Regressive Infectio escrita por Inocense


Capítulo 15
Capitulo XIII


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!! Lembram de mim? Pois é, ainda não desisti, não morri e não desapareci ou algo assim mesmo. Embora quase tenha realmente desaparecido. Bom, o fato é que estou de volta e com a cara dura mesmo (por vezes desconfio que pouco a pouco minha cara de pau aumenta). Bom, não tive muitos motivos para não postar, quero dizer, apenas desanimei um pouco (completamente, reza a lenda do meu psiquiatra que era o inicio de uma depressão, mas não gosto dele então, não aceito o diagnostico U_U)e agora que estou voltando com tudo. Ao menos nessa fic, ainda irei avaliar as demais.

Bom, coloquei um pequeno resumo no inicio, porque demorou demais, apenas para se lembrarem XD não fez muito sentido e na minha cabeça iria ficar bem melhor, MAS a vida é assim mesmo.

Revisei o capitulo, mas toda vez que paro de escrever - como parei, fiquei quase três meses sem escrever nada (!!O.O!!) - minha escrita mudou MUITO, serio, vocês não têm ideia do quanto isso é irritante. Podem não notar agora, já que esses capitulo foi escrito há meses atrás, mas agora estou com uma obsseção que precisa ser avaliada por profissionais (competentes, claro!) por virgulas. Virgulas deveriam dominar o mundo U_U MUAHAHHAHAHA

Ta bom, parei!

Alem disso pode ter errinhos, porque sabem como é, sou humana. Então relevem e sobre a parte com pequenos resumos. Me cocei para não mudar nada T_T, porque achei mais interessante estar igual ao que já leram.

Bom, o capitulo é meio parado, mas extremamente importante para várias relações futuras (não Fru, nada da Erza e da Lucy -.-') e o desenvolvimento de relações. Alem de claro, uma dica muito importante sobre o Gajeel MUAHAHHAHAHA (sim, essa é uma risada bem maligna.)

Agora, o Capitulo.



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ANTERIORMENTE EM REGRESSIVE INFECTIO...

Um ataque desencadeou toda uma história de terror em um acampamento.

[...]Se lembrava do inicio do mês quando ela havia saído de casa para passar duas semanas em um acampamento com ninguém menos do que seu amor de infância, Natsu, um dos garotos mais populares de todo o colégio. Só havia feito isso com a ajuda de Levy e porque sabia que a colega de classe estaria com ela. Não imaginava que em duas semanas o mundo iria mudar, e nem que em três semanas poderia estar observando o enterro da amiga através de uma janela suja e perdida no mundo. [...]

E agora, um grupo de adolescentes, deve enfrentar o que jamais imaginou simplesmente existir.

[...] O grupo havia reunido poucas informações sobre o que estava os atacando, os mortos-vivos, como Sting chamava. Mas sabiam que agilidade não era uma característica deles, assim como inteligência. Os seres pareciam seguir apenas instintos sem nenhum pensamento lógico ou racional. Também tinham muita resistência no corpo, tendo como único ponto fraco a cabeça. [...]

[...] O som de uma respiração mais pesada de Erza indicou que estavam próximos. A loira se perguntou por quanto tempo havia ficado presa na sua bolha de medo, mas antes de conseguir uma resposta convincente mais medo se apoderou dela, há cerca de quatro ou cinco metros abaixo de si havia surgido um dos mortos-vivos.

Era uma mulher, os cabelos castanhos desgrenhados e com o rosto deformado por mordidas, impossível de reconhecer caso fosse uma antiga colega ou algo do gênero. A cabeça parecia pendida para o lado e as penas finas cheias de machucados e com um salto médio em apenas um pé, se movia lentamente e não parecia ter um destino certo. Atrás dela vinha um homem e um adolescente. Não era preciso se esforçar muito para descobrir que aqueles dois seres cheios de sangue, desfigurados e com algumas extremidades podres que soltavam um gemido agonizante, faziam parte do acampamento. O homem vestia um colete o identificando e Lucy se lembrava de ter visto o garoto quanto entrou no ônibus que a levaria ate o local. O quarto que apareceu era uma garota, bem mais nova, pequena mais parecia uma criança. [...]

E sobreviver.

