Dead Zone. escrita por Ny Bez


Capítulo 14
Losing My Religion.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!! Como eu estou muito feliz com o reconhecimento que vcs estão dando a fic, resolvi postar o cap de quarta na madruga de terça/quarta! Ebaa!
E o cap de hoje é dedicado a CherryBella que fez aniversário dia 02! (Estou certa?)
Cherry, tudo de bom para vc, só posso desejar coisas boas. É um imenso prazer compartilhar algo de tamanha importância! Obrigada por acompanhar a Dead Zone!! Então a galera toda da D.Z está, junto a mim, te parabenizando (atrasado, mas acho que vale)! Um grande abraço, querida!
E tbm vou dedicar a Laura Casedi que está me incentivando a continuar essa bagaça aqui todos os dias! E a minha mais nova e querida leitora Roberta Oda Uchiha!! Dedico a vcs o de hoje Ladies!
ATUALIZANDO...



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Era manhã, ouço o som dos pássaros, e por um momento relaxo. Por um momento eu estava tranquila, mas logo a dor no pé me trás de volta a realidade. Olho para o lado, e não a vejo.

–Ladra! Já deve estar longe com a moto. – Pensei alto.

– Eu vou ignorar seu comentário. – Ela fala emburrada trazendo uma bandeja com café, ovos mexidos, e alguns biscoitos, que provavelmente ela pegou de minha mochila.

– Nossa... Pensei que tinha fugido. – Falei sem graça.

– Porque eu fugiria? – Ela me olha intrigada.

– Ué? Você é uma ladra, e está presa aqui há um bom tempo...

– E acha que sou burra o suficiente de sair por ai sozinha? Eu vi o que eles são capazes de fazer quando estão em grande número. Melhor ficar aqui dentro da delegacia. – Mais uma vez vomita o óbvio em mim.

– Verdade... – Concordei desconfortável. - Mas onde você achou café e ovos?

– Ué? Até uma delegacia tem uma copa, sabia? – Mais uma vez ela despeja o óbvio. Me faz sentir tão pateta quando faz isso. – Fiz pra gente, não é muito, mas dá pra enganar o estomago por enquanto.

– Não estou acostumada com café na cama, ou mesmo alguma regalia... – Disse divertida.

– Não acostuma não, é só uma forma de agradecimento por ter me soltado. – Ela diz sem graça.

– Obrigada... – Agradeço sincera.

– Por nada. – Ela começa a comer. E eu a acompanho.

Notei que eu estava descalça, e que meu pé estava enfaixado em uma atadura nova, numa tentativa de imobilizá-lo. Notei também que meus cortes e arranhões estavam com curativos.

– Você fez isso?

– Não... Foi um Nhoc que entrou aqui, sentiu pena de você e fez alguns curativos. – Debochou. Eu fecho a cara. Ela ri. – Claro que fui eu, quem mais seria? Sem falar que você teve febre o resto da noite toda, até fiz compressa com água fria pra ver se baixava. Você também parecia ter pesadelos. Até tentei te acordar, mas você se dopou ontem com aquele tanto de remédio que tomou.

– Eu estava com muita dor... Acho que meu pé está quebrado.

– Eu acho que só torceu. Eu sou uma ladra, como você faz questão de repetir isso. – Me alfinetou. - Vivo pulando muros escapando da policia, já torci o tornozelo um milhão de vezes... Sei identificar uma lesão. – Eu sorrio. – Mas me fala, de onde você veio? Está em algum abrigo? Ou algo do tipo?

– Estou... – Eu ainda não confiava inteiramente nela, mas ela me ajudou muito, então devo falar da minha casa. – Estou na minha casa. Fica há uma hora daqui, mais ou menos... Mas como está tudo um caos, fica difícil a locomoção, e a viagem se demora bem mais que o previsto.

– Entendo. Mas lá é seguro? E porque raios você está aqui fora? – Ela me olhava curiosa.

