Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 18
EXTRA - Gelo e Água.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas e maravilhosas do meu coração!!!

Aqui estou eu com um capitulo extra para vocês. Para todos que sentem falta de um Gruvia, odiaram o fato da Juvia ter morrido, não compreendem o Gray, ou até os que não se importam com o casal. Espero que gostem.

Esse Extra, assim como o anterior e todos os que vão aparecer daqui para frente, não alteram em nada na estória, isso porque como já devem ter notado, a visão é completamente da Lucy e não cabe em nenhum momento (devido ao futuro da Fic e o rumo que ela tomará) a visão de nenhum outro personagem. Contudo, acho importante ter. Esse é o sentido dos extras, mostrar o que a Lucy só ficou sabendo por cima, não ficou sabendo ou que já ocorreu na estória e não cabe mais no enredo real. Então qualquer coisa, futuramente, se um dos extras não tiver coerência com um ou outro fato, tenham isso em mente. Servem apenas para detalhar algo que ocorreu ou para mostrar uma parte em que a Lucy não consegue observar.

Esse capítulo vai para a GodSlayer e admito que já iria antes dela recomendar (VIRAM??? GANHEI MAIS UMA RECOMENDAÇÃO, ME SINTO TOP MUAHAHAH) porque ela simplesmente comentou TODOS os capítulos postados até agora. Gente eu não teria capacidade de fazer dezessete comentários perfeitos um atrás do outro como ela O.O Então vai para você porque merece mais do que qualquer um e deixo aqui o meu agradecimento.

Aos demais, muito obrigada por terem comentado também, sinceramente me fizeram extremamente feliz *0* e por isso já escrevi mais diversos capítulos e para os Nalu de plantão, em fim cheguei no capitulo que o Natsu se mostra gente e começa a ser sedução 66' MAS vai demorar um pouco para chegar para vocês.

E mais uma coisa. Sim, estou falando demais XD. Embora tenham me sugerido Adele para musicas tristes com o Gray (e eu segui a recomendação revisão o capitulo com ela no youtube rolando naquele negócio de reproduzir automático) ocorreu que chegou uma música e eu achei triste e que combinava e o vídeo que que estava mostrando era do filme PS: Eu te amo. Então quando chorei um pouco o vídeo e a revisão, achei ótimo! Porque o capitulo é dramático e romântico além da medida.
Então se quiserem, a música do capitulo e do casal é essa, só para a ultima parte:
https://www.youtube.com/watch?v=0NOQ9CtmSAQ

Espero que gostem.



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Passou os braços ao redor dos ombros de Gray. Ele estava gelado, como sempre, por algum motivo Gray constantemente tinha uma temperatura mais baixa do que a dela. Juvia jamais iria entender isso. Mas era assim que eles funcionavam. Gray era o homem de gelo da relação e ela a pobre coitada que já havia sido assim um dia, já tivera seu tempo em que era fria e tinha um coração de gelo, mas foi derretida por ele. Por isso, mais de mil vezes já havia dito, Gray jamais poderia reclamar, todo o amor que ela sentia sempre seria destinado a ele, o culpado de fazê-la se sentir assim.

Água, pura e derretida.

Juvia acreditava que um dia iria derreter o gelo de Gray e então seriam iguais. Dois corações de gelo derretido.

– Pra quê tanto amor? – Erza reclamou, mas não os encarava, os olhos estavam presos no notebook, onde a internet não pegava já há alguns dias e assim a ruiva não tinha contato com o namorado. Juvia não entendia como a garota estava tão tranquila. Se estivesse no seu lugar, já teria ido embora do acampamento exigindo um contato qualquer com o namorado. Na realidade, Juvia não teria ido ao acampamento sem o namorado, para inicio de pensamento.

– É a forma de amar da Juvia! – informou, mas todos sabiam disso. Todos que estavam naquele quarto ou em qualquer local do mundo.

– Pare de reclamar só porque está sozinha. – Gray debochou da amiga, porque por diversas vezes não conseguia ter noção do perigo.

– Não, não! – Lissana quase gritou chamando a atenção de todos. – É o nosso ultimo dia aqui e não quero nada errado ocorrendo. Ao menos um dia deve ser bom! – bufou, a albina se encontrava irritadiça desde que descobriu que a cabana não seria apenas do grupo, como havia planejado o ano inteiro. O fato de Natsu, seu praticamente namorado, estar agindo como um idiota que não prestava atenção nenhuma nela. Bom, isso não melhorava em nada o seu humor.

