemos agora? - questionou embora ainda estivesse um pouco claro, o dia começava a escurecer apenas.

– A noite vai aparecer mais.

– Mas eles não vão vir à noite, quero dizer, seria perigoso demais, então talvez se começarmos agora... - fez uma cara pensativa encarando a pilha de panos que haviam usado como fogueira, não iria durar muito.

– Acho melhor à noite e esperamos ate amanhã, qualquer coisa nós saímos atrás de uma clinica. – era uma ideia fixa que ele tinha, havia uma clínica e eles precisavam ir para conseguirem resolver os problemas de Lucy. Sting não tinha chegado à ideia de que o restante poderia estar em uma clinica e ela não compartilhou isso com ele, porque no seu plano inicial, se ninguém aparecesse, eles iriam embora da cidade e ponto. Nada de sair procurando por um local para cuidar de feridas.

– Não podemos ficar muito tempo aqui. – decidiu se referindo a vila como um todo, do terraço era possível ver todas as casas e ruas, eles sabiam que a vila estava toda tomada e era perigosa, muito perigosa. – Não temos comida, não temos carro, estamos muito pior do que antes. - encarou Sting a procura de conforto, embora ele não fosse exatamente otimista.

– Temos os biscoitos. – ergueu os ombros fazendo Lucy sorrir, era verdade, por algum motivo haviam dois pacotes de biscoitos água e sal na igreja e já haviam devorado um naquele dia. Escolheram, não por opção, comer o segundo pacote quando a fome fosse grande demais. O que não tardaria a acontecer. Por sorte estavam próximos de sua própria cidade, se conseguissem um carro, chegariam em algumas horas.

Por quase meia hora ficaram sentados olhando ao seu arredor, o sol estava se ponto, mas não era uma vista muito bonita, mesmo assim aproveitaram. Vez ou outra falavam alguma coisa, estavam preocupados e com razão. Não existia clima para romance, apenas pensar no próximo passo, sobreviver.

– Acho que já podemos ascender. – Sting afirmou quando o céu tinha uma coloração azul escura bonita, a lua brilhava gigantesca e algumas estrelas também surgiam.

– E se eles não vierem? – questionou temerosa. Lucy poderia ser desconfiada demais, não se importava com isso, aprendeu a ser assim, afinal, não confiava nem em si mesma. Se eles não viessem, ela se chatearia sim, mas não se surpreenderia. Sting confiava cegamento nos amigos. O medo era pelo loiro.

– Então nós vamos. – deu ombros como se fosse obvio e se aproximou da pilha de panos.

– Tudo bem. – murmurou não querendo falar mais do assunto, se para ela deixar os outros era difícil, para ele deveria ser mais.

Usando alguns pedaços de papel, na verdade eram páginas do jornal "Povo de Jeová", conseguiram fazer o fogo produzido pelos fósforos aumentar e ser o suficiente para criarem a fogueira. De inicio pequena e fraca, mas então grande, grande até demais e então gigantesca. Mesmo que não fosse noite exatamente, a luz parecia brilhar mais do que o normal.

– Sabe eu estava pensando. – Sting começou a falar fazendo Lucy desviar os olhos da fogueira para ele, ela só conseguia pensar que ele ficava muito bem quando iluminado pelo fogo. – Como vamos apagar a fogueira? – a encarou e no segundo seguinte ela estava com os olhos arregalados.

– Não vamos. – engoliu seco. – Acho que já esta grande demais. – era verdade, olhando pelo tamanho e o fato de que não existia nada além de uma torneira que pingava, era difícil imaginar uma forma de apagar o fogo.

– Talvez apague sozinho quando não tiver mais nada para queimar. - parecia realmente considerar a ideia.

– Ou talvez queime toda a igreja. - tentou pensar em como seria ter outra queimadura, mas o pé doía só de pensar na possibilidade. Acabou dando um passo para trás, era puro pavor do fogo.

– Ou a cidade. - de inicio ela deu um sorriso incrédulo, mas então olhou em volta, as casas eram próximas umas das outras, muito próximas, se a igreja pegasse fogo, bem, as casas iriam acabar pegando também.

– Isso é bem possível. – encarou Sting e ele fez o mesmo só então parando para pensar no assunto.

