Falling For You escrita por Gii, CarolBeluzzo


Capítulo 31
Thankless


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Tudo bem com vocês? Eu vim aqui para deixar o capitulo de hoje e agradecer imensamente pelo carinho que vocês tem nos dado nesses ultimos dias. Vocês foram uns anjos conosco nos reviews e eu acho que nunca vi minhas att tão movimentadas. Nós duas agradecemos de coração pelo carinho.
Aos fantasminhas, eu estou vendo vocês acessando todos os dias os capitulos, viu? Não adianta se esconder, eu posso ve-los! ehehehe
Boa leitura!



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Capitulo 30 — Thankless

Helena entrou cautelosamente pela cozinha, dando passos incertos pela casa. Ela havia vindo ali apenas algumas vezes e não tinha certeza se podia apenas ir entrando, mesmo que Seth sempre enfatizasse que aquela era a casa de todos.

Ela deu a volta na mesa, parando no caminho quando repensou se ela estava certa. Quer dizer, ela mal falara com Emily depois dos ocasionais encontros. Talvez também, não houvesse ninguém em casa e ela estava sendo invasiva demais. Ela suspirou, incerta. Talvez ela nem devesse ter vindo.

— Helena? — perguntou a voz atrás dela e Lena se virou rapidamente. Emily estava com um vestido, de uma cor meio bege que deixava ela realmente bonita.

— Ah, oi, Emily.

A índia correu para a abraça-la, sorrindo quando a anja pareceu sem graça

— O que está fazendo por aqui? Faz tempo desde a última vez que te vi.

— Eu vim fazer só uma visita passageira — a anja coçou a cabeça — Você parece que vai sair, vim em má hora?

— Na verdade eu… AH, os bolinhos! — Emily correu, em direção ao forno, abrindo o mesmo — Ah… Ufa, ainda bem que você me lembrou. Eu realmente ia esquece-los aí dentro.

Emily retirou uma bandeja cheia de bolinhos de dentro do forno, mandando um bafo quente em direção à Helena, junto ao cheio maravilhoso de chocolate.

— Mas sim, eu estou indo até a casa da Sue. Fiz os bolinhos que o Charlie gosta e ia levar até lá. Se bem que eu estava saindo e ia esquecer os bolinhos.

A risada de Emily deixou Helena menos tensa. Apesar de se sentir tentada a perguntar sobre o bando, se eles apareceriam por ali, se conteve a sorrir e prosseguir com a conversa.

— Sei que ele ama seus bolinhos. Sue me contou que apesar de tentar, os dela nunca se comparam aos seus.

— Isso é ela sendo gentil, não se iluda — Riu a índia, enquanto ajeitava os bolinhos em um pote de vidro. — E você, o que faz por aqui? É difícil receber uma visita sem que seja um dos meninos.

A anja abaixou os olhos.

— Só estava passando por perto. Pensei em ver como o pequeno Sammy estava. — tentou disfarçar, pensando o quão egoísta era por ter vindo sem sequer avisar.

— Bom, na verdade ele está com Sue agora. Esse é o segundo motivo de eu estar indo para lá. Você quer ir junto? Tenho certeza que Leah irá aparecer por lá no fim da tarde com a pequena Rose.

A menção dos pequenos fez o coração de Helena ficar um pouco mais feliz. Adorava os pequenos, ainda mais Rose, que era praticamente um membro da família. Bom, uma família a qual Helena já não fazia parte.

Apesar de estar louca para ver as crianças, Helena ficou quieta, olhando pra baixo e mexendo nos próprios dedos fazendo Emily ficar um pouco sem graça e até com um pouco de pena.

— Bom, se você quiser pode ficar aqui e…— Emily foi interrompida pela porta abrindo por um dos meninos que, em primeiro momento nem percebeu que Helena estava ali.

— Emily, Seth perguntou se você não vai… — Emily balançou a cabeça em direção à Helena e Brady se interrompeu. — Ah, Helena, não sabia que estava aqui.

Emily sabia que Jacob havia mandado Seth ficar longe de Helena, assim como os outros meninos também, conforme os Cullen haviam pedido, mas ela claramente era contra deixar a garota sozinha. Não via como deixa-la podia lhe fazer bem. Havia discutido com Sam mais cedo sobre aquilo e já tinha decidido falar com Sue também naquela tarde, mas ao ver Helena ali, parada na frente de Brady, não pode perder a chance.

