Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 19
Capitulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas!!
Bom, admito que estou postando antes do tempo, normalmente seria só no final de semana que vem, até porque estou atolada e cheia de provas O.O, contudo vocês, seres lindos e maravilhosos me deixaram tão felizes comentando que eu simplesmente não pude fazer nada senão postar mais um capitulo o mais rápido possível em agradecimento. Queria ter feito isso até antes, mas acabei não conseguindo porque vocês não têm ideia do quanto estou atolada com o final de semestre na faculdade.

Bom, queria obviamente agradecer por todos e dizer que se acalmem fãs de Nalu, a fic ainda é deles MUAHAHAHA' tentei deixar esse bem pessoal e tal para desenvolver algumas relações que serão importantes e nos próximos capítulos e porque o próximo é mais de ação.

Espero que gostem e perdoem qualquer erro, revisei sim, mas não posso garanti que esteja tudo em ordem.

Mais uma vez obrigada! Seus lindos *O*



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– Você não esta fazendo isso! - a voz saiu menos brava do que ela realmente queria. De alguma forma ela aceitava um Gray apático, calado e ate chorando. Sofria e se preocupava em ver o novo amigo desta forma, mas era aceitável. Contudo ver o garoto ingerindo bebida, era algo completamente diferente. Na situação onde todos estavam abalados e tentando sobreviver, se embebedar era quase que um suicídio, na verdade era mais que isso, era não se importar com as pessoas ao seu redor, colocar os sentimentos delas de lado e a vida destas pessoas em risco, porque elas obviamente iriam tentar o salvar.

Não Lucy! Ela compreendia que atitudes de uma verdadeira heroína não lhe cabiam, a imagem de Levy sendo morta enquanto ela permanecia estática com medo de se mover e se tornar uma vitima vinha a sua mente sempre que Lucy pensava que poderia tentar salvar alguém. Mas os demais? Oh, eles se sacrificariam sem pensar duas vezes, principalmente Natsu. Não era só a vida de Gray que era posta em risco, mas a vida das demais pessoas e isso era irritante. Não só a atitude do garoto, mas o medo de que se cumprisse e a situação, era tão desesperadora que ela só conseguia descontar na raiva.

– Gray Fubullster! – quase gritou o nome dele enquanto subia na carroceria e andava ate o moreno, sentia tanta raiva que seu pé nem mesmo doeu. - Você não esta bebendo novamente, está? - em um movimento rápido jogou a garrafa longe fazendo com que o liquido derramasse no colchão.

– Lucy. - foi tudo o que o garoto falou. Estava deitado e não parecia ter nenhuma intenção de se erguer ou demonstrar reação diante ao destempero dela.

– Lucy? Você só diz isso? O meu nome? - cerrou os punhos com força. - Eu não acredito nisso Gray, todo mundo falou que você estava se escondendo pelo sermão da Erza e você bebendo?

– Beber é uma das melhores formas de se esconder. – se ergueu um pouco para ir atrás da garrafa, mas a loira acabou chutando a garrafa longe o que causou um estrondo quando se chocou com o metal.

– Você ‘ta de brincadeira? - o encarou seria.

– Qual foi Lucy? - bufou se sentando, parecia um tanto alterado, mas nada que o classificasse como extremamente bêbado, embora fosse difícil dizer que ele conseguisse “fazer um quatro" se lhe pedissem. – Pra quê fazer tempestade em copo d'água?

– Não é tempestade Gray, olha só, você beber para afastar seus problemas, tudo bem, quero dizer, não tão bem, mas em outra situação seria ate tolerável. - ergueu uma mão simbolizando um limite que poderia ser o tolerável. - Mas beber, ficar bêbado, caindo, nesta situação já é demais. Você coloca todos em perigo. - apontou para ele.

– Ninguém tem nada a ver comigo, o mundo esta acabando e eu estou bêbado? Fodas, eu morro e acabo com essa merda de vida. - irritado o moreno se sentou e jogou as costas com força contra a lataria.

