Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 23
Capitulo XVIII


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, demorei? Não, sei que não, geralmente demoro quinze dias. Foram apenas dez dias e usei eles para me atualizar, para corrigir alguns defeitos no capitulo, fazer algumas pequenas ligações na estória que são sutis (mas os detalhes são importantes) e por ultimo, para SURTAR COMPLETAMENTE.

Não sei se viram, mas se não viram eu falo, até porque foi o que me fez correr para postar. Recebi TRÊS recomendações. Vocês sabem o que é isso? São três explosões de alegria (que brega da minha parte! kkkk).

Geralmente eu dedico um capitulo a cada pessoa que recomendou e mesmo que as recomendações sejam quase juntas, será da mesma forma. Um capitulo para cada e meu comentário sobre as palavras (porque são todas muito lindas), então possivelmente todos os próximos dois capítulos também saiam rápidos porque tem que ser justo com todos e não seria justo a Kia Cheney demorar mais de um mês pra receber um agradecimento.

Então sim, vai ter um capitulo atrás do outro e que Deus me ajude O.O

Esse capítulo vai para a Alice (até porque como você me falou tanto de Stincy, vai cair como luva XD). Não sei se vocês leem as recomendações que são recebidas, possivelmente não, mas essa TODOS precisam ler, porque sinceramente, não achei no Nyah ainda uma recomendação a altura desta e estou muito feliz por ter recebido. É serio, poucas vezes fiquei tão feliz com uma recomendação quanto essa. Além de linda é extremamente bem humorada a (na minha opinião ao menos) exagerada, porque não tem como merecer algo assim. Serio, já perdi a conta de quantas vezes eu li essa recomendação e irei ler muitas mais vezes, até pensei em copiar e colar no meu perfil tipo "chupa resto do mundo, olha a recomendação que eu recebi". Então queria muito te agradecer por ela e espero que goste do capitulo, isso porque é um dos meus preferidos (ao menos a primeira parte XD).

Espero que todos gostem e desculpem qualquer erro, sempre que eu tentava revisar eu alterava o capitulo e isso acabou atrapalhando muito a revisão.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/501963/chapter/23

Quando Lucy era mais nova gostava de brincar. Perto de sua casa tinha um parque pequeno que muitas crianças iam e embora o parque fosse algo completamente simples e tosco perto dos brinquedos que ela tinha em casa, aquele era o seu local. Não pelos brinquedos, ou por preferência, mas porque as pessoas que ela mais gostava estavam lá.

Entre essas pessoas estavam Lissana e Rogue, que eram seus melhores amigos na época. E Lucy sempre teve que sair de casa escondida para encontrar os dois amigos, o que sempre acarretava em severos castigos por parte de seu pai. Ele dizia que um Heartfilia não poderia sair assim na rua, dizia que ela não sabia como agir e respeitar seu nome, que não possuía nenhuma consciência. Não importava o castigo, valia a pena. Eles seriam seus amigos para sempre e aquele sempre seria o local especial da loira.

Ate aquele dia.

Fazia sol e Lucy havia escolhido um vestido rosa coral, ela sempre usava rosa quando pequena. Almoçou apenas com a mãe, comendo rápido e torcendo para que a outra também fosse rápida. Lembrava-se da raiva, a mãe comia tão lentamente e Lucy queria tanto brincar no seu lugar preferido. Quando Layla, sua mãe, tentou puxar assunto, a garota preferiu o silêncio, achava que se não conversassem a mãe mastigaria mais rápido. Durante todo o tempo Lucy contou os segundos querendo que o almoço terminasse rápido e assim que a mãe terminou, com um sorriso porque havia pedido que o prato predileto da filha fosse feito como sobremesa, a menina apenas pediu licença e saiu, incapaz de ter mais um minuto de almoço quando queria brincar. Não se importou com o rosto magoado de Layla.

Se Lucy soubesse que aquele seria o ultimo almoço com sua mãe, iria ter aceitado a sobremesa.

– Mãe! – chamou apavorada, uma mão parou em sua boca com força a obrigando a ficar em silêncio. Não se lembrava de muita coisa, apenas o rosto da mãe e a vontade que ela sentia de sair de casa. Só se lembrava do quanto se odiava e mesmo jurando que não iria pensar em nada relacionado a isso, pensava.

