Cartas Para Quinn escrita por lovemyway


Capítulo 14
Capítulo 14 — Irmãos & Amizades


Notas iniciais do capítulo

Hey gente!

Desculpa a demora pra sair esse capítulo, mas como vocês sabem, eu tô sem internet. Resolvi aproveitar o wifi da faculdade pra atualizar; vou responder os reviews do cap. anterior, prometo, e também todos que forem deixados nesse por almas caridosas que tiram uns minutinhos do seu dia pra encher a caixinha lá embaixo de alegria para esta que vos fala ♥ uahauhauhua

Enfim. Esse é o último capítulo que eu tenho pronto da fanfic, realmente não sei se vai dar pra continuar de duas em duas semanas, por motivos de bloqueio criativo muito tenso, e falta de internet. Mas prometo que vou me esforçar ao máximo pra me dedicar às minhas duas fanfics.

Sem mais delongas, espero que curtam o capítulo!

Boa leitura :D



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13 de abril de 2012






Querida Quinn,



Minha intenção original sempre foi escrever esta carta logo após conhecer seu irmão, pois os detalhes ainda estariam “frescos” em minha mente, e eu poderia tagarelar livremente sobre todas as impressões que tive sobre ele, que foram muitas, diga-se de passagem. Mas, não se preocupe, todas foram nada menos que excelentes. Acontece que cheguei ontem no hotel completamente exausta, deitei-me na cama, e só acordei hoje de manhã (risos). Conhecer Sam foi maravilhoso — e extremamente cansativo.

Não tenho muita certeza do que estava esperando ao encontrá-lo. Sei como estava me sentindo (uma mistura de animação com ansiedade e nervosismo), mas, incrivelmente, não cheguei a pensar muito em como seria o encontro. Todas as vezes que me imaginei estando frente a frente com ele, foi em você que pensei. No que ele poderia me dizer sobre você. Se eu veria uma foto sua. Qual seria o seu sorvete favorito. Enfim. Acho que deu pra entender (risos). Apesar de estar conhecendo o seu irmão, minha maior curiosidade era, na verdade, descobrir um pouco mais sobre você. Acredito que, por conta disso, não pensei muito em como Sam seria. Talvez por isso tenha me surpreendido tanto.

Sabe, às vezes eu penso que pessoas são como livros. Ler um capítulo nunca é o suficiente. Você lê outro, e outro, e mais outro, sempre buscando compreender o personagem principal, entender suas motivações, identificar seus desejos, seus medos, sua personalidade. Você quer desvendar o que está escrito nas entrelinhas; o que poucos conseguem ver; o que poucos sequer tentam. Assim são as pessoas. Nós estamos sempre buscando nos conectar com elas. Buscar diferenças e similaridades. Conhecer a história. Ler o livro todo. E, se for um bom, então o mantemos por perto para ler novamente, porque uma história boa sempre merece ser relida. Uma pessoa boa — não no sentido de a pessoa sempre ter atitudes corretas, nem nada do tipo; boa para você, que te faz bem, feliz — é alguém a se manter por perto. Ou tão perto quanto pode estar.

O que estou querendo dizer é que, se pessoas fossem um livro, eu não largaria nunca o seu. Sempre leria com muita atenção, procurando por detalhes que deixei passar, tentando compreender sempre mais e mais. E o seu irmão também é uma dessas pessoas. Dessas que você quer conhecer inteiramente, e ter por perto em qualquer momento. Do tipo de pessoa que te dá motivos para sorrir, quando você só pensa nos que têm para chorar. Do tipo de ilumina seu dia, mesmo quando o céu está nublado. Você precisa me contar qual o segredo da sua família, Quinn. São todos assim, ou só vocês dois são desse jeito? Especiais? Únicos?