– Você morre e ninguém tem nada a ver? - agora sim ela a cólera havia subida a cabeça da loira. - Todos têm algo a ver com isso. Você morre? No mínimo isso vai abalar completamente qualquer um, isso se ninguém se colocar em perigo porque você esta bêbado demais para se defender sozinho.

– Eu não posso me defender sozinho. - levantou em um pulo e cambaleou por alguns instantes. - Você não viu? Esta toda ferida porque eu não pude nem te defender. - deu alguns passos na direção dela ate que estivessem frente a frente. - Tudo o que eu conseguia fazer era ficar encarando aquela coisa que estava te atacando e pensando na Juvia. Eu não posso nem me mover perto destas coisas porque são as lembranças da mulher que eu amava e eu ainda ouço os sons dela morrendo, e minhas mãos ainda doem de tanto esmagar a cabeça dela. Você entende isso? – agora mais próximo Lucy conseguia ver que ele tinha o rosto banhado em lagrimas. – Se eu estou bêbado ou não, não importa, sou só um assassino inútil que não consegue nem mesmo me, ou pior, te defender. Fodas se eu morrer! – completou a encarando firme e tudo o que teve como resposta foi o impacto da mão da loira em sua face.

– Eu vou ignorar isso. – Lucy murmurou olhando para os próprios pés, as mãos fechadas em punhos com tanta força que lhe cortava a carne da palma, não conseguia ver nem ao menos as sombras, pois seus olhos estavam transbordando de água. - Você vai jogar essas bebidas fora e isso nunca aconteceu. - decidiu tremendo.

– Por que você ignora isso? Ignorar não vai mudar nada, para de ignorar as coisas a sua volta porra! – exasperado, deu um passo para trás. – Voltar para casa, tentar chegar a tempo, vamos ficar bem. Caralho Lucy, esta tudo ferrado, acabou toda essa merda, só me deixa fazer o que eu quero.

– Não. Não e não! Eu me recuso a deixar você morrer como um idiota egoísta que não se importa com as pessoas. – o encarou firme. – Eu me recuso a deixar você morrer sem lutar. Isso porque eu sei que todo mundo vai sofrer se algo acontecer com você, isso porque eu vou sofrer e não me importo se você matou sua namorada ou se o mundo todo esta morto e só restou a gente. Eu estou aqui, a Erza esta aqui, seus amigos estão aqui e você também, e é aqui que você vai ficar, porque mesmo sendo um inútil que não sabe se defender eu preciso de você. – as lagrimas rolavam de seu rosto com tanta rapidez que se acumulavam no queixo. - Porque se o mundo acabou... Gray, se o mundo acabou você é uma das poucas coisas que eu ainda tenho. - em um ato impensado o abraçou.

– Lucy... – sussurrou, os olhos arregalados e o corpo paralisado.

– Você não precisa ser um matador, não precisa superar e esquecer a Juvia ou qualquer coisa, só fique vivo e com a gente. - afundou o rosto na blusa dele. - Por favor, eu posso dizer por todos que precisamos de você, e posso te jurar por mim que nunca vou te cobrar nada, só continue comigo. Por favor, por favor, não desista! Não me deixa. - o choro dela parecia desesperado e o corpo tremia.

– Eu... Desculpe. - o moreno sussurrou deixando algumas lágrimas caírem e abraçou a loira de volta. Não confiava em suas pernas e então achou melhor se sentar, caso contrario poderia fazer com que ambos caíssem. - Só me desculpe tudo bem? - murmurou apertando mais a garota.

Lucy deixou rosto descansar no ombro de Gray. Precisava abraçar o amigo e sentir que ele estava ali, era pouco tempo, mas de alguma forma, talvez pela situação que exigir sempre que todos estivessem juntos e tensos ao máximo, mas ela se importava com ele, se importava de verdade, de forma dependente. Junto com Erza e Sting, Gray era a pessoa que ela mais conversava e se sentia bem. Não aguentava se imaginar perdendo o amigo de forma tão estupida. Ele teve tão poucos amigos em sua vida que sabia como dar valor a cada um e no momento, ele era o mais importante.

