Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 20
EXTRA - Escola Zumbi


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente eu sei que demorei, sabem como as coisas são neh? Tive um grandioso problema com as matérias na faculdade e mais uma vez tomei pau T-T, mas okay é vida que segue, conseguirei superar isso e postar. Outro problema que tive foi o fato de que esse capitulo é de ação e como é de conhecimento geral, sou uma aberração nisso. Tentei fazer o meu melhor, mas qualquer coisa me perdoem.

Sobre o fato do capitulo ser EXTRA, é como expliquei, tudo o que ocorrer e a Lucy não estiver perto vai ter que ser extra, o que não quer dizer que não seja importante. Esse principalmente é e complementa a estória. Caso não fosse um desejo futuro que eu tenho para conclusão da estória seria um capitulo normal, então não o desconsiderem.

E muito obrigada pelos comentários, vocês são demais. Serio mesmo. Desculpe pela demora e garanto que o próximo sairá bem mais rápido como uma compensação XD

Espero que gostem e nos vemos nas notas finais.



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Natsu segurava firme o taco enquanto observava o corpo cair no chão. As pernas pequenas de um garoto de sete anos estavam à mostra, mostrando uma pele cinza a apodrecida, vestia apenas uma calça bermuda azul e uma camisa branca. Era uma criança, mas não estava com uniforme. O que o fazia pensar que ou o colégio não exigia o uniforme ou algo estranho estava ocorrendo.

– Você esta bem? – Gajeel perguntou com a testa franzida. Ao seu redor não havia nenhuma criança, seria Natsu o único sortudo de se deparar com um zumbi na versão infantil? Porque isso obviamente complicava sua situação. Admitia que na maioria das vezes sentia tanta raiva que poderia socar um destes monstros ate que a cabeça explodisse, mas quando o corpo a ser socado era de uma criança, a situação mudava. Ele nunca imaginou que era tão apegado ao que a infância poderia significar, mas havia mudado sua forma de ver as coisas naquele momento.

– Vamos continuar. – foi tudo o que falou, não era um momento para se deixar abalar. Esses momentos haviam sido extintos, há mais de um mês.

A escola era uma construção pequena, simples e bem rustica. Uma cor verde clara, que na opinião de Natsu não poderia ser mais feia, cobria todas as paredes da edificação de três andares em forma de um retângulo cheio de janelinhas da cor verde escuro. Um pátio pequeno na parte da frente tinha algumas arvores finas desprovidas de folhas e uma quadra de tamanho médio quase bem cuidada. Era cercada por um muro cinza e alto com um portão de um verde não muito possível de ser definido. Portão que havia sido arrombado por Gajeel, arrombamento que havia chamado à atenção de cerca de cinco destas coisas que vagavam pelo pátio.

– Acho que não tem mais nenhum por aqui. - o moreno olhou em volta, o que já havia feito quase uma centena de vezes.

– Tente fazer menos barulho para abrir aquela porta. – Erza se referiu ao que parecia a portaria e única entrada da escola. Uma porta de vidro e madeira pintada de verde escuro, mas que já começava a descascar.

– É fácil pedir. – Gajeel resmungou caminhando na direção da porta.

Natsu seguiu atrás e olhou em volta, a procura de qualquer ser que pudesse representar perigo. Os olhos acabaram indo em direção ao muro que tapava o caminhão. É, ele obviamente não iria querer que nenhum perigo ficasse a solto perto dos amigos. Era apenas Sting para proteger o caminhão e os outros dois, Lucy não iria nunca saber se defender e Gray, ele ainda se lembrava do rosto apavorado do amigo enquanto deixava a loira ser atacada. Poucas vezes sentiu tanta raiva ou medo de perder algo.

– Fica tranquilo. – Erza colocou a mão em seu ombro, mas o rosto dela estava preocupado, talvez ate mais que o dele. – O Sting toma conta de tudo. – garantiu e Natsu só pensou que estavam confiando demais no loiro. Gray era seu melhor amigo, não se confia coisas importantes para si a outras pessoas, ele havia aprendido isso na pratica.