– Você está atrapalhando. – Gajeel reclamou, isso porque Levy lia um livro de forma desesperada, como sempre fazia com as obras que gostava e ele comia os salgados que a menina tinha trazido de casa, especialmente para o namorado. Era a forma que ficavam juntos, aproveitando a presença um do outro independente se estavam fazendo nada ou se agarrando. O importante era estarem lado a lado. Gajeel era a aventura que Levy procurava desesperadamente nos livros, enquanto tentava esquecer a vida monótona e Levy era a calma que Gajeel procurava desesperadamente dentro de si, enquanto lutava para afastar a tempestade interior.

– Você que é um preguiçoso que só dorme. – Natsu reclamou se erguendo e indo na direção de Gajeel, irritado demais com coisa de menos.

– Pare de reclamar de mim, seu idiota! – Gajeel se ergueu também.

– Algo esta ocorrendo com Natsu? – Juvia se moveu de forma que acabasse no colo de Gray e então o beijou levemente.

– Hum?! – o moreno olhou na direção do rosado e logo Juvia ficou com medo de que ele se erguesse para brigar também. Era algo característico.

– Juvia acha que ele está muito estressado ultimamente. – explicou seu ponto de vista.

– É, esse acampamento acabou se tornando uma prova de fogo para ele. – pensou consigo mesmo e os olhos foram em direção à única pessoa do quarto que não era do grupo.

Lucy Heartfilia.

Juvia não a entendia. A loira mais rica do Estado e talvez do país não tinha motivo para estar ali. Nunca esteve. Nunca se misturou. Juvia entendia. Afinal, se você é simplesmente bilionária, educada, viajada e bonita demais. Não pode simplesmente se misturar. Embora um pouco de humildade lhe caísse bem. Mas isso não existia nela, segundo Natsu, em nenhum Heartfilia, e por isso a loira se encontrava com os fones de ouvido ligados ao máximo e um livro nas mãos.

Linda. Um perigo, iria Gray talvez se interessar nela? Seria a loira uma rival no amor? Juvia se perguntava isso sempre. Mas nunca tinha uma resposta concreta. Lucy parecia se sentir boa demais para qualquer um se aproximar. Mesmo assim ficaria atenta, Juvia sabia muito bem de todo o amor que as mulheres sentiam pelo namorado. Afinal era impossível que o moreno conseguisse despertar tanto amor só nela. Não mesmo! Era amor demais para que só ela sentisse, com certeza toda mulher no mundo tinha uma pitada de amor por ele. Era obvio!

– Olha lá. – Gray apontou na direção de Sting que estava próximo a Lucy. Ele havia dito algo sobre achar a garota bonita, Juvia torcia para que o loiro se aproximasse e conseguisse algo. Assim ela teria que se preocupar menos com a possibilidade de Lucy e Gray. Sem falar que, quem mais teria chance com Lucy Heartfilia se não o ser do sexo masculino mais bonito da cidade? Haviam nascido fenomenais demais, destinados a ficarem juntos, mas só por precação ela tentaria dar uma força. Tudo em nome do amor! O amor que ela sentia pelo namorado, claro! Não deixaria nenhuma bilionária com uma beleza acima da media colocar em risco o seu relacionamento.

– Nunca vi o Sting sem jeito. – ela queria que ele se aproximasse logo e levasse o perigo que sua rival do amor representava embora.

– É osso duro, ele fez uma brincadeira com ela hoje e a menina simplesmente mandou aquele olhar pra ele. Até eu me senti mal. – Gray explicou. Levy havia dito algo sobre na verdade Lucy ter medo deles e ser tímida, mas não era como se Juvia conseguisse acreditar. – Mas o que importa eles? E a gente? – questionou com um sorriso de lado que fez a azulada se derreter, mais ainda.

– Gray. – sorriu o beijando profundamente. Beijar Gray. Ela poderia fazer isso pelo restante de sua vida.

O beijo, ainda recentemente, foi interrompido por um grito. Na verdade um verdadeiro berro de terror do lado de fora da cabana. Juvia entrou em estado de alerta e olhou em volta a procura de algum perigo. Assim como todos. O silencio se instalou e por alguns instantes tudo o que pode ser ouvido foi o som dos fones de Lucy.

– Eu vou ver o que esta acontecendo. – Lissana decidiu, com certeza louca para sair e Natsu ir atrás. Mas o rosado apenas continuou parado no meio do ambiente segurando Gajeel pela gola.

– Deixa pra lá. – Sting parecia despreocupado, sentado de qualquer forma na cama de Erza, a que ficava do lado de Lucy. A fala dele não foi suficiente, a albina já estava saindo.