– Estou indo ao hospital. Tenho que pegar alguns medicamentos e equipamentos.

– No hospital? Mas lá deve ta cheio dessas coisas...

– Eu sei... Mas tenho que ir. Do contrário, o pai do meu amigo irá morrer. Ele precisa desses remédios.

– Você é maluca. Como você se arrisca assim? Você poderia ter morrido ontem.

– Eu sei... Mas eu tinha que tentar. – Falei triste.

– Nossa... Que melancolia! Já vi que tem chifre no meio. – Ela ri. Eu a encaro semicerrando os olhos. – Sério... Pra você querer se arriscar assim, é porque deve achar que não tem mais nada a perder... É ela ou ele?

– Ela... – Parecia que ela estava me lendo.

– Sabia! Isso é coisa de sapatão que foi trocada. Você não pode simplesmente arriscar sua vida assim, só porque não está mais comendo uma buceta. Afinal, existem tantas outras bucetas para se comer! Você é idiota, sabia? – Ela ri debochada.

– E você é uma ridícula! – Disse irritada.

– Que linda, bravinha! – Ela me mostra a língua. Ela era tão descontraída e descomplicada, que eu acabei relaxando os ombros e me permiti rir da minha desgraça junto dela.

– Melhor a gente se apressar, - Falo ao terminar de comer. – Quero chegar em casa ainda hoje.

– Ué? Já confia em mim a ponto de me levar pra casa? Ou você está com más intenções, as de me levar pra cama, ou boas, no caso, já que eu não transo tem um bom tempo.

– Uou! Melhor acalmar a periquita mulher. – Ela ri descontrolada.

– Tudo bem, já vi que você é uma daquelas Nerds, eternas virjonas, que só querem dar para a princesa encantada. – Fala zombando de mim.

– Ah, cala a boca! Você acha demais. Melhor irmos logo. – Ela assente.

Calcei as minhas botas, com um pouco de dificuldade, mas eu ainda estava sob efeito dos remédios que ingeri mais cedo, então a dor era... Suportável. Ela se apronta também. Aproveitamos que estávamos numa delegacia, e enchemos uma mochila que achamos em um armário de armas e munição. Tratei de recarregar meus pentes e enfiei nos bolsos de minha jaqueta. Ela pegou uma metralhadora, a carregou e colocou nas costas com a ajuda da bandoleira. Colocou alguns pentes no bolso de sua jaqueta também. Suas adagas em fácil alcance, duas pistolas no coldre que ela colocou em seus ombros, por debaixo da jaqueta.

– Tudo pronto? – Perguntei a ela.

– Acho que sim... – Dava pra ver que estava assustada.

– Sabe pilotar moto? – Perguntei erguendo a chave e jogando pra ela.

– Claro que sei! – Ela sorri. – Sou piloto de fuga, gata! – Pisca pra mim.

– Ótimo! Pois você guia e eu atiro! Combinado? – Sorri confiante. Ela assente.

Era estranho estar ao lado dela, algo nela me deixava com um pé atrás, na verdade, com os dois pés atrás. Mas ela tinha se mostrado de confiança, e que estava ao meu lado, o que, por um lado racional, estar ao meu lado era o conveniente, afinal ela esteve o tempo todo presa ali dentro, e o pouco que viu foram os zumbis comendo os policiais que ainda prestavam serviço, possivelmente acreditando que em algum momento as coisas iriam mudar. Chega até a ser ingenuidade ter esse pensamento. Depois de tudo o que eu já vi, não acredito mais que as coisas irão melhorar... A tendência é perder, e ir perdendo... Mas não vou ser negativa agora.

– Vamos! – Ela me apressava.

– Fácil falar, não é você que está mancando... – Ironizei.