Acabaram decidindo que iriam vistoriar o fogo, qualquer sinal sairiam o mais rápido possível. Tinham mais coisas do que antes, um pacote de biscoito, uma barra de ferro que não conseguiam entender exatamente qual a finalidade anterior e uma garrafa de 500ml de água cheia. Era pouco, mas não poderiam ser dar ao luxo de deixar para trás.

– Ei Lucy. – o loiro chamou quando ela encarava fixamente a fogueira, havia se espalhado a parecia brilhar mais. Não queria, mas logo iria sugerir que achassem outro local para ficar ou uma forma de saírem da cidade. – Você esta achando aquela movimentação estranha? – apontou em uma direção fixa e um tanto distante.

– Onde? - se aproximou do beiral e fixou seu olhar enquanto ele apontava mais enfaticamente. Logo ela notou, alguns mortos-vivos tinham um caminho fixo, mas também havia duas. – Motos? – parecia incrédula.

– Esses idiotas estão vindo agora à noite. - Sting se ergueu, mas Lucy continuou estática encarando a movimentação um pouco distante. Eles realmente estavam vindo atrás dela e de Sting? Isso sim era uma surpresa. – Vamos, eles vão chegar logo. - chamou e ela fez um sinal positiva antes de olhar na direção da porta da igreja. Dois seres parados , congelados.

– Mas eles não podem fazer isso, mal conseguimos ver algo a noite e essa cidade esta infestada. – Lucy correu atrás de Sting. A movimentação estava distante, mas ele agia como se os amigos já estivessem ali.

– Não acho que você pode colocar razão na cabeça deles agora e não vai adiantar muito. – ele mais animado e apressado do que ela consideraria saudável. Como se um peso tivesse saído de suas costas, ela imaginava que tivesse mesmo.

– Mas...

– Ei. – parou se virando para ela, por estarem muito próximos e ela correndo atrás dele, acabou batendo no loiro que a segurou no reflexo. – Pense no lado positivo apenas e sobreviva a qualquer coisa. – a encarou de forma fixa e seria.

– O... Okay! – fez um sinal positivo com um pequeno sorriso no rosto. Embora fosse perigoso e sem sentido, ela tinha que admitir, a chance de encontrar os outros a deixava animada também.

– Ótimo. – o sorriso gigantesco de coringa surgiu no rosto do loiro e então ele a deu um selinho antes de sair correndo.

Lucy por pouco não caiu no chão trocando as próprias pernas para tentar o acompanhar. Só não soube se o problema ocorreu porque seus joelhos ficaram moles pelo beijo ou se foi a rapidez do loiro mesmo. Afinal Lucy não era uma esportista nata e seu pé, embora melhor, ainda não estava em condições de grandes esforços.

– O que faremos? – questionou assim que chegaram ao primeiro pavimento, o local estava muito escuro e quente pela fogueira na parte superior. Nada agradável. – Tem dois desses na entrada. – avisou.

– Vou acabar com eles. – Sting estava indo atrás da barra de ferro. – Não sei como vão chegar, talvez seja melhor acabarmos com os que podemos de uma vez. – explicou quando Lucy o encarou incrédula.

– Tudo bem. – concordou pegando o restante de seus pertences, queria ter o pedaço de madeira em mãos, embora achasse que não faria nada, estava um pouco traumatizada depois de enfiar a madeira em um corpo humano. Contudo isso também havia sido como uma passagem, de certa forma agora Lucy sabia que mesmo que pouco, era capaz de se defender e defender as pessoas que ela gostava.

Lucy caminhou em direção a porta onde conseguia ver o loiro derrubando os dois mortos vivos, não era tão fácil quanto parecia. Pelo contrario. Precisava de força e tempo, tempo esse que nem sempre se tinha. Por sorte, Sting teve no momento e então ambos os corpos acabaram no chão após algumas pancadas.

– Acho que estou melhorando nisso. – o loiro a encarou sorrindo de forma arrogante, quase satisfeito, era como se ele tivesse adquirido uma nova habilidade. Lucy só não entendia como quebrar crânios e destruir cérebros pudesse ser visto como uma qualidade. Mas não questionava. Afinal, a pouco ela estava se sentindo um pouco mais forte por ter conseguido enfiar uma madeira na boca de um corpo humano.