– Pode crer! – Gajeel tinha um sorriso maníaco no rosto enquanto encaixava o pé de cabra na porta. – Agora ele quer se mostrar para a Lucy. – quase gargalhou, talvez se lembrando de si mesmo quando queria impressionar Levy, ninguém ainda sabia como tinha dado certo à tática de paquera do lutador, mas agora ele parecia estar convencido a fazer com que a mesma tática maluca suicida unisse Sting e Lucy. Um absurdo na opinião de Natsu. Se Gajeel quisesse ser um anjo deveria saber, servia para anjo da morte, não cupido. Alguém deveria contar isso a ele, mas com a animação que qualquer um que conhecia Gajeel, notava no moreno, como falar algo? Como contar para ele que Lucy e Sting nunca seria a mesma coisa que Levy e Gajeel? Que assim como matar o máximo de seres possíveis, unir os dois loiros não faria com que a falta de Levy fosse menor? Não tinha como. Então todos se mantinham quietos ignorando a forma de sofrer do lutador, porque não havia estrutura para o apoiar senão o deixando se enganar.

– Hunf! – Natsu bufou irritado enquanto observava o amigo tentar arrombar a porta. Era um assunto irritante, os loiros sempre andando juntos, as insinuações, era tudo irritante demais para Natsu. – Que tempo ótimo para brincar de casalzinho. – murmurou e Erza o encarou de forma repreensiva, iria dizer algo, mas o som da porta sendo aberta fez com que a atenção de todos se voltassem para a escola e o que quer que estivesse se escondendo dentro dela.

O local estava um pouco escuro, parte pela falta de iluminação já que tudo parecia estar quebrado, parte porque os olhos de todos estavam acostumados com a claridade da parte de fora. Ainda assim, era possível distinguir duas poltronas antigas, uma placa metalizada com alguns escritos, talvez o nome do colégio e uma mesa. Quase ao lado da porta seguia uma enorme escada e então corredores para ambos os lados.

– Se existe a possibilidade da chave estar aqui, deve estar na sala dos professores. – Erza sussurrou.

– E onde que é essa porra de sala dos professores? – Gajeel olhava com desconfiança para todos os lados. Um olhar não muito diferente de seus dias de escola.

– Deve ser em um destes corredores. – apontou. – Eu vou no da direita e alguém vai no da esquerda. O outro fica aqui de vigia. – decidiu e Gajeel ergueu a mão indicando que ele iria no corredor da direita.

– Vou aproveitar e ver se tem algo aqui. – Natsu não estava tão feliz em não ter que fazer nada, mas também não conseguia dizer que estava triste. Pela primeira vez um receio apareceu em sua mente, receio de que encontrasse outra criança zumbi.

Com um movimento rápido de cabeça se despediram e então o rosado se viu sozinho na entrada da escola. O chão cor gelo e antiderrapante, as paredes verdes e os moveis de aparência velha. Ele odiava a sua escola, achava a coisa mais tediosa do mundo, mas aquele local em menos de cinco minutos havia se mostrado algo muito mais insuportável.

Procurou sobre a mesa com cuidado, nunca foi bom em achar coisas, sua mãe diversas vezes dizia que ele era um perdido por natureza, então dobrou a atenção e passou a mão por toda a superfície da mesa. Acabou ficando com as mãos sujas e vazias, apenas algumas canetas e um caderno com assinaturas sem sentido. Ao seu redor barulhos estranhos iam surgindo, mas nada que chamasse a atenção, os barulhos ameaçadores eram conhecidos.

Procurou cuidadosamente dentro das gavetas, encontrando apenas chaves de portas e alguns carimbos escolares. Nada realmente interessante. Estava fechando a segunda gaveta, um molho de chaves em sua mão, quando viu a sombra da ruiva voltando.

– Achou algo? - ela tinha uma esperança na voz que deixava claro que ela não havia encontrado nada.

– Não a chave de um ônibus, apenas chaves de portas. - mostrou o molho. – Você?

– Portas e mais portas lotadas destas coisas. – fez uma careta e então encarou o rosado com um rosto serio. – Eu posso estar louca, mas acho que eles estavam trancafiando eles aqui.

– Estavam fazendo um hotel zumbi? - arqueou uma sobrancelha, os humanos eram surpreendentes.

– Para algumas pessoas é difícil deixar o outro morrer, ainda mais quando ele caminha. É uma forma de manter os entes queridos próximos. – deu ombros e Natsu sentiu vômito.

– São monstros, não entes queridos! – foi enfático, o que menos iria querer ver na vida era um ente querido seu ser humilhado desta forma, se transformar e permanecer assim. Como perder mais a dignidade?

Erza não respondeu, apenas começou a procurar algo na mesa. Como se despertados de um longo sono, os seres que estavam presos se moviam mais e mais, certamente animados com a possibilidade de ter comida ao alcance das bocas. Era um barulho torturante e ela não conseguia deixar de pensar que as portas iriam pouco a pouco ruir.

