Cartas Para Quinn escrita por lovemyway


Capítulo 15
Capítulo 15 — Um Lugar No Seu Coração


Notas iniciais do capítulo

Hey gente!

Tão querendo minha cabeça numa bandeja de prata, né? Suponho que essa não seja uma boa hora pra más notícias... Como se não bastasse estar sem internet e sem criatividade (essa tá retornando aos poucos, amém), eu agora vou começar a trabalhar. Yay. Não me odeiem UHAUAHUAHUAH. Mas não se preocupem, não vou abandonar nenhuma história. Só provavelmente não vai mais rolar aquelas postagens como eram no começo, de duas em duas semanas (mas isso já não vinha acontecendo mesmo, então... auhauha).

MUITO OBRIGADA pelos reviews maravilhosos que vocês deixam. Pelo apoio, pelo carinho, por acompanharem a história. Significa muito para mim, de verdade! Então espero que super curtam esse capítulo :). Se puderem deixar comentários, eu agradeço ♥ vocês sabem que amo saber a opinião que vocês têm da história *-*

Sem mais enrolação, lá vai mais um cap.!

Boa leitura :D



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25 de abril de 2012






Querida Quinn,

As coisas têm andado meio agitadas desde que voltei de viagem (o que me faz querer voltar para Seattle e me esconder por lá até o fim do ano letivo, mas como não posso…). A escola tem sido incrivelmente estressante — e você está ouvindo isso de uma garota que aguentou quase quatro anos de inferno sem dizer nada a ninguém —, e mal tenho tido tempo sequer para respirar, o que provavelmente quer dizer alguma coisa (uma péssima, por sinal, porque ficar sem tempo para nada é péssimo).

Você sabe, nunca pensei que fosse dizer isso, mas as matérias escolares são, na verdade, a parte mais fácil de se lidar. O verdadeiro pesadelo (e fonte de estresse) são as pessoas. Mais especificamente, as pessoas que frequentam o clube do coral. Agora, não quero apontar culpados, mas já que o assunto surgiu e aqui estamos falando sobre isso (ou eu estou, já que, tecnicamente, você só está lendo o que estou escrevendo), então acho que não faz mal dizer que… EU QUERO MATAR SASHA MORGENSTERN! AQUELA FILHA DE VALENTIM! (Desculpe, não pude me controlar, eu sempre faço essa piadinha mentalmente… E caso você não tenha entendido, Valentim Morgenstern é um dos vilões de uma série de livros).

Tudo bem, tudo bem, não digo isso (matar, e tal) no sentido literal, até porque prefiro fazer sucesso na Broadway, e não no karaokê de uma prisão de segurança máxima, mas, você sabe, às vezes o impulso de esganá-la é tão grande que, quando percebo, estou com as mãos estendidas em sua direção. Isso pode ou mão ter acontecido algumas vezes (ok, talvez muitas) nos últimos dias. Não que alguém esteja fazendo a conta… Ah, bem, quem estou enganando? Kitty e Noah adoram quando isso acontece. Eles, inclusive, fizeram uma aposta com Mike, Marley, Jake e Ryder para ver quanto tempo consigo resistir aos meus impulsos. Eu brigaria com eles, se não achasse que essa aposta é a única coisa que os mantém sãos, e os impede de fazer a mesma coisa. E sendo bem franca, meio que me mantém sã, também. O que é bom, porque se eu não tiver algo no que me agarrar, provavelmente vou perder as estribeiras, e então, ALÔ PRISÃO DE SEGURANÇA MÁXIMA! Espero que você esteja disposta a ser minha amiga mesmo que eu me torne uma criminosa (risos).