O que estava acontecendo com eles para que coisas assim fossem vistas como benéficas?

– A rua está completamente vazia? – questionou andando lentamente até ele. O pé ainda doía um pouco e a mão machucada não a deixava carregar tudo com muita firmeza.

– Não. – olhou em uma direção qualquer, era possível ver que alguns mortos vivos se moviam, contudo eram mais atraídos pelo barulho de motor que se aproximava do que de fato por eles. – Mas isso logo vai mudar. – concluiu.

– Temos que sair daqui o mais rápido assim que eles chegarem. – constatou e então olhou na direção contraria. – Sting, parece que temos companhia. – se aproximou do loiro, no lado contrario da rua cerca de cinco ou sete seres caminhavam na direção da igreja. Se estavam sendo atraídos pelos sons ou atrás dos dois, nunca saberiam.

Isso porque no momento em que Lucy iria dizer que era melhor Sting não se arriscar tentando ir contra os mortos-vivos, conseguiram ouvir os sons de motores próximos demais e então existiam duas motos velhas fazendo um barulho descomunal. Foi alto o suficiente para que Lucy e Sting se virassem na direção do som e ignorassem os seres que se aproximavam.

– Lucy, Sting. – a voz de Erza pode ser ouvida e então sua moto estava causando um enorme barulho ao cair no chão e ambos os loiros sendo esmagados e molhados pelas lagrimas da ruiva. – Me perdoem, por favor, me perdoem! – ela praticamente suplicou. Lucy bem que tentou olhar na direção de Sting atrás de uma explicação para a atitude tão emocional da garota, mas o loiro parecia incrédulo demais com a amiga que chorava para ter qualquer reação além de abraçá-la.

– Erza, calma, esta tudo bem. – ele parecia no mínimo sem jeito e sem saber como agir. Ninguém conseguia consolar Erza, ninguém sabia como o fazer porque nunca foi necessário.

– Esta tudo bem mesmo Erza, não temos nada a te perdoar. – Lucy tentou soar amigável, mas só fez Erza deixar mais lagrimas saírem. A loira não entendia o motivo da amiga pedir perdão.

– Você. – a ruiva a encarou colocando as mãos no rosto da loira. – Esta viva. – sorriu! um sorriso feliz e ao mesmo tempo culpado. Triste!

– O que houve com ela? – Sting perguntou chocado demais para agir com cordialidade, enquanto isso Lucy era esmagada por mais um abraço de Erza.

– Pensamos que vocês estavam mortos. – Natsu, Lucy reconheceu a voz antes de ver o rosado. Só o viu quando o mesmo deu um abraço em Sting, muito menos meloso do que o de Erza, mas bem firme.

– Pensei que estaria. – Sting respondeu fazendo Lucy sorrir enquanto se afastava da ruiva. – E não querendo quebrar o clima, mas acho bom sairmos daqui. – ele estava certo, cada vez mais estavam sendo cercados.

– Isso, vamos de uma vez, depois podem se abraçar a vontade. – Natsu concordou de forma quase mecânica e pegou a moto a qual usava. Sting acabou pegando a moto de Erza.

– Onde vocês estão? – o loiro perguntou já assumindo a direção.

– Eu vou te guiando. – Erza correu até ele, ainda chorava parcialmente. Por alguns instantes Lucy conseguiu ver nos olhos de Sting que ele não esperava que a ruiva fosse com ele, não esperava se afastar da loira.

Mas levando em conta o fato de estarem cercados, decidiu se calar, da mesma forma que ela decidiu ir até a outra moto.

– Vamos dar a volta pela rua lateral, talvez ela esteja mais vazia. – Natsu avisou a Erza enquanto Lucy subia na garupa. – Sabe dirigir? – questionou para a loira que engoliu seco.

– Não sei nem andar de bicicleta. – era verdade e para piorar Lucy nunca havia nem mesmo andando de moto em sua vida. Apenas carros importados.