– Não. – se afastou por alguns instantes, as pernas em volta da cintura dele, contudo o tronco afastado. – Não posso te desculpar por considerar abandonar sua vida, certas coisas não têm perdão Gray. - respirou fundo tentando se acalmar. - Mas é você que tem que se desculpar e superar o que ocorreu. Eu sei que esta sofrendo, sei que o que ocorreu com a Juvia é difícil, mas

– Não quero falar disso.

– Ignorar não muda nada. - foi firme usando a mesma frase que ele. - Você não matou a Juvia, uma coisa desconhecida a matou.

– Lucy para com isso! - mandou quase apavorado em tocar no assunto.

– Não, não vou parar ate que você entenda.

– Eu não quero entender nada, eu só queria a minha namorada de volta. - gritou segurando a loira com tanta força que poderia marcar a pele branca e delicada. Não que ela se importasse.

– Mas não vai ter! Ela não vai voltar, está morta. - rebateu ainda mais firme do que antes e então sentiu o aperto em seu corpo de dissipar, como se todas as forças dele se esvaíssem com apenas algumas palavras. - Morreu por uma mordida, não por sua culpa. - continuou e então segurou o rosto do garoto. - A Juvia que você conhece, ela iria querer continuar neste mundo como uma destas coisas? - o encarou firme.

– Não importa.

– Importa sim, aquilo não era a Juvia, era o corpo dela, mas não era ela. A verdadeira eu não conhecia bem, mas eu duvido que ela iria querer colocar seus amigos em perigo.

– Ela ainda poderia estar viva lá dentro. Você não entende eu a matei, eu...

– Você não tinha escolha na hora, mesmo ela presa dentro daquele corpo ela já estava morta. Gray, essas coisas apodrecem e padecem. Se existe uma racionalidade dentro deles, não é forte o suficiente para controlar, talvez apenas para assistir. Juvia não iria querer ver isso. - limpou o rosto do moreno que estava banhado em lagrimas.

– Eu só quero a minha namorada de volta. Eu só quero não ter feito o que fiz. – soluçou, o corpo tremia devido a força do choro.

– Você não poderia ter feito outra coisa Gray e não tem como voltar atrás. - falou o encarando por alguns instantes e então o abraçou. - Mas você pode continuar, você deve continuar. - sussurrou passando a mão no cabelo dele.

– Eu... Eu... - ele tentava dizer alguma coisa, mas tudo o que Lucy sentia era a blusa azul ser encharcada em lágrimas.

– Calma, esta tudo bem. - murmurou passando a mão no cabelo dele. - Eu estou aqui, seus amigos estão aqui. Esta tudo bem.

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.

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– E eu imagino que aquela seja a sua forma que dar um tempo ao cara. - Gajeel debochou enquanto mexia em seu pequeno pé de cabra. - Não sei como não apareceram alguma daquelas coisas. - bufou.

– Eu não aguentei. - admitiu um pouco sem jeito. Sting e Natsu estavam dentro do caminhão mexendo em algo, Erza e Gray conversavam já há um bom tempo. O dia estava claro e azul, mas não parecia realmente bonito embora fosse.

– O Gray sempre teve problemas com bebida Lucy. - Gajeel explicou. - Bebida, drogas e tudo do gênero, eu acho que tem facilidade em tentar se esconder do mundo em coisas que viciam. Foi a Juvia que o ajudou a sair dessa. - completou e Lucy se lembrou da cara que Erza fez quando o moreno pegou um cigarro, estaria a ruiva antecedendo os problemas?

– Eu não sabia. - suspirou.

– É, imagino. - deu ombros. - O Natsu estava sempre encobrindo o Gray, acho que antes não considerava isso algo anormal, vivia fazendo farra com ele. Pareciam achar que eram indestrutíveis. Mas... – suspirou como se estivesse se lembrando de um momento difícil. – Bem, depois de um tempo ate mesmo os idiotas como o Natsu notam que algo esta errado.

– Por isso a raiva que ele esta destinando ao Gray? - pelo jeito o grupo escondia mais coisas do que Lucy imaginava. Era estranho, mas vistos de longe todos pareciam perfeitos e inquebráveis, ninguém diria que todos possuíam rachaduras como qualquer ser humano.