– Você entendeu a deixa, correto Natsu? – Erza perguntou assim que a Lissana fechou a porta.

– Juvia acha que Natsu esta sendo um péssimo namorado. – concordou com a ruiva e então o garoto suspirou.

– Sabe que se magoar a Lissana eu te matarei e a Mira também. – Erza avisou, ou melhor, ameaçou.

– Eu sei. Das duas coisas. – concordou, parecia se sentir mal, mas por algum motivo não poder mudar.

– Então o que está esperando? O que quer não está neste quarto mais. – Gajeel se afastou, parecia ter algo profundo em sua fala. – Entenda o que você realmente quer! – Juvia não entendeu, mas pareceu ter surtido efeito, porque o rosado assumiu uma carranca e bufou irritado. Muito irritado.

– Eu sei o que quero. Seu merda! – soltou a gola do moreno e o encarou. – Cale a boca todo mundo! – foi tudo o que falou, mas já se encaminhava na direção da porta, indo atrás de Lissana. Juvia sorriu, sabia que Natsu gostava da albina e como uma verdadeira romântica, gostava ate mesmo de observar os romances alheios.

Mas então veio o grito. Também desesperado, mas esse era conhecido. Era de Lissana. E parecia vir de perto, parecia estar cheio de dor.

– Lissana? – alguém questionou e então Juvia perdeu um pouco do senso de gravidade, porque Gray a jogou na cama com rapidez e já estava correndo em direção à porta.

Ficou atrapalhada por alguns instantes e então olhou em volta vendo que todos os garotos e Erza haviam saído. Levy tinha olhos assustados e projetados enquanto se erguia e ia até Lucy que permanecia alheia a tudo devido aos fones. Teria então, do lado de fora, algum perigo?

Mas... Gray estava lá!

Ergueu-se e em passos rápidos foi até a porta e correu até o grupo que estava na lateral da cabana. Mal conseguia os ver de inicio, mas quando chegou perto, antes mesmo de poder dizer algo, Erza estava a puxando na direção contrária.

– Vamos, temos que chamar a Levy e a outra garota. – foi o que disse enquanto a afastava. Mas Juvia apenas observava o sangue no chão e o corpo pálido e caído de Lissana. Gray, Sting e Gajeel estavam lutando contra alguém. Isso tudo tendo como fundo musical os gritos desesperados de Natsu pelo nome da albina.

– O Gray...

– Só vamos! – Erza mandou, mas tudo o que Juvia queria fazer era tapar os ouvidos para não ouvir os gritos do amigo, porque eram agonizantes demais. Ela sentia vontade de chorar só de ouvi-los.

– A Lissana... – ela conseguia observar várias pessoas no acampamento correndo, desesperadas. – Tem um assassino no acampamento? – questionou.

– Talvez mais de um. – explicou entrando na cabana. – Vocês duas, vamos sair daqui. – mandou, mas ambas ficaram paradas, tentando entender alguma coisa. – Agora! – gritou firme e tremendo.

– Tudo bem, mas Erza, o que está acontecendo? O que houve com a Lissana? – questionou Levy enquanto ia ate elas. Em uma mão a bolsa de salgados de Gajeel na outra o braço de Lucy.

– Não sei, mas duvido que estejamos seguras aqui. – a ruiva informou. – Vamos ficar perto daquela trilha que fomos ontem de manhã. – era um lugar escondido, o que significava que a ruiva não queria ficar atrás de adultos responsáveis se isso significava estar à vista de quem quer que fosse.

– A Lissana está bem? – Levy, sempre curiosa, questionou preocupada.

– Duvido muito. – a sinceridade de Erza não poderia vir em pior hora.

– A Lissana, ocorreu algo com ela? – Lucy questionou arregalando os olhos achocolatados.

– Vamos ficar em um lugar seguro primeiro, eu prometi que iria levar vocês lá. Vamos, depois falamos de qualquer coisa. – Erza falou enquanto quase corria.

Ninguém perguntou nada, o silencio foi torturante por todo o tempo, o que fez com que ouvissem o som de diversos gritos enquanto corriam. Juvia tentava entender o motivo de ter assassinos ali. Estariam atrás de alguém? Talvez Lucy. Sempre se lembrava dela com um segurança perto, ali estava desprotegida, ali era um alvo fácil e eles, bom, o restante era apenas incomodo descartável.

– Agora já pode dizer que esta acontecendo. – Levy falou assim que chegaram ao lugar indicado e se virou na direção de Erza.