– Então apenas se segure firme. – pediu e ela fez um sinal positivo enquanto passava os braços em volta do corpo do rosado de forma tímida. – Não fica com isso na mão que vai acabar te atrapalhando. – tirou o pedaço de madeira e jogou fora, não perguntando exatamente se podia fazer isso.

– Andem logo. – Erza gritou no momento em que Sting avançou.

Lucy olhou em volta, estavam quase completamente cercados e ela já começava a temer, mais do que temia nos últimos dias.

– Ei, Lucy. – Natsu parecia não notar o medo dela, pois continuou com a moto parada. – Estou feliz que você esteja viva também. – e com essa fala ele arrancou fazendo com que a loira mal conseguisse se segurar.

Lucy Heartfilia realmente não entendia Natsu Dragneel, e embora uma parte de si gritasse que não precisava entender mais, afinal o Natsu que ela amava não existia realmente e agora estava com Sting, que pelo que havia demonstrado poderia se assemelhar ao companheiro perfeito, outra parte ficou feliz pelo que o rosado falou e procurou de todas as formas um sinal de que isso pudesse demonstrar paixão. Era uma idiota no fim das contas.

Seguiram pelo mesmo caminho que Erza e Sting. Um pouco atrás, mas Natsu parecia ir mais rápido de forma que pouco a pouco estava se aproximando. Quando passaram pela rua em que Natsu e Erza haviam saído Lucy não evitou de arregalar os olhos. Como poderiam existir tantos deles? Questionou-se incrédula enquanto a moto contornava o maior numero de seres.

– Onde estão? – perguntou quando começavam a andar por uma rua parcialmente vazia. Queria saber se suas suposições estavam certas.

– O quê? – o rosado desacelerou um pouco. Lucy preferia quando ele acelerava, corria menos risco de ser interceptado por um dos seres.

– Nada. – preferia não saber se isso o fizesse andar mais rápido novamente. Mas o rosado apenas diminuiu a velocidade. – O que esta fazendo? – arregalou os olhos. Ele havia notado as centenas de zumbis que se encontravam na entrada da rua há menos de cem metros e em alguns poucos que estavam mais próximos ainda? Com certeza não, era a única explicação plausível.

– Eu preciso te pedir desculpas. Não consigo fazer mais nada se não te pedir desculpas e dizer que...

– Não importa! – Lucy estava beirando ao desespero quando gritou quase histérica com ele, o rosado estava virado em sua direção e não parecia ver o entorno. O entorno cheio de mortos-vivos.

– Eu só queria que você soubesse...

– Natsu, se ficar falando aqui nós vamos morrer! – o encarou de forma bem firme e o rosado piscou os olhos como se não compreendesse o que ela estava dizendo. Por um instante ela teve certeza que viu lagrimas naqueles olhos ônix. Ele não estava raciocinando, por algum motivo, só que isso faria com que eles morressem se nada fosse feito.

– O quê? – os olhos dele não desviavam dela, era como se tivesse esquecido completamente o fato de que estavam cercados de perigosos seres que os matariam assim que possível. Então ele balançou a cabeça e os tirou da garota por alguns instantes.

– Por favor! – pediu quando ele voltou a lhe encarar.

– Relaxa. – foi tudo o que falou e então se virou para frente ligando a moto novamente. – Nada vai te acontecer. – era uma frase apenas, mas se parecia mais como uma promessa. Lucy só conseguia pensar que queria estar em movimento e longe de todos aqueles seres.

Andaram rapidamente pelas ruas, a maioria mais cheia do que Lucy consideraria seguro. Por fim o rosado entrou em um beco – coisa que ela notou, era uma característica urbanística da cidade – e rapidamente desceu uma escada de madeira que não parecia exatamente segura.

– Acha que consegue subir? – questionou mais interessado na escada do que nela e na resposta. Isso porque não existiam respostas, os mortos-vivos que estavam entrando no beco indicavam que ela teria que subir, conseguindo ou não.

– Cadê a Erza e o Sting? – foi tudo o que perguntou se aproximando, o rosado não ter subido significava que ele queria que ela fosse na frente.

– Já devem ter chegado, não ficaram parados como nós. – explicou, mas os olhos estavam nos seres atrás, como se em duvida se atacava ou não.