Observou o caderno atentamente. Apenas nomes separados por números e setores. Foi um pouco complicado entender que os setores eram salas e os números idade. Ao que parecia estavam mesmo prendendo os infectados e separando-os cuidadosamente, talvez aguardando que voltassem ao normal. A esperança humana era surpreendente.

– Puta que pariu! – Natsu quase gritou quando ouviu o que poderia ser vidro se quebrando no lado em que Gajeel estava.

Correram na direção do corredor, armas postas para ataque. Pensar antes de se defender não era opção, jamais seria uma opção quando o mundo estava acabando.

– O que - a voz de Erza morreu quando ela observou o moreno segurando uma porta com força, mãos e mais mãos saiam de lá, dispostas a pegar qualquer pedaço de carne que estivesse ao seu alcance.

– Alguém coloque alguma coisa que segure essa porta. - Gajeel tinha as veias dilatadas e o rosto vermelho.

– Eu vou pegar uma daquelas poltronas, Natsu ajude ele. – correu na direção contraria do corredor.

– Eles não estavam presos? - Natsu escorou as costas contra a porta de forma que ficava distante dos braços e mãos e fez força com seu corpo. Pensou em quantos estavam presos ali, era extremamente difícil segurar.

– Em uma porta com parte de vidro! - Gajeel respondeu irritado com quem quer que fosse o carcereiro do local, era péssimo no trabalho.

– Me deixe colocar essa cadeira aqui. - Erza pediu e Gajeel afastou um pouco o corpo diminuindo a força, Natsu sentiu o impacto e as pernas serem empurradas. - Pronto! – a ruiva falou e então os dois garotos se afastaram.

Houve um segundo em que acharam que a poltrona, e não cadeira como ela chamava, que Erza havia posto não seria o suficiente. Contudo, após algumas batidas ela pareceu servir bem, mesmo que por um tempo limitado.

– Que merda é essa? – Natsu perguntou olhando em volta, não conseguia deixar de pensar em um hotel para zumbi. O que soava tão estupido quanto parecia.

– Professores. – Gajeel fez uma careta, odiava professores de todas as formas, humanos ou não. – Ao que parece a secretária também esta contaminava. – andou ate um corpo desfalecido e então puxou o pé de cabra que estava fincado no crânio da mesma. – Ou estava, tanto faz. Acharam as chaves?

– Nem sinal.

– Vamos subir e tentar achar no andar de cima. – Natsu deu a ideia.

– Começamos de cima para baixo e mesmo que demore vamos todos juntos. – Erza definiu e embora obviamente Gajeel e Natsu discordassem, ninguém ousou desafiar a ruiva e o que ela queria.

– Alguém já pensou na possibilidade da chave não estar aqui? – Gajeel falou o que passava pela mente de todos enquanto voltavam para a entrada.

– Ou a chave esta aqui ou vamos empurrar o ônibus, alguém aqui animado para dar uma de Hulk? – Erza questionou encarando os dois. – Então rezem para que encontremos! – foi enfática.

Em silêncio chegaram à entrada e então subiram as escadas, o segundo andar parecia escuro, perigoso e barulhento, bem mais barulhento que o andar anterior. Eram dois corredores com portas de todos os lados e mesmo que fosse bem iluminado por uma janela de vidro gigantesca no fim do corredor, ainda permanecia escuro, com um cheiro de podridão que chegava a dar náuseas.

– Isso é doentio. – Gajeel murmurou parando alguns instantes, era possível ver manchas e pedaços de corpo apodrecendo no chão.

– É, esse cheiro é...

– Não o cheiro. – cortou o que Natu dizia. – O local, coloca-los aqui é doentio. – engoliu seco.

– Vamos continuar a subir. - Erza quem parecia menos abalada pelo cheiro ou a nova utilização que deram para a edificação, chamou.

O terceiro andar era idêntico ao primeiro. Se não fosse pelo teto, que ao invés de verde claro, era de um marrom de telhado que o deixava rustico e dava a aparência de abandonado. Uma escola que serviu de hotel de monstros e agora se encontrava abandonada. Natsu achava que talvez nunca em sua história, o edifício teve uma utilização descente.

– Silencioso. – Gajeel estranhou.

– Perigoso. – Erza alertou erguendo o espeto de churrasco, ao que parecia a sua arma preferido, mesmo que estivesse torta.