Mas, falando sério, essa garota conseguiu acabar com a minha paciência — e temos que concordar que depois de tudo o que eu passei, o limite dela é imenso —, e a de todos os meus colegas, também. Até mesmo o senhor Schuester, que tolera todo mundo, deu um grito nela um dia desses. Quero dizer, é completamente insuportável e irritante. A garota critica absolutamente tudo. T U D O. Ela é tão afinada quanto a corda arrebentada de um violão, mas insiste em tentar nos ajudar a melhorar nossos vocais (quando ela mesma cantando soa como um gato sendo pisoteado). Ela teve a audácia de dizer para mim, PARA MIM!!!, que eu deveria treinar mais os meus agudos. Como se ela sequer soubesse o que é isso! E ela diz o tempo todo para Mike, Jake e Kitty que eles deveriam ter movimentos melhores de dança. O que é engraçado vindo dela, que quando dança fica parecendo uma barata depois de ter sido acertada com baygon. E não, não é exagero. Semana passada, Kurt perguntou a ela se ela tinha labirintite — e nos vinte minutos seguintes, todos nós tivemos que suportar uma palestra de como ela era tão injustiçada quando só estava tentando fazer o melhor pelo grupo (fala sério!!!).

Ok, talvez eu esteja sendo um pouquinho amarga, mas, pelo amor de Deus, isso já está passando dos limites. Ela só entrou no clube para ficar de olho no namorado — como se alguém aqui fosse se interessar pelo boneco de posto —, e provavelmente para ser uma espiã da treinadora das líderes de torcida, Sue Sylvester — cuja maior ambição de vida é ver o nosso clube fechar; vai entender —, ambos os motivos mais do que patéticos. Só a toleramos porque precisamos de doze pessoas para participar de competições, e ou seria ela ou Sugar Motta, a única pessoa na existência do clube do coral a não ser aceita (sim, ela é ruim a esse ponto).

Honestamente, eu sinto meio que pena do senhor Schue. A maioria de nós se forma esse ano. Ele vai ter um trabalhão para encontrar mais membros. Não digo nem membros talentosos, porque encontrar mais desses vai ser quase impossível. Talvez Tina consiga todos os solos ano que vem. Ou talvez os divida com Marley. As duas são ótimas. Não nível Rachel Berry, claro, mas, ainda assim, boas (risos).

Oh meu Deus, me desculpe, Quinn! Acabei de perceber que fiquei tagarelando sem parar sobre o clube do coral… Sinto muito mesmo! É só que é mais fácil para mim focar nisso do que na minha audição de NYADA que está chegando. É neste mês. Poucos dias depois de hoje. Estou simplesmente apavorada. Tenho medo de travar, de desafinar, de passar mal na hora que estiver cantando… Meu maior medo é, na verdade, não escolher a música certa. Pensei, inicialmente, em cantar “Don’t Rain On My Parade”, de Funny Girl — mas aí, eu pensei “Quantas pessoas já não fizeram isso?”. Quantas vezes ela não ouviu garotas exatamente como eu, com grandes sonhos e ambições, esgoelando-se para cantar sempre a mesma música, com sorte, mudando os arranjos? Eu quero fazer algo novo. Cantar algo que mais ninguém se atreveria a cantar. Mas o que seria? Uma música difícil? Uma muito emocional? As duas? Não faço ideia. E o dia está chegando, o que só me faz ficar ainda mais apavorada.

Nunca senti tanto medo do fracasso quanto sinto agora. Eu fico dizendo a mim mesma que não quero desapontar meus pais, não depois de tudo o que eles fizeram por mim, mas a grande realidade é que não quero desapontar a mim mesma. Acho que por isso o fracasso é tão assustador. Ele faz com que nos questionemos o tempo inteiro — por que não conseguimos? Por que não nos esforçamos o bastante? Por que não somos bons o suficiente? Será que alguma vez seremos? —, fazendo-nos acreditar que sempre vai existir alguém melhor. E isso não é verdade. Nós merecemos coisas, também. O verdadeiro problema, acredito eu, é que muitas vezes não nos esforçamos ao máximo com medo de falhar. E é engraçado, mas, geralmente, quando falhamos em alguma coisa, não é porque não somos bons o suficiente, ou porque não temos a habilidade necessária para determinada coisa. É porque nosso medo mascarou nossas habilidades. Porque ele levou o melhor de nós. Então nós falhamos. Não porque não somos bons, mas porque nós tememos não sermos.

Estou tentando muito não sentir medo, mas não acho que isso seja possível. Então quem sabe a melhor solução seja procurar alguma coisa, alguma âncora, para usá-la nos momentos em que o medo se tornar grande demais. Para fazer com que eu me sinta segura nesse momento de completa insegurança. Se você tiver alguma sugestão, estou mais do que interessada em ouvir (risos).