– Não sei ao certo. – a ruiva tinha os olhos na direção do acampamento. Juvia olhou também e teve a impressão de ver alguém correndo. – Mas quando chegamos a Lissana estava sendo atacada por um homem, um homem louco pelo jeito. E tinha tanto sangue. – as mãos apertaram os braços de Juvia com força. – Ela não se movia. – encarou Juvia. Os olhos estavam cheios de água.

– Acha que ela esta... – Lucy ergueu a mão ate a boca.

– Não. Ela só parecia estar ferida. – explicou.

– Então temos que chamar ajuda, uma ambulância, qualquer pessoa. – a loira estava desesperada, mas era a que pensava mais racionalmente.

– Alguém esta com o celular? – Levy questionou olhando para as garotas.

Juvia passou as mãos pelo vestido azul que estava usando. Geralmente não se afastava de seu aparelho, mas naquele dia em especial estava distante. O vestido era bonito, mas sem nenhum compartimento para guardar o que quer que fosse.

– Não. – falou quase no mesmo instante que o restante.

– Acho que vou voltar para pegar um celular, aproveito e ligo de uma vez. – Erza se decidiu e então, sem esperar qualquer resposta começou a correr em direção à cabana.

– Ela vai ficar bem? – Lucy questionou parecendo subitamente uma pessoa desprotegida na camisola rosa bonita e cara.

– Relaxa, é a Erza. – Juvia respondeu simplesmente e então um sorriso surgiu nos lábios dela. Sorriu que desapareceu no momento em que foi puxada para trás fortemente e então mãos pegajosas e firmes a seguraram enquanto o ombro ardia.

O grito que saiu de sua boca foi involuntário e fez com que a garganta também doesse. No desespero tentou se soltar e ate chutou para trás. Mesmo assim não teve sucesso, sentiu um pedaço da carne do seu ombro ser arrancada e o ar faltou devido à dor que sentia. Era insuportável!

– Larga ela seu monstro. – era a voz de Levy e então ela foi puxada com força pela azulada e a loira.

Afastou-se e caiu no chão tremendo, olhou na direção do ombro esquerdo e por pouco não conseguiu ver nada devido as lagrimas, mas conseguiu observar o sangue saindo e o osso branco. Doía tanto que nem mesmo conseguia se mover.

– Mas o que é isso? – ouviu alguém questionando e então olhou na direção do que havia a ferido. Era um homem, roupas sujas, rosto deformado e ele parecia... Morto. Simplesmente morto. O cheiro de podridão que vinha dele era possível de ser sentido ate mesmo por ela na situação em que se encontrava. Ele não poderia existir, simplesmente não poderia.

– Como você está... Meu Deus. – Lucy a encarava incrédula e tremendo, os olhos presos no seu machucado, atrás dela estava Levy também abismada e Erza jogava o homem longe.

– Estão todas bem? – a ruiva questionou se aproximando e então arregalou os olhos. – Juvia, Senhor! – se ajoelhou ao se lado.

– Aquele homem, ele... Ele mordeu ela! – Lucy estava histérica enquanto gesticulava de forma extravagante. – Ele mordeu e mastigou! Simplesmente mastigou. Como se ela fosse comida. Como...

– Como um zumbi de filmes. – Levy completou.

– Zumbis não existem! – Erza foi dura. – Consegue se erguer? Ao que parece aqui não é seguro. – estava olhando em volta. Mas foi Juvia, mesmo em meio à dor, que conseguiu observar que o homem já estava de pé e mesmo lentamente, vinha na direção do grupo.

– Ele esta vindo. – a voz saiu fraca e desesperada, mas antes das garotas se virarem para ver, o homem estava no chão e ela conseguiu ver Gray e os demais se aproximarem.

– Precisamos sair daqui! São vários desses. – Gajeel falou enquanto atrás de si Natsu e Gray simplesmente espancavam o homem. – Juvia, o que é isso no seu braço? – questionou se abaixando ate ela.

– Um deles me mordeu. – explicou e olhou na direção do namorado. – Gray, Gray. – gritou o chamando e só então o moreno a encarou, foi preciso alguns segundos apenas para que ele corresse na sua direção.

– Juvia! – ele não se importou em empurrar Gajeel e Lucy da sua frente para que chegasse mais perto da garota. Os olhos negros estavam cheios de preocupação e uma dor quase palpável.

– Me tira daqui, por favor. – esticou os braços como uma criança, não se importava em parecer uma ali. Não na frente dele. Não mesmo.

– Tudo bem! Fica tranquila que vai ficar tudo bem. – ele garantiu passando os braços ao redor da azulada de forma que o braço machucado estivesse longe do seu corpo.

– Esta doendo! – reclamou chorando.