– Não fala alto, essas coisas ouvem muito bem. – Sting quase implorou, a voz apenas um sussurro ainda demonstrava felicidade. – Como você está? – a mão saiu da boca e foi para o rosto.

– Eu... – ficou em silêncio, rapidamente as peças começaram a se encaixar, ela passou mal, foi cercada por mortos-vivos e desmaiou. – O que você esta fazendo aqui? - Sting não se encaixava suas memórias.

– Ora, quando uma princesa está em perigo precisa ser salva. – era possível notar o deboche na voz dele e então o som de uma risada descontraída. – Estou apenas fazendo você se apaixonar por mim, Blondie. – murmurou e mesmo que o local estivesse escuro, Lucy poderia ver o sorriso do loiro de alguma forma.

– Não me chame de Blondie. - rebateu ainda incrédula, nunca em sua vida imaginaria que iria ouvir alguém dizendo que a queria apaixonada por si. Muita menos Sting Eucliffe.

– Hm tanto faz! Como você esta se sentindo? – questionou, e tudo que Lucy pensou em dizer foi que estava estranha. A cabeça pesava e doía de forma que ainda não havia se acostumado, mas o mais estranho vinha da situação, acordar após ter tido certeza que iria morrer era estranho, muito estranho.

– Bem. – foi tudo o que disse se erguendo. A cabeça pesou mais e por pouco ela não desabou, Sting apoiou as mãos nas suas costas.

– Hum? – ele parecia duvidar. – Pensei que não iria acordar. – sussurrou quase em uma confissão.

– Fiquei muito tempo desmaiada? – colocou a mão esquerda sobre o colo, doía tanto. Só então notou que estava em uma cama.

– Algumas horas, aqui esta entediante, pode ter sido menos tempo e como eu não sabia o que fazer... - a forma que falava fazia parecer que estava tudo bem e ele apenas havia se desesperado um pouco ao vê-la desacordada, mas ela sabia que tinha sido mais serio do que isso.

– O que aconteceu? Quero dizer, eu não esperava acordar. – mordeu os lábios com força. - Eu jurava que ia morrer. - tinha aceitado que iria morrer.

– Eu sei, você simplesmente se jogou no chão como uma donzela e pronto. - na verdade ela havia desmaiado, mas deixou que ele falasse. - Eu pulei pela janela, foi fácil, essas coisas são estupidas. - se ela conseguisse enchergar sabia que veria uma expressão convencida. - Agora estamos no que parece ser o quarto, ao menos a cama é confortável. - bateu a mão no colchão.

– No quarto? - se lembrou da porta maciça que viu. - Mas, como vamos sair? Quero dizer, eles estão lá fora? – se lembrava da quantidade atrás dela.

– É esse é um problema, estamos presos e não podemos sair. Acho que estão lá fora, não é como se eu tivesse aberto a porta para observar. – como ele conseguia estar tão tranquilo?

– Mas como você vai sair daqui?! – arregalou os olhos e sentiu a mão dele novamente em sua boca.

– O que eu falei sobre o silêncio? - ele murmurou tão baixo que Lucy teve que se concentrar para ouvir. - Eles não sabem que estamos aqui, a porta pode ate ser resistente, mas a janela não. - ela nem sabia que tinha uma janela.

– O que eu quero saber é como você vai sair daqui! – continuou firme, no momento em que havia desmaiado tinha aceitado a morte, mas colocar a vida de Sting em risco. Isso a fazia se sentir mal, Lucy já havia colocado vidas em risco demais, pessoas demais já haviam morrido por ela.

– Não sou o gênio da dupla, não sei de nenhuma forma de sair. – a leveza que ele estava levando tudo conseguiu acalmar a garota, mesmo que pouco.

– Ao menos você tem que sair, você não pode morrer por minha causa. - engoliu seco, as memórias assolando sua mente com garras perigosas.

– Não vou morrer por sua culpa, não se convença tanto! Eu vim atrás de você porque quis. Isso não tem nada relacionado a você, a escolha é minha. – foi mais duro e firme do que qualquer outro momento desde que ela havia acordado ou até mesmo falado com ele desde que se conheceram.

– Sting. – murmurou não muito convencida, os olhos deixaram algumas lagrimas caírem e então suspirou. - E se a gente morrer? – estava com medo, não por si, mas pelo loiro.

