Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 2
Capitulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá, não me mate pela demora. Sei que demorei o dobro, mas foi por forças maiores, eu faço faculdade e tinha uma matéria que simplesmente me ferrou. Serio, nunca queiram estudar os fundamentos da resistência dos materiais, é desesperador.

Esse capitulo é cheio de drama e algumas coisas a mais. Apresenta todos os personagens principais e os seus estados, tanto psicológicos quanto físicos. Alem de claro, uma boa visão de Lucy sobre cada um deles. Mais algumas revelações sobre o que ocorreu desde que foram atacados e sobre os sentimentos de Lucy a principal e que mais vai crescer. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/501963/chapter/2

Capitulo I

O pequeno grupo permaneceu mais um dia na cabana, o clima era tão pesado que ninguém falava nada, todos presos em pensamentos e sua própria melancolia. Para Lucy e Erza foi destinado a pequena cama, então as duas permaneciam encolhidas acima dela. A cada dez minutos pegavam o caderno de anotações e liam, era como uma fina linha que embora extremamente dolorosa, as guiava para um futuro onde tudo estaria bem.
Gajeel ficou com o banco e Lucy não conseguiu deixar de pensar que não houve um único dia em sua vida o qual ela pudesse imaginar que o garoto choraria na frente dela daquela maneira. O ex-namorado de sua amiga tinha um tamanho próximo aos dois metros e músculos em demasia, alem de longos cabelos negros e diversos pirciengs que só tirava quando entrava em um ring de luta. Era uma figura assustadora na maioria das vezes e isso fazia com que a cena dele debruçado sobre a mesa chorando como um bebê fosse tão surpreendente quanto assustadora.

Gray, Natsu e Sting estavam jogados em qualquer local no chão. Escorados na parede de madeira com os olhos fechados. No caso de Gray o rosto permanecia molhado, ele alem de Levy também tinha perdido a namorada, Juvia Locxar, a garota havia sido mordida por um morto vivo ainda no acampamento e veio a falecer exatas vinte e quatro horas depois, o próprio Gray foi quem bateu com a pedra na cabeça dela ate que a garota não se erguesse mais.

Desde então ele raramente falava, raramente dormia e freqüentemente chorava em silencio. Lucy se lembrava que Levy havia tentado falar com ele, mas o moreno fingiu que não a ouviu. Talvez não tenha ouvido, talvez não tenha escutado nada e nem visto desde que sua ex-namorada parou de gemer pela pedrada que ele havia dado na cabeça da mesma. Era uma hipótese que tinha grandes chances de ser verdadeira.

– Temos que sair daqui. – Natsu quase gritou enquanto se erguia, o que fez Lucy dar um pequeno pulo. O garoto tinha a blusa cinza com manchas escuras que deveriam ser sangue ou barro, a calça jeans também se encontrava completamente suja assim como os tênis de marca. Os cabelos de estranha cor rósea se encontravam sujos e emplastados pela uma semana a qual não tomavam banho e o rosto bonito e juvenil parecia ter envelhecido alguns anos com direito a testa sempre franzida e olheiras por baixo dos olhos negros. Ainda assim Lucy o achava a pessoa mais bonita do mundo.

– Não grite assim, imbecil. – fora Sting quem o respondeu. Lucy conhecia bem todas as amizades de Natsu para saber que em uma situação normal seria Gray, Gajeel e Sting quem o responderia. Ao que parecia os outros dois não eram capazes de fazer tal ato. – Quer atrair mais daquelas coisas? – franziu a testa realmente irritado. Sting era loiro e considerado por muitas garotas o mais bonito de toda a cidade. Lucy desconfiava que isso se devesse ao fato dele ser loiro de olhos azuis acizentados com um rosto rebelde e se vestir extremamente bem. No momento usava uma blusa negra de uma banda desconhecida com um colete jeans sem mangas e uma calça jeans rasgada. Tudo o que estava sujo de sangue nele era o colete e se devia ao corte que havia sofrido no supercílio direito, parte essa que se encontrava completamente inchada o deformando. Lucy não tinha idéia de onde ele havia arrumando o machucado.

– Mais daquelas coisas. – Natsu bufou irritado. – Melhor que venham e assim matamos todos. – havia raiva em sua voz.

– Matamos todos? – Gajeel o encarou com ódio e se ergueu o que fez o banco cair. – Olhe pela janela e veja aquela pedra. É assim que matamos todos, Natsu, é assim. – gritou deixando diversas lágrimas caírem.