– Bom, é uma coisa complicada dos dois. O Natsu tem mais raiva de si mesmo por não conseguir ajudar o amigo, eu acho pelo ao menos. - parecia pensativo e então fez uma careta, pensar sobre o que os demais sentiam era complicado para o grandalhão. - Mas a raiva do Natsu é mais pelo Gray ter ficado estático te deixando em perigo. Algo sobre ter assumido uma responsabilidade que não poderia só para não deixar a mostra sua fraqueza. – abanou a mão como se não importasse.

– Nem todos gostam de demonstrar fraqueza. - ela mesma odiava isso, a perfeição era o mínimo que um Heartfilia deveria ter.

– Eu faço luta profissional, ou fazia, não importa. O importante nisso, é que já lutei várias vezes, dentre essas lutas existiam vários tipos. Os mais fáceis de vencer eram os que escondiam as suas dificuldades, tentavam se mascarar para que todos achassem que eles eram os melhores e não aceitavam o obvio, poxa, eram ruins em alguma modalidade. Eu adoro esses idiotas, é moleza. - deu um sorriso. - Mas tinham os outros que aceitavam, eu me lembro de um que era uma merda em luta no chão e deixava todos saberem disso, mas ninguém jogava o desgraçado no chão e na trocação ele era o melhor. – bufou.

– Isso é uma metáfora para dizer algo sobre melhorar as suas melhores qualidades e então suprir seus defeitos? - Lucy questionou.

– Não! Isso é só um relato sobre algo que vivi. – a olhou como se fosse maluca.

– Desculpa. - sorriu, assim como ele. - Mas você, venceu a luta?

– Não. Ele me ganhou no chão. - cruzou os braços.

– Mas...

– É, quando eu lutei com ele o desgraçado estava incrementando esse tipo de luta. - parecia realmente revoltado. - Perdi um cinturão. - Lucy não achou que isso era um grande problema, ao que sabia Gajeel tinha outros sete.

– E quantos você tem?

– Sem esse tenho três. Quando eu voltasse ia treinar para pegar meu cinturão de volta. – explicou e ela pensou que muitas vezes as pessoas exageravam demais quanto a ele, tinha certeza que haviam lhe falado de sete. – Mas agora já era. Talvez eu o veja como um zumbi. - sorriu com humor negro.

– Vai ser um embate e tanto. - debochou.

– Eu vou destroça-lo. - estalou os dedos das mãos.

– Não que seja difícil. - murmurou fazendo o grandalhão o olhar com uma quantidade media de raiva. - Quero dizer, essas coisas, não tem muita noção de nada, nem mesmo lutas. - explicou seu raciocínio. - Não é como se você fosse ter uma luta real com ele. Apenas vai esmagar a cabeça do cara. – ele não pareceu gostar de observação. – O que fara com facilidade, porque quanto a esmagar crânios, você é realmente bom! - tentou ser positiva o fazendo rodar os olhos.

– Odeio isso em vocês. - bufou.

– Vocês?

– É, as garotas inteligentes que sempre cortam meu barato. - fez pouco caso e então perdeu um pouco a expressão, obviamente se lembrando de Levy. Lucy iria perguntar alguma coisa, mas se lembrava de Gray chorando e de como se sentiu. Mesmo que Gajeel não fosse do tipo emotivo, Levy era um ponto mais delicado, levando em conta que Lucy se sentia culpada e que era o que poderia se dizer de uma de suas melhores amigas. Poxa, Lucy realmente sentia falta da azulada e pelo silêncio que se instalou entre ambos, sabia que Gajeel também.

.

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Não foi feita nenhuma votação, o que na mente de Lucy fazia bastante sentido por um lado. Quando Erza avisou que ela, Natsu e Gajeel iriam entrar no colégio e que os outros três estariam esperando no ônibus prontos para evacuarem e fugirem assim que fosse necessário, bom, a loira entendeu que estavam deixando os dois impossibilitados e colocando ate mais carga do que o que ela gostaria em Sting. De alguma forma colocar tanta responsabilidade no loiro, proteger o caminhão e duas vidas, incomodava a garota.