– Você terá muita sorte de passar seus últimos momentos com alguém como eu. - rebateu convencido e Lucy não pode deixar de sorrir, mesmo que ainda chorasse. Se fosse o caso, ela tinha sorte por conhecê-lo, não apenas por morrer junto com ele.

– Ei Sting. - abaixou a cabeça. Ainda chorava, o motivo ela não sabia. - Você poderia me beijar agora? - era o que queria no momento, mais do que qualquer coisa.

– O quê? - ate mesmo ele aumentou o tom de voz, obviamente surpreso.

– Não sei o motivo, mas se acontecer algo. Eu quero ter feito isso, quero me lembrar. - o rosto ardeu e ela ficou feliz por estarem no escuro, caso contrario ele veria o quão vermelho era sua pele.

– Você quer se lembrar. - ele repetiu para si mesmo e então ficou em silêncio, um silêncio que fez a garota acreditar que ele estava a achando uma estúpida, ela se achava - Você não vai morrer. - tinha tanta certeza na voz que Lucy se sentiu errada em pensar na possibilidade. - Vai se lembrar disso viva. - completou e então os lábios de ambos já estavam unidos.

Lucy havia beijado duas pessoas em toda a vida. Um primo distante, irmão mais velho de Lissana, quando ela ainda tinha seis anos e Tom, um garoto franzino que usava roupas chamativas e falava cuspindo. Ele havia a agarrado em uma festa onde era o filho do anfitrião. Seria estranho que ela considerasse que esse era o seu primeiro beijo? Não importava.

Quando ela se permitiu fechar os olhos, deixou de pensar em qualquer outra coisa enquanto o estomago se contorcia. O mundo estava se desfazendo e sua vida ruindo, mas um beijo poderia deixar as coisas melhores. Ela era estranha por se apaixonar em um momento como esse? Ou era simplesmente sortuda? Mesmo com o mundo acabando, ela se sentiu sortuda, pela primeira vez.

– Me explique, porque esta chorando? - as mãos dele no rosto dela conseguiam sentia a umidade.

– Não sei, eu só não quero que você morra. - explicou, a voz mais abalada do que iria querer demonstrar.

– Eu morrer? E os caras bonitos morrem? - a voz era debochada, mas ainda assim, mais profunda que o normal. - Sem falar que se eu morrer, por quem você vai se apaixonar? - debochou a abraçando e Lucy passou o braço esquerdo em volta dele pensando que não, se não fosse ele, não iria existir mais ninguém.

.

.

.

Havia cerca de seis ou sete mortos vivos na lateral da casa. A distância deveria ser de um metro e meio de largura ate a outra residência e o cumprimento era de no máximo cinco. O que indicava que estava parcialmente cheio e era extremamente perigoso.

– Esvaziou. - Sting sussurrou. Ele estava ao seu lado, ambos observando pela janela que possuía furos mínimos, furos esses que haviam sido tapados ate pouco tempo apenas por uma grossa cortina de veludo.

– Está lotado! – exclamou segurando o pano da camisa que estava enrolada em sua mão direita. Haviam achado melhor proteger a mão de qualquer que fosse a forma, então Sting apareceu com uma blusa que tinha uma textura leve, era doloroso ter o pano em contato com sua ferida, mas agradável enrolar o mesmo em seus dedos da mão esquerda, apenas para aliviar a tensão.

– Quando você ainda estava dormindo não era possível ver o outro lado. – explicou. Dormindo, ele gostava de usar essa palavra no lugar da correta, que seria desmaiado, Lucy havia desmaiado. – Talvez consigamos sair. – a animação surgia em sua voz.

– É muito perigoso. - ele não via? - Não tem outra saída?

– Bom a porta e a janela do banheiro, só que eu não acho que seja uma boa. - avisou cauteloso, mas Lucy ignorou e seguiu em direção ao banheiro do local.

A casa era definitivamente estranha. O quarto era tão pequeno que chegava a ser claustrofóbico, apenas um armário, uma cadeira e a cama compunham o seu mobiliário, ainda assim era uma suíte com um banheiro o qual Lucy ainda não havia ido. Por algum motivo ela desconfiava que esse banheiro fosse o único da casa. Não se lembrava de outra porta quando esteve fora do quarto, embora tivesse que admitir, aquele não foi o seu melhor momento.