Acho que eu devo tê-la confundido um pouco. Tudo bem. Voltemos ao começo, então. Lá estava eu, entrando na sorveteria, sem ter a menor ideia do que esperar. E lá estava o seu irmão, sentando em uma mesa ao lado da janela, um sorriso estampado em seu rosto. Caminhei até ele e me sentei a sua frente. Foi… Estranho, eu acho. Samuel é um homem muito bonito. Olhos, cabelos, formato do rosto. Até mesmo o som da sua voz é agradável. No começo, a conversa foi um pouco estranha, intensa, mas depois que esse momento passou, nós nos “soltamos”.

Houve imitações. Muitas delas (risos). Você sabe, eu não achei ruim. Quero dizer, sejamos francas, o garoto não tem futuro no ramo de imitadores, mas, sabe, é uma brincadeira leve, inocente, que coloca um sorriso no rosto de qualquer um. Ele é engraçado, divertido, e com certeza fez jus à reputação de irmão mais novo, contando os mais variados tipos de histórias constrangedoras sobre sua infância (risos). Quando ele as contava, havia aquele olhar em seu rosto. Um sapeca, juvenil, como se ele estivesse fazendo alguma coisa errada e estivesse se divertindo com isso; acho que ele deve ter imaginado sua reação ao descobrir que ele estava me contando aquelas coisas (risos). Mas, veja bem, a questão é que eu fui lá para conhecer mais sobre Quinn Fabray — só que, à medida que Sam e eu conversávamos, percebi que também queria conhecer ele. Saber que tipo de música ele gosta. Quais são suas ambições para o futuro. Seus sonhos. Suas decepções. Seus desejos. Percebi que procurei nele um amigo, e para minha surpresa, encontrei. Encontrei um olhar amigável em seu rosto. Encontrei um convite à uma amizade em suas palavras, e um incentivo em suas atitudes.

Talvez, por isso, esse encontro, por mais maravilhoso e agradável que tenha sido, também tenha me deixado exausta. Emocionalmente, quero dizer. Tantas coisas mudaram desde que passamos a nos corresponder. Tantas coisas, Quinn. A lista de amigos que tinha antes se resumia praticamente aos meus pais, e veja ela agora, aumentando o tempo todo. A vida é mais fácil de ser vivida quando temos alguém para dividir os momentos, sejam eles bons ou ruins. Nunca tinha me dado conta disso. De quanto precisamos de outros seres humanos. Muitas vezes nos isolamos, e tentamos nos convencer de que estamos bem sozinhos, de que não precisamos de ninguém. Mas não é verdade. Talvez, lá no fundo, nós saibamos disso. E talvez tenhamos medo de admitir. Porque admitir que precisamos de outras pessoas é como admitir uma fraqueza — uma que todos temos, mas, ainda assim, uma fraqueza. E ninguém jamais gosta de dizer que tem uma. Tentamos ser fortes o tempo inteiro. Só que, às vezes, esquecemos que nossa maior força não está em nós mesmos, mas nas pessoas a quem confiamos nosso coração, nossa lealdade, nossa fé. Quem sabe seja por isso que amizades podem ser tão boas quanto ruins. Porque o tanto que podem nos fazer felizes, podem nos machucar. E quem é que gosta de ter seu coração partido?

Tudo bem, eu vou parando esse assunto por aqui, é muito drama para pouco espaço (risos). Mas espero que você saiba que estou sendo sincera. Em absolutamente tudo. Foi um imenso prazer conhecer Samuel Evans Fabray — a propósito, por que vocês usam sobrenomes diferentes? Achei curioso… —, e fico muito feliz em dizer que vejo uma grande amizade começando a se desenvolver. Só tenho a agradecer a você por isso. Mas me parece que, desde que nos conhecemos, agradecimentos é tudo o que devo a você.

Então, obrigada.

Obrigada por tudo o que você fez, e por tudo que possivelmente fará.

Você é uma mulher impressionante, Quinn Fabray. Nunca se esqueça disso.