– Acha que eles vão ficar bem? - estava apreensiva, como sempre o fato de não ter seus olhos em Natsu a deixava com os nervos aflorados e a situação obviamente não era favorável. Entrar em uma escola atrás de uma misera chave, sendo que a escola poderia estar cheia de monstros. Isso sem contar Erza e Gajeel que também estariam lá. Para a loira era uma tortura psicológica.

– Claro que vão. - Sting por seu lado parecia despreocupado, o que poderia significar duas coisas. Ou ele confiava muito nos amigos ou estava tão preocupado que fazia de tudo para não demonstrar. - Aqueles três, eles são monstros. - garantiu se aproximando da loira. Estava sobre a carroceria do caminhão, haviam subido para conseguirem ter uma visão melhor enquanto Gray se mantinha dentro da cabine pronto para dirigir a qualquer sinal. - Você raramente vai me ver dizendo isso novamente, então preste bastante atenção. - parecia estar realmente contado um segredo devido a forma em que sua voz abaixou. - Mas eu não sou nada perto deles. - completou e Lucy bufou. Sabia que o loiro conseguia ter tantos talentos quanto os demais, assim como Gray, nos melhores dias, é claro.

– Não precisa mentir para me acalmar. - bateu o ombro no dele.

– Não estou mentindo, por isso é um segredo. - parecia quase ofendido. - Claro que bato de frente com eles, mas a Erza, cara ela dá medo em qualquer um. E o Gajeel? Ele é um profissional, não existe nenhuma forma de competir com ele. - continuou a falar, como que se mostrar os seus argumentos fizesse Lucy acreditar nele. - E já viu o Natsu? Tenho certeza que nunca mais vai me ouvir falar isso, mas o cara é o melhor, quando ele quer algo não existe nada que o detenha. Os três são os melhores. São do grupo principal. - completou um pouco pensativo.

– Grupo principal? - franziu a testa o encarando, era um pouco incomoda a proximidade, ate porque o sol parecia queimar ambos, mesmo assim conseguia ser reconfortante de alguma forma.

– É, os que se conhecem desde o inicio. - foi bem vago, como se o assunto não fosse algo que o agradasse. Lucy demorou um pouco para se lembrar do que seria o grupo principal. Erza, Gray, Natsu e Gajeel. Os quatro estavam juntos desde que ela se lembrasse por gente e da visão deles em sua vida. - São fantásticos. - garantiu.

– É são mesmo. - concordou porque de alguma forma sabia disso, eles sempre foram fantásticos. - Mas ei, você também, quero dizer, corredor, lutador e jogador prodígio. Além de ser um dos garotos, se não o mais, desejado da cidade. - ao menos era o que todos diziam dele. No caso das garotas, muitas davam um suspiro apaixonado após dizer isso.

– Depois falam que sou convencido a toa. - debochou com um sorriso bonito nos lábios, não era tão brincalhão ou algo do gênero, era satisfeito e quase alegre. - E você?

– Eu? - não entendeu, ela não era convencida. - Eu o quê?

– Você se enquadra na lista das que ficam desejando tudo isso aqui Blondie? - as palavras juntas eram de brincadeira, mas o tom chegava a ser quase serio.

– Er... Bom... Olha, não me chame de Blondie. - abaixou a cabeça notando que suas mãos haviam ficado estranhamente interessantes.

– Hm, tanto faz! – bufou impaciente. – Me responde. – ergueu o rosto dela, mas a mão ficou, acariciando a bochecha. É, talvez existisse Lucy e Sting.

– Você sabe que é bonito. - tentou fazer com que ele achasse que estavam falando de algo simples, talvez começasse a contar vantagem de sua beleza.

– E? - a encarou e Lucy teve a impressão de que estava perto demais, perigosamente perto demais.

– Quero dizer... Er... As pessoas falam isso. - engoliu seco, estava estática, de alguma forma nunca se imaginou em uma situação assim. Nunca se imaginou com ninguém se não Natsu. Era uma sensação nova, real e forte, muito forte. Lucy não sabia se gostava ou se rejeitava a ponto de odiar.