O banheiro era pequeno, um sanitário, uma pia marrom com um espelho um pouco maior que uma mão e um chuveiro. A iluminação vinha da janela que ficava no alto, sendo ela muito fina e pequena. Ainda assim Lucy subiu no sanitário sentindo o pé reclamar de dor e observou o lado de fora. Entendeu o motivo de Sting achar o beco vazio. Ela não conseguia contar a quantidade de mortos-vivos que vagavam sem rumo pela frente da casa, com direito a trombarem uns nos outros.

– E então? – Sting sabia qual que seria a resposta, Lucy conseguia ver isso pelo seu tom.

– Cheio. - suspirou enquanto descia do sanitário, o loiro a ajudou apoiando uma mão nas costas da loira e oferecendo a outra para ela.

– Sem falar que é complicado passar por essa janela. - ele apontou para o local. - Iriamos fazer barulho e então ate os do beco viriam nos comer. - parecia já ter avaliado a possibilidade.

– É. - concordou e então observou o rosto do garoto. – É! – exclamou. - É exatamente isso. - sorriu. - Você é um gênio! – o abraçou.

– Sou? – franziu a testa.

– Eles são atraídos pelo som, então é simples, se fizermos um som na frente da casa os que estão na lateral, ou ao menos uma parte, vão ser atraídos para frente e então podemos fugir. - explicou seu raciocínio.

– Hum? - ele pareceu não entender por alguns segundos. - Era exatamente o que eu havia pensado. - mentiu fazendo a loira revirar os olhos e sorrir.

– Seria melhor algo que fosse mais longe da direção da outra janela. - uma infinidade de ideias passou em sua mente para que fizessem um barulho que afastasse os seres, mas não havia recursos para nenhuma.

– Podemos jogar algo na direção contrária. - Sting deu a ideia, e embora o longe que ele se referia não fosse o longe que ela queria, achou melhor concordar.

– E para onde vamos depois? - queria definir tudo rapidamente. Quanto antes saíssem, melhor.

Após um tempo de conversa decidiram que iriam ate a construção principal. Era o objetivo inicial e se dessem sorte encontrariam com Erza e o restante do grupo. Claro que fariam isso depois de estarem livres dos mortos que tinham um grande interesse em comê-los vivos. Lucy pensou que talvez o restante do grupo já tivesse partido, mas Sting foi enfático em dizer que isso jamais ocorreria. Jamais iriam deixa-los para trás. Era assim que os amigos agiam. O loiro tinha tanta convicção que ela não conseguia deixar de concordar.

Por fim, após quase vinte minutos de preparativos o loiro pegou todos os objetos de vidro ou que fariam barulho - não eram muitos, apenas o espelho e as lâmpadas do quarto e banheiro – enquanto Lucy tinha em mão dois dos braços da cadeira de madeira. O material não era resistente de verdade, prova foi à facilidade em que Sting a desmontou se fazer um barulho considerável, mas serviria de alguma arma caso precisassem e embora ela torcesse para que não, sabia que iriam precisar.

– Assim que jogar tudo volta para cá rápido. – pediu enquanto o loiro caminhava ate o banheiro. Ela mesma havia retirado à cortina, o que dava mais luz ao quarto. Não que tivesse algo para ver.

– Você fica linda quando esta preocupada comigo. - debochou enquanto se afastava.

Lucy fez um bico encarando o teto. Não sabia dizer se ficava alegre ou irritada com o deboche do loiro, mesmo assim gostava, era uma das marcas dele e ela estava no mínimo acostumada com a forma que Sting agia.

Observou a movimentação dos seres que estavam do lado de fora. Um ou dois se movimentavam sem parar, indo de uma direção a outra tantas vezes que era irritante, contudo a grande maioria estava parada. Não faziam nem ao menos barulho ou qualquer sinal de movimento, uma parede teria mais chances de se mover. Era como se tivesse sido congelados no tempo, o que assustava, a imagem dava uma sensação de que eram eternos, de que sempre estariam ali, parados, aguardando e garantindo que mundo não voltasse a ser como antes.