Ela sobe na moto. Alguns mordedores se aproximam, e eu já os golpeio com o forte corte da lamina de minha Katana. Ela saca uma pistola, e acerta um que está logo atrás de mim, pronto para me morder. Ela não o acerta na cabeça, mas o tiro a atrasou, e eu consigo derrubá-lo com uma rasteira, o que foi um desastre, pois ele acaba caindo por cima de mim, e quando ele percebe que está sobre a sua refeição, logo se põe a tentar me morder. Eu o tento empurrá-lo, mas ele é muito mais forte, e eu ainda estava grogue, então eu fecho os olhos vencida, esperando pela mordida, que não chega, quando sinto seu corpo desfalecer por cima do meu, imóvel. Olho para cima, e ela retira a lamina de sua adaga snake da cabeça do mordedor. E limpa o sangue do mesmo na camisa já suja do morto-vivo, agora morto-morto.

– Essa foi por pouco, gata. – Ela tenta disfarçar o nervosismo.

– Bianca Leão. – Me apresento.

– Alexis... Só Alexis. Mas pode me chamar de Alex. – Assenti.

– Vamos logo, antes que chegue mais deles. – Agora ela é quem assente.

Subimos as duas na moto. Ela pilotando, e eu atrás, com minha Glock em punho, e a mão que estava livre, me seguro em sua cintura. Ela acelera, e eu quase caio, mas a abraço apertado para não cair. – Delícia de aperto! Se segura gata, porque em poucos minutos chegaremos a esse hospital! – Ela acelera mais a Hornet.

As ruas estavam mesmo de difícil acesso, mas era impressionante como ela passava por entre os carros abandonados e mordedores, habilmente, e sem mostrar preocupação. Ela era mesmo um piloto de fuga.

Em pouco tempo chegamos ao hospital. Procuramos o melhor jeito de entrar, e como o previsto, havia vários mordedores pelo local. Vagando perdidos, a procura do ronco do motor da moto, mas a grade do hospital impedia eles de chegarem até a gente.

– E agora Leãozinho? – Eu a olhei com estranheza. Como assim ela me chamou de “Leãozinho”? – Como vamos entrar?

– Leãozinho? – Faço cara de brava. Ela levanta as mãos em rendição, e faz um pedido de desculpas inaudível. – Bom... Vamos dar a volta, a pé, pois o ronco do motor vai atraí-los. – Ela assente. – E vamos ver onde tem menos dele, onde dê para passar. – O efeito grogue estava passando, e a dor voltando, mas eu evitaria pensar naquilo, até porque a dor me colocaria em alerta... Ou não. – Aconteça o que acontecer, fique perto de mim, ok?

– Claro, até porque se eu te deixar sozinha, esses Nhoc’s te pegam. – Ela ri de mim. E um... “Nhoc” a assusta se batendo contra a grade. Agora eu que estava rindo dela. – Ridícula. – Ela fala semicerrando os olhos. Eu sorrio vitoriosa.

Demos a volta, e os portões era onde se concentrava a maior parte deles. Então parei em frente a um ponto neutro. - Não tem outro jeito, vamos ter que escalar. – Eu disse já pensando na dor do impacto.

– Calma, eu vou primeiro. E te seguro quando você pular, pois o impacto ao chegar ao chão pode piorar a situação do seu tornozelo. – Ela disse atenciosa, me surpreendendo. Eu assenti, e agradeci com um sorriso sincero.

Ela pula primeiro, e eu fico em alerta para ver se algum se aproximava, mas ainda não tinham notado a gente. Escalei, e na hora de pular, ela me ajuda, me segurando. Mas ela não aguenta meu peso, e eu acabo caindo por cima dela.

– Alexis, tudo bem? - Perguntei preocupada. Ela ri.

– Somos uma dupla desastrosa! Que horror! – Eu rio junto. – Dá pra sair de cima, Bianca? Essa aproximação e adrenalina está mexendo com os países baixos, se é que me entede... – Ela sorri maliciosa.