– Eu sei, mas vou te levar para tratar disso, fica tranquila, nada mais vai te acontecer. – falou se erguendo.

– O que está acontecendo? – questionou e ele fez um sinal negativo.

– Não importa, vamos sair daqui e você vai ficar bem e salva, eu te juro, não vou deixar nada acontecer com você. – garantiu com tanta certeza que tudo o que Juvia conseguiu fazer foi assentir e afundar o rosto na blusa dele enquanto sentia o rosto arder.

– Eu estou com medo. – murmurou quando sentiu que ele começava a se mover.

– Não precisa vai ficar tudo bem com você. – ele sorriu para ela, um sorriso que dificilmente dava. Completo e apaziguador. E ela acreditou nele e sorriu novamente mesmo com dor. Porque o amava tanto a ponto de acreditar nele e em tudo que dissesse por mais improvável que fosse.

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– Não está funcionando. – Sting parecida irritado quando falou isso. Todos os demais estavam sentados na terra e não era o melhor clima existente. Era difícil encontrar alguém que não tivesse o rosto molhado. Levy havia questionado a respeito de Lissana e quando Natsu balançou a cabeça em um sinal negativo que fez algumas lagrimas rolarem mais rápido do rosto, todas souberam que a albina estava morta.

Mas ainda não pareciam ter acreditado, embora já chorassem por isso.

Agora, mal conseguindo se encarar devido à escuridão, tudo o que faziam era se esforçar para entender e assimilar. Sting estava tentando usar todos os celulares, mas a reserva nunca teve sinal, não seria agora que começaria a ter. Erza tentava de toda forma apoiar Natsu, mas ela também havia perdido uma amiga. Levy chorava nos braços de Gajeel e Juvia, bom, Juvia ainda estava nos braços de Gray. Agora com sono demais e o corpo inteiro dolorido.

– Tudo bem? – o moreno perguntou e ela o encarou vendo a pele branca quase brilhar devido à lua.

– Estou com um pouco de sono e meu corpo inteiro dói. – explicou e ele fez um sinal positivo.

– Perdeu muito sangue. – explicou e era verdade. Haviam ficado quase uma hora andando sem rumo antes de se sentarem ali e só então improvisaram algo para estacar o sangramento, a camiseta branca do namorado.

– É, deve ser por isso. – concordou se aninhando nele.

– Logo vamos encontrar ajuda, alguém deve saber do que ocorreu lá e vão nos procurar. – ele informou e ela fez um sinal positivo.

– Será que posso dormir? – questionou.

– Pode fazer tudo o que quiser. – respondeu lhe beijando a testa e a fazendo sorrir agradecida. Gray geralmente não era tão romântico e nem meloso, mas agia assim sempre que fazia algo errado ou via que ela não estava bem. Porque sabia que ela gostava disso.

– Obrigada. – o encarou. – Eu te amo e vou amar para sempre! – sorriu.

– Eu também, eu te amo Juvia, para todo o sempre. – declarou em um sussurro e naquela ultima noite de sono, Juvia dormiu com um sorriso nos lábios.

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Os olhos custaram a se abrir quando acordou e a primeira coisa que sentiu foi frio. Cortante e gelado. Não apenas na pele. Parecia mais vir de dentro para fora. Era aterrorizante. Era horrível e ela odiava completamente.

– Acordada dorminhoca? – Levy perguntou sorrindo e Juvia piscou os olhos estranhando a claridade.

– Juvia dorminhoca? – questionou olhando em volta, já estava amanhecendo e ela se encontrava deitada sobre a blusa vermelha do namorado no chão. Talvez isso explicasse a dor. Olhou na direção de Levy, mas não conseguiu ver a azulada direito, a claridade deixava sua visão anuviada.

– Dormiu mais do que todos aqui. – Levy explicou, e parecia que o semblante perdeu o sorriso. – Juvia, você esta se sentindo bem? – o tom mostrava que a pequena estava preocupada.

– Por quê? – questionou piscando os olhos, queria se acostumar com a claridade.

– Porque você esta pálida e parece mal.

– Juvia esta com frio. – foi tudo o que falou e então olhou em volta. Lucy estava próxima a elas prestando atenção na conversa, mas o restante estava fora da sua vista. – Cadê o pessoal? – perguntou fazendo Levi sorrir.

– O Gray? Bom, ele e o restante estão tentando conseguir sinal. – explicou. – Não me escutam quando falo que não pega. Eu sou a nerd da tecnologia, já tentei durante todo o acampamento. – tentou manter a conversa leve, mas havia tanta preocupação na sua voz que era impossível.