Em um movimento súbito e quase em sincronia os seres ergueram a cabeça. Lucy cerrou os dentes com força, havia se esquecido que Sting iria fazer um barulho e por pouco não gritou. Erza obviamente estava certa, a loira era extremamente desatenta a coisas consideradas normais e isso poderia se tornar um problema futuramente.

Pouco a pouco e lentamente os seres foram se encaminhando na direção da saída do beco. A loira aproveitou para destravar a janela de madeira, não era muito resistente e fez um barulho baixo, ainda assim a garota ficou com medo de chamar mais atenção que o necessário. Por sorte nenhum morto-vivo que estava saindo pareceu querer voltar.

– Consegue pular? - Sting se aproximou e a loira fez um sinal positivo, incapaz de dizer sim.

Ainda que ela tivesse afirmado ser capaz de pular, o loiro a apoiou para que subisse na janela, o que foi bom, já que a mesma era alta demais para que Lucy o fizesse sozinha. Para descer ela sentiu medo. Olhando na direção da parte frontal da casa, as sombras de mortos-vivos passando era assustadora. Se pudesse ela deixaria que Sting pulasse na frente, ele era mais corajoso. Mesmo com essa vontade, pulou. Sentiu o pé incomodar, a cabeça estava doendo e a mão também, ainda assim ela conseguiu ser parcialmente silenciosa.

Correu os olhos pelas laterais. Haviam imaginado que iriam para frente da casa, mas o local estava cada vez mais cheio de mortos-vivos e consequentemente mais perigoso. O outro lado, contudo, parecia mais vazio, mas ninguém sabia onde o caminho daria.

– Está vazio. – o loiro parecia impressionado quando pousou ao lado de Lucy.

– À frente esta cheia e não sabemos nada sobre a parte de trás. - explicou a situação enquanto entregava as armas para o loiro.

– Acho melhor corrermos. - correndo ele obviamente se daria melhor. Era tão rápido. – Sobe de uma vez e vamos.

– Subir? - arregalou os olhos.

– Tem outra ideia? – questionou incapaz de acreditar que ela estivesse fazendo perguntas tão obvias em um momento tão critico. Pela forma que os olhos azuis a encaravam, ela decidiu que o mais sensato seria seguir loiro sem fazer perguntas.

– Ao menos ate sairmos desta área. – murmurou apenas para não deixar o orgulho morrer por completo. As mãos firmes de Sting em suas coxas e ela abraçada ao pescoço dele. Antes não parecia algo tão... Bom. Seria o efeito de alguns beijos?

– Hm, você andar sozinha? Como andou da ultima vez e quase morreu? - ele começou a caminhar, Lucy pensou em dizer que a situação era outra e que ele não precisava jogar nada na sua cara, contudo Sting havia a salvo e ainda era o mais próximo que ela teve de namorado. Além das mãos tão firmes e os beijos... É, ela poderia relevar alguns detalhes. – Não mesmo. – garantiu sobre não deixa-la andar por si mesma, por se perigoso. - Você vai ficar o tempo todo comigo. - foi firme.

– Você não precisa me carregar para me proteger. – bufou. Em sua opinião o fato apenas atrapalhava o loiro, caso não fosse essa preocupação e cuidado ser algo tão novo, ela poderia estar irritada.

– Deixa que isso eu resolvo. - deu ênfase no "eu" e após Lucy revirar os olhos, preferiu o silêncio.

Os fundos da casa acabavam dando de frente para a parte de trás de uma segunda residência sendo que o beco seguia ate a frente da mesma. A loira avistou uma quantidade pequena de mortos-vivos que iam à direção da primeira casa, por sorte passaram desapercebidos. Sorte e claro, agilidade de Sting que corria rápido e ate que silenciosamente, levando em conta que ele estava carregando uma pessoa.

– Esta vendo a construção? - questionou quando após correr por quase cinco minutos em diversas direções, havia encontrado um local vazio.

– Não, acho que nos afastamos. - não era muito boa em direção. Não quando o sentido de Norte e Sul havia se esvaído.

– Acho que fica mais para a esquerda. - o loiro olhou em volta como se o prédio fosse pudesse brotar da terra.

– Ficava próximo a casa, seguindo reto. - murmurou tentando criar um raciocínio. Olhando para o céu conseguia notar que já havia passado de meio dia, talvez uma ou duas horas da tarde. O que indicava que não tinha desmaiado por muito tempo. No máximo cinco horas.