Ela colocou um sorriso enorme no rosto.

— Pelo que vejo, vocês tem muito o que conversar — disse lançando um olhar para Brady — Comportem-se!

Emily saiu pela porta, quase saltitante de empolgação, levando os bolinhos em uma cesta. Desejou em silencio que Brady pudesse falar tudo o que os garotos, principalmente Seth, queriam dizer naqueles últimos dois dias.

Brady ficou perdido por um momento, surpreso pela oportunidade que Emily havia arranjado. Não havia ninguém ali para o impedir de falar o que pensava, sobre aquela situação, mas ele se segurou, pensando em Sam e Jacob.

O silêncio que se fez foi desconfortável. Helena encarava qualquer coisa, menos Brady. Sentia aquele sentimento quente dentro dela crescendo, conforme ia passando o tempo e sua percepção sobre ele aumentava. Tudo o que eles fizeram começava a voltar em sua mente como um furacão, formando novamente aquela grande magoa.

— Helena eu, nós… hum, os Cullen, eles não queriam, quero dizer, eles queriam, mas o que eu queria falar… — Brady não conseguia formar uma frase completa e Helena se sentindo desconfortável, sabendo que seria incapaz de dizer algo que não fosse destilado de magoa, ajeitou a mochila em seus ombros, se dirigiu até a porta.

Ela passou por ele, evitando qualquer contato e querendo sair dali imediatamente. O que Emily tinha na cabeça de pensar que ela gostaria de conversar com ele?

— Ei! — Brady agarrou-a pelo braço, impedindo sua fuga brusca — Eu estou falando com você!

— Falando um monte de coisas sem sentido. Agora me solte, eu não tenho nada para falar!

— Eu estou tentando pedir desculpas! Desculpa por termos escondido de você algo assim, mas acredite, nós realmente pensamos que era a melhor opção!

— A melhor opção para quem? Pra vocês? Para não terem que aturar o meu drama? Foi assim que vocês pensaram, não é?

— Não! Droga, Lena você é importante, você não entende? Nós nos importamos demais com você para simplesmente deixar isso cair nas suas costas! Queríamos apenas te…

— Me proteger. É eu já ouvi isso antes. — Disse ela dando um puxão e fazendo ele solta-la — Isso não é desculpa para uma traição como esta.

Segurando com força na alça da mochila, Helena virou de costas, andando com força em direção da porta, sem olhar para a cara de surpresa de Brady. Surpresa que em um segundo se transformou em fúria. Os braços começaram a tremer fortemente e ele já sentia a quentura do seu lobo gritante.

— Você é uma maldita ingrata, isso sim! Só pensa no seu lado, não é? Não percebeu o quanto sacrificamos, o quanto doamos para manter a sua ignorância…Jacob nos proibiu de falar com você, mas eu me esforcei pra pedir desculpas... Caralho, nós a recebemos na nossa família, na vida do Seth, e quando nós falhamos uma maldita vez você já desiste de tudo? Somos tão pouco para você? Ainda mais, quando a nossa falha foi por um motivo bom! Como você pode ser tão, tão mal agradecida? Não tem vergonha de virar as costas para as pessoas que só querem o seu bem?

Helena estacou, completamente chocada.

Nenhum deles nunca havia dito nada disso pra ela, mas parecia, pelas palavras de Brady, que tudo aquilo era a mais pura verdade. Era o que ele realmente pensava sobre aquilo, ela não tinha dúvidas.

Com os poucos segundos se silencio que se seguira, Brady havia aliviado seus pensamentos o suficiente, e agora que tinha o sangue um pouco mais frio, percebia o que havia feito.

Helena não chorou para valer, o que foi uma surpresa não apenas para o lobo, mas para si mesma. Ainda assim, com todas aquelas palavras passando por sua cabeça, se sentindo tão confusa, não pode segurar uma ou duas lágrimas que caíram junto da mágoa em seu rosto.

Havia um bolo em sua garganta quando ela repetiu:

— Ingrata.

— Helena, eu não queria dizer isso. Não foi o que eu quis dizer.