– Você também esta gritando. – foi a resposta do rosado.

– Fique quieto. – Erza mandou autoritária e com uma voz seria que fez Lucy estremecer. – Já vai escurecer, quer sair à noite com essas coisas? – o encarou firme e Natsu engoliu seco. – Alem disso olhe o nosso estado Natsu, ninguém aqui é capaz de sair por ai matando essas... Essas pessoas. –completou cerrando os punhos e se levantando.

Lucy abaixou a cabeça pensando sobre o assunto. Eram pessoas, não tinham como negar. Poderiam tentar ignorar o assunto se Juvia não tivesse sido mordida e se transformado, mas não foi o caso. Todos viram Juvia sofrendo e se contorcendo de dor enquanto pedia para que não a deixassem morrer, e também viram ela se transformar em uma daquelas coisas... Mas isso não a fazia deixar de ser humana, certo? Isso não a fazia deixar de ter pai, mãe, amigos e um namorado o qual a amava. Cada ser que tentava os comer vivos seguiam o mesmo caminho. Eram todos humanos, e não poderiam jamais negar isso.

– Não são human...

– Cale a boca Natsu. – Gray mandou, a voz tão fria e distante que conseguiu fazer o rosado se calar. Lucy observou o garoto que ainda mantinha o rosto úmido pelas lagrimas, achou nunca ter visto olhos tão sofridos como os do moreno. Abaixo dos olhos ônix uma camada espessa de olheiras roxas brilhavam na pele branca como leite, o cabelo negro estava bagunçado, obviamente embaraçado e sua roupa era a mais suja de sangue, com certeza de Juvia. Não havia quase nenhuma parte de sua blusa social vermelha escura que não estivesse manchada e parte de sua calça jeans negra se encontrava no mesmo estagio.

– Eu só estava dizendo que...

– Não diga nada. – Erza suspirou como se estivesse sentindo alguma dor. – Amanhã iremos embora, mas ficaremos aqui esta noite. – decretou enquanto se encaminhava ate o banco que Gajeel estava sentado e o erguia para o mesmo se sentar novamente. Quando a ruiva voltou para a cama seus olhos estavam cheios de água e o corpo tenso. – Poderia me deixar ler o caderno? – perguntou cerrando os dentes com força.

– Cl... Claro. – Lucy sussurrou entregando o caderno para a ruiva.

Natsu voltou a se sentar, assim como Gajeel e então o silencio voltou a prevalecer dentro da pequena cabana. Pela janela Lucy conseguiu ver a noite chegando e se estendendo sobre eles. O tempo demorava a passar quando não se tinha nada para fazer, mas para a noite chegar pareceu que se passaram apenas alguns instantes.

Pouco a pouco cada um foi pegando no sono. O primeiro som de respiração profunda veio do lado onde estava Natsu, Gray e Sting. Ela não conseguiu saber de qual, já que estava realmente escuro. Gajeel e Erza dormiram logo depois e só então Lucy pegou o caderno o apertando com força contra si. As primeiras paginas do mesmo estavam cheias de alguns números e anotações sobre caça, e só então tinha a anotação dela. Claro que havia pensado em retirar as páginas já escritas, mas isso obrigaria as detrás a saírem também e não tinham outro caderno se esse acabasse.

A noite acabou passando e Lucy não conseguia dormir. Todas as vezes que fechava os olhos tinha em mente o momento em que Levy foi pega por três monstros. Os gritos de desespero da pequena garota, as bocas com dentes podres perfurando a pele delicada e mastigando a carne enquanto unhas quebradas e amarelas agarravam a menina e a perfuravam.

Sangue saindo dos machucados, sangue saindo da boca dos que a comiam viva, manchando a roupa, caindo no chão. E gritos de dor e sangue derramado. Então Levy estava morta e não tinha mais como a salvar. Por todo esse tempo Lucy ficou estática, observando, com sangue pingando em sua camisola rosa de seda. Não fazendo nada. Era a única que poderia ter ajudado, mas não fez nada. Só deixou Levy morrer.

– Não. – abriu os olhos deixando algumas lágrimas descer. Estava sonhando ou pensando? Não importava. Ela só não poderia ficar ali. Naquele local abafado, escuro e tão deprimente.

Se ergueu e tropeçando nos próprios pés saiu da pequena cabana. Parecia quase correr, como se ao se afastar ao máximo do local, o pensamento e as memórias também se afastariam dela. Não foi exatamente o que aconteceu, mas sair do local ajudou.