– Gray vai conseguir falar. – foi tudo o que respondeu fechando os olhos novamente. Mantê-los abertos estava fazendo a sua cabeça doer.

– Quer algo para comer? – Lucy questionou quando Juvia estava quase dormindo novamente. – É bom comer quando perde sangue. – explicou e então mexeu em algo na bolsa de Levy. – Principalmente chocolate. – sorriu entregando a barra com a embalagem já aberta para a azulada.

– Obrigada! – Juvia estendeu a mão para pegar o alimento e então a levou ate a boca. O chocolate parecia se desfazer na sua boca e o gosto a preencheu por completo. Talvez Lucy estivesse certa, ela só precisava comer.

– Parece que perdeu muito sangue, isso vai te ajudar. – sorriu de forma amigável.

– E veja só, eles estão chegando. – Levy a encarou e apontou em uma direção qualquer. Juvia olhou, mas só conseguiu ver sombras disformes porque estavam muito longe e a visão por algum motivo se encontrava prejudicada.

– Juvia perdeu muito sangue? – questionou para a azulada quando a vista lhe atrapalhou, afinal, agora que estava vendo Gray, precisava ter sua visão funcionando o máximo possível.

– Mais ou menos, mas logo vai se recuperar. – a tranquilizou e a Loxar suspirou tranquila. Com certeza estava com o problema de visão devido a isso.

– Conseguiram? – questionou se sentando, com mais dificuldade do que teria se fosse apenas pela dor devido a dormir de forma desconfortável.

– Nada, nada pega aqui e o meu celular já esta descarregando. – Gajeel tinha o aparelho nas mãos e o encarava como se estivesse cometido um terrível ato de traição. Se por não ligar ou por descarregar, Juvia nunca saberia.

– Logo eles vão vir até a gente. – Lucy murmurou encarando Juvia como quem dá apoio, mas parecia mais uma esperança que ela mantinha e não algo que ela acreditava cegamente.

– Claro, afinal todos sabem o que aconteceu! Esqueceu que aqui não tem a merda de um telefone? – Natsu questionou jogando com força o celular no chão. O mesmo quicou algumas vezes se despedaçando no processo.

– Que merda pensa que está fazendo?! – Gray se virou para o amigo com ódio e então o empurrou fazendo o rosado cair e rolar. – Se quer ficar bancando o irritadinho, faça o que quiser, mas não jogue a nossa única chance de conseguir ajuda fora. – encarou o amigo que agora se encontrava no chão. Geralmente brigavam muito, mas Natsu conseguia diferenciar as brigas serias das demais e por isso apenas ficou parado encarando Gray. – Mas que merda, agora é menos um aparelho! – deu as costas ao amigo.

– Brigar não vai adiantar nada. – Erza tentou acalmar a situação.

– Tanto faz, só não seja um babaca ao menos uma vez na sua vida Natsu, ao menos uma vez na porra da sua vida! – mandou de forma dura e então se encaminhou ate Juvia. – Como está? – questionou se abaixando na sua direção. No seu rosto o mesmo sorriso apaziguador que ele mantinha desde que ela havia sido ferida.

– Bem, acho que Juvia precisava comer. – mostrou o chocolate e sorriu, mas o moreno tinha perdido a sua expressão.

– Você esta conseguindo me ver bem? – questionou aproximando o rosto do dela.

– Mais ou menos, um pouco embaçado. – como ele sabia?

– Erza, vem aqui. – chamou a ruiva que logo apareceu. – Você acha que o olho dela está normal? – ergueu o rosto da rosada.

– Sim. – a garota respondeu de primeiro. – Talvez um pouco menos azul. – parecia indecisa.

– Foi o que achei. – concordou. – Andem logo que vamos sair daqui. – quase ordenou.

– E vamos para onde? – Gajeel questionou sem entender.

– Tanto faz, qualquer lugar, não vou ficar parado enquanto a Juvia piora. – deu ombros pegando a blusa vermelha e vestindo.

– É melhor a gente pensar em fazer algo, tente ser racional. – Erza tentou argumentar com ele.

– Não. Não vou deixar nada acontecer com ela, se quiserem ficar, ótimo, eu estou indo. Se a ajuda não chega ate nós, eu vou ate ela. – passou os braços ao redor de Juvia e então a ergueu.

– Calma, vamos com você. – Natsu tomou a frente. – Você sabe que não conseguiria sem a gente. – deu um sorriso de lado e então pegou a bolsa de Levy. – Todo mundo andando rápido, temos uma namorada doente para ajudar. – chamou e Juvia conseguiu ver um sorriso afetado no rosto do namorado.