[..]- Cale a boca Natsu. – Gray mandou, a voz tão fria e distante que conseguiu fazer o rosado se calar. Lucy observou o garoto que ainda mantinha o rosto úmido pelas lagrimas, achou nunca ter visto olhos tão sofridos como os do moreno. Abaixo dos olhos ônix uma camada espessa de olheiras roxas brilhavam na pele branca como leite, o cabelo negro estava bagunçado, obviamente embaraçado e sua roupa era a mais suja de sangue, com certeza de Juvia. Não havia quase nenhuma parte de sua blusa social vermelha escura que não estivesse manchada e parte de sua calça jeans negra se encontrava no mesmo estagio. [...]

[...]- Pode parecer cruel, mas não deixa de ser verdade. – ela sorria o que causou no mínimo uma estranheza por parte de Gray. – E de todas as formas, se punir, preocupar as pessoas em geral, isso não muda nada. Só piora a situação. Esta difícil para todo mundo e uma pessoa que não consegue segurar a barra, peso mais nos ombros dos amigos. – como ela tinha coragem de falar coisas tão cruéis com um sorriso tão bonito no rosto? O garoto já tremia de raiva. – Não estou falando para melhorar e ficar feliz, mas ao menos fingir esta melhorando. – completou.[...]

.

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[...]- Aqui fala que... – Abaixou a cabeça engolindo seco, mais uma vez a voz embargada. Respirou fundo. – Que surgiu um vírus, ao que parece na maioria dos países em capitais ou cidades mais populosas e importantes. Aqui foi em São Paulo, que já foi colocado em quarentena... Só que... Bem... Parece que os Estados vizinhos tiveram ocorrências também. Deve falar do nosso Estado em especial mais para frente. – passou algumas paginas e então deixou o jornal cair. [...]

.

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[...]- Acho melhor alguém ir checar. – Sting deu a sua opinião e a forma que encarava os carros, dizia que ele se candidatava a fazer isso.

– Você não esta querendo ir, certo? – Lucy o encarou firme. – É perigoso, ninguém sabe o que tem lá. – apontou na direção do local sem nem ao menos esticar muito os braços, como se isso fosse fazer com que algo ruim saísse de lá.

– Preocupada Blondie? - o sorriso sacana era notório nos lábios do loiro. [...]

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[...]- Porra! Sai daí Sting. – Gajeel gritou e no momento seguinte o loiro sentiu algo de vidro se partindo, contra os braços que havia usado por instinto para que o estrago não ocorresse no rosto e olhos.

Desnorteado e cambaleante deu alguns passos para trás e piscou varias vezes. Ambos os antebraços ardiam, como também uma pequena parte do pescoço. Contudo ele não pode observar o que ocorria, do ônibus uma janela já havia sido quebrada e de lá vários mortos-vivos se jogavam. Alguns causando um barulho agonizante de ossos se quebrando sempre que se chocavam com o chão após a queda. Não que algum deles se importasse. As demais janelas pouco a pouco se tornavam mais quebradiças. [...]

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[...]- Acho que estou vendo uma parte com acostamento. – Erza ignorou a conversa e a raiva de Gajeel. – É tudo o que vai ter, daqui a pouco eles nos alcançam. – olhou na direção do amigo que dirigia por alguns instantes.

– Acho que vou acabar com alguns antes. – Gajeel murmurou segurando o volante com firmeza. Os olhos presos a sua frente indicavam o que ele queria fazer, porem Sting só acreditou quando o som do motor aumentou e eles começaram a seguir para frente.[...]

.

.

AGORA...

A imagem, os sons e o movimento do caminhão ainda estavam presos na mente de Lucy. Gajeel havia enlouquecido, foi o primeiro pensamento dela. Passar por cima de tantos corpos humanos. Era insano. Pior do que insano, perigoso. Esses corpos humanos se moviam e desejavam a carne dos vivos. Qualquer deslize iria colocar a vida de todos em risco.

Tiveram sorte, embora tenham atropelado vários, não houve nenhum problema em passar por cima dos corpos já alvejados e então chegarem à área do acostamento onde o moreno fez uma manobra demorada, mas conseguiu virar o caminhão na direção contraria.

O restante do caminho era apenas Erza gritando com Gajeel. A ruiva parecia estar prestes a ter um ataque de irá e foram incontáveis às vezes em que Lucy pensou que Erza iria partir para a briga física com o moreno. Ainda mais quando a única resposta dele era relacionada a algo sobre estar se sentindo vingado.