Andaram lentamente pelo local, portas fechadas e silenciosas enfeitavam grande parte do andar. Parecia quase um terceiro andar de escola normal, ou pareceria, caso não fosse o sangue que cobria grande parte do chão e as manchas na parede, não lembrava uma briga. Era quase... Breves esbarrões.

– Essas portas. – Natsu parou e então se virou na direção da que estava mais próxima de si, as mãos foram na maçaneta.

– O que esta fazendo? – Gajeel arregalou os olhos.

– Estão vazias. – explicou observando dentro do cómodo que a porta pertencia. Apenas uma sala com dezenas de carteiras amontoadas. – Deveriam estar usando para guarda algo. - explicou seu ponto de vista.

– Só essas primeiras. – Erza que estava mais a frente, afirmou fazendo o rosado a encarar. – Essas aqui foram destruídas e não me parece que um humano tenha feito isso. - como se estivesse a esperando terminar de falar um homem, ou quem um dia havia sido um homem, saiu de uma das ultimas portas. A roupa parecia simples e bem rustica, não tinha uma mão propriamente no corpo, apenas pendurada por um pedaço de pele e o pé parecia quebrado.

– Demorou para aparecerem. – Gajeel bufou e correu na direção do homem. O pé de cabra afundando na cabeça de forma que parecia ser fácil quebrar um crânio.

Depois do primeiro mais alguns surgiram, dois na realidade. Um morto por Natsu e outro por Gajeel. Erza estava mais ocupada em procurar pelas chaves. Tinham que encontrar as chaves, caso contrario, estariam sim em grandes problemas. O que não seria nenhuma novidade, nos últimos dias o que mais estavam tendo eram problemas, na realidade existia um nível de problema o qual já haviam superado há tempos.

Chegou a ultima sala com uma sensação de estranheza. A sala diferente das outras estava fechada e não destruída. O que obviamente significava que não era usada como um local onde os mortos-vivos deveriam ficar presos. Seria um local onde deixariam coisas importantes? Coisas como chaves de um ônibus? Enquanto Natsu e Gajeel matavam os seres que pareciam surgir aos montes, acabou se encaminhando na direção da porta. Quanto antes achassem o que queriam, antes poderiam sair daquele local.

Abriu a porta com cuidado e no segundo depois se arrependeu. O cheiro de carniça chegou tão forte ate a garota que parecia ter temperatura e força, os olhos arderam e ela teve que se concentrar para controlar o vômito. Moscas e mais moscas se acumulavam por todo o cômodo e entulhados, enrolados no que parecia ser lençóis. Não era apenas um pequeno grupo, na verdade eram dezenas, quase uma centena de corpos jogadas dentro de uma sala pequena, tendo como local de descanso um cômodo escuro.

Era estranho que algo assim a deixasse desestruturada? Ela se lembrava vagamente de terem enterrado Juvia debaixo de uma arvore bonita, estava chorando demais no momento em que cavaram o buraco e que cobriram com a terra. Levy era outra lembrança, a revolta de Lucy ao ver como a amiga havia sido enterrada, a promessa de um enterro digno para a azulada. E essas pessoas? Quem as daria um enterro digno, alguém vivo se lembrava delas e iria querer garantir que elas tivessem um enterro?

– Erza! - Natsu a puxou com força, o rosto tenso e quase assustado. - Você esta louca? Vamos. – a puxou.

– O que? - saiu apenas um murmúrio de sua boca.

– Esse lugar esta infestado, você não ouviu? - o rosado a encarou incrédulo, o que a ruiva estava fazendo que não havia ouvido o som de algo se quebrando e sendo arrombado? Não importava, não tinham tempo.

– Barulho? - arregalou os olhos, não havia escutado nada.

– Tomem cuidado. - Gajeel tinha um rosto irritado que poderia ser assustador, caso não estivesse parcialmente preocupado enquanto observava algo próximo a escada. – Ao que parece os prisioneiros conseguiram se libertar. – apontou para baixo.

Aproximaram-se do moreno o mais silenciosamente que conseguiram, antes mesmo que pudessem ver algo era possível ouvir os sons, gemidos abafados e passos arrastados. Ainda assim se chocaram com a cena, o corredor que há menos de quinze minutos se encontrava vazio agora parecia um formigueiro cuspindo zumbis.

– Não podemos sair por ai. - Natsu murmurou engolindo seco.

– Ah! É mesmo?! - Gajeel o encarou irritado.