– Cale a boca e ande Natsu. – foi tudo o que Gray falou antes de sair andando.

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Mesmo sem concordar, todos acabaram andando pela floresta. Por horas e horas, ou talvez menos. Mas para Juvia parecia uma tortura. A pele suava, o frio parecia fazer ate mesmo seus ossos congelarem, agora o sol forte em nada ajudava. O corpo doía de forma desordenada. Ate mesmo os dedos dos pés, que ela não usava já que Gray a carregou por todo o caminho, e o estomago. Oh, o estomago...

– Gray, me desce. – implorou praticamente e o moreno a encarou sem entender. Não houve tempo para um segundo pedido. Juvia tentou apenas não o acertar quando tudo o que estava em seu estomago subiu para a garganta e então saiu com a boca.

Não era apenas liquido estomacal, ou comida, junto vinha sangue. Um sangue escuro e fedorento, algumas partes até mesmo coaguladas. E a dor de vomitar era assombrosa, era como se estivesse saindo uma parte de si, lhe rasgava por dentro. Tanto que ela mal conseguiu se mover de inicio e quando Gray a abaixou, não conseguiu erguer um dedo, apenas continuou vomitando e quando a dor foi assombrosa, sentiu um liquido quente preencher suas pernas. Era vergonhoso, mas ela não conseguiu se importar e nem conseguiria mais.

– Juvia, Juvia. – o namorado a chamava de forma desesperada. Mas não era como se ela pudesse fazer algo. Não era como se pudesse controlar o que saia de sua boca.

– Ela tem que parar, esta saindo muito sangue. – Erza tomou a frente e a virou de lado. Juvia não conseguia controlar o quanto saia. Mas chorava, porque queria parar. Queria que a dor parasse. Queria desesperadamente que tudo acabasse logo.

Não se lembrava em nenhum momento de sua vida ter desistido, mas aquilo que sentia conseguiu a vencer facilmente.

– O que está acontecendo com ela? – Levy tinha a voz chorosa.

– Juvia não... – a voz vinha rouca e falhada, parou de vomitar, mas não conseguiu ver nada direito. Apenas um borrão. Seriam as lagrimas? Piscou os olhos tentando as expulsar, mas apenas aumentaram quando ela se deu conta do obvio. Não conseguia ver direito. – Juvia não consegue ver. – se pudesse estar histérica, estaria, mas não. Tudo o que conseguia era sentir dor, e cansaço e desespero. – Me ajudem, por favor, ajudem Juvia. – implorou, mas a ajuda não era uma cura. Era apenas fazer parar. Só queria que tudo parasse.

– Calma. Isso é pela perda de sangue. – Erza tentou ser racional.

– Deve ter inflamado, a mordida deve ter inflamado. – Gray encontrou a sua resposta para o problema e então retirou a blusa. Doeu de inicio, mas não era nada se comparado ao que ela sentia por dentro. O congelamento e a destruição de seus órgãos pareciam brigar entre si.

– Isso esta se espalhando? – Gajeel questionou incrédulo. Juvia tentou olhar como estava seu braço, mas tudo que ela conseguia ver era a parte escura que havia perdido o pedaço e do lado uma mancha branca. Pálida. Ela não pode ver, mas estava quase podre.

– Vamos ter que andar mais rápido, isso não é natural. – Gray decidiu tentando a erguer. Contudo doeu tanto que Juvia gritou.

– Não. – pediu quando o namorado a encarou. – Não. Me deixa aqui. Juvia não quer ser movida. – falou e então soube que era verdade. Ela não queria ser movida. Porque parte de si sabia que não iria adiantar. Parte de si não queria continuar. – Juvia não precisa ser movida. – murmurou e sentiu as lágrimas quentes pingarem em seu colo. – Juvia vai morrer.

– Fica calada, que merda. – Gray parecia irritado. – Vai morrer nada. Você só foi ferida, isso não mata ninguém. – estava a repreendendo. – Não vou deixar você morrer, mas que droga! – ele se prometia para acreditar nisso, porque nunca havia quebrado uma única promessa e assim poderia dar mais forças a sua esperança.

– Estou sentindo Gray. – o encarou e o desespero aumentou, ela não conseguia o ver. Não conseguia diferenciar os olhos, do nariz e da boca. Não veria mais o sorriso apaziguador dele. Ela queria ver o namorado. Sempre que algo dava errado olhava para Gray, porque o quanto o amava fazia tudo ficar melhor. Mas não podia mais. Não veria nunca mais. – Algo aqui. – colocou a mão na própria barriga. – Juvia vai morrer. Desculpe. – a mão foi em direção ao rosto dele e encontrou a pele quente, molhada pelas lagrimas. Justo agora que a dela estava tão fria. – Juvia não queria morrer, mas... Juvia não aguenta mais viver. Desculpe.