Era estranha a forma das pessoas de lidarem com a perda. Gajeel parecia mais forte do que nunca, sempre disposto a matar um morto-vivo. Lucy desconfiava que a cada corpo que caia no chão, ele sentia que estava se vingando pela morte de Levy. Já Gray lutava para conseguir ser ele mesmo e não desistir da vida. Não parecia estar vencendo a guerra.

Suspirou fundo observando a camiseta negra jogada em uma pedra qualquer. O cheiro de podridão ainda chegava ao seu nariz. Contudo com o tempo já tinha se acostumado. Havia demorado três ou quatro horas para que em fim parassem o caminhão e só então ela conseguiu tirar a blusa e lavar os cabelos com uma garrafa de água. Na verdade ainda estava sentindo seu cabelo mal cheiroso.

– Ficar escondida aqui não é seguro. – Erza estava com uma faca em uma mão e a maleta de primeiro socorros em outra. Atrás dela vinha Sting, que tinha diversos cortes no braço e um grande no pescoço.

– O que esta fazendo aqui? – Lucy a encarou sem entender, os braços foram se tapar de imediato. Embora o clima tenso deixasse a boca de Sting fechada para comentários desnecessários, os olhos azuis estavam fixos nos seios cobertos apenas pelo bustiê.

– Vocês dois são os mais feridos, resolvi fazer daqui a minha enfermaria. – Erza explicou se abaixando e deixando o que segurava no chão. – O restante esta cuidando do caminhão e observando qualquer coisa suspeita. – deu um sorriso que mais parecia careta, os olhos avaliando a loira. – Parece que ficou bem ferida. – comentou.

– Nem tanto. – deu ombros. Havia dois roxos no tórax, as costas também mostravam mais alguns e um ou outro arranhado, além do que parecia realmente pior, grande parte de suas bolhas haviam estourado. – O Sting parece mais debilitado. – observou o loiro.

– Nem tanto. – afinou a voz tentando imitar a garota. – Você é um imã para feridas. – se aproximou dela. – E esta fedendo. – completou com uma careta.

– Já lavei o cabelo e joguei a blusa longe. Não parece ter adiantado muito. – suspirou um pouco constrangida.

– Deve ter impregnado no top também. – Sting, quem mais havia observado ate o momento, afirmou. – Acho que deveria tirar. – completou com uma voz que nem mesmo Erza conseguiu decidi se era de seriedade ou “cafajestice”.

– O quê? – Lucy considerou a segunda opção e tratou de se tapar mais enquanto o rosto corava e os olhos se arregalavam.

– Você pensou besteira? – ele tinha os olhos quase incrédulos. – Eu estava falando serio. – bufou retirando a jaqueta jeans sem mangas e então a blusa de banda. – Veste a minha blusa, então. – jogou na direção da loira. – Se quisesse me mostra os peitos, não precisava fazer cena. – resmungou se virando.

– Sting! – Lucy sentiu subitamente um incomodo. A forma que ele havia dito a fazia sentir como se fosse ela a errada da história e mesmo sabendo que esse não era o caso, não conseguia deixar de ter essa sensação. De que havia feito algo errado ao irritar Sting.

– O ignore, Lucy. – Erza moveu a mão como se não tivesse nada de importante a ser notado no que o amigo disse. – O Sting esta nervoso e irritado pelo que ocorreu há pouco tempo. Nada de interessante vai sair de sua boca.

– Pare de falar de mim. – reclamou.

Ignorando a reclamação do loiro, Lucy retirou rapidamente o sutiã, Erza aproveitou parar passar algum medicamento que ardia nas costas raladas da loira e só então Lucy vestiu a blusa, que como já havia imaginado ficou realmente grande nela. Maior ate mesmo do que a de Gray. Não estava limpa, mas só por não ter sangue de um morto, era muito melhor do que as roupas anteriores.

– Acho que posso lidar com meu pé. – afirmou assim que terminou de vestir a blusa.

– Não sei, tenho medo de infeccionar novamente. – Erza se abaixou para observar o mesmo. – Queimaduras realmente são difíceis de lidar.

– Talvez tenha sido melhor, as maiores bolhas estouraram. – avaliou o pé também. – Assim a sensação de perigo e fragilidade vai diminuir. Com certeza vou conseguir me mover melhor. – garantiu e se sentou rápido, já que Erza puxava seu pé.