– Isso não importa, a porta esta aberta e o portão também, vocês sabem onde eles vão acabar indo. - Erza olhou na direção do corredor atrás de qualquer escapatória. - Ou vamos ser deixados para trás ou nossos amigos estão com sérios problemas. - completou.

– Droga! - Natsu quase gritou correndo na direção da janela, não se importava se quebraria uma parte do corpo, não deixaria os amigos desprotegidos, era assim que ele agia e sempre seria assim.

– Não grita que vai atrair eles seu idiota. – Gajeel correu atrás do rosado, enquanto gritava.

Erza pensou que se sobrevivesse mataria os dois, com certeza mataria.

– Não pensem em pular. - avisou quando notou o rosado abrindo a janela e subindo no parapeito, será que ele não via o observado coisas obvias como o fato de estarem no terceiro andar?

– Não é como se tivéssemos escolha. – Natsu olhava para trás de Erza, uma boa parte dos seres subia para o terceiro andar. Com muita sorte talvez conseguissem se livrar deles, mas o rosada sabia, desde que ouviu o grito de Lissana ao ser mordida, não poderia contar com a sorte. – E dá para descer, lá embaixo não esta tão perigoso assim. - ao menos não havia aparecido nada que apresentasse perigo, ainda.

A janela era grande e parecia resistente, abaixo dela existia uma segunda janela, segundo as mesmas características estruturais da primeira. Era perigoso e uma queda definitivamente não chegava a ser opção, contudo era possível sim utilizar as gretas da janela de baixo como uma escada e então pular no chão quando se estivesse mais próximo do solo, chegava a ser quase não perigoso.

Passou para o lado de fora se sentindo imediatamente um pouco melhor por estar em um local em que o cheiro de podridão não fosse tão forte e apoiou os pés na janela de baixo. Conseguiu encaixar o pé em duas camadas de gretas e então não conseguia mais segurar na janela. Gajeel segurou sua mão e o ajudou a descer cerca de quatro camadas. Então Natsu largou a mão do amigo e segurou firme na lateral da janela, tendo que dobrar o corpo mais do que o considerável confortável. Aproveitou para descer rápido, acima de sua cabeça era possível ver a sombra de Gajeel se movendo e preparando para descer também.

Manteve-se concentrado nas gretas e no chão por todo o tempo, ou quase todo, quando ficou dependurado na janela não teve como ficar indiferente ao segundo andar. Parecia uma escola quando o sinal tocava e os alunos saiam todos de uma vez, esbarrando um no outro e disputando o pouco o espaço. Só que não eram alunos, eram mortos vivos, muitos mortos vivos. Como existiam tantos?

Piscou diversas vezes e se apressou em descer o restante das gretas. Acabou mais uma vez se curvando e então em um salto aterrissou no chão. O impacto fez com que as palmas das mãos se ralassem, por sorte as pernas haviam sido protegidas pelas calças, mas os joelhos ainda assim ardiam.

Olhou em volta atrás de algo que pudesse apresentar perigo. Teve que andar um pouco para ver um dos seres, não só um. Vários, estavam saindo de dentro da portaria principal e ficavam andando sem rumo pela frente do colégio. Mais aglomerados na entrada da edificação e não no portão. Seria fácil correr e passarem por eles, mas deveriam fazer isso logo e obviamente iriam ser vistos e seguidos.

Quando voltou a sua atenção para os amigos foi segundos antes de Gajeel pular e então Erza apareceu na janela com o pé de cabra e o taco. Parecia nervosa o que fez Natsu se lembrar que ao menos uma dezena de mortos-vivos estavam indo na direção da ruiva e ela jogava as suas armas fora.

Pegou o taco no ar, assim como Gajeel pegou o espeto, Erza obviamente não iria jogar o facão, mas jogou de forma apressada o pé de cabra e então se pós para fora do corredor. O moreno tentou pegar o seu amado objeto de sua adoração, ate esticou a mão, contudo no momento seguinte recolheu a mão cerrando os dentes de dor e era estranho, mas Natsu jurava que o pé de cabra em contato com o chão fez um barulho mais alto que o normal.

Automaticamente seus olhos foram para o seu arredor, não viu nada, mas sabia que se observasse veria muitos seres vindo em sua direção. Essas coisas escutavam melhor que qualquer humano. Erza soltou um palavrão e no momento seguinte caiu. Foi apenas por reflexo que Natsu a segurou, os olhos ainda presos na janela onde a ruiva estava ate alguns segundos, conseguiam ver diversas mãos quebrando a parte de vidra que ficava antes das frestas.