A lua cheia pairava sobre o céu iluminando o local e pela primeira vez a garota observou os detalhes em volta da cabana. Havia um pequeno cubículo também de madeira um pouco distante que ela imaginou ser o banheiro e algumas rochas por toda a extensão de cerca de vinte metros ate o inicio da floresta novamente. A terra batida deixava com que alguns pequenos ramos nascessem, mesmo assim eles não cresciam muito e mais a frente o tumulo de Levy chamava atenção por ter terra remexida a pouco tempo.

Hesitante se aproximou do tumulo da amiga. Observando que a pedra que haviam usado para marcar o local era semelhante as demais que estavam próximas. Logo esta iria parecer apenas mais uma pedra comum e ninguém saberia que Levy estava enterrada ali.

Balançou a cabeça negativamente. Não, não seria assim. Logo eles iriam mandar buscar o corpo de Levy e ela seria enterrada em um local digno. Pegou algumas outras pedras menores e foi colocando uma a uma ao lado da pedra que os garotos haviam posto. Precisava de um toque feminino, eles não sabiam fazer nada, Levy iria querer algo mais bonito. Sabia disso.

Quando já estava suada e ofegante se deixou cair de joelhos ao lado do tumulo encarando o mesmo. Tentava entender o que mais a amiga iria querer no momento, mesmo que fosse provisório. Faltava apenas as palavras e uma foto. Isso, Levy gostaria de uma foto.

Suspirando, pegou o caderno e arrancou uma das folhas da frente, o que fez automaticamente uma de trás se destacar também. Logo começou um esboço do rosto da amiga. Se lembrava do quanto ela gostava de seus desenhos chegando ate a pedir que a desenhasse, Lucy nunca fez, agora era o mínimo que faria. Era a sua obrigação.

Desenhou os olhos brilhantes, o sorriso bonito e suave, os cabelos lisos cortados acima do ombro e fez um livro em sua mão. Não seria Levy sem o livro, sem sombra de duvida. Também colocou uma tiara de pano, porque a garota sempre usava uma. Era a sua marca registrada.

– O quê esta fazendo? – Erza perguntou ainda distante. Lucy deu um pulo de onde estava e tapou a boca evitando um grito. Não queria chamar a atenção de nada que estivesse perto, fossem animais ou algo pior.

– Nada demais. – respondeu baixo observando a ruiva se aproximar. Diferente dos garotos que estavam com roupas mais preparadas Erza vestia apenas um pijama de frio preto com morangos mínimos espalhados por toda a sua extensão.

O estado de Lucy não era muito diferente. Ela estava com uma camisola apenas, isso porque quando o ataque foi feito Natsu, Gray, Sting e Gajeel estavam visitando as namoradas ou algo próximo a isso. Então no caso de Lucy que não namorava nenhum deles e Erza que havia deixado o namorado na cidade, não era necessário se arrumar. Claro que antes de ir Lucy havia preparado as suas melhores roupas para impressionar Natsu, mas no momento que colocou seus pés no ônibus seus planos foram frustrados ao ver que o rosado estava com uma das populares, Lisana, a garota que ao ser morta, deu um grito que fez com que todos fugissem.

A lembrança do seu pensamento ao escolher a camisola passou por sua cabeça, havia a escolhido porque sabia que Natsu gostava de loiras que usavam rosa e confiando demais nos seus dotes físicos achou que conseguiria conquistar o garoto. Desperdício de tempo, Lisana também era loira, tinha olhos azuis lindos ao invés de caramelo, um corpo verdadeiramente deslumbrante e ficava bem melhor de rosa.

– Mudou o tumulo. – Erza murmurou trazendo Lucy novamente para o presente, aquele era um pensamento e um acontecimento que não condizia nada com a realidade. Mortos não podiam usar rosa e Lucy estava mais preocupada em sobreviver do que chamar a atenção de Natsu.

– Eu achei que logo iria ficar parecendo só mais uma pedra como as outras. – explicou encarando o pequeno monte que havia feito. – Assim fica mais fácil de reconhecer. – completou.

– É, acho que tem razão. – Erza se abaixou ao seu lado. – Desenha bem. – observou o desenho.

– Ah, isso?! A Levy sempre quis que eu fizesse um para ela, então eu pensei que – os olhos se encheram de água. – Se não for agora, quando será? – fechou os mesmos com força.