Espero que tudo dê certo. E quando eu digo isso, não me refiro só a mim. Espero que tudo dê certo, também, para as pessoas com as quais me importo. Para as pessoas que passei a compreender, e a respeitar, e a amar. Incluindo você. Furtiva, não é, senhorita Fabray? Esgueirando-se de fininho em minha vida, como não quer nada, e reivindicando para si um pedaço do meu coração. Quem diria...

Ei, você não me contou como está indo o seu livro!! Não me deixe no escuro, Q. Sou uma garota que prefere ter uma luz para se guiar. Dê-me minha luz (risos).

Como você não quer mais ouvir “obrigados”, vou deixar, então, o meu sorriso :)

Até a próxima, Rainha!

Da garota que não quer acabar em uma prisão de segurança máxima,

Rachel Berry.

P.S.: Estou enviando uma foto em anexo. Espero que seus superiores entreguem a você!

P.P.S.: Não sou bonita como você. Espero que não fique desapontada.



02 de maio de 2012






Querida Rachel,

Espero que a próxima carta que eu receba não seja do meu superior, dizendo-me que precisarei encontrar outra correspondente porque a minha foi mandada para uma prisão de segurança máxima. Isso seria realmente ruim. Mas não se preocupe — caso aconteça, eu posso passar a mandar cartas à você, sem intermédio de ninguém. Só nós duas. Bem, nós, e os agentes penitenciários (risos).

É realmente interessante, não é, como a coisa que mais nos atinge, que mais nos exaure, não é um trabalho puxado, ou a falta de tempo, ou o monte de coisas que temos que fazer. O que realmente nos destrói é a solidão; é quando não temos absolutamente ninguém ao nosso lado para tornar tudo isso mais suportável. Quando não temos aquela pessoa para nos fazer sorrir, com quem podemos dividir o peso e transformá-lo em algo tolerável. Em suma, nossa fonte de estresse são, geralmente, as pessoas. E pelo que você está me contando, essa sua colega é bem desagradável.

Sinto muito dizer, mas não tenho a mínima ideia de como lidar com alguém assim. Posso dizer como eu lidava com a situação: eu dava as costas e ia embora. Simples assim. Porque geralmente eram pessoas que eu não conhecia, ou não fazia questão de conhecer, ou não me importava com o que pensava ou poderia pensar sobre mim. Então eu só me mandava. Só que para você é diferente; você convive com essa garota todos os dias. Mesmo que você vá se formar em alguns meses, até lá, você vai precisar lidar com ela. E lidar com alguém estressado é uma coisa, mas lidar com alguém estressado e irritado é outra completamente diferente.

Lamento lhe dizer, senhorita Berry, mas acredito que você vai ter que engolir sua frustração, manter a calma, e baixar as mãos todas as vezes que as esticar involuntariamente para esganar sua (não tão) amiga. Sei que vai ser difícil — talvez até impossível —, só que é assim mesmo. As pessoas são complicadas. Todas elas, sem exceção. Então temos que aprender a lidar com isso; a lidar com elas, da melhor maneira possível. E isso exige muito tempo e paciência, virtudes que nem todas as pessoas têm. Mas, para nossa sorte, paciência é algo que não lhe falta. Não se preocupe. Mantenha suas mãos para si mesma, não toque em nenhum objeto que possa causar algum dano grave quando estiver perto dela, e vai tudo acabar bem (risos).

Então quer dizer que sua audição está chegando?? Espero que você receba minha carta antes que isso aconteça. Caso o faça... Querida Rachel, desejo-lhe toda a sorte do mundo. Não. Espere. Acho que o certo seria dizer "quebre a perna". Bem, por precaução, espero que você quebre as duas (risos). Ok. Isso soa terrível. Enfim. Você entendeu o que eu quis dizer. Mas se você só recebê-la depois... Espero que tudo tenha corrido bem. Você é boa. Bem, eu acho. Nunca a ouvi cantar, o que é péssimo. Gostaria de poder estar aí, assistindo-a fazer a performance da sua vida. Tenho certeza de que iria me surpreender. Com você, tudo é sempre uma surpresa.