– Então é na esquerda mesmo. - ele definiu, tinha uma certeza a qual Lucy não sabia de onde vinha.

– Vá devagar para não ser pego de surpresa. - pediu e o loiro sorriu, antes de começar a correr novamente.

Passaram por várias ruas, se ela poderia reclamar dele estar sendo descuidado em correr pela cidade, também poderia dar o braço a torcer e dizer que estava sendo cuidadoso em evitar mortos-vivos. Muitas vezes dava uma volta gigantesca para evitar apenas um. O que fazia sentido, ao que parecia um único atraia mais deles. Lucy pensou que talvez se entendessem de alguma forma, mas logo ignorou a hipótese, eles deveriam ser mais sensíveis aos sons que os da sua espécie fazia quando encontrava comida. Os terríveis gemidos.

Depois de quase quinze minutos correndo de um lado ao outro, em uma velocidade a qual Lucy estava surpresa, o loiro parou na rua da construção branca. A loira observou que ele arfava um pouco e tinha o rosto vermelho.

– E agora? - questionou virando o rosto para a encarar. Lucy observou a rua a frente. Na própria construção não haviam os mortos-vivos, apenas a partir de uns setenta ou cem metros a frente. Contudo começava com alguns e logo a quantidade se intensificava.

– Acha que eles vão nos ouvir? – devolveu uma pergunta.

– Talvez. – ele também não tinha ideia.

– Mas as portas parecem bem firmes, pode aguentar. – observou, não tinham uma visão muito boa, mas a porta da construção era de um azul escuro metálico que parecia ser resistente. Se a de madeira havia suportado, porque não essa?

– Nossos amigos podem estar lá, então ela vai estar fechada. - ela realmente não havia pensado nisso, era um perigo a mais.

– Mas eles nos veriam, alguém iria ficar de guarda vigiando o local. - isso, claro, se eles ainda estivessem no vilarejo.

– Sabe o que estou pensando? – virou o rosto mais ainda em sua direção. – Na cara deles ao verem que estamos juntos. - sorriu e Lucy apenas deu um sorriso amarelo, isso porque se sentiu mal, a única coisa a qual havia imaginado era se Natsu sentiria ciúmes ou não. Uma idiotice, ela não iria pensar mais no rosado. Se proibia de ser uma idiota agora que tinha Sting.

O loiro caminhou lentamente na direção da construção. Estava tomando cuidado ate com onde pisava, certamente se lembrando de filmes em que o personagem sempre pisava em um galho e era descoberto. Não que existisse motivo para isso, a rua era uma das poucas que haviam sido pavimentadas.

Chegaram ate o local sem que chamassem a atenção, Lucy conseguiu ver que se tratava de uma igreja, talvez a mesma que fazia o jornal religioso que achou na Gasolanche. Sting abriu a porta de metal que estava escorada apenas. Embora a mesma fosse extremamente grande não fez nenhum barulho e pareceu ser bem pesada.

Entraram assim que possível e após uma olhada rápida Sting colocou Lucy no chão voltando para fechar a porta. Ela não se importou, aproveitou para observar a sua volta. O interior era simples, ate demais e ainda assim um tanto quanto grandioso. O chão com um porcelanato bonito, claro e um pouco dourado buscando trazer uma sensação agradável ao ambiente, traria, se a loira tivesse olhos menos treinados com locais luxuosos. Os bancos eram semelhantes aos de uma igreja católica convencional, contudo eram claros e bem feitos, muitos com detalhes e passagens da bíblia nas laterais. O local não passava de um gigantesco retângulo onde a maior parte era preenchida por bancos. Contudo em seu centro havia uma espécie de palco. Um degrau com detalhes em dourado era tudo o que diferenciava o local dos demais. Nele havia uma mesa grande com alguns objetos, sendo que a mesa era coberta por um pano de renda branca com detalhes dourados. Mais atrás alguns materiais de som e então objetos que instrumentos de banda.

– Hm? Eu não imaginei que fosse uma igreja. – o loiro estava ao seu lado e também analisava tudo com cuidado.

– Algum problema nisso? - questionou o encarando.