– Juvia, você não esta em condição de...

– Juvia quer ficar com os amigos antes de tudo acabar. Não me deixem ficar sofrendo enquanto sou carregada. – implorou.

– Nada vai acabar merda, cala a boca Juvia. Eu te amo, você não vai morrer, você não pode morrer entendeu? Eu não vou deixar. – Gray a ergueu de uma vez e começou a andar.

– Gray... – Juvia gritou e então mais uma vez o vomito veio, cheio de sangue e dor. O corpo se tencionou e ele precisou a segurar da forma certa para que não se afogasse no próprio sangue.

– Juvia, para com isso, para você vai morrer. Eu estou te implorando, para. – o moreno não deixava de segurá-la em nenhum momento.

– Juvia... – a fala foi cortada pelo vomito. – Juvia te ama também. – completou e então gritou de dor antes das pernas se contorcerem e pararem, congelarem.

– Juvia, Juvia. – o moreno gritou, era um grito desesperado. Parecido com o de Natsu quando perdeu Lissana. – Eu jurei que iria te salvar e vou, você não vai morrer. – ela conseguia sentir o toque dele em seu rosto pela dor que ele causava. Mesmo assim agradeceu pelo toque. Mesmo que trouxesse mais dor. – Você não pode morrer Juvia, o que eu vou fazer sem você? – abraçou a garota.

A azulada conseguia sentir o calor vindo do namorado. Pela primeira vez na vida. Lagrimas quentes demais escorriam pelo rosto dele. Como gelo derretido.

Abriu a boca para falar algo, mas tudo o que saiu foram gemidos incompreensíveis. Ela já não conseguia mover o corpo devido à dor. Só não sabia que dor era maior a do corpo ou a de nunca mais ver Gray, sua família e seus amigos. Morrer é uma perda, para ambos os lados.

A dor se seguiu por horas. Assim como o choro de Gray e o abraço. Juvia não conseguia diferenciar se a noite estava se aproximando ou se a visão escurecendo. Mas pouco a pouco todo o calor de Gray não era o suficiente para mantê-la aquecida, a dor era quase nula e os sons ao seu redor pareciam distantes. Juvia era um pingo de consciência dentro de si mesma.

– Gray. – a voz triste e distante era de Erza. – Ela já se foi. – era um decreto doentio.

Queria dizer que não, ainda estava ali. Ainda estava presente e dentro do corpo. Mas o corpo não era controlado por si. Ela nem mesmo conseguia sentir algo. Era como estar presa dentro de um nada. Juvia realmente estava viva ainda? Ela não sabia dizer, mas queria muito estar bem e saudável, apenas para não ter que ouvir o som do choro de Gray.

– Eu sinto muito. – a voz de Erza também era embargada, mas ouvindo o choro do namorado, Juvia desacreditava que alguém sentisse mais que ela.

Ninguém estava mais triste em partir do que Juvia. Ninguém estava mais sentida em deixar os amigos tristes do que Juvia. Ninguém queria se desculpar mais do que Juvia por não conseguir se manter viva.

Juvia só queria que eles não sofressem e que Gray parasse de chorar. Não aguentava mais ver o amado chorar e não poder fazer nada quanto a isso, não poder nem mesmo o acalmar ou dizer para que ficasse bem. Como um ultimo pedido de clemencia pouco a pouco o choro foi se esvaindo e além de não sentir, e ver, ela já não conseguia mais ouvir direito. Então não ouvia nada. E Juvia estava atenta, tentando manter-se ali ao máximo, só para ter mais um segundo na presença de Gray. Um segundo que fosse, se agarrava a cada segundo com medo de ser o ultimo, sabendo que logo seria de fato.

Quando a ultima gota de sanidade dentro da garota evaporou, foi quando seu braço se moveu, começando o que causaria o fim da ultima gota de sanidade de Gray.


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Notas finais do capítulo

E então? Bom, em drama eu não sou muito boa, sempre me emociono mais quando escrevo, do que quando leio. Mas fiz o meu melhor, espero que gostem e deem a opinião de vocês.

Os comentários eu vou respondendo pouco a pouco, mas garanto que respondo logo e o próximo capitulo está quase pronto, só preciso revisar, porque ele é só de conversas e grande parte delas são bem densas ou importantes futuramente, então tenho que dar alguns retoques.

Espero a opinião de vocês e obrigada mais uma vez por estarem acompanhando!!