Da garota que agora tem mais uma data de aniversário para se lembrar,

Rachel Berry.



P.S.: Seu sorvete favorito é o mesmo que o meu!!

P.P.S.: Meu pai também amou conhecer Sam.

P.P.P.S.: Não vejo a hora de um dia poder te conhecer.

P.P.P.P.S.: O Sam me mostrou uma foto recente sua. Meu Deus, Quinn. Você é simplesmente a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida. Sem exageros. E se você é linda por foto, nem consigo imaginar como deve ser vê-la pessoalmente. Provavelmente é uma visão de tirar o fôlego (risos).

P.P.P.P.P.S.: Até mais, rainha.






19 de abril de 2012






Querida Rachel,



Eu lembro de um dia que meu pai me levou à livraria. Sam nunca foi muito fã de leitura — desde pequeno, ele já tinha esse amor por instrumentos musicais. Então, sempre que saíamos para ir ao shopping juntos, era quase uma obrigação papai levá-lo até a alguma loja de instrumentos. Acho que pode se dizer que era algo que eles tinham em comum, já que meu pai costumava tocar em uma banda quando tinha a idade do meu irmão. Era uma banda péssima, que nunca fez um show sequer na vida, e acabou mais vezes do que você poderia contar. Mas, ainda assim, ela existiu, e foi importante o suficiente para aumentar mais o seu amor pela música. O que meio que passou para o meu irmão, eu acho.

Pessoalmente, eu sempre gostei mais da leitura. Não que não aprecie músicas, nem nada do tipo. Na verdade, sei tocar um pouco de violão — Sam tentou me ensinar quando eu tinha uns dezesseis anos —, e toco uma música ou outra no teclado, e é tudo. Ler foi sempre a minha “coisa”. Não sei como dizer isso, exatamente. Só que era algo que me fazia feliz. Eu gostava de ficar horas na livraria, procurando alguma coisa para comprar, lendo de tudo um pouco, imaginando sempre meus próprios personagens vivendo aventuras extraordinárias.

Nesse dia em particular, lembro que Sam estava com catapora, então não pode ir ao shopping comigo e papai. Ele me levou à livraria, sentou-se em uma poltrona, e permitiu que eu fizesse minha exploração. Devo ter passado uma hora lá, e ao final, não consegui encontrar nenhum livro que me agradasse. Eu era nova e pequena, mas exigente. Sempre gostei de livros que fizessem minha imaginação voar — que me fizessem ir aos mais diversos lugares, e experimentar variadas sensações. Enfim. Fui até meu pai, decepcionada por não encontrar nada, e ele olhou para mim, sorrindo, e disse:

“Os melhores livros são aqueles que nós mesmos escrevemos”.

Eu só tinha oito anos na época, e entendi isso da forma mais literal possível — os melhores livros são aqueles que nós mesmos escrevemos. Com os personagens que criamos. As histórias que inventamos. O mundo que fazemos surgir. Foi nessa época que nasceu o meu desejo de ser escritora. Mas, quando fiquei mais velha, percebi que não havia entendido realmente o que ele estava tentando me dizer. Não era a esse tipo de livro (ou de história) a que ele estava se referindo.

Ele estava dizendo sobre a vida. Sobre nós mesmos. Sobre nossas escolhas, e como convivemos com elas. Claro que, com oito anos, eu nunca poderia ter compreendido isso. Só que agora eu tenho vinte e um, e talvez compreenda um pouco mais do que gostaria.

O que estou tentando dizer é que entendi seu ponto. Entendi o que você quis dizer ao mencionar que pessoas são como livros porque, se pensarmos sobre isso, nós somos, mesmo. Não só nós mesmos, como nossas vidas. Repletas de ação, aventura, tristezas, alegrias. Então chega o dia em que o livro ganha um ponto final, e é engraçado, porque as pessoas só pensam sobre o ponto final. Elas não pensam em toda a história que veio antes dele (por mais curta ou difícil que tenha sido). Até mesmo as histórias ruins valem a pena ser lidas, porque servem de aprendizado. Nenhuma vida nunca é em vão. Nós estamos aqui por um motivo. Só precisamos encontrá-lo.