– Não, nenhum, não sou intolerante quanto a religiões, acho que o importante é que todas amem Deus. - passou o braço bom dela em volta do pescoço e a ajudou a caminhar ate mais a frente. Era um cuidado desnecessário da parte dele.

– E você possui alguma religião? – questionou, para ela era um assunto difícil. Lucy não era religiosa, talvez acreditasse em um Deus, mas não tinha religião. Não achava certo que rezasse para alguém quando era tão impura e não achava certo que esse alguém recebesse suas orações quando havia a feito sofrer. Ainda assim já havia se pegado rezando e acreditando, mais de uma vez.

– Sim, sou católico não praticante. Estou em debito quanto as minhas visitas na igreja. - admitiu e Lucy sorriu. Ela tinha débitos bem maiores.

O loiro a deixou no primeiro banco da primeira fileira do lado esquerdo, pegou um dos pedaços de madeira e então começou a percorrer o local. Lucy observou enquanto ele se abaixava e procurava nos esconderijos possíveis. Debaixo da mesa, dos bancos e atrás de uma porta ao fundo. Achou um dos seres ali e então com mais habilidade do que ela jamais teria, o nocauteou e derrubou.

– Acho que esta limpo. – decidiu por fim e se aproximou dela.

– Algum sinal de que eles estiveram aqui? – perguntou referente aos amigos do loiro.

– Não, não achei nada. – parecia frustrado e se sentou ao lado da loira, a puxando para mais perto. - Mas ainda não acho que nos deixaram para trás, devem estar em outro local. – pareceu ler o que estava na mente de Lucy.

– Mas como iremos os encontrar? - Deitou a cabeça no ombro dele.

– Não sei Blondie. Não sei. - foi sincero.

– Não me chame de Blondie. - retrucou por reflexo e então sorriu. Não se importava mais tanto com o apelido, mas era um ritual deles. Estupido, mas acolhedor.

– Hm, tanto faz. - deu ombros fazendo a cabeça da loira balançar, ela apenas o encarou feio e ele deu um sorriso gigantesco. - Vamos esperar um pouco. Se não aparecerem ou tivermos uma ideia de onde estariam, saímos daqui sozinhos. - era quase um pedido para que ela não desconfiasse dos amigos.

– Nós dois sozinhos? - questionou tentando imaginar como seria.

– É, tipo casal solitário. – explicou. - Como uma lagoa azul, só que a ilha seria a terra e esta infestada de monstros. – continuou a divagar. – Ao menos somos loiros. – sorriu fazendo a loira sorrir incrédula.

– Mas nesse filme, eles não morrem? – ela sempre confundiu o primeiro com o segundo.

– Detalhes, o importante era o conteúdo da história.

– E você prestou a atenção no conteúdo? - como não desconfiar do loiro?

– Claro, eles se perdem, crescem e descobrem o que é o sexo, depois morrem. - abanou a mão como se não importasse a parte da morte.

– Não descobrem o amor? - se afastou o encarando de forma sarcástica.

– Amor, sexo. Qual a diferença? - fez pouco caso, Lucy sorriu o encarando. Iria dizer que a diferença era total, mas ele continuou a falar. - Diz que não vai ser no mínimo divertido. - a puxou para si unindo os lábios.

Se os beijos anteriores haviam sido mais de descoberta, quase um pequeno sonho adolescente, os de agora continuavam tão bons, contudo com uma malicia real a qual a loira não estava acostumada. Em seus sonhos beijos sempre foram de adolescentes e tudo terminava após o beijo inicial. Sting estava mostrando que o beijo principal era apenas o começo e que depois existiam coisas que não se assemelhavam nada em um tosco sonho adolescente. Que eram bem melhores.

Ele se afastou sugando seu lábio inferior e o mordendo enquanto as mãos apertavam com firmeza a coluna da loira. Inocente e inexperiente demais para se segurar, Lucy deixou um gemido escapasse por seus lábios.

– Tudo bem ai? – ele debochou, a voz apenas um sussurro antecederam a mordida que lhe deu no pescoço, o que fez a loira arrepiar.

– Não acho que em uma igreja seja o melhor lugar. - murmurou com a voz parcialmente inebriada, o primeiro amasso, ou quase isso. Talvez não estivesse preparada psicologicamente.