– Ela gostava muito de palavras. – Erza murmurou consigo mesma. – Já sei. Espere um pouco. – pediu e correu na direção da casa.
Lucy ficou observando enquanto a ruiva entrava, sem entender ao certo o que ela estava fazendo. Não demorou muito para que Erza voltasse com algo semelhante a uma chave de fenda nas mãos e um sorriso no rosto.

– Eu não sei desenhar, mas vou escrever alguma coisa nestas pedras. – explicou quando Lucy a encarou sem entender. – Só por enquanto. – completou com um pensamento semelhante ao da loira.

– Isso! – sorriu em resposta e voltou a desenhar.

Demoraram bastante para terminarem tudo. Depois que Lucy terminou seu desenho, ajudou Erza a escrever algumas palavras na pedra maior que estava sobre o tumulo. Não foram muitas e tentaram não ser extremamente sentimentais para não chorarem. Quando terminaram já estava clareando e havia ficado o desenho quase perfeito de Levy acima das palavras: A MAIS AMADA DENTRE TODAS AS ESTRELAS.

– Acho que ela iria gostar. – Erza comentou satisfeita com o trabalho de ambas.

– Iria. – concordou e então ambas ficaram em silencio observando o tumulo, logo o restante acordaria e teriam que partir. Não sabiam se encontrariam um dos monstros na frente ou se conseguiriam chegar na cidade sem mais problemas. Queriam muito a segunda opção e tentavam de todas as formas não pensar em nada pior do que sobreviver com marcas, mas felizes ao pesadelo que estavam passando.

– Você conhece o Jellal? – Erza perguntou após tanto tempo que Lucy quase se assustou.

– O seu namorado? – a encarou tentando se lembrar dele. Haviam se encontrado apenas duas vezes e mesmo assim a loira não prestou tanta atenção no garoto. Só sabia da existência dele por sempre ficar de olho em Natsu e quem o cercava.

– Isso. Você... Poderia me fazer um desenho dele? – pediu com os olhos transbordando em lagrimas. – Eu estou com medo sabe? – admitiu com o corpo começando a ficar tenso. – Esses garotos, eles podem ser fortes por fora, mas não tem nenhuma estrutura para agüentar perdas acontecendo. Você viu como o Gray esta há seis dias direto? – a encarou firme. – E eu pensei, e se não estiver só aqui? E se isso estiver espalhado alem da reserva? Na nossa cidade por exemplo.

– O quê? – arregalou os olhos. O pensamento havia passado por sua cabeça, mas fez questão de mantê-lo distante.

– Temos que pensar em todas as possibilidades. – foi toda a resposta de Erza enquanto movia os ombros. – Eu pensei em falar com eles, mas no estado que estão, se alguém disser algo assim, acho que vão enlouquecer. – completou fazendo Lucy ver pela primeira vez que a ruiva estava tentando ser forte para não desesperar os amigos, e que talvez esse tenha sido o motivo para ir ate ela durante o enterro de Levy. Confiava nela para que a ajudasse a se manter firme.

Suspirou resignada, embora não conseguisse ser de muita serventia braçal ajudaria Erza da forma que a garota precisasse. Claro que a situação era desesperadora, estavam sobrevivendo com os salgadinhos que Levy havia levado para o quarto no dia e muitas das frutas das arvores, mas não iriam conseguir continuar assim por muito tempo e se as suspeitas de Erza estivessem certas. Não. Era melhor darem um passo de cada vez, primeiro sair da reserva.

– Eu vou precisar que você o descreva bem para fazer o desenho. – foi tudo o que respondeu e quando Erza a encarou, Lucy conseguiu ver um brilho de gratidão em meio às lágrimas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

YOH, e então, sou ou não a rainha do drama? Sim matei a Juvia e deixei o Gray completamente louco, o Natsu é um idiota e a Lucy é apaixonada por esse idiota. Bom, eu gosto de desenvolver os personagens com o tempo, o que pode ser bem chato, mas é a minha forma de escrever. Não gosto de personalidades perfeitas e paradas, por isso todos terão seus problemas e desenvolvimento. Mesmo que deixe a desejar.

Bom, vou pedir sim comentários, espero que não deixem a preguiça tomar conta e nem nada. Espero que deem a sua opinião de alguma forma para ver se a história esta agradando.

O próximo capitulo será com mais ação (sim, notei que esse esta parado) e sem falta, no dia 27 e sabem como tenho certeza? Porque já postei, coloquei naquele negócio de programar postagem, assim ate se der pau no NYAH terão o capítulo (sim sou phoda kkkkkkk'



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Regressive Infectio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.