– Não precisa se incomodar. – a ruiva murmurou. – Eu sei que esta se sentindo incomoda, notei nesses últimos dias, mas não precisa. – garantiu fazer a loira arregalar os olhos. Como Erza sabia o quanto ela se sentia impotente com o pé machucado?

– Eu só servir para ser a idiota que precisa ser salva. – murmurou observando na direção do loiro, ele estava perto o suficiente para ouvir, mas não parecia o fazer, ou ao menos se importar com o que ouvia. – Sem vocês eu já estaria morta, não consegui fazer nada. – completou com um ar decepcionado.

– Ninguém pediu para que fizesse alguma coisa. – Erza foi direta passando uma gaze com álcool ao redor das bolhas estouradas. Lucy apenas gemeu de dor. – Não sei o motivo de se preocupa com isso. Queria te falar sobre esse fato desde que começou a cozinhar ontem de ontem. Estamos todos sobrevivendo, não recrutando talentos ou coisas do gênero.

– O inútil é apenas um estorvo para o restante. – murmurou novamente, essa era uma das filosofias de seu pai e se aplicava a tudo, ate a filha ainda pequena.

– Não está lidando com monstros desumanos, apenas com um grupo de amigos tentando sobreviver Lucy. – Erza a encarou firme. – E você não é inútil. Pare com essa idiotice, você é mais inteligente que isso.

– Pena que ser inteligente não me garantiu nenhuma proteção. – nem mesmo Erza poderia dizer nada contra isso, Lucy era a mais fraca do grupo e isso era evidente pelos ferimentos. Ate mesmo quando não era atacada por zumbis se machucava seriamente.

– Lucy... – era sussurrou a encarando. Em apenas sete dias haviam se aproximado de forma realmente significativa. E após a morte de Levy, Juvia e Lissana, a loira com certeza ocupava o cargo de amiga mais próxima.

– Tudo bem. – cortou a ruiva. – Eu não me importo com isso, não estou me lamentando ou algo assim. Só é um fato que reparei. – deu o melhor sorriso que conseguia. Não iria deixar que suas inseguranças se tornassem algo maior. Não iria se lamentar ou causar preocupação aos demais com seus problemas bobos.

– Ora essa! – Sting tomou parte na conversa. – Se você esta incomodada e se sentindo mal com isso, não tem motivo para ficar se fingindo de bem. – bufou se aproximando de ambas.

– Isso mesmo, amigos servem para apoiar o outro. – Erza concordou. – Deixe de ser problemática e se condenar.

– Não estou me condenando, só estava dividindo um pensamento. – cruzou os braços desviando o olhar de ambos, seus olhos teimavam em lacrimejar em excesso. – Vocês dramatizam tudo. – fingiu bufar colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

– Deixa disso. – Erza tinha a voz suave quando passou os braços ao redor de Lucy e a loira apenas ficava quieta, olhando para a sua frente e mantendo os olhos o mais seco que conseguisse.

– Hoje parece mais quente do que ontem. – Erza afirmou enquanto dava um gole na sua lata de Fanta Uva, por escolha dela mesma, haviam cozinhado um pouco de arroz e o restante dos salgados da Gasolanche. Era a opção mais inteligente, eles estavam quase vencendo e o gosto havia decaído.

– Estranho, já estamos em agosto não? – Lucy a que estava mais perto e única que não participava de uma conversa paralela de garotos, respondeu.

– Acho que é algo assim, estou mais inclinada para julho, talvez final, mas julho. – a ruiva estava certa e não parecia aceitar ser contrariada. Lucy não via sentido em contrariar Erza, pelo contrario, embora soubesse que a amiga estava errada.

– Ainda assim é estranho esse clima. – decretou, o que considerava ser verdade. Geralmente esse era um período mais ameno ou de ventos.

– Logo deve chover, esse clima é completamente louco. – a ruiva parecia avaliar como algo que se deve ser estudado e compreendido com o passar dos anos.

– É bom estarmos em um local calmo quando isso acontecer. – olhou para o céu por alguns instantes, não havia quase nenhuma nuvem e nem indicio de que iriam aparecer.

– Antes de pensar em um lugar calmo temos que achar uma forma de passar e ir para a nossa cidade, com esse problema na rodovia, agora não temos por onde passar. – Erza lembrou.