– Credo! Como você consegue pensar nisso uma hora dessa? – Falo me levantando rapidamente.

– Ué? Já to há um tempo presa ali naquela delegacia, e você cai com esses peitos na minha cara, quer o que? Não sou de ferro poxa! – Ela fala em um tom sério. Eu enrubesço.

– Tudo bem... Ah... – Pigarreio. – Melhor continuarmos. – Ela assente.

Ela era muito hábil com suas adagas, os poucos que tiveram o azar de cruzar o seu caminho foram abatidos com facilidade, assim como os que se aproximaram de mim, onde eu os abatia com a minha Katana.

Andamos através das alas, eu estive naquele hospital umas duas vezes, não sabia por onde começar a procurar. Para mim, andávamos em círculos. Ela achou uma placa, onde tinha a planta do hospital. Eu quebro a placa de vidro e arranco o papel da planta, eu o usaria como mapa. A farmácia ficava a duas alas depois de onde estávamos, e perto tinha uma saída, que dava até o estacionamento das ambulâncias, mas teríamos que passar pela maternidade.

– Ér... Leãozinho? Ta tudo bem com o seu pé? Acha que dá pra correr? – Ela pergunta enquanto estou distraída com o “mapa” do hospital.

– Não sei, ta voltando a doer, mas acho que dá pra correr sim, porque? – Perguntei tirando os olhos do papel e encarando ela, que estava com uma expressão aterrorizada. Olho para onde seus olhos estavam direcionados e lá estavam vários mordedores, atrás de mim, já vindo em nossa direção. Pude jurar que alguns tentavam correr. Outros andavam mais rápido do que o normal. O olhei de volta, com a mesma expressão de terror nos olhos. – Corre! – Foi o que consegui dizer.

Corremos seguindo o corredor, alguns zumbis apareciam das portas, mas conseguíamos desviar deles. Meu pé começa a latejar de novo. A dor aumentava a cada impacto de meu pé no chão tocando o chão pegando impulso. Ela jogava coisas ao chão, cadeiras, cabides de soro, para tentar atrasá-los, eu puxava macas, deixando elas atravessadas no caminho.

– Bia, a farmácia! – Ela tenta abrir a porta, enquanto eu saco a Glock e atiro nos que estavam mais perto, mas a porta estava trancada por dentro. – Droga, ta trancada, Bia! – Ela pega a metralhadora e atira para todos os lados.

– Fudeu! – Continuei atirando. – Tenta arrombar! – Ela para de atirar e começou a chutar a porta. Então ouvimos barulho dentro da sala.

– Bia, acho que tem deles lá dentro também! – Ela diz apavorada. Então a porta se abre, e uma mão a puxa para dentro.

– Droga! Alexis!!! – Eu não sabia se continuava atirando, ou se corria para dentro para socorrê-la. Decidi ajudá-la.

Entro dentro da sala, e a porta se fecha por trás de mim, e ouço o barulho da chave trancando-a. Uma mulher, que aparentava ter uns 24 anos, loira, olhos verdes, do meu tamanho, e aparentemente frágil e assustava. Usava um jaleco, onde tinha Bárbara Brito.

– Você ta viva? – Alexis perguntava perplexa olhando para a loira a sua frente. - Como?

– Eu me escondi aqui... Ficamos assim tem alguns dias. Eu e mais uma equipe ficamos para ajudar os feridos, e doentes que estavam internados. Mas ai, os feridos foram morrendo, e se transformando... – Ela explicava como. – Ai rapidamente a infecção se espalhou. Estou aqui dentro tem três dias. Eu já estava pensando que eu morreria aqui, que ninguém viria me salvar... - Alexis e eu nos entreolhamos confusas. – Vocês vieram me salvar, não é?

– Na verdade... Não. – Eu disse. – Eu vim com o propósito de buscar esses medicamentos. – Entreguei a lista pra ela. – Você é médica?