– Éh? - se afastou a encarnado. – E não é que você tem razão Blondie?

– Não me chame de Blondie. – resmungou qualquer coisa o encarando de volta. O rosto estava tão vermelho quanto queimava? Esperava que não.

– Hm, tanto faz, preste atenção. – ergueu um dedo. – É um pecado fazer isso antes do casamento. – Sting não parecia ser o tipo que se apegava a isso, todos da cidade conheciam sua fama e não era de garoto que respeita as leis da igreja.

– Principalmente dentro da igreja! – concordou entrando no jogo dele.

– Então podemos aproveitar nossa estadia. - um sorriso de coringa surgiu em seus lábios. - E nos casarmos. - completou e Lucy ficou em silencio. Ele estava mesmo a pedindo em casamento?

– O quê? - não evitou que a voz saísse alta e histérica demais, Sting apenas gargalhou de inicio olhando para a sua cara, então jogando a cabeça para trás.

– Você leva tudo a serio demais. – ele continuava a gargalhar, Lucy sentia uma mistura de raiva e vergonha.

– Cala a boca. - bufou rodando os olhos e olhando na direção contrária a ele.

– Eu posso te fazer uma pergunta?

– Não, não quero falar com você! - cruzou os braços tentando demonstrar sua irritação, mas pelo machucado na mão não conseguiu fazer isso muito bem.

– Lucy! - a chamou, mas ela apenas ignorou quase com vontade de jogar o pedaço de madeira que estava ao seu lado, bem na cabeça do loiro. – Ei, Lucy, Lucy! – cutucou o braço dela. – Olha pra mim. Lucy, Lucy. Não me ignora. Lucy, Lucy! – chamou diversas vezes afinando a voz e a cutucando. Um sorriso surgiu nos lábios dela, era isso o que chamavam de rir quando se estava irritada? Esse pensamento a fez rir mais ainda. - Lucy!

– Olha só – se virou para ele pronta para deixar com que um aviso em forma de repreensão saísse, mas a fala ficou em sua garganta e o sorriso de Sting desapareceu no momento em que um morto-vivo que parecia ser o pastor da igreja devido a suas vestimentas, colocou as mãos nos ombros dele.

Lucy observou atentamente enquanto a boca rachada e apodrecida ia de encontro ao corpo do loiro, especificamente na cabeça. Dentes de um cinza um pouco marrom, ela não via nenhuma mordida aparente no antigo pastor, mas isso não mudava o que ele era. Observou os olhos castanhos quase negros que agora estavam turvos, quando vivo o homem deveria ter entre trinta e cinquenta, cabelos negros também.

Era um rosto que ela iria se lembrar para sempre.

O coração da loira bateu tão forte que pareceu uma explosão nuclear, e o corpo se mexeu sozinho. Lucy era apenas uma espectadora de seus reflexos de proteção.

Aquele era um rosto que Lucy iria se lembrar para sempre. Isso porque quando suas mãos ergueram o pedaço de madeira com força e o enfiou perfurando a boca do homem, ela havia feito, pela primeira vez, Lucy reagiu ao ataque de um morto-vivo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá novamente, e então? O que acharam? Eu pessoalmente gosto do capitulo. Ele não mostra apenas o Sting incrível e sensível (a ponto de agir como um príncipe por saber que é o que a Lucy espera), como também mostra uma fuga que usa a inteligencia e o primeiro ataque dela a um morto-vivo.

Sim, pouco a pouco a Lucy vai se desenvolvendo e eu tentei fazer algo de reflexo (até porque ela estava em um momento de extrema descontração) e não proposital, porque existe uma grande diferença entre você atacar uma pessoa por reflexo e ter a intenção. Isso será bem explorado quando se trata dela, mas de todas as formas estava na hora de loira começar a se mover, não?

Houve quem me perguntou se a Fic era Nalu ou Stincy, sinceramente? É Nalu, posso dizer que eles têm mais embasamento, logo vai aparecer, mas vai ter Stincy sim e mesmo que muitos gostem mais deste casal, garanto que quando Nalu surgir vai fazer todo esse romance Stincy parecer fichinha. Então se acalmem que a mare está começando a virar XD

A todos, espero que tenham gostado e comentem, por favor! Aos poucos vou respondendo os comentários, obrigada.