— Mas foi o que você disse Brady. É isso o que vocês vêm pensando de mim? Bom, se esse é o problema, agradeça a todos pela… grande ajuda.

Ele passou a mão pelo rosto, sentindo-se impotente enquanto ela voltava a andar. Ele havia estragado tudo… Não podia terminar assim. Se fosse para encrencar com o bando, que fosse por um resultado ao menos um pouco positivo.

— Caramba, por que isso é tão difícil? O que você não entende? Por que não entra na sua cabeça queremos o seu bem?

— Eu entendi isso Brady. Já agradeci. — disse Helena com um sorriso fraquinho nos lábios. — Agora eu preciso ir. E você precisa arranjar um jeito de não pensar no que aconteceu aqui perto do Jacob. Tchau Brady.

Deixando um lobo frustrado para trás, Helena atravessou a porta tremendo. Ela praticamente correu pelo caminho que veio, mas em algum momento se perdeu. Não estava realmente olhando para onde ia enquanto atravessava as ruas e desviava de alguns carros.

Resolveu parar por alguns minutos, e ao olhar para o lado se viu em frente a floricultura onde uma vez, comprou flores com Mady, para entregar a Renesmee quando estava doente.

Se lembrou de algo que Mady havia dito enquanto escolhiam as flores naquele dia. Parecia como se fosse a muito tempo, mas se lembrava perfeitamente de ela dizendo:

“Moro naquela casa amarela ali em frente. Não é muito grande, mas...”

Quase que automaticamente, olhou ao redor, procurando pela casa. E ali estava ela, não muito longe, como Mady havia apontado naquele dia.

Mady. Sua amiga da escola. Quando foi a última vez que falou com ela? Era difícil dizer. Percebeu que era a única que não sabia do seu segredo e que ainda sim, confiava completamente.

Decidiu ir até lá e conversar com a amiga antes mesmo de notar que já andava. Mady sempre fora compreensiva com ela. Talvez ela até lhe desse um conselho.

Bateu na porta levemente, torcendo para que a amiga estivesse em casa. Alguns segundos depois a porta se abriu, mostrando Mary de pijamas e ainda com cara de sono, apesar de já terem passado do horário de almoço.

— Helena...? Helena! — exclamou Mady puxando Helena para um abraço. — Que bom ver você! O que faz aqui?

O que exatamente ela fazia ali mesmo?

— Ah, eu, só passei para te ver…?

— Sério? Você veio me visitar? — os olhos grandes da garota brilharam.

— Han, sim… Eu queria saber como você estava…

Apesar de estar relutante, Helena fala a verdade. Ela se importava com Mady e sentia aquele sentimento super protetor que tinha quando era um anjo. Mady tinha aquele seu jeito desajeitado, agora mesmo, parada em sua frente, tinha as roupas tortas e os cabelos despenteados, mas ela parecia não se importar. Era como olhar nos olhos de uma inocente alma, intocada ainda pelas preocupações humanas. Ela agia pelos sentimentos.

E aquilo ativava o lado protetor de Helena. Aquele lado que tinha medo de que algo de mal afetasse o jeito de Mady.

A garota em sua frente sorriu, feliz demais por ver sua amiga na sua casa.

— Estou bem! Eu fiz bolo ontem à noite, você quer um pedaço? Preciso tomar café da manhã, bom, da tarde.

Helena riu, concordando.

— Pode deixar sua mochila em qualquer lugar. Aliás, por que está com uma mochila?

Não houve como a anja não perceber. Mady poderia ser um pouco desajeitada pelo seu tamanho, com as roupas sempre pequenas ou tortas, mas sua casa era totalmente o contrário. Era completamente organizada, como se cada coisa estivesse em seu lugar e muito, muito limpa. Não era tão grande em comparação ao Cullen, mas era muito mais do que ela deixou transparecer na última conversa.

— Hmm, é uma história meio longa… — tentou desviar, sentido que não estava ainda preparada para aquilo — Sua casa é muito bonita. Mais do que você descreveu.

— Han… Obrigada. Você é sempre muito gentil.

As duas entraram na cozinha e se sentaram à mesa, onde Mady cortou um pedaço de bolo para cada e colocou em pratinhos de sobremesa, entregando um para Helena.