– Sou sim. – Ela respondeu enquanto lia, e ia pegar os medicamentos da lista, os colocando em cima de uma mesa.

– Qual sua especialidade? – Continuei fazendo perguntas.

– Bom, sou clinico geral, mas sou cardiologista, e atuo como ginecologista também.

– Perfeito! – Eu exclamei. Alexis analisa a doutora. – Hoje é o seu dia de sorte.

– Porque? – Ela pergunta confusa.

– Porque eu vou te tirar daqui. Mas você tem que me ajudar... – Ela me escuta atentamente. – Estou em uma casa, a minha, onde tem um grupo de pessoas, umas sessenta pessoas. Entre elas, crianças, adolescentes e idosos. Sendo que um está bem debilitado, e precisa desses remédios, por isso estou aqui. – Ela assente. – Tem também uma mulher grávida, e ela vai precisar de assistência médica. – Ela volta para a prateleira de remédios e pega algumas vitaminas pré-natais, e alguns outros tipos de remédios.

– Vamos precisar de algumas coisas da maternidade. – Ela disse.

– O que Doutora?

– Um kit cirúrgico, caso precise fazer cesariana... Nunca se sabe. – Concordei. – Essa outra porta vai dar no corredor da maternidade. – Assenti.

A porta atrás da gente tremia, os mordedores estavam querendo forçar a entrada. Ela coloca os remédios em uma bolsa, a enche na verdade. Provavelmente teríamos remédios para um ano todo.

Alexis ia atrás, a doutora no meio, e eu na linha de frente, como sempre. Já com a katana em punho, e Alexis com as suas duas adagas dessa vez. Ela me dá o sinal, e eu abro a porta devagar. Alguns já se posicionavam em frente a porta, e eu fui tratando de abatê-los. Andávamos devagar, algumas portas abertas, e dentro delas, mordedores distraídos, talvez procurando pelo som dos tiros, os quais devem ter ecoado por todo o hospital. Caminhos mais alguns minutos até chegarmos na sala de parto, e pegamos algumas coisas que Bárbara julgou necessário, e colocamos na bolsa. Estávamos passando em frente o berçário, e foi a cena mais forte que eu já tinha visto até ali. Bárbara esconde o rosto em Alexis, que me olha com os olhos marejados. Algumas incubadoras cheias de sangue, e alguns pedaços de um pequeno corpo... Bebês transformados dentro das incubadoras abertas. Eu devolvo o mesmo olhar a Alexis, eu estava arrasada. Uma sensação de desespero me consome, e lágrimas inquietas teimam em cair, fazendo a minha vista ficar embaçada. Tinha uma enfermeira transformada mexendo em uma das incubadoras, e então eu escutei um choro fraco...

– Me dê cobertura. – Falei a Alexis enquanto enxugava as lágrimas. Ela assentiu, e armou-se com a metralhadora.

Entrei no berçário, e aqueles gemidos dos bebês me deixavam fortemente abalada. Eles procurando por algo para comer, tentando identificar de onde vinham os sons... Logo a enfermeira, a qual provavelmente deu esse triste destino a aquelas criaturas inocentes, me notou, e veio para cima de mim. Eu estava com tanta raiva, que a soquei com força, quebrando seu maxilar, o qual já estava apodrecendo. Logo enfiei a ponta de minha espada em sua cabeça, ela cai no chão imóvel.

Bárbara e Alexis entram na sala, Bárbara com o bisturi para acabar com o sofrimento daqueles inocentes, com todo o cuidado possível, a cada um que ela finalizava, a fim de acabar com aquela angustia, ela chorava, e eu pude ver suas pernas fraquejarem. Então, eu mesma peguei o bisturi, e terminei... Mas havia uma incubadora fechada, a qual a enfermeira zumbi tentava abrir inutilmente. Lá havia um bebê... E...