– E? - os lábios se encostaram de leve, um roçar capaz de fazer o estomago de Lucy embrulhar e ao mesmo tempo desatar todos os nós.

– E... - suspirou, queria mais ou que ele se afastasse? E Natsu? E quem era Natsu? - Você... - murmurou. - Você esta me... - se interrompeu um pouco paralisada, e os lábios dele estavam sobre os dela.

Um selinho demorado, seguido de outro e as mãos dele no pescoço dela e ela sem saber se gostaria que tivesse algo a mais ou não. Incapaz de se decidir, de seguir em frente ou dizer não. Apenas o observava.

– E não é que você é inteligente Blondie? - debochou, mas não passava de um sussurro, os lábios quase colados.

– Não me chama de Blondie. - murmurou, os olhos presos nos deles conseguiram acompanhar um sorriso. Olhos sorriam?

– Hm? Tanto faz. – sorriu agora mostrando dentes retos e alinhados.

Lucy ficou parada, uma simples telespectadora que assistia enquanto Sting lhe beijava os lábios, sugava e mordia. E de alguma forma ela sabia, seu corpo queria tanto o do loiro quanto o dele parecia a querer, mas a mente também avisava, anos e mais anos amando Natsu tinham peso, e agora que a imagem de uma nova possibilidade havia acabado de surgir, isso não se encaixaria em seu coração simplesmente. Lucy não era acostumada com relacionamentos turbulentos, mudanças bruscas de sentimentos ou grandes novidades emocionais. Ela precisava de tempo para se adaptar, para aceitar uma mudança, ou que a mudança simplesmente não ocorreu.

– Desculpe. - o afastou no momento em que o loiro iria aprofundar o beijo. - Não dá. - abaixou a cabeça envergonhada, seu orgulho tinha vergonha de seu lado sentimental que ainda permanecia fiel a Natsu. Ate seu lado sentimental sentia vergonha de si.

Era uma decepção olhando de qualquer forma.

– O quê? - Sting estava obviamente incrédulo.

– Desculpa, você é tipo, uau é o Sting Eucliffe me beijando, acho que vou pirar! - apertou uma mão contra a outra. Suas unhas estavam longas e o esmalte já havia saído quase por inteiro. – Só que... Bom, tem outro cara e é estupidez minha ser meio que fiel a ele, mas eu realmente o amo e... Droga, isso é complicado, mas eu não posso ficar fazendo isso, tem o amanhã que a gente nem sabe se vai chegar e isso que eu sinto pelo outro cara. Só me desculpe. - sentia que estava sendo uma idiota.

– É o Rogue? - o tom do loiro não era o mais sereno, Lucy imaginou que para ele deveria ser difícil ouvir a palavra não. Talvez nunca tivesse a ouvido.

– Rogue? - era o seu melhor amigo, tinha um jeito quieto e introvertido que o deixava misterioso de forma sexy, também era o amor de Wendy e tinha a garota como seu amor. - Não, por Deus, o Rogue é meu amigo. - era impensado.

– Quem é? - ela tentou entender o sentido dele querer saber isso, seria algo como tentar entender quem seria tanto a ponto de fazê-lo ser rejeitado?

– É complicado dizer.

– É só um nome. - estava parcialmente serio, uma ponta de magoa e outra de descontração fingida completava seu tom e sua expressão. - Quero dizer. Não sendo cruel, mas talvez nunca mais nem vejamos esse cara, ele possivelmente vai querer te mastigar e vai estar podre e deformado, sei lá, nem ser humano mais. - oh, ele obviamente estava sendo cruel. A dúvida era se sabia e queria isso, ou se era um acidente que ocorria como consequência da rejeição.

– Se fosse tão simples. - fez um sinal negativo desviando os olhos ao máximo dos deles. Sentia que no momento em que ele conseguisse a enxergar conseguiria ler seus sentimentos e pensamentos.

– Simples? - pareceu pensar um pouco. - Então, o cara está vivo e aqui. - talvez de burro ele não tivesse nada. - O Gray? Quero dizer, por isso eu vi os dois daquele jeito hoje mais cedo? Agora tudo faz sentido. Você...