Eu não saberia que música lhe indicar, porque não tenho ideia de como funciona essas coisas. Entretanto, se eu pudesse dizer alguma coisa, eu lhe diria: escolha com o coração. Não procure músicas difíceis só para mostrar que pode. Não entregue todo o seu potencial assim, de cara. Deixe os avaliadores querendo mais. Faça com que eles queiram te escutar novamente. Apresente-se como se fosse a última vez na vida que você pudesse cantar — com toda a emoção que você tem aí, guardada em seu peito. Não sei. Posso estar falando besteira, até porque não sou nenhuma especialista no assunto. Só sei que acho que mais importante que técnica, é perspectiva. É saber que aquela pessoa se entrega completamente ao que faz, mesmo não sendo exatamente a melhor (o que eu aposto que você é). Bem, você entende disso mais do que eu. Tudo o que posso dizer é que ouvir seus instintos. Eles geralmente estão certos.

Não tenha medo de fracassar, Rachel. Faz parte da vida. Errar. Acertar. Seguir em frente. O fracasso não é o fim do mundo (embora pareça). Portanto, se você conseguir pensar dessa forma, se você conseguir enxergá-lo apenas como uma nova chance, então ele não vai parecer tão assustador. Não vai dominar você. Digo por experiência própria. Tive muito medo de fracassar em vários momentos de minha vida — na maioria das vezes, entretanto, os sentimentos mais fortes eram dedicados ao meu irmão. Senti diversas vezes medo de ter fracassado com ele. De não ter sido uma irmã boa o suficiente; de não ter lhe dado suporte suficiente, carinho suficiente, atenção suficiente. Enfim. Uma vez que venci esse medo, eu pude ver que ele estava me impedindo de enxergar com clareza. Não deixe que isso aconteça com você. Não se deixe cegar pelo medo. Nunca. E se por um acaso você sentir que está se perdendo, que está deixando o dominar, eis um pequeno conselho:

Seja sua própria âncora.

Não dependa de ninguém para ter sucesso ou fracasso. Deixe que sua vida fique somente em suas mãos. As pessoas têm uma certa facilidade de machucar umas às outras; de não se importarem tanto quanto deveriam. Se você fizer delas sua âncora, pode se encontrar, um dia, perdida no mar. Melhor, então, que seja você mesma.

Huh... Desculpe? (risos). Nunca foi minha intenção roubar um lugar no seu coração, embora não possa negar que esteja feliz por tê-lo feito. Se sou furtiva, todavia, você também é. O sentimento é recíproco, senhorita Berry. Você também tem um lugar no meu. Talvez até maior do que você possa imaginar.

Que livro? (risos). Na verdade, preciso admitir que realmente comecei a escrever uma história. E eu digo uma história de verdade — bem, não de verdade, verdadeira, mas uma verdade ficcional. Ah. Droga. Acabei me enrolando com as palavras (risos). Enfim. Estava indo tudo muito bem. Para minha própria surpresa, as palavras têm fluído com facilidade. Ou tinham, ao menos. Sinto que alcancei um ponto em que não consigo decidir para onde ir. É que são tantas possibilidades, tantos caminhos... Fico meio perdida sobre qual escolher. Mas não se preocupe, Rach. Eu manterei você informada. Em primeiro. A não ser que Santana ponha suas mãos em minhas coisas; nesse caso, desculpe, ela será a primeira (não por opção, mas por intrometimento mesmo).

Espero que um dia eu possa ver seu sorriso pessoalmente :)

Até a próxima, Rach.

Da mulher que não entende muito de música, mas sabe uma coisa ou outra sobre a vida,

Quinn Fabray.

P.S.: Eu recebi sua foto.

P.P.S.: Meu Deus, Rachel.

P.P.P.S.: Você é simplesmente maravilhosa!


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Notas finais do capítulo

Foto que a Rachel enviou para a Quinn: http://images2.fanpop.com/image/articles/55000/rachel-berry_55089_top.jpg?cache=1273359222

Porque Rachel quer parecer bem na foto pra Rainha dela uahuahuahuahau

É isso, gente! Espero que tenham curtido!

Até o próximo :)