– Talvez exista um caminho alternativo, quero dizer, essa rodovia não é tão velha assim, deveria existir um caminho que faziam antes. – era um pensamento otimista e sabia disso.

– Estaremos perdidos nesse caminho antes mesmo que possamos piscar. Eu acho que depois vou ver com o Gajeel se ele viu um mapa ou consegue fazer aquele maldito agente de bordo funcionar.

– Qualquer coisa eu me lembro de ter visto uma revista apenas de rotas na Gasolanche. – Lucy murmurou e então piscou varias vezes, se não se enganava era sobre rotas alternativas ou algo do gênero. – Rotas alternativos, não sei ao certo.

– Então podemos voltar lá. – Erza se ergueu. – Porque não me falou disso antes?

– Não tenho certeza e ficamos de falar sobre isso depois do almoço porque os nervos estariam mais amenos. – a reposta saiu rapidamente.

– É, os nervos já estão mais amenos. – decidiu olhando na direção do restante do grupo. – O Gray deve estar dentro do caminhão, você vai buscá-lo que eu vou ir falando com o resto. – decidiu, embora devido ao pé de Lucy, subir no caminhão fosse uma tarefa um pouco difícil.

Concordou enquanto se dirigia na direção do caminhão. Se por um lado, Lucy estava fazendo isso porque Erza havia mandado, por outro queria ir, mesmo com a dor que isso poderia causar ao pé, e falar com Gray. Estava preocupada com o garoto, a melhora que ela havia acreditado que estava ocorrendo, acabou sendo uma completa ilusão e novamente ele estava se afundando em si mesmo. E desta vez, a tristeza de Gray, estava doendo mais nela do que antes.

Quando conseguiu subir na carroceria do caminhão sentiu o cheiro de cigarro e mais ao fundo, escorado na lataria e cercado por cinzas e bitucas, estava Gray de olhos fechados, de forma que poderia se passar por alguém que dormia profundamente, caso não fosse a fumaça saindo de seu nariz.

– Você esta me lembrando um mafioso. – afirmou se sentando próximo ao amigo.

– Já começaram a falar sobre o próximo passo? – os olhos negros de Gray se abriram, revelando estarem mais vermelhos e inchados que o normal. Típicos de alguém que chorou bastante.

– Não vi você comendo. – ignorou a pergunta dele e ergueu a mão ate o rosto, estava úmido e frio se comparado ao restante da pele. – O que não foi perda de tempo, a Erza que não me escute, mas cozinha muito mal. – decidiu não invadir a privacidade dele.

– Ela não serve para ser dona de casa. – concordou com uma voz tão distante que Lucy ficou paralisada por alguns instantes. – Acho que devemos ir ver o que fazer agora mesmo. – só então os olhos dele pararam sobre ela e uma pequena parcela de curiosidade apareceu em meio ao rosto cheio de nada que ele esboçava. – Como anda os machucados?

– Quais em especial? – todos deveriam admitir que ela se machucava mais do que o necessário.

– Os que eu causei. – moveu os ombros de forma mecânica. O movimento não dava naturalidade e nem tranquilidade para a pergunta.

– Não tenho ferimentos que você causou. – rebateu de forma simples e natural. – E espero que você não me cause ferimentos. – completou quase que em uma ameaça.

– Eu devo parecer patético! – um sorriso que mais pareceu uma careta surgiu em seu rosto, assim como o som da risada mais pareceu um som animalesco. – Precisando de palavras de pena, ficando me remoendo. Porra! –tentou fazer uma cara de impressionado, contudo Lucy conseguia ver a mais completa decepção ali.

– Ninguém pediu para que você fosse diferente. – Lucy franziu a testa um tanto incrédula e então se lembrou, ela havia pedido isso sim. Embora tenha sido com outra intenção. – Quero dizer, aquelas coisas que eu disse não tinham como objetivo te fazer se tornar um matador insensível. Mas não te fazer desistir de si mesmo pensando no quanto as pessoas te amavam. – se ajoelhou próxima a ele e segurou sua mão. – É um conselho complicado de se dar e ser entendido.