Às vezes, eu penso sobre o ponto final dos meus pais. Em como tudo acabou de forma tão repentina, abrupta, e todos choraram suas mortes e lamentaram a tragédia. Até hoje, se reencontro seus velhos amigos, eles me dizem “É uma pena. Um casal tão cheio de vida, com tanta coisa pela frente… Uma tragédia pode acabar com tudo… É uma pena…”. Mas, você sabe, a tragédia não acaba com tudo. Ela por vezes dá um fim a vida, mas a vida não é a única coisa que temos. Nós deixamos coisas para trás. Impressões. Memórias. Sorrisos e lágrimas. Deixamos nossa marca. Por que uma tragédia deveria apagar essas marcas? Por que as pessoas pensam tanto em como alguém morre, e raramente em como a pessoa viveu? É triste, sim. Mas não seria mais triste nunca ter tido a oportunidade de viver?Meus pais tiveram uma vida curta, é verdade. E eles se conheceram. E se casaram. E tiveram dois filhos. E foram felizes. Acho que o que estou tentando dizer é que, talvez, as vírgulas e os pontos parágrafos sejam os mais importantes. O problema é que não damos o valor devido a eles. Não reconhecemos como cada novo dia é uma nova chance de se reinventar. De começar de novo. De tentar.

O que estou querendo dizer com tudo isso é que, você sabe, nós duas temos muitos pontos e vírgulas pela frente. Conhecer você, inclusive, acrescentou alguns às páginas da minha história. E me deixa muito feliz em saber que me conhecer enriqueceu suas folhas com mais palavras, mais nomes, mais momentos a serem contados. Espero que Sam possa ser incluído nas futuras páginas, também. Na verdade, acredito que vá. Ele é um bom garoto. Soube, desde o começo, que vocês iriam se dar bem. Acho que ele é do tipo de pessoa que você precisa em sua vida — alguém assim, que sempre está com um sorriso no rosto. E também acho que ele precise de alguém como você — uma garota persistente, que segue em frente apesar das dificuldades.

Só espero que, a partir de agora, ele não tente roubar você de mim (risos). Ele talvez precise de alguém como você em sua vida, mas eu preciso muito mais. Você nem ao menos sabe o quanto me mudou. Mas Sam percebe isso, e a insuportável da Santana também. Talvez quem deva agradecer sou eu. Ou talvez devamos parar de agradecer, e sorrir uma para outra (com um emoticon, porque, você sabe, não estamos nos vendo), e quem sabe um sorriso não seja o suficiente. :)

Ah… Em relação ao sobrenome. Não é nada demais. Queríamos homenagear nossos pai e nossa mãe, não deixar o nome deles “desaparecer”, na falta de palavra melhor. Sam sempre foi mais próximo do nosso pai, e eu sempre fui mais próxima da nossa mãe. Então resolvemos que ele ficaria com o nome da mamãe, e eu, com o do papai. Para nos sentirmos mais próximos a eles, de certa forma. Sei que não faz muito sentido. Mas funciona, eu acho.

Você também é surpreendente, Rachel. Não se esqueça disso.

Até a próxima, então! :)

Da mulher que está constantemente escrevendo seu próprio livro,

Quinn Fabray.



P.S.: Menta com chocolate! Yay!! :D

P.P.S.: Fico feliz em saber!!

P.P.P.S.: Eu também, Rach. Eu também.

P.P.P.P.S: Assim você me deixa sem graça. Não sou tudo isso. A foto me favoreceu, é só. A propósito, você está me devendo uma ;)

P.P.P.P.P.S.: Até mais, Rach.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido!!

Até o próximo :D



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