– Ele ta vivo! – Exclamei! Alexis e Bárbara sorriem esperançosas.

– Me deixa ver. – Bárbara foi até ele, e abre à incubadora. – Está vivo sim, mas está fraquinho... Ali tem um banco de leite. Ela aponta, e Alexis vai buscar.

– Ainda ta valendo? - Perguntei. Ela olha a data do “depósito”, e checa para ver se não tinha estragado.

– Parece que sim. Eu vou tentar dar pra... – Ela olha o sexo do bebê. – Ela. É uma menina. – Eu fico sorrindo que nem boba, sempre quis ter uma filha.

– Você acha que consegue salvar ela Bárbara? – Alexis pergunta aflita.

– Sim... Mas precisamos de uma ambulância, lá terá muitas das ferramentas que eu irei precisar, como a de reanimação, se caso precise. E material para colocá-la no soro. – Assenti.

– Então vamos roubar essa bendita ambulância. – Falei decidida. Alexis sorri pra mim.

Tiramos o bebê dali, e nos direcionamos ao estacionamento. Haviam alguns deles, mas eram lerdos e não nos perceberam. As ambulâncias estavam trancadas, e se forçássemos a entrada, iria disparar o alarme, mas avistei uma com a porta aberta.

Fomos até ela. Procurei pela chave, mas não encontrei. Olho para Alexis, na esperança dela saber fazer ligação direta, pois eu nunca me permiti aprender, para mim era errado. Era violar o carro, e como eu sempre tive paixão por carros, eu os respeitava, e não os mutilaria para fazer uma ligação indevida.

Bárbara entra na ambulância, e já coloca a pequena na maca, e já se prepara para colocá-la no soro. Alexis já se preparava para fazer a ligação direta, quando um zumbi apareceu. Ele era enorme, e forte. E ele, pelo visto, era o motorista daquela unidade.

Ele me puxa pelos cabelos. Alexis tenta mirar com sua pistola, mas teve medo de me acertar. – Bia, eu não consigo mirar nele. Me desculpa! – Ela estava apavorada.

Eu evitava as mordidas, e consegui me soltar dando uma volta no braço dele, o quebrando. Mesmo assim ele continuou vindo para mim. Eu estava sem a minha katana, pois tinha jogado no banco da ambulância, ele ainda me seguindo, e eu corri dali. Afastando ele das garotas. Subi em cima de outra unidade, e ele tentava me pegar. No teto haviam fios soltos, então tive a ideia de amarrá-lo. Eu o atrai até um ponto estratégico e envolvi o seu pescoço com o fio. Onde o prendeu ali mesmo, era como se fosse uma coleira a qual se partiria logo. Alexis me joga uma de suas adagas, e eu finco no crânio do monstro ali na minha frente. Noto a chave presa ao cós da calça do cadáver, e tento a sorte. A levo até a ambulância, que liga.

Alexis passa para o outro banco, e eu arranco dali. Ela liga o som, onde tinha um Cd Mp3 dentro, e começou a tocar Losing My Religion, R.E.M.

Eu sigo em direção a minha casa com aquela forte cena do berçário na cabeça. E as demais caladas, provavelmente também sentindo a mesma dor que eu. Dor maior do que meu pé fudido. E as palavras do refrão daquela música entravam dilacerando meu coração, eu realmente tinha perdido qualquer crença em um ser maior naquele momento.

“Oh, Life is bigger
It's bigger than you
And you are not me
The lengths that I will go to
The distance in your eyes
Oh no I've said too much
I set it up

That's me in the corner
That's me in the spotlight
Losing my religion...”


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, acho que foi meio pesado e tals... Mas acho que seria inevitável, não é? Seria mesmo complicado pra eles... E isso arrasou a Bia... Será que ela vai aguentar mais coisas do tipo? To com pena da Bia gente.. =/
Música do dia:
http://www.youtube.com/watch?v=xwtdhWltSIg

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