– Tem a natureza mais verdadeira que eu já vi, por isso é cruel. – pareceu pensativo por alguns instantes. – E eu achei realmente legal da sua parte dizer na minha cara isso. O problema é que fingir estar bem não parece me satisfazer, porque eu realmente queria que fosse verdade, mas... – fechou os olhos com força. – Droga, a Juvia esta morta! Não dá. Desculpa, mas não dá. – quase se curvou e então as lagrimas rolaram por seu rosto.

– Gray, Gray! – Lucy o chamou sem saber exatamente o que fazer. Como se consola alguém que sofre tanto? Tudo o que fez foi continuar a segurar a mão dele enquanto as suas lagrimas desciam acompanhando as do garoto.

– Diga que eu vou ficar por aqui. – a voz saiu irreconhecível e por pouco Lucy não conseguiu entender.

– Você quer companhia? – não sabia exatamente o que poderia fazer se ficasse ali, mas ficaria.

– Não! – falou rápido. – Não, eu quero ficar sozinho. – abaixou a cabeça o máximo possível.

– Tudo bem, já estou indo. – concordou se erguendo e saindo pouco a pouco do local. Sabia que Gray não deveria se sentir confortável por estar tão frágil na frente de quem quer que fosse, ele mal conseguia se aceitar como alguém que ainda sofria.

Em silencio saiu do caminhão e se encaminhou ate onde Erza e os demais estavam conversando. Ao que parecia a discussão já estava adiantada, já que a ruiva parecia ter falado a respeito de caminhos diferentes e tudo mais.

– Cadê o Gray? – Erza a encarou sem entender, era a única de pé e gesticulava sem parar.

– Ele não esta bem, achou melhor permanecer dentro do caminhão. – falou simplesmente e então abaixou a cabeça.

– E ele acha que alguém aqui esta feliz e bem? – Natsu franziu a testa ao máximo enquanto se erguia. – Vou buscar ele nem que seja arrastado. Isso aqui, não é a merda de uma brincadeira. – bufou.

– Não! – Lucy quase se jogou na frente dele. – Por favor, ele realmente precisa de um tempo. – explicou arregalando os olhos ao imaginar que seria realmente problemático, um Natsu parcialmente bravo e irritado se encontrando com um Gray tão frágil. – Por favor. – mordeu o lábio sentindo os olhos negros de Natsu se fincarem em seu rosto como armas poderosas e perigosas.

– A Lucy esta certa. – Erza falou, contudo a voz pareceu distante. Lucy se dividia entre o medo de que houvesse uma briga entre o rosado e Gray, e o mais completo tremor de garota apaixonada. Estava começando a se odiar por ter seus sentimentos por Natsu ainda tão vivos. – Acho que o Gray deve mesmo precisar de um tempo. – continuou a falar quando viu que o amigo pareceu ter a ignorando.

– Vocês que sabem, eu acho que não podemos mais passar a mão na cabeça de ninguém, isso pode ser perigoso para nós mesmos. – as palavras eram duras demais, ate mesmo para o garoto que geralmente era visto como extremista. Em seus olhos, Lucy conseguia ver que tinham uma mensagem a mais que servia apenas para ela, mas o coração acelerado não a deixou entender, e logo Natsu estava lhe dando as costas.

– Vamos decidir novamente sobre o local. – Erza tomou a frente assim que Natsu pareceu desistir de ir ate Gray. – Como eu disse, podemos pegar a revista e procurar uma rota alternativa.

– Vocês têm certeza que não conseguimos acabar com essas coisas que estão na rodovia? – Natsu ainda tinha um rosto serio e fechado, como raramente ficava. Lucy balançou a cabeça negativamente quando o pensamento sobre o quão belo ele ficava se apoderou dela.

– São muitos. – Sting quase engolia seco. – Serviríamos de comida no mínimo.

– Tenho que concordar com o tapado. - Gajeel fez um sinal negativo. – Nem se todos conseguíssemos matar bastante conseguiríamos passar. Não temos nem mesmo as armas necessárias e para passar o caminhão devemos limpar a área e então retirar tudo da frente.

– Completamente inviável. – Erza decidiu por si só.

– Quanto tempo iria demorar em que cheguemos se tomarmos outro caminho? – Natsu parecia preso em tentar imaginar o que poderia ocorrer se demorasse demais para chegar a sua casa.

– Só de volta cerca de meio dia. – foi Gajeel, o que dirigia, quem respondeu. – O resto depende da rota, se acharmos uma rota. O que vai ser bem complicado. – olhou na direção da ruiva.