— Espero que goste. É uma das receitas da minha avó. É muito boa, mas eu nunca consigo acertar o ponto do fermento. Ou cresce muito, ou não cresce nada.

— Está realmente ótimo. — disse Helena depois de provar. — Perfeito. Eu não sei cozinhar nadinha. A mãe do…

— A mãe de quem?

Helena engoliu em seco antes de continuar.

— A mãe de Seth tentou me ensinar, mas não consegui aprender nada.

— Ah, que pena. Se quiser eu te ensino mais tarde. — sorriu Mady. — Ah e falando em Seth, eu o vi ontem, andando perto da praia. Não parecia muito bem. Sabe se aconteceu alguma coisa?

A menção do nome dele fez o corpo de Helena se endurecer. Quando respondeu, sua voz saiu mais cortante do que o esperado.

— Não sei. Não estamos mais juntos.

Mady quase derrubou a jarra de suco que estava em sua mão, enquanto se engasgava com um pedaço de bolo.

— Não? Mas por que? Como assim? O que aconteceu?

Helena abaixou a cabeça, sentindo um frio estranho na barriga. Queria e não queria falar sobre aquilo ao mesmo tempo.

— Foi uma confusão que aconteceu lá em casa. Nós brigamos e eu acabei brigando com a minha família também. Essa é a razão da mochila.

— V-Você fugiu de casa? — perguntou Mady espantada. — Helena… Eu não sei se é uma boa ideia... O que seu tio vai estar pensando? Devem estar te procurando que nem loucos. E Renesmee? Jacob? Seth sabe que você fugiu?

— Seth não tem que saber coisa alguma sobre a minha vida! Muito menos os outros. Eu já tenho idade suficiente para cuidar dos meus próprios negocios. Além do mais, não é como se Seth se importasse.

— Mas Helena…

— Confie em mim Mady. Se eles quisessem mesmo, já teriam me achado.

A garota ainda ficou parada por um momento, olhando preocupada para o rosto da anja. Mady conseguiu ver o que ela tentava esconder desde que chegara ali. Não era difícil agora que ela havia explodido bem na sua frente.

— E… E onde você vai ficar? Para onde você vai?

A garota não respondeu, apenas olhando para o seu pedaço de bolo e comendo enquanto Mady sentia seu coração pesar. Ela não entendia ainda, como Helena, a garota gentil e compreensiva que ela conhecia, pudesse brigar a ponto de aparecer daquele modo na sua porta, como se estivesse perdida e sem esperanças, mas não conseguiu ficar apenas parada. O que Helena faria sozinha por ai? Sem uma casa? Sem comida? Não conseguiu entender a lógica de fugir, mas não questionou-a.

Em geral, Mady evitava entrar no caminho dos outros, ou em apuros. Tentava a todo custo seguir as regras... Tentar ajudar uma fugitiva não estava na lista de coisas que Mady faria, mas, ao ver o olhar perdido de uma das únicas pessoas que realmente a ajudaram, não havia como pensar mais vezes.

— Talvez… Talvez você pudesse ficar aqui? — perguntou receosa — Temos um quarto a mais e meus pais eles não se importariam, quase não param em casa… Menos aos domingos. Domingo é o dia da massa.

O olhar de Helena voou de seu prato, surpresa.

— O que? Não, Mady! Eu não posso aceitar…

— Por que? E o que você vai fazer? Não pode andar sozinha por aí… Aonde vai dormir?

— Eu vou dar algum jeito, eu não posso…

— Não pode, mas vai. Não vou deixar uma das minhas melhores amigas andando pelas ruas a noite, Helena. La Push é uma cidade segura mas nunca se sabe. E eu não vou deixar você arriscar sua vida. Esqueça. Você vai ficar aqui.

Helena nunca vira aquele olhar selvagem no rosto de Mady antes. Parecia decidido e confiante e por alguns segundos, depois do choque da proposta (e insistência), Helena sentiu uma ponta de orgulho. Ela estava enfrentando-a.

— Está certo Mady. Mas apenas por uma noite, okay? — Mady assentiu sorrindo. — E por favor, não conte a ninguém além dos seus pais. Não quero causar problemas.

— Não vou contar, eu prometo. — o seu sorriso era tão brilhante que Helena quase riu de volta — Agora, o que quer fazer?


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