Se os mortos-vivos não haviam sido chamados pelo som do pé de cabra, seriam pelo barulho do vidro se quebrando.

– Temos que sair daqui o mais rápido possível. – avisou colocando a ruiva no chão. Gajeel já estava com o pé de cabra na mão e entregou o espeto para a garota.

– Não vamos matar, apenas afastar e fugir. – ela avisou ajeitando a saia que havia subido na queda.

– Vamos de uma vez que alguns podem ter ido ate o caminhão e aquela loira inútil parece ser o prato preferido dessas coisas. – foi na frente correndo. Se alguém respondeu algo ele não escutou.

Encontrou primeiro cerca de quinze mortos-vivos juntos e diversos atrás, sendo que a quantidade ia dobrando e triplicando. Ao que parecia um seguia o outro. Talvez na vida Zumbi existisse amizade. Não importava. Contornou a primeira leva indo para o local mais vazio e com uma perna chutou o que um dia havia sido uma adolescente recatada de aproximadamente quinze anos. O corpo pequeno foi para trás derrubando dois outros não tão pequenos assim.

Com o taco afastou mais dois ou três, as pernas trabalhando rápido chegaram ao portão antes mesmo que muitos mortos-vivos tivessem se virado na direção a qual o rosado estava correndo. Gajeel e Erza que não eram tão rápidos quanto ele, vinham logo atrás, cada um afastando ao máximo os mortos-vivos que estavam próximos de si.

Do lado de fora da escola não estava completamente vazio, alguns poucos se encaminhavam sem muito rumo e outros pareciam ter rumo, o caminhão. As portas traseiras estavam abertas e Sting tinha alguns corpos no chão além do facão cheio de sangue.

– Que porra tinha na - sua fala morreu quando ele ficou encarando algo atrás dos amigos. Os olhos arregalados e apavorados não eram característicos na expressão do loiro.

– Vamos embora daqui logo. – Erza falou e o loiro fez um sinal positivo.

– Entrem. – falou já subindo na carroceria, os olhos não conseguiam desgrudar da entrada do colégio.

Ninguém fez um sinal positivo ou negativo, apenas o acompanharam e subiram no local. Só então Natsu observou a quantidade que estava saindo do colégio indo apenas em uma direção, a deles. Não eram apenas dezenas, muito mais, talvez centenas, muitas centenas. Achou melhor se afastar da beirada.

– Onde esta a Lucy? – Erza perguntou olhando em volta. Natsu fez o mesmo, a loira não se encontrava ali, uma onda de preocupação se apoderou dele.

– Na frente com o Gray. – Sting que havia acabado de bater na lataria falou impedindo que Natsu saísse do caminhão atrás da loira. – Estávamos esperando você retornarem para irmos embora. – explicou, os olhos presos na horda de mortos-vivos que cada vez se aproximavam mais. - Anda logo Gray. – bateu com força na lataria um segundo após o motor ligar.

– Espera! – Gajeel arregalou os olhos indo ate onde ficaria mais perto da lataria para que Gray pudesse o ouvir. – Não dá para passar o ônibus. – berrou socando o metal.

– Melhor se segurar. – Sting deu ombros, talvez se esquecendo que não havia realmente um lugar para segurar.

– Não. – Gajeel gritou ganhando um ar de desespero. – O ônibus pode fazer o caminhão virar se não souber dirigir direito, por isso que não passei. – explicou e houve um segundo de silencio e choque de todos enquanto o caminhão acelerava.

Ninguém foi pego de surpresa quando tudo balançou e então foram jogados para a lateral do caminhão, junto com mantimentos e as caixas que haviam empacotado. O mundo perdia o sentido e eles estavam batendo em todos os locais doloridos possíveis, ganhando feridas que não poderiam se dar ao luxo de ter. Mas o pior era que estavam sofrendo um acidente...

Sofrendo um acidente quando uma horda de zumbis estava a menos de cem metros.


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Notas finais do capítulo

Então gente? Bom, sei que talvez não tenha ficado tão bom, sinceramente eu não gostei, mas tentei fazer o meu melhor. Espero ir melhorando e peço desculpa por qualquer coisa. Tentei arrumar e espero que tenha agradado. O próximo estará melhor e será postado em breve.

Vou respondendo os comentários pouco a pouco e, por favor, deem sua opinião sobre o que preciso melhorar nas partes de ação ou sobre qualquer erro. Desde já muito obrigada.



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