Lucy sabia que não deveria atacar e nem deixar que ninguém atacasse, então apenas subiu na escada ignorando a insegurança que a madeira não muito nova passava, a dor gigantesca da mão e a pontada de dor no pé.

No alto da construção, cerca de três metros, ela teve que ficar sobre algumas telhas de amianto que mais uma vez não a deixaram segura. Sentia como se a qualquer momento fosse escorregar, por sorte a inclinação era baixa. Poucos segundos depois Natsu surgiu e ergueu a escada a pendurando em um prego, onde ela estava antes. Não era um sistema moderno, apenas um improviso bem pensado.

– Onde vocês estão? – questionou assim que ele terminou de pendurar a escada.

– Na clinica da cidade. – respondeu começando a andar pelo telhado, com um cuidado extremo, o que fez a loira fazer o mesmo enquanto o seguia. – É aqui perto, mas se entrássemos com a moto iriamos os chamar diretamente para onde estão o Gajeel e o Gray. – explicou indo para a parte de trás da casa, onde era possível pular para outro telhado. O espaço era cerca de um metro. Seria fácil para qualquer um,. menos Lucy.

– Vamos pelo telhado? – questionou, embora já soubesse a resposta.

– É na próxima casa depois dessa. Nem sei se estamos mesmo seguros. – explicou e em um movimento rápido pulou de um lado ao outro. A loira se questionou por qual motivo ele não perguntava a respeito da capacidade dela conseguir algo agora. Não tinha medo de altura, mas cair de três metros em uma cidade infestada de mortos-vivos era aterrorizante.

Respirou fundo e se preparou para pular. A situação ainda era a mesma. Ela conseguir ou não, não deveria ser levado em conta. Deveria fazer. Simples, mas não pratico na realidade.

– Segura na minha mão e no três pula. – o rosado falou no instante em que ela iria fechar os olhos e pular. – O quê? Seu pé está machucado não? – questionou como se não entendesse o motivo dela o encarar sem o entender. De fato ele estava certo, embora já tivesse declarado que não se importaria se ela morresse, não havia em momento algum a deixado em situação de perigo. Ate mesmo tinha lhe carregado quando poderia se negar. Natsu odiava Lucy, mas sabia identificar o perigo e então a tirar dele. – No três, certo? – questionou quando ela segurou a mão dele. – Um, dois e três. – contou e ela fez.

Pulou. Lucy pulou e realizou o que poderia ser tido como o pior pulo da história. Deveria ter pego impulso e feito diversas coisas de forma correta, mas não. Apenas tentou dar um pulo e com a ajuda de Natsu passou para o próximo telhado. Por um instante achou que iriam cair os dois, isso porque o outro telhado, este de telha cerâmica deslizou um pouco com o peso de ambos, mas o rosado conseguiu se sair bem.

– Desculpe. – foi tudo o que ela pediu se afastando dele, a adrenalina e o medo não deixaram que ideias românticas de estarem com os corpos colados surgissem. Pelo contrario. A fez simplesmente ignorar.

– Vamos. – foi tudo o que ele respondeu enquanto caminhavam sobre as telhas.

Essa segunda casa parecia ser maior que a maioria, mas em menos de um minuto estavam descendo pelo que parecia uma escada de acesso da própria casa. Então era fácil ver o posto de saúde. Uma construção media, que se assemelhava a uma casa antiga na cor branca com o telhado em um chamativo azul claro. Assim como as portas e janelas. Poderia também ser uma casa histórica ou simplesmente uma casa de fazenda. A única coisa que indicava ser um posto era uma placa metálica brilhante fixada no chão e sombriamente vazia de palavras.

UPA.

A PREFEITURA FAZENDO O MELHOR PELO POVO.

Apenas isso. Lucy não soube se foi a única a notar, mas parecia de certa forma, que faltava algo na placa. Na cidade em si. Mesmo tendo notado, apenas correu seguindo Natsu para dentro da casa, onde a porta azul de madeira se mostrava realmente grossa. Talvez segurasse os mortos vivos.

A primeira coisa que Lucy notou quando entrou foi Gajeel e ele tinha o seu conhecido mini pé de cabra nas mãos. O rosto estava serio e concentrado, mas assim que viu Lucy se suavizou e um sorriso apareceu.