– Não. - cortou o encarando firme. - O Gray esta passando por um problema difícil, esta sofrendo e pensando que morrer é melhor. Eu só estava o apoiando, ele precisa disso, ver que as pessoas se importam com ele. - explicou. - Ele é um dos meus melhores amigos e eu não posso...

– Natsu. - não era uma pergunta e nem uma ideia, era um fato. - Você fica calada, não conversa com ele, aguenta tudo e age como uma idiota que não é. Bom, se gosta dele, talvez seja mesmo. - havia uma dose de veneno em suas palavras que fez Lucy tremer. - Ele te odeia e você ainda, sente algo por ele. – murmurou mais para si mesmo como quem está ponderando as possibilidades do relacionamento. – Complicado! – era a conclusão dele sobre a possibilidade dos dois.

– Olha, não precisa me falar o obvio. – bufou com raiva, já se jogava na cara a situação sempre, Sting era desnecessário. – Mas não dá para controlar esta bem? Acha que eu não quero tipo te beijar e tudo mais? Quero, porque você é o máximo, só que eu só pensei nisso, não sei, há dois minutos? Eu sou uma idiota, e eu não consigo gostar de um, me interessar por outro e achar isso normal. Eu estou pirando, eu estou me odiando e não preciso de você me jogando na cara tudo o que eu me jogo a cada segundo. - se afastou um pouco do loiro. A proximidade era pior agora, que sabia que estar se negando algo em troca de nada. Porque seu sentimento, por mais forte que fosse pelo rosado, na realidade tinha a importância de nada para o restante do mundo, e pior valia menos que nada para ele.

– Muitas garotas usam um cara para esquecerem outros caras. - da forma que ele falava ficava mais parecendo uma opção, uma placa de "me use".

– Não sou como muitas garotas, eu acho isso feio e tão... - suspirou, era algo nada romântico, e Lucy era uma idiota romântica. Incapaz de ter relacionamentos reais ela se baseava em livros, isso não a deixava preparada para as formas praticas de lidar com sentimentos que a vida impunha. – Não o meu estilo. - o encarou tentando ser o mais sincera possível e recebeu em resposta um sorriso do loiro.

– Tudo bem! - ergueu a mão como se as explicações dela fossem cansativas e ele estivesse já exausto. - Não sou o tipo que é usado para esquecer um cara. – ela sabia, Sting era o cara que as garotas usavam outros tentando desesperadamente esquecer. – Olhe para mim. – apontou para si mesmo. - Só de conviver comigo você vai se esquecer do que quer que seja. – deu um sorriso convencido. – Relaxe, eu sei como agir com garotas românticas a moda antiga Blondie, e minha meta é fazer você se apaixonar por mim. – havia tanta convicção e vontade que Lucy apenas ficou em silêncio o encarando, tentando não demonstrar que essa era a coisa mais romântica que havia ouvido em toda a sua vida.


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Notas finais do capítulo

Então gente. O capitulo é mais de conversa, mas tentei colocar tudo para agradar todos os gostos. Tem sofrência, tem amizade e tem romance. Está tudo ai, porque nos próximos capítulos é mais ação, é sangue, é acidade e é vidas em risco. Espero que tenham gostado do capitulo. Eu parcialmente gostei, de forma suspeita gostei mais da parte do Gajeel, embora tenha achado escrever uma obra prima enquanto escrevia as outras duas (a do Gajeel era só para descontrair e mostrar a relação de ambos os personagens mesmo) acabei gostando mais dele que nem deveria existir na verdade.

A Lucy mostrou (pela primeira vez na minha opinião) que tem personalidade de verdade e pode botar para quebrar também, progressivamente ela vai se soltando com eles e melhorando. Assim como as relações vão se fortalecendo e sim, o Natsu está ficando para trás é bom ele já começar a correr atrás do prejuízo que está se causando MUAHAHAHA

Espero que gostem deste capitulo e logo o próximo será postado. Pouco a pouco vou respondendo os comentários, vai demorar um pouco, pois estou entregando trabalhos e fazendo provas na faculdade (na mesma maldita semana, professores #@$%$) então complicou, mas não deixem de comentar por isso. Até a próxima!!