– Se não conseguimos passar pela rodovia devemos, encontrar outro caminho, ficar nesta parte também não é opção e não tem ninguém para dar informações. Vamos ter que agir por nós mesmos. – decretou.

O silencio se apoderou de cada um. Lucy só conseguia pensar que nunca em sua vida esteve por si mesma, e não era referente ao fato de que estava sempre cercada por empregados e bajuladores que faziam tudo por ela. Mas também por desconhecidos que poderiam dar informações, policia, telefones e celulares para ligar e pedir ajuda, internet para olhar caminhos, os tão conhecidos computadores de bordo. Sozinha, realmente sozinha não tinha nada a fazer. Era uma pessoa extremamente dependente do mundo moderno, mundo esse, que parecia ter ruído quase completamente. E o mais assustador era que sabia que os demais, mesmo não sendo bilionários como ela, não eram tão diferentes quanto a dependência da tecnologia e das pessoas.

– Então acho que devemos pegar a revista e qualquer coisa como mapas. Quero dizer, o máximo de informações possível porque não temos nenhum outro meio de conseguir. – foi à loira mesma que quebrou o silencio.

– Eu com mapas. – Gajeel bufou sem muita paciência.

– Mas a Blondie sabe fazer isso. – Sting fez pouco caso.

– Não me chame de Blondie! – o rebateu de imediato.

– Hm, tanto faz. – olhou na direção do restante. – De todas as formas ela pode servir como a nossa cabeça e guardar essas informações. Sei que nisso a Blondie é boa.

– Não em chama de Blondie. – o encarou firme, contudo tudo o que o loiro fez, foi rir de forma despreocupada.

– Você acha que consegue descobri outra rota? – Erza ignorou a pequena discussão dos loiros, tinha coisas mais serias para resolver.

– Posso tentar ao máximo, se tiver eu garanto que acho. – tentou parecer o mais confiante possível.

– Então vamos mesmo voltar? – Natsu tratou de ter certeza, quando olhou na direção do caminhão Lucy pensou ter o visto ficar um pouco verde de enjoo.

– É ate melhor. Temos que encher novamente o tanque, esta quase acabando e não concordo em usar a gasolina reserva. – Gajeel tentou ser racional. – Devemos ter o máximo de gasolina possível agora que estamos perdidos.

– Não estamos perdidos. – Natsu falou rápido.

– Claro que estamos perdidos. – rebateu.

– Não mesmo, temos um plano a seguir. – o rosado cruzou os braços. – Temos um local para ir.

– Voltarmos onde sabemos mais ou menos a localização, isso é se perder. – Gajeel cerrou os olhos.

– Não importa, estamos então voltando, mas não perdidos.

– Isso não tem sentido e, qual o seu problema em estarmos perdidos?

– Homens não ficam perdidos.

– Esta andando demais com o Elfman, estamos perdidos e temos que ficar com mais gasolina.

– Podemos ficar com mais gasolina e não termos para onde ir, mas não estamos perdidos. – decretou.

– Então estamos o quê? – deu um passo na direção do amigo.

– E eu sei lá? Qualquer coisa menos perdidos. – virou o rosto quase emburrado.

Gajeel, quase completamente fora de si voltou a responder, contudo, Lucy não prestou atenção. Um sorriso pequeno e discreto brilhava em seus lábios, ela se lembrava das loucuras de Natsu quando era menor. Na forma em que ele foi o único que a fez rir quando ninguém mais fazia isso. Mesmo que longe, mesmo que sem saber. Ela ainda tentava entender, Natsu era o garoto que fazia ate a pessoa mais triste sorrir e salvava a sua vida ou era o garoto grosso e preconceituoso que a julgava como todos sempre fizeram?


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Bom, antes que perguntem, não, não vai existir nada entre a Lucy e o Gray (ate porque estou de mal dele, ele me lembrou um personagem que me deixou irritada de outro mangá U_U).
E eu achei que o Natsu pouco a pouco está amolecendo. Pouco a pouco, bem pouco, okay?

Ah, também não respondi todos dos últimos comentários, mas farei isso assim que possível, não se preocupem XD

Próximo poste (porque se não marcar demora MUITO) será no máximo ate o dia 27/03/2015. Mas pode ocorrer antes, é só um prazo máximo XD

Espero que gostem e que comentem. Muito obrigada desde já !!!



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