– Então está mesmo viva? – se aproximou e deu um abraço na garota. Não parecia muito afeiçoado a isso, ou Lucy não estava muito afeiçoada a abraços, principalmente de pessoas como Gajeel. Então foi meio desconfortável, mas ainda prazeroso. Porque ela gostava de saber que as pessoas estavam felizes em tê-la viva, pela primeira vez desde os nove anos. – Então onde está o maldito Sting? – se afastou olhando na direção de Natsu.

– Ele e a Erza ainda não chegaram? – o rosado questionou e mesmo sem Lucy o encarar, era possível ver a preocupação na voz.

– Se separaram? – Gajeel também perdeu o sorriso.

– Eles deveriam ter chegado antes de nós. – Lucy explicou olhando na direção da porta, aguardando que os dois entrassem.

– Será que aconteceu algo? – Gajeel parecia disposto a sair atrás dos outros dois, disposto a enfrentar toda a cidade apenas com o pé de cabra.

– Não diga isso. – Natsu quase gritou com ele, parecia ter sido ofendido pessoalmente.

– Quando perguntei algo não disse que estavam mortos, apenas que se atrasaram, seu idiota! – Gajeel olhou irritado na direção do rosado.

– E o fato de não estarem aqui não significa obviamente que se atrasaram? Se fosse sobre isso que estava falando, não teria falado. – igualmente irritado, Natsu encarou Gajeel .

– E quem é você para decidir o que eu falaria ou não falaria se estivesse falando disso? – a pergunta saiu direto fazendo Lucy engoli seco. Sempre soube que algumas brigas no grupo eram conhecidas por simplesmente começarem quando não poderiam e tomarem proporções gigantescas.

Ela não sabia como agir em uma situação dessas.

– Vocês brigando estão deixando a Lucy apavorada. – Erza abriu a porta e encarou os dois com olhos cheios de raiva. – E deveriam estar prestando atenção lá fora, onde veriam que está cheio demais para estarem gritando.

– Erza, Sting! – Lucy sorriu os encarando e então o loiro passou por Erza, deixando com a parte de dar sermão para a ruiva.

– Você parece meio desesperada Blondie. – o garoto sorriu debochado para a preocupação dela.

– Não me chama de Blondie! – o deboche não a deixou irritada, era o jeito Sting de ser, só a deixou aliviada. Assim como ver que Erza estava dando sermão no restante.

– Hm, tanto faz. – ele respondeu, o que fazia praticamente parte do scrip de ambos e então uniu os lábios em um selinho antes de a abraçar.

Lucy bem que pensou em ficar abraçada com ele por mais tempo, mas três olhares fixos a deixou desconfortável. E embora Sting não tivesse sido afetado pelo mesmo desconforto, ela o afastou sentindo o rosto arder ao se deparar com as pessoas a encarando.

Erza tinha os olhos e a boca arregalados, como se fosse uma criança diante de um circo pela primeira vez na vida. Era até fofa.

Gajeel tinha um sorriso vencedor no rosto, talvez se sentisse um cupido. Embora trabalhasse de forma perigosa demais para juntar seus amantes. Talvez os fins justificassem os meios.

Natsu contudo, bom, ele estava apenas chocado, sem expressão praticamente.

– O qu... O quê significa isso? – questionou e agora tinha uma expressão, mas não era uma boa.


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Notas finais do capítulo

E então pessoas lindas do meu coração? O que acharam. Se a parte do meio pareceu um pouco confusa eu entendo, tentei arrumar diversas vezes, mas não deu ainda. Se um dia consegui juro que aviso a vocês kkkkkk'

Bom, a Lucy não matou um morto-vivo ainda, achei que com um único golpe seria demais pela primeira vez, até porque já ficou claro que ela não tem nenhuma força física. Sem falar que o primeiro Zumbi que ela vai matar não será qualquer Zumbi e sim um especial. MUAHAHAHAH

Bom, eu tentei fazer um pequeno Nalu, mas não poderia exagerar porque a relação deles não permite. Ela extremamente arredia e ele não sabendo o que sente. Então calma e enquanto isso babem no Stincy.

E claro, não se